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Introdução
A teoria da prevenção geral positiva surge no século XIX a fim de encontrar um raciocínio
que fundamente a pena. Após a segunda guerra mundial, houve o desenvolvimento de
pensamentos que enxergavam a função ressocializadora nas prisões. No entanto, já na
década de 70, percebeu-se que não havia compatibilidade entre esse pensamento e a
realidade prisional, assim, teorias surgem para justificar a natureza meramente
intimidadora da pena, não mais ressocializadora. Portanto, não há mais o perigo de que o
ofensor, graças a sua impunidade, volte a cometer ofensas e que incentive os outros a
partir do mau exemplo não mais se sustenta, já que a sanção intimidadora afasta esses
comportamentos. [supostamente]
Jakobs inicia seu trabalho com as ideias de Welzel, afirmando que a função das penas é a
de proteger os bens jurídicos. A exposição do autor da teoria da prevenção positiva
defende que o direito Penal é orientado a garantir a identidade normativo, garantindo a
constituição da sociedade.
Tendo isso em vista, as normas que deliberam sobre os comportamentos das pessoas, ou
seja, a norma determina quais são as expectativas de atitudes que as pessoas devem
tomar. Logo, um pessoal é real quando seu comportamento é adequado à norma, assim as
qualidades e defeitos pessoais também são definidos por ela, já que alguém é justo ou
injusto tendo como referencial a norma.
Para Jakobs, as normas possuem validade contrafático, pois apesar de contrariadas pela
realidade, por meio do cometimento de crimes, continuam valendo. Portanto, a pena
representa essa manutenção de força, pois o indivíduo que foi contra o ordenamento sofre
a pena que nada mais é uma previsão legal, reforçando a atuação normativa. De forma
geral, seria algo assim: Prática delinquente – invalidade normativa; Pena – validade
normativa.
O direito Penal é uma obra humana, pois as normas têm objeto a conduta humana,
condicionando-as em parte. Assim, as normas enquanto produto da cultura representam a
repressão do ser humano. A natureza humana é guiada por instintos, porém para permitir
a convivência social é fundamental que os seres humanos se desviem dos seus objetivos
primários e alcancem o ideal de civilização. Portanto, a lei jurídica é entendida como um
Tabu, pois contrapõe todos os anseios mais poderosos e inconscientes do ser humano. Por
fim, a lei penal deve ser compreendida como uma condicionante cultural que habita a
realidade, a fim de atingir o ser humano.
Além das críticas citadas, o autor segue adiante e elenca mais alguns pensamentos. O décimo
primeiro é que o sistema penal possui uma eficiência meramente aparente, já que a longo e
médio prazo percebe-se que não há nenhuma evolução no que tange à função preventiva. O
décimo segundo é a efetiva separação entre o autor e a vítima, portanto não uma restauração
de laços, dando apenas a aparência de resolução de conflitos. O décimo terceiro é o
monopólio do pensamento pelo Estado, o indivíduo não participa da discussão sobre a
resolução de conflitos. O décimo quarto é que o subsistema penal se fundamenta na pena
como um mero instrumento para a concretização dos objetivos do sistema. O décimo quinto é
a reflexão sobre a dignidade referente ao sistema penal, se a aplicação da pena vale a pena
diante de um sistema tão nefasto. O décimo sexto é que Jakobs ignora a diversidade social, já a
aplicação da sua teoria presume a existência de uma sociedade unitária. O décimo sétimo é
que a pena incute no indivíduo sentimentos moralizantes, conflitando com a natureza
garantidora do direito penal. O décimo oitavo é que a teoria defendida por Jakobs é
concentrada na proteção da consciência ético-jurídica, não simplesmente da proteção de bens
jurídicos. O décimo nono é o reconhecimento da efetividade da pena pela teoria mesmo que
aplicada a um número menor de seres humanos, ou seja, a função simbólica da pena seria
efetivada mesmo em um contexto de seletividade.
Considerações finais