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CONSTRUÇÃO CIVIL/CANTEIRO DE OBRAS

1. Introdução
2. Conceitos
3. Tributação: atividades da construção civil e assemelhados
4. Fato gerador do ICMS
5. Inscrição Estadual
6. Regime de Recolhimento
7. Procedimentos operacionais com construção civil e assemelhados
8. Procedimentos e CFOPS: Emissão de Nota Fiscal Avulsa Eletrônica - NFA-e
9. Declaração de Livre Trânsito de Bens
10. Operações internas
11. Operações de entrada interestaduais
12. Operações de entrada com entrega no canteiro de obras
13. Operações de saída
14. Prazo de Recolhimento do ICMS – Diferencial de Alíquota
15. SPED Fiscal
16. Simples Nacional
17. Perguntas Frequentes
18. Fundamentação Legal

1. Introdução
Neste artigo é tratado sobre os procedimentos operacionais, no âmbito do ICMS, com estabelecimentos que
exercem atividades de construção civil e assemelhados.

2. Conceitos

Para efeitos da legislação do ICMS, o Decreto 24.569/97, art. 725, §2°, considera
estabelecimento de construção civil e assemelhado, aquele que desenvolva as seguintes
atividades:

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a) execução por administração, empreitada ou
subempreitada, de construção civil, de obras
hidráulicas e outras obras semelhantes, inclusive
serviços auxiliares e complementares;

b) demolição;

c) reparação, conservação e reforma de edifícios,


estradas, pontes, portos e congêneres.

3. Tributação: atividades da construção civil e


assemelhados
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 146, delegou à Lei Complementar a dispor
sobre o conflito de competências entre os Estados (quanto a incidência de ICMS) e os
Municípios (em relação ao Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISSQN).

Portanto, a LC n° 116/03 dispõe sobre às diretrizes para aplicabilidade do ISS, conforme os


serviços relacionados em lista anexa, na qual ressalvou expressamente as situações de
prestação de serviços com fornecimento de mercadorias para incidência do ICMS.

Fundamentação Legal: Lei Complementar 116/03, art. 1°, § 2°.

Dessa forma, a LC 116/03, no item 7.02, estabeleceu que a execução de obras de


construção civil e assemelhados está sujeita ao ISS, no entanto, no âmbito Estadual, a
legislação prevê a incidência de ICMS nas hipóteses em que houver a circulação de
mercadoria, conforme veremos a seguir.

4. Fato gerador do ICMS


Ocorre o fato gerador do ICMS no momento: do fornecimento de mercadoria com
prestação de serviços compreendidos na competência tributária dos Municípios, com
indicação expressa de incidência do ICMS, como definido na Lista de Serviços anexa à Lei
Complementar n.º 116, de 2003.

Fundamentação Legal: Decreto 33.327/2019, art. 3°, inciso VI.

Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não


ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias.

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Lei Complementar 116/03, lista Anexa, item: 7 – Serviços relativos à engenharia,
arquitetura, geologia, urbanismo, construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente,
saneamento e congêneres.

[...]

7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de


obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras
semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação,
drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a
instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o
fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços
fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).

[...]

7.04 – Demolição.

7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes,


portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas
pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que
fica sujeito ao ICMS).

Dessa forma, ocorre fato gerador:

a) No fornecimento de mercadoria produzida pelo prestador de serviço fora do local da


prestação, nos casos de execução, por administração, empreitada ou subempreitada de
obras civis, hidráulicas e outras semelhantes;

b) Na saída de estabelecimento de empreiteiro de construção civil, obra hidráulica e outras


semelhantes, inclusive serviços auxiliares e complementares, de mercadoria adquirida de
terceiro e destinada a construção, obra ou serviços referidos, a cargo do remetente.

5. Inscrição Estadual
O Cadastro geral da Fazenda (CGF) é o registro centralizado e sistematizado no
qual  se  inscreverão, antes de iniciarem suas atividades,  todas as  pessoas, físicas ou
jurídica, definidas em lei como contribuintes do ICMS, e conterá dados e informações
que os identificará, localizará e classificará segundo a sua natureza jurídica, atividade
econômica, tipo de contribuinte e regime de recolhimento (art. 92, do Dec. 24.569/97 c/c
art. 70 da Lei 12.670/96).

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"Os contribuintes definidos nesta Lei são obrigados a inscrever seus estabelecimentos
no Cadastro Geral da Fazenda (C.G.F.) antes de iniciar as suas atividades, na forma como
dispuser o regulamento" (Art. 70, da Lei 12.670/96).

"Contribuinte é qualquer pessoa física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou


em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadorias ou
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior" (Lei 12.670/96, Art. 14 c/c
Decreto 24.569/97 art.17).

5.1 Inscrição estadual:

Poderá ser concedida, a critério do Fisco, inscrição a pessoas jurídicas, inclusive firma
individual, devidamente estabelecidas e não obrigadas ao cadastramento, desde que
justifiquem dela necessitar para o exercício de suas atividades, sendo a elas aplicadas, no
que couber, as normas relativas ao cadastro. Nesse sentido trata o § 1º, do art. 93, do Dec.
24.569/97.

Atualmente a SEFAZ não vem concedendo inscrição estadual para o  Regime de


Recolhimento Outros, onde estão as empresas de construção civil, visto que esse regime
implica não ser contribuinte do ICMS. Ademais, precisando movimentar bens poderá emitir
Nota Fiscal Avulsa ou Declaração de Livre Trânsito-DLT (operações internas), nos termos
do Decreto 32.488/18, art. 2º, §§ 1º e 2º.

Superior Tribunal de Justiça (STJ), Súmula 432: As empresas de construção civil não


estão obrigadas a pagar ICMS sobre mercadorias adquiridas como insumos em
operações interestaduais.

Saiba mais sobre Regime de Recolhimento Outros (clique aqui)

É sabido que as empresas de construção civil são não contribuintes do ICMS. Fato notório e
consagrado nos tribunais superiores.

5.2 Dados e documentação para solicitar a Inscrição Estadual

Os contribuintes deverão informar os seguintes dados relativos ao CGF:

Dados Requisitos:
com seus respectivos códigos, conforme
estabelecido em resolução aprovada pela
a) Natureza jurídica: Comissão Nacional de Classificação (CONCLA)
do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE);

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observadas as classificações estabelecidas na
b) Qualificação dos sócios e administradores
Instrução Normativa RFB n.º 1.863, de 27 de
(QSA), responsáveis legais e
dezembro de 2018, ou em outro instrumento
contabilistas:
normativo que venha a substituí-la;
c) Os códigos das CNAEs-Fiscais principal e conforme estabelecido em resolução aprovada
secundárias:  pela CONCLA;
conforme classificação estabelecida na
d) O tipo de unidade auxiliar integrante de Instrução Normativa RFB n.º 1863, de 27 de
sua estrutura dezembro de 2018, ou em outro instrumento
normativo que venha a substituí-la;
Normal;
Substituição Tributária;
Outros;
e) O regime de recolhimento, observadas as
Simples Nacional;
seguintes categorias:
Especial;
Microempreendedor Individual;
Produtor Rural.
f) O tipo de segmento: * Verificar a classificação no quadro a seguir.

Fundamentação Legal: Instrução Normativa n°. 77/2019.

Para saber mais sobre o Cadastro Geral da Fazenda - Inscrição Estadual, clique aqui.

6. Regime de Recolhimento
O estabelecimento de construção civil e assemelhado quando possui regime de
recolhimento, é enquadrado no regime "Outros", conforme Decreto 24.569/97, art. 725.
 Diferente disso, somente mediante algum tipo de regime especial concedido pela SEFAZ.

7. Procedimentos operacionais com construção civil e assemelhados


De acordo com o posicionamento da SEFAZ/CE, as notas fiscais emitidas por
estabelecimentos que exercem atividades com construção civil e assemelhados, devem ser
destinadas para:

• transferência de material de uso e consumo; ou

• enviar bens para utilização fora do estabelecimento com retorno posterior.

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Fique Ligado!

Mesmo quando o estabelecimento for autorizado a emitir documento fiscal (Nota Fiscal
Eletrônica – NF-e), há operações em que serão obrigados a emitir Nota Fiscal Avulsa – NFA-
e, gerada através do site da SEFAZ, conforme veremos no item a seguir.

8. Procedimentos e CFOPS: Emissão de Nota Fiscal Avulsa Eletrônica - NFA-e


A emissão de Nota Fiscal Avulsa Eletrônica - NFA-e deverá ser solicitada via internet
(através do site da SEFAZ/CE ou em unidade de execução da SEFAZ/CE).

Para a emissão da NFA, será exigida a identificação, por meio de cadastramento no


Ambiente Seguro da SEFAZ, e, no caso de pessoa jurídica, o número de inscrição no CPF do
seu representante e o número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
(CNPJ).

Ao realizar a solicitação do documento, a Secretaria da Fazenda realizará a análise fiscal, e,


posteriormente dará ou não a autorização para emissão da nota fiscal avulsa.

Vale destacar, que, além da emissão da NFA-e, deverá ser emitido o Documento de
Arrecadação Estadual (DAE) e realizado o seu respectivo pagamento.

Fique Ligado!

A concessão da autorização de uso da NFA e sua assinatura digital pela SEFAZ não implica
validação das informações nela contidas.

8.1 Quanto a emissão de nota fiscal eletrônica:

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Os estabelecimentos inscritos no regime de pagamento OUTROS, as operações de
saídas nos CFOPs relacionados, deverão ser realizadas por meio da Nota Fiscal
Avulsa Eletrônica:

5101, 5102, 5103, 5104, 5105, 5106, 5109, 5110, 5116, 5117, 5118, 5119, 5120, 5122,
5123, 5917, 5251, 5252, 5253, 5254, 5255, 5256, 5257, 5258, 5301, 5302, 5303, 5304,
5305, 5306, 5307, 5351, 5352, 5353, 5354, 5355, 5356, 5357, 5932, 5359, 5360, 5401,
5402, 5403, 5405, 5501, 5502, 5124, 5125, 5917, 6101, 6102, 6103, 6104, 6105, 6106,
6107, 6108, 6109, 6110, 6116, 6117, 6118, 6119, 6120, 6122, 6123, 6917, 6151, 6152,
6153, 6155, 6156, 6251, 6252, 6253, 6254, 6255, 6256, 6257, 6258, 6301, 6302, 6303,
6304, 6305, 6306, 6307, 6351, 6352, 6353, 6354, 6355, 6356, 6357, 6359, 6360, 6932,
6401, 6402, 6403, 6404, 6408, 6409, 6501, 6502, 6917, 6124,6125, 7101, 7102, 7105,
7106, 7127,  7651, 7654, 7667,  7251, 7301, 7358.

Fique Ligado!

Operação não tributada o CST deverá ser _41, quando se tratar de isenção será _40.

Fique Ligado!

a) Liberados temporariamente os CFOP’s 5949, 6949 e 7949, até deliberação posterior, ou


seja, as empresas do regime de recolhimento “Outros” poderão emitir sua própria NF-e
com CFOP _949.

b) Caso destaque ICMS nesses CFOPs, o sistema rejeitará a NF-e. Observar o CST (Código
da Situação Tributária) em que o sistema exige o ICMS, neste caso, também rejeita.

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9. Declaração de Livre Trânsito de Bens
A Declaração de Livre Trânsito  (DLT) deverá ser utilizada para acobertar a circulação de
bens desonerados do ICMS e promovida por pessoas não contribuintes do ICMS,
no âmbito do Estado do Ceará.

9.1 Onde emitir DLT?

A DLT é gerada no site da Sefaz/CE, em seus serviços online, no ambiente seguro.

Para emissão da DTL, é necessário selecionar uma das seguintes opções no ambiente
seguro:

• Objetos de uso pessoal;

• Circulação de bens de pessoas jurídicas não contribuintes;

• Trânsito de animais;

• Outros(as).

Além disso, o remetente deverá descrever os bens transportados para prosseguir com a
emissão. Todo o procedimento é feito no mesmo acesso da nota fiscal avulsa.

Fundamentação Legal: Decreto 32.488/2018, art. 2º, §1º.

9.2 Para movimentação de Bens:  Declaração de Livre Trânsito de Bens (DLT):

Para acobertar a circulação de bens desonerados do ICMS e promovida por pessoas não
contribuintes do ICMS, será permitida a utilização da DLT nas seguintes situações:

a) a movimentação de objetos de uso pessoal de pessoas físicas;

b) o trânsito de animais não sujeitos à cobrança do ICMS;

c) a movimentação de bens de propriedade de pessoas jurídicas não contribuintes do


ICMS;

d) a movimentação de bens em outras situações que não comportem a cobrança do ICMS.

9.3 Penalidades:

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A utilização da DLT para acobertar operações relativas à circulação de mercadorias sujeitas
à cobrança do ICMS, caracterizando a comercialização, poderá acarretar a aplicação das
penalidades previstas no art. 123 da Lei n.º 12.670/1996, sem prejuízo da cobrança do
imposto.

 Fundamentação Legal: Decreto 32.488/18, art. 2º, caput e §§ 1º e 2º.

Para saber mais sobre DLT e NFA-e (clique aqui).

10. Operações internas


Quando inscrita na SEFAZ, nas operações internas emite-se NF-e sem destaque do ICMS,
considerando que o remetente seja Regime de Recolhimento Outros e apenas em
movimentação de mercadorias para uso/consumo ou bens do ativo imobilizado.

Em relação às mercadorias ou bens destinados às empresas de construção civil, quando


das operações internas, poderão ser entregues diretamente pelo fornecedor, no canteiro de
obra da adquirente, desde que conste no documento fiscal emitido, além dos requisitos
exigidos:

• no campo “Informações Complementares” a indicação do local da entrega, não se


aplicando, nessa hipótese, o disposto no art. 728 do RICMS.

Nesse sentido trata a Nota Explicativa 01/2006.

Decreto 24.569/97, artigo 728, caput:

Na saída de mercadoria para a obra ou para o canteiro de obra, a empresa de


construção civil ou assemelhada emitirá nota fiscal consignando como destinatário o
nome da própria empresa remetente, como endereço, o da obra ou canteiro de obra e
como natureza da operação, a expressão "remessa para obra ou canteiro de obra,
conforme o caso".

Com as atualizações da NF-e, o fornecedor deverá emitir a NF-e, indicando no campo "
local de entrega " o endereço do canteiro de obras, nos dados adicionais informe as demais
informações necessárias.

O emitente deve preencher as informações relativas ao endereço da obra nos campos


específicos na NF-e referentes ao local de entrega quando este for diferente do endereço do
destinatário (Grupo “G” da NF-e).

No Grupo “E” da NF-e (Identificação do Destinatário) devem ser informados os dados da


empresa de construção (adquirente das mercadorias).

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11. Operações de entrada interestaduais
- Mercadoria destinada para uso/consumo ou imobilizado:

Considerando que as empresas de construção civil estão no Regime de Recolhimento


Outros, aplica-se o DIFAL de que trata a Emenda Constitucional n°. 87/15 e o Convênio
nº.  93/15. Devendo ser recolhido pelo remetente do outro Estado, desde que, não seja do
Simples Nacional, já que, a Liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5464, o
Supremo Tribunal Federal  (STF)  suspendeu o DIFAL  das empresas  Optantes do Simples
Nacional de que trata a LC 123/06.

Portanto, os estabelecimentos cadastrados no Regime de Recolhimento OUTROS, por se


tratar de não contribuinte do ICMS, quando das operações interestaduais, aplica-se  o
DIFAL não contribuinte na forma da EC 87/15 c/c Convênio ICMS 93/15.

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Diferencial de alíquota: ocorre nas operações e prestações que destinem bens e serviços


a consumidor final, ou seja, quando a aquisição da mercadoria for destinada para o ativo
imobilizado ou para o uso ou consumo. 

Emenda Constitucional nº 87/2015: autorizando que “nas operações e prestações que


destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em
outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do
destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado
destinatário e a alíquota interestadual” (a partir de 2016).

A EC 87/2015, altera os incisos VII e VIII, do § 2º do art. 155, da Constituição Federal e


inclui o art. 99 no ADCT.

Para saber mais sobre o DIFAL – Consumidor Final Não Contribuinte – EC 87/15
clique aqui.

Convênio ICMS 93/2015  – trata das operações e prestações que destinem bens e
serviços a consumidor final não contribuinte do ICMS, localizado em outra unidade
federada.

Para saber mais sobre o Diferencial de Alíquota – Convênio 93/2015, clique aqui.

- Mercadoria destinada para “Simples Remessa”:

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Quando na entrada interestadual a NF-e estiver com a natureza da operação como
“SIMPLES REMESSA”, sem destaque do ICMS, indicando como destino a própria emitente
da NF-e, em outro Estado, ou seja, destinado ao canteiro de obras aqui do Ceará, sem
inscrição estadual, observava-se o seguinte:

• Com bens CONSUMIDOS na obra, será devido o ICMS DIFAL;

• Com bens de ativo imobilizado, os quais devam retornar à origem, não deverá ser
exigido o DIFAL; e o

CFOP deve ser 6.554 (Remessa de bem do ativo imobilizado para uso fora do
estabelecimento).

12. Operações de entrada com entrega no canteiro de obras


No caso de mercadoria
adquirida aqui no Ceará por
estabelecimento de outro
Estado, mas para ser
entregue no canteiro de
obras aqui mesmo no
Ceará, juridicamente, tem-
se uma operação
interestadual, mas na
prática uma operação
interna. Assim, observe-se
os seguintes
procedimentos:

Apresenta-se um
problema sem uma
solução concretamente
legal e formal, pois ao
emitir a NF-e do Ceará
para adquirente de
outro Estado nasce
uma operação
interestadual com
alíquota interestadual,
suscetível, inclusive,
do DIFAL, caso o
adquirente seja não contribuinte do ICMS.

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Entretanto, a operação interestadual de saída não será efetivamente realizada, e nem
mesmo a NF-e será controlada/selada no SITRAM. E restará dúvidas em relação ao DIFAL;
e restará dúvidas quanto ao tratamento da SEFAZ pela não selagem dessa NF-e de saída; e
ainda restará dúvida se a SEFAZ irá considerar ou não como operação interna ou
interestadual, sendo interna deveria ser aplicado a alíquota interna do ICMS, quando
tributado, mas por ser o destinatário outra Unidade Federada, o próprio sistema NF-e vai
exigir alíquota interestadual.

Recomendável para o fornecedor dessa operação, caso seja regime normal de recolhimento
e o produto tributado efetivamente (não seja isento e nem tenha sido recolhido o ICMS-
ST): poderá complementar a carga do imposto para o Ceará diretamente na conta gráfica
em Outros Débitos, pois o destaque foi 12% e seria devido a alíquota interna. E mesmo
assim, o Estado de destino poderá exigir a parte do DIFAL. Então, faça a opção, em
complementar a carga para o Ceará ou simplesmente recolher o DIFAL (parte para o
destino e parte para a origem).

CNAEs de Construção Civil (art. 725, do Dec. 24.569/97), quando iniciado:

411 – Incorporação de Empreendimentos Imobiliários;

412 – Construção de Edifícios;

421 – Construção de Rodovias, Ferrovias, obras Urbanas e obras-de-arte especiais;

422 – Obras de Infraestrutura para energia elétrica, telecomunicações, água, esgoto e


transporte por dutos;

429 – Construção de outras obras de Infraestrutura;

431 – Demolição e preparação do terreno;

432 – Instalações elétricas, hidráulicas e outras instalações em construções;

433 – Obras de acabamentos;

439 – Outros serviços especializados para construção.

13. Operações de saída


a) Saídas de Ativo Imobilizado por empresa de Construção Civil (Regime de
Recolhimento Outros): 

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Nas saídas internas e interestaduais, com bens do ativo permanente para ser utilizado em
obra, a nota fiscal deverá ser emitida sem incidência do ICMS, na forma do art. 731,
do Decreto 24.569/97.

Ressalte-se que o documento chamado de "termo de compromisso", citado no caput do


art. 731, do Dec. 24.569/97, encontra-se tacitamente revogado, pois esse documento era
para assegurar o retorno do bem, e assim sendo não ser devido o ICMS na saída, isso à
época que construção civil era cadastrada no regime normal de recolhimento (até 1994).
Fato que não se aplica atualmente, visto que empresas de construção civil não são
contribuintes do ICMS.

Portanto, não tem incidência do ICMS na saída interestadual, sob pena de se agredir
o Princípio da Não Cumulatividade. 

Entretanto, poderá ser  devido o DIFAL na forma do Convênio ICMS 93/15 c/c EC
87/15, caso o bem do ativo imobilizado não tenha como finalidade o retorno. Se for pra
prestar serviço com posterior retorno na saída interestadual não será devido o DIFAL (CFOP
_554).

Confira material completo sobre DIFAL (clique aqui).

b) Saídas de Bens de Uso e Consumo por empresa de Construção Civil Regime de


Recolhimento Outros):

- Saída Interna:

Deve ser sem destaque do ICMS, visto que a empresa "Regime Outros" não tem apuração
do ICMS, por ser não contribuinte deste imposto.

- Saída Interestadual: 

Para empresa do segmento de construção civil, cadastrada no regime de recolhimento


outros, as disposições do art. 728, do Decreto 24.569/97, apesar de informar que as
saídas interestaduais devem ser com destaque do ICMS, estão tacitamente revogadas,
visto que a redação é da época em que as empresas de construção civil eram cadastradas
no Regime Normal (até 1994). Veja que a redação fala até em aproveitamento de crédito
pela entrada (§2º, art. 728, do Dec. 24.569/97).

Portanto, não tem incidência do ICMS na saída interestadual, sob pena de se agredir o
Princípio da Não Cumulatividade. 

Entretanto, será devido o DIFAL na forma do Convênio ICMS 93/15 c/c EC 87/15.

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Na saída de mercadoria para a obra ou para o canteiro de obra, a empresa de


construção civil ou assemelhada emitirá nota fiscal consignando como destinatário o nome
da própria empresa  remetente, como endereço, o da obra ou canteiro de obra e como
natureza da operação, a expressão  "remessa para obra ou canteiro de obra, conforme o
caso".

Fundamentação Legal: Decreto 24.569/97, artigo 728.

c) Saídas em geral dos bens de ativo imobilizado ou uso e consumo realizadas por
empresa de construção civil cadastrada no "regime de recolhimento outros" ou
mesmo não contribuinte:

Conforme o Decreto 24.569/97, artigo 591 – A, saída de ativo imobilizado por contribuinte
do ICMS, é sem destaque do ICMS.

Como a norma assegura ao contribuinte do ICMS a saída sem destaque do imposto,


evidentemente que deve ser estendido aos não contribuintes, como no caso de empresas
do Regime "Outros".

Registre-se que essa questão não é bem digerida no âmbito operacional da SEFAZ, pois
quando da solicitação de nota fiscal avulsa em relação à venda de ativo poderá ser exigido
o ICMS correspondente; isso ocorre porque para muitos agentes fazendários deveria estar
expresso.

Caso seja exigido o imposto, observar a possibilidade de redução na base de cálculo em


80% desde que atendidas as condições do Dec. 33.327/19, art. 44, Anexlo III, iten 3.0 ao
4.2.

[Item 3.0 - Redução de 80% (oitenta por cento) na base de cálculo do ICMS nas operações
de saída de máquinas, móveis, aparelhos e motores usados: (Convênios ICM 15/81 e ICMS
50/90 – validade por prazo indeterminado).

As saídas de bens do ativo imobilizado realizadas por empresas de construção civil deverão
ocorrer sem incidência do ICMS, nos termos do art. 14 da Lei 12.670/96 c/c art. 17
do Decreto 33.327/19 e 591-A do Decreto 24.569/97. 

Ressalvados os casos concretos avaliados pelo Fisco, inclusive, quando as operações forem
assemelhadas a atos de comércio propriamente dita. 

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14. Prazo de Recolhimento do ICMS – Diferencial de Alíquota
O estabelecimento que exerce atividade de construção civil e assemelhados, deverá
recolher o ICMS diferencial de alíquota:

• no momento da passagem no primeiro posto fiscal de entrada neste Estado;

• exceto se credenciado pelo Fisco para efeito de recolhimento até o 20º (vigésimo)
dia do mês subsequente ao da ocorrência do fato gerador, nos termos da legislação
pertinente.

 Fundamentação Legal: Decreto 24.569/97, art. 725, § 1º.

15. SPED Fiscal


A empresas de construção civil estão desobrigadas a entregar a Escrituração Fiscal Digital
(EFD).

16. Simples Nacional


Em regra, nas operações de entrada interestaduais, a mercadoria destinada para
uso/consumo ou imobilizado, o estabelecimento deve observar que:

as empresas de construção civil estão no Regime de Recolhimento Outros, logo, aplica-se o


DIFAL de que trata a Emenda Constitucional n°. 87/15 e o Convênio nº.  93/15.

Devendo ser recolhido pelo remetente do outro Estado, desde que, não seja do Simples
Nacional, já que, a Liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade  (ADI) 5464, o
Supremo Tribunal Federal  (STF)  suspendeu o DIFAL  das empresas  Optantes do Simples
Nacional de que trata a LC 123/06.

Portanto, os estabelecimentos cadastrados no Regime de Recolhimento OUTROS, por se


tratar de não contribuinte do ICMS, quando das operações interestaduais, aplica-se  o
DIFAL não contribuinte na forma da EC 87/15 c/c Convênio ICMS 93/15.

17. Perguntas Frequentes


1. Uma empresa na Atividade de CONSTRUÇÃO CIVIL, não contribuinte do ICMS,
fez as compras de ativo imobilizado com o CFOP 6107 - Venda de produção do
estabelecimento, destinada a não contribuinte. Sendo que será necessário emitir

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uma devolução da mercadoria. Qual o CFOP deve ser utilizado na Devolução, já
que a empresa (Construção Civil) NÃO é Contribuinte do ICMS, (muito embora
tenha CGF)?

A empresa deve ser emitida uma NF-e ou Nota Fiscal Avulsa, informando o CFOP inverso ao
CFOP de entrada, com destaque do ICMS, para fins de crédito do adquirente.

Se a mercadoria foi registrada como imobilizado, a devolução deve ser com o CFOP __553
(Devolução de compra de bem para o ativo imobilizado).

2. Uma empresa na área de Construção Civil presta serviços em obras para outras
empresas de construção, e precisa enviar alguns ativos imobilizados para um
canteiro de obra fora do estado. Quais os dados para emissão da nota fiscal?

Como o bem será utilizado na prestação de serviço, deverá ser emitido uma remessa para
uso fora do estabelecimento. 

a) Natureza de operação: "Remessa de ativo para uso fora do estabelecimento";

b) Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP):  554 ou 6.554, conforme a


operação seja interna ou interestadual, respectivamente;

c) Destinatário: identificar os dados do próprio emitente da Nota Fiscal;

d) Informações Complementares:  a expressão "Não incidência de ICMS, conforme


artigo 4º, inciso V, do Decreto nº 33.327/2019"; a informação que o bem retornará ao
estabelecimento de origem.

3. Como será a emissão de uma Nota Fiscal de remessa para canteiro de obras de
uma empresa de construção civil estabelecida no Ceará, e o canteiro de obras no
Piaui. Perguntas: Haverá destaque de ICMS? Qual será o CFOP? Qual será a CST?

Para empresa do segmento de construção civil, cadastrada no regime de recolhimento


outros, as  disposições do art. 728, do Dec. 24.569/97,  apesar de informar que as saídas
interestaduais devem ser com destaque do ICMS, estão tacitamente revogadas, visto que a
redação é da época em que as empresas de construção civil eram cadastradas no Regime
Normal (até 1994). Veja que a redação fala até em aproveitamento de crédito pela entrada
(§2º, art. 728, do Dec. 24.569/97).

Portanto, não tem incidência do ICMS na saída interestadual, sob pena de se agredir o
Princípio da Não Cumulatividade.

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CFOP - 6.949 (Remessa para canteiros de obras)

CST – 90

ICMS - Sem destaque do ICMS.

Entretanto, o Estado de destino poderá exigir o recolhimento do DIFAL na forma do


Convênio ICMS 93/15 c/c EC 87/15. 

4. Um contribuinte cearense do ICMS, localizado em Fortaleza, está construindo


uma filial sua em outro município, Maracanaú, e deseja realizar compras de
material de construção, e espera receber no local da obra. Como devemos
proceder?

O fornecedor deverá emitir a NF-e, indicando no campo " local de entrega " o endereço do
canteiro de obras, nos dados adicionais informe as demais informações necessárias.

Fundamentação Legal: Nota Técnica 2018.005.

5. Uma empresa no ramo da construção civil localizada no Estado do Ceará, está


com uma obra no Estado do Piauí, sendo que todo material adquirido naquele
estado não circula para o Estado do Ceará, fica no Estado do Piauí. Neste caso, na
selagem da nota fiscal eletrônica é preciso pagar algum tipo de ICMS, já que a
mercadoria não circulou entre os Estados?

A SEFAZ do Estado do Ceará não se posicionou a respeito dessa situação.

Entrega em local diferente do indicado na Nota Fiscal:

a) Essa situação ocorre em operação interna ou interestadual. Por exemplo, contribuinte do


Ceará vende para Estabelecimento em Pernambuco, mas com entrega no Ceará ou em
outro Estado diferente de Pernambuco.

Nessa situação, apresenta-se um grande problema quando nas operações interestaduais


com não contribuinte do ICMS; apesar da operação ser juridicamente interestadual,
efetivamente trata-se de uma operação interna, e nesse caso não deveria ter DIFAL e
destacar-se-ia o ICMS como operação interna, quando fosse o caso, e para tal, informando
em Dados Adicionais que o local de entrega é no Ceará, e que não teria a selagem da NF.
Porém, é uma situação particularizada, sem uma orientação concreta. Com o DIFAL, tem-se
realmente um problema, pois é possível que, a partir do arquivo eletrônico da NF-e, o
Estado de destino possa vir a exigir o respectivo montante que lhe é devido, não obstante,
a tendência é ser devido ao Estado onde vai ficar fisicamente a mercadoria, mas é uma

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possibilidade, remota, mas possível, apesar de pouco provável. Por enquanto temos esse
problema, se o DIFAL seria devido ao Estado do destino jurídico (indicado na NF) ou o
Estado aonde vai fisicamente a mercadoria.

Infelizmente, não há uma norma específica tratando dessa situação. 

Desta forma, recomendo que solicite o fornecedor que informe no campo "local de entrega"
da NF-e, que a mercadoria será destinada aos canteiros de obras.

Além disso, no momento da selagem da NF-e, informe que a mercadoria será destinada a
canteiro de obras.

18. Fundamentação Legal


Decreto 24.569/97 (RICMS/CE) – art. 725 e seguintes.

Decreto 33.327/2019  - Regulamento do ICMS. 

Nota Explicativa 01/2006 – mercadorias ou bens entregues diretamente pelo fornecedor


no canteiro de obra da adquirente.

Nota Explicativa 01/2011 – não aplicabilidade com a EC 87/15

Comunicado CATRI/CEFIT: 04/2007 – não aplicabilidade com a EC 87/15

Comunicado CATRI/CEFIT: 07/2007  –  trânsito de máquinas usadas de autopropulsão para


atividade agrícola ou de construção civil. Onde consta ALT leia-se atualmente DLT
(Declaração de Livre Trânsito), nos termos do Dec. 32.488/18, art. 2º, §§ 1º e 2º.

Vide Convênio ICMS 93/15, efeitos a partir 01/01/16 – DIFAL.

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