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OBS: RESPOSTAS EM AZUL

Pergunta 01:

Tem o direito, como direito "subjetivo" distinto do Direito "objetivo". Na


linguagem jurídica inglesa dispõe-se da palavra right quando se quer designar o direito
de um determinado sujeito, para o distinguir do Direito objetivo, da law. (KELSEN,
Hans. Teoria Pura do Direito. 8.ed., São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 140 e 141).
Assinale a alternativa correta sobre Direito Objetivo
A) É o conjunto de regras vigentes num determinado momento, para reger as relações
humanas e que são impostas, coativamente, à obediência de todos.
B) É a faculdade ou prerrogativa de o individuo invocar a lei na defesa de seus
interesses.
C) direito objetivo não decorre de lei, mas sim da vontade das partes.
D) É o conjunto de regras vigentes num determinado momento, para reger as relações
humanas e que são estabelecidas, facultativamente, à obediência de todos.

Pergunta 02:
A teoria de Kelsen é "pura" em dois sentidos: (i) afirma-se livre de quaisquer
considerações ideológicas, não se emitem juízos de valor sobre qualquer sistema
jurídico, e a análise da "norma jurídica" não é afetada por nenhuma concepção da
natureza do direito justo; (ii) o estudo sociológico da prática do direito e o estudo
das influências políticas, econômicas ou históricas sobre o desenvolvimento do
direito ficam além da esfera de ação da teoria pura. [...] Para Kelsen, as regras eram as
características observáveis (na escrita etc.) de um sistema normativo. As regras eram,
portanto, as características de superfície do direito, e as normas sua essência interior;
conquanto elas possam ter dado origem aos atos de "vontade" de um Parlamento,
ou à adoção de um costume por um juiz, uma vez aceitas como direito adquirem
existência independente; sua validade não depende da vontade de um mandatário.
(MORRISON, Wayne. Filosofia do Direito: dos gregos ao pós-modernismo. São Paulo:
Martins Fontes, 2006, p. 381, 382 e 392).
Considere as proposições abaixo acerca do texto:
I. O direito natural continua a fundamentar uma teoria pura do direito, ou seja, é base do

direito positivo (norma jurídica).


II. O direito é perspectivado internamente por Kelsen e a norma jurídica é compreendida

como uma idealidade, ou seja, um dever-ser, e não como tudo que é da natureza, ou
seja,
um ser.
III. Comporta a teoria de Kelsen uma validação da norma jurídica inferior pela norma

jurídica superior, não cabendo, portanto, uma validação externa, de cunho sociológico.
A) II E III
B) III
C) I E III
D) II
E) I E II

Pergunta 03:

O jusfilósofo alemão Gustav Radbruch, após a II Guerra Mundial, escreve, como


circular dirigida aos seus alunos de Heidelberg, seu texto “Cinco Minutos de Filosofia
do Direito”, na qual afirma: “Esta concepção da lei e sua validade, a que chamamos
Positivismo, foi a que deixou sem defesa o povo e os juristas contra as leis mais
arbitrárias, mais cruéis e mais criminosas.” De acordo com a fórmula de Radbruch,
quanto à análise da norma individual, esta fórmula é aceitável tanto do ponto de vista do
observador quanto do participante? O QUE ESSES PONTOS DE PARTIDA NOS
MOSTRAM ACERCA DO CONCEITO DE DIREITO?

Sim, pois tanto o observador quanto o participante acataram o positivismo. Radbruch


divide seu texto em cinco minutos, no primeiro ele chega até mesmo a responsabilizar o
positivismo pela tragédia nazista que ocorreu na Alemanha. Ademais, nos dois minutos
seguintes, o jusfilosófo faz uma análise acerca do conceito de Direito, aproximando-o
da justiça e repudiando todas as leis que de alguma forma propiciavam a injustiça.

Pergunta 04

“O direito não é uma simples ideia, é uma força viva.” (Rudolf von Ihering)
Em seu texto “A Luta pelo Direito”, o jurista alemão Rudolf von Ihering apresenta
o conceito de direito a partir da ideia de luta social. Aborde sobre o sentido que, no
trecho citado, Ihering confere ao direito.

Rudolf Von Ihering afirma que a finalidade do Direito é a paz. Logo, partindo de uma
análise do trecho citado é possível entender que o Direito não consiste apenas em teoria,
mas numa força viva, assim sendo, para atingir sua finalidade (a paz), é imprescindível
que haja uma luta, esta será formada pelo povo juntamente com o Poder Público, e
somente através dela será conferida vida ao Direito.

Pergunta 05

Para Kant, o princípio supremo da moralidade está diretamente relacionado à lei


moral universal. Diante desse entendimento Kant distingue moral de Direito? Como,
dentro da doutrina de Kant, podemos abordar a ideia de universalidade dentro dos
conceitos de moral, direito e justiça.

Sim, para Kant, moral e Direito se diferenciam, mas ao mesmo tempo, se


complementam. A teoria moral de Kant concilia a ideia de que os deveres morais são
criações dos indivíduos, seus princípios internos, a moral é universal, advinda do senso
comum. O Direito, por sua vez é o órgão regulador das relações sociais. Ademais, a
justiça aparece estabelecendo as condutas como justas ou injustas de acordo com leis
externas. Moral, Direito e justiça são abordados por ele sempre seguindo uma lei
universal de liberdade.
Pergunta 06

No texto de Robert Alexy, conceito e validade do Direito é abordado o sistema


jurídico, onde o autor afirma que o que é válido para uma norma individual não se
aplica necessariamente a um sistema jurídico como um todo. Entre um sistema jurídico
como um todo e a moral existe uma relação conceitualmente necessária na perspectiva
do observador? Justifique segundo as ideias do autor.

Não se faz necessária a inclusão de elementos morais partindo-se do ponto de vista do


observador, para ele o Direito é aquilo que as autoridades e os tribunais fazem baseados
em regras que de acordo com validade do sistema judicial que vigora em questão são
estabelecidas conforme a ordem.

Pergunta 07

“Num Estado, isto é, numa sociedade onde há leis, a liberdade só pode consistir em
poder fazer-se o que se deve querer e em não estar obrigado a fazer o que não se deve
querer”. (Barão de Montesquieu)

Analise o trecho acima sobre o ponto de vista dos Três pilares que compõe as
relações sociais.

A liberdade é o direito de se fazer o que as leis permitem, não o que se quer, como
afirma Montesquieu, pois se as leis não existissem haveria um descontrole social,
desencadeando em uma criminalidade desenfreada, assim sendo é necessária uma
intervenção do Estado, o meio soberano e aplicador do Direito, o detentor do poder de
coerção, para regular a sociedade.

Pergunta 08

Estabeleça as distinções básicas entre direito e moral.

O Direito pode ser entendido como regras sociais que possuem coercibilidade, buscando
regular a sociedade de maneira jurídica. Ao passo que a moral são condutas individuais
de cada pessoa, não necessitando de um poder coercitivo.

Pergunta 09

Segundo Miguel Reale, na Teoria Tridimensional do Direito, o fenômeno jurídico


deve ser analisado e compreendido sob o enfoque de três aspectos/elementos. Quais são
estes elementos? Explique-os e exemplifique-os.

Fato, valor e norma. O Fato trata-se da sociologia jurídica, da eficácia das normas,
examinando a facticidade do Direito. O valor refere-se a filosofia jurídica, trata-se da
justificação do sistema jurídico atual, das relações entre Direito e verdade, examina
idealidade do Direito. A norma trata-se da hermenêutica jurídica, visa identificar as
normas válidas, tem como objeto de conhecimento a normatividade do Direito.
Exemplos: Fato: Marcos vende roupas a Maria e ela não lhe paga. Valor: esse fato causa
prejuízo de 500 reais a Marcos (valor econômico). Norma: Marcos vai se apoiar em
uma lei para cobrar Maria.

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