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NORMAS JURÍDICAS: REGRAS E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

PARTE I
CONSIDERAÇÕES GERAIS

1.A respeito da Constituição analisamos: conceito, estrutura, classificação e características. Ainda,


vigência, eficácia e efetividade das normas constitucionais.
1.1. Nos estudos acerca do conceito de constituição, consignamos que se trata de um documento escrito.
Portanto, o que se tem são dispositivos:
(a) artigos (art.),
(b) parágrafos (§),
(c) incisos (numeral romano-I, II, III, IV) e
(d) alíneas (letras – a, b, c, d).

1.2. O texto normado tem dispositivo porque dispõe sobre algo, declara, prescreve, enuncia alguma norma
de caráter jurídico.Enunciado normativo: são fontes do Direito, obra do legislador. Enunciado é o texto a
ser interpretado, para depois ser aplicado. O resultado da interpretação que incidirá no fato da vida
denomina-se normas jurídicas. O texto pé algo que se interpreta, a norma é o produto da interpretação.
1.3.Por isso, pode existir norma constitucional sem texto correspondente. Caso das normas implícitas:
razoabilidade e proporcionalidade.

1.3. O texto constitucional atualmente goza de força normativa (Case Marbury x Madson- 1803) e Konrad
Hesse. Por consequência do texto normado se tem normas jurídicas (mandamentos, determinações,
comandos de natureza jurídica- gozam de imperatividade e coerção):
(a) regras e
(b) princípios.
PARTE II
DAS REGRAS

2. conceito: regras são comandos normativos que descrevem uma conduta, um comportamento (positivo
ou negativo), com alta densidade e baixa abstração. Toda regra incide unicamente naquele padrão por ela
previsto. Se na vida real ocorrer a situação adrede desenhada, será a mesma aplicada. Expressam um
standard de segurança jurídica. É o dever ser de Kelsen.

2.1. A conteúdo: tem-se um comando objetivo que expressa uma conduta permissiva ou proibitiva.
2.2. A estrutura: normas descritivas de um comportamento.
2.3. A aplicação: se dá por subsunção (somente aplica-se a regra ao caso da vida, caso ocorra – all or
nothing).
2.4. Conflitos: caso ocorra conflitos entre regras, o critério de solução da antinomia será:
(a) cronológico,
(b) especial ou
(c) hierárquico.
2.5. Fins: segurança jurídica.
PARTE III
DOS PRINCÍPIOS

3. É a porta pelo qual os valores passam do plano ético para o mundo jurídico para ser aplicado num caso
concreto.
3.1.A tendência, estimulada pela jurisdição constitucional, foi no sentido do paulatino reconhecimento de
que todas as normas constitucionais eram normas jurídicas, inclusive os princípios mais indeterminados,
antes vistos como meras proclamações políticas.
3.2.No Brasil, até não muito tempo atrás, prevalecia a concepção legalista, tributária do positivismo, de
que os princípios jurídicos não seriam propriamente normas, mas meros instrumentos para integração de
lacunas, aos quais o intérprete não deveria se socorrer senão em situações excepcionais. Essa posição
está positivada no art. 4º da hoje denominada Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, segundo
o qual “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de Direito”. Os princípios eram, portanto, mera fonte subsidiária do Direito. Só era legítimo
que o magistrado recorresse a eles quando não houvesse nenhuma outra fonte do Direito aplicável“ ( Daniel
Sarmento e Claudio Neto).
3.3. Conceito: são comandos normativos ‘de otimização” (Robert Alexy). Tem baixa densidade e alta
abstração (cabível em mais de uma situação da vida). Expressam um padrão de justiça (Robert Dworkin).
3.4. Conteúdo: descrevem:(i) um valor (dignidade da pessoa humana, solidariedade, igualdade, liberdade,
moralidade),
(ii) fim (construir uma sociedade justa e igualitária, erradicação da pobreza, art.3ª)
(iii) decisão política fundamental (república, presidencialismo, federação, democracia).

3.5. Estrutura: apontam para casos ideias a serem buscados.


3.6. Aplicação: ponderação
3.7. Fins: permite a leitura moral do Direito, da justiça e equidade.

DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO


PARTE I
CONSIDERAÇÕES GERAIS

Natureza, titularidade e limites de um fenômeno que não pertence ao mundo do direito positivo!

1.Um dos conceitos centrais do Direito Constitucional é o do poder constituinte originário.


Trata-se de uma força/energia/potência, do fenômeno que sendo capaz de criar do nada e dispor de tudo:
(i) cria a Constituição (documento escrito fruto do labor do constituinte)
(ii) funda o Estado (independência, cisão, fusão)
(iii) refunda o Estado (revolução, movimento golpista)
(iv) institui a ordem jurídica (o mundo jurídico só existe a partir da Constituição).
1.1.Étienne de La Boétie em (1.530/1.563) escreveu “Discurso da Servidão Voluntária”, onde questionava
o por que “os povos podem se submeter voluntariamente ao governo de um só homem ”. É dize, para todos
se submeterem ao poder de um homem só necessário se mostrava a existência de um poder a comandá-
los.

1.2.Nada obstante, foi somente no fim do século XVIII com o advento do constitucionalismo moderno que
se buscou a explicação ao poder, enquanto fenômeno social e político, desenvolvendo uma teoria para
explica-lo fundada na racionalidade iluminista, do jusnaturalismo e do contratualismo.

PARTE II
DA NATUREZA DO PODER CONSTITUINTE

2. A resposta a questão quem faz a lei? É simples: o legislador, que integra o Parlamento, que por sua vez
exerce a função legislativa, que ao lado do executivo e judiciário compondo o Estado, que por sua vez foi
criado pela Constituição. Então temos:
Constituição: cria o Estado-Função Legislativa (que faz a lei) -a qual toda a sociedade está compelida a
estrita observância.
cria a ordem jurídica- onde a lei vigorará, produzindo seus efeitos.

2.1. No entanto, a questão central é: quem faz uma Constituição? Como todo empreiteiro, antecede a sua
obra, com ela não se confunde. Uma coisa é o feitor, outra é a obra. Realidades distintas, inconfundíveis.
Como a constituição é fruto de um alguém, aquela sequência fica do seguinte modo:

Constituinte originário (criador) - Constituição (obra) –Estado e ordem jurídica (criaturas da constituição)

2.2. Pela sequência vê se o seguinte:


(i) o feitor da Constituição como a antecede, com ela não se confunde;
(ii) como a obra é que cria o Estado, com ele também não se confunde, muito menos o integra;
(iii) como a obra cria o mundo jurídico-direito positivo posto- (todas as leis vigentes e recepcionadas),
desse mundo é um “corpo estranho”, não o integrando.

2.4. A explicação desse fenômeno de cunho político-social tem base teológica e jusnaturalista.

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