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FACULDADE DE DIREITO
GRADUAÇÃO
FORTALEZA
2021
FRANCISCA MARIA RODRIGUES DA SILVA
FORTALEZA
2021
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
_________________________________________________________________________________
Aprovada em:
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
(Orientador)
_________________________________________
(examinadora)
________________________________________
(examinadora)
À meu filho, Adrian, presente de Deus na minha vida, ser que me fez ver
a vida com outros olhos e mesmo com tanta inocência e pureza de criança, me
motiva a cada minuto a persistir na caminhada.
The Lei Salão Parceiro (Partner Salon Law) of n° 13.352/2016 is investigated, which
regularized the partnership relationships of professionals who work in the area of
beauty, with the main objective of formalizing hiring practices that have already
existed in the sector for many years. Thus, with the fulfillment of all the prerogatives
provided for in said legislation, the employment relationship between the parties will
be removed. The aim is to analyze civil and labor aspects applicable to the
legislation, with the aim of further deepening and understanding the theme. To this
end, we used the deductive approach methodology with the use of bibliographical
research in books, theses, dissertations, magazine articles, research carried out with
professionals in the field, reports from professionals in the sector collected by videos
published on You Tube, statistics from the DataSebrae website, in addition to
investigating the main practical elements present in everyday relationships, in order
to delimit present characteristics in partnership relationships that embody
subordination or autonomy, essential elements for the recognition of the partnership
relationship or employment relationship between the parties. Therefore, recent
decisions of the Superior Labor Court were taken as a basis, found on the website of
the aforementioned Court, more precisely in the Jurisprudence search tab, searching
for the combination of two keywords, namely: Lei Salão-Partner; employment bond;
absence of employment relationship; partnership relationship; autonomy;
subordination. In addition, on the documents tab, the option all was used, in addition,
filters were not used. Thus, decisions were found that recognized the employment
relationship between the parties, as well as those that recognize the partnership
relationship starting, it is stated that all started from the examination of practical
factors triggering autonomy or subordination, such analysis highlighted the
importance of applying the protective principles of the Labor Law.
1 INTRODUÇÃO 12
2.ASPECTOS TRABALHISTAS E CONTRATUAIS DA LEI SALÃO PARCEIRO 15
2.1 Flexibilidade do Direito do Trabalho 19
2.1.1 Pejotização 21
2.2 Princípio da primazia da realidade 24
3. DA RELAÇÃO DE EMPREGO 28
3.1 Elementos caracterizadores da relação empregatícia 30
3.2 Autonomia nas Relações de Trabalho 35
4. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO: ANÁLISE JURISPRUDENCIAL LEI N°
13.352/2016. 40
4.1 Não reconhecimento do vínculo empregatício 41
4.2 Reconhecimento do vínculo empregatício 47
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 53
REFERÊNCIAS 56
12
1 INTRODUÇÃO
1
TARTUCE, Flávio, Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos em Espécie, METODO, 6º edição,
São Paulo, 2011
2
GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil 1 Esquematizado – Parte Geral, Obrigações,
Contratos, SARAIVA, 1ª edição, São Paulo, 2011.
3
. VENOSA, Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil, Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos
Contratos, 10ª edição, ATLAS, São Paulo- 2010.
4
BRASIL. LEI nº 13.352, de 27 de outubro de 2016. ALTERA A LEI Nº 12.592, DE 18 DE JANEIRO
2012, PARA DISPOR SOBRE O CONTRATO DE PARCERIA ENTRE OS PROFISSIONAIS QUE
EXERCEM AS ATIVIDADES DE CABELEIREIRO, BARBEIRO, ESTETICISTA, MANICURE,
PEDICURE, DEPILADOR E MAQUIADOR E PESSOAS JURÍDICAS REGISTRADAS COMO
SALÃO DE BELEZA. ALTERAÇÃO, NORMAS, EXERCICIO PROFISSIONAL, ATIVIDADE,
HIGIENE, SALÃO DE BELEZA, BARBEARIA, CABELEIREIRO, CONTRATO, PARCERIA., Brasil:
Diário Oficial da União, 27 out. 2016. Disponível em:
16
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=13352&ano=2016&ato=124AzZ650dZp
WTeff. Acesso em: 25 jun. 2020.
5
GOMES, Orlando. Contratos. 26 ed., São Paulo: Forense 2007.p.354
6
VENOSA, Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil, Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos
Contratos, 10ª edição, ATLAS, São Paulo- 2010.
17
7
BRASIL. LEI nº 13.352, de 27 de outubro de 2016. ALTERA A LEI Nº 12.592, DE 18 DE JANEIRO
2012, PARA DISPOR SOBRE O CONTRATO DE PARCERIA ENTRE OS PROFISSIONAIS QUE
EXERCEM AS ATIVIDADES DE CABELEIREIRO, BARBEIRO, ESTETICISTA, MANICURE,
PEDICURE, DEPILADOR E MAQUIADOR E PESSOAS JURÍDICAS REGISTRADAS COMO
SALÃO DE BELEZA. ALTERAÇÃO, NORMAS, EXERCICIO PROFISSIONAL, ATIVIDADE,
HIGIENE, SALÃO DE BELEZA, BARBEARIA, CABELEIREIRO, CONTRATO, PARCERIA., Brasil:
Diário Oficial da União, 27 out. 2016. Disponível em:
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=13352&ano=2016&ato=124AzZ650dZp
WTeff. Acesso em: 25 jun. 2020
8
PERREIRA, Caio Mário da Silva. Classificação dos contratos. In: PERREIRA, Caio Mário da Silva.
Instituições de Direito Civil: contratos aleatórios. 10. ed. São Paulo: Forense, 2011. Cap. 3. p. 58-60.
Disponível em:
file:///C:/Arquivos/Downloads/PEREIRA,%20Caio%20Mario%20da%20Silva.%20Institui%C3%A7%C3%B
5es.%20Contratos%20Aleat%C3%B3rios.pdf. Acesso em: 13 jul. 2021.
18
9
BRASIL. Congresso. Senado. Lei nº 13.352, de 27 de outubro de 2016. Altera a Lei nº 12.592, de
18 de janeiro 2012, para dispor sobre o contrato de parceria entre os profissionais que
exercem as atividades de Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e
Maquiador e pessoas jurídicas registradas como salão de beleza.. . 1. ed. Brasília, DF: Diário
Oficial da União, 28 out. 2016. Seção 1. Art,§10 Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13352.htm. Acesso em: 30 maio 2021
10
Ibidem, Art 1º °-A, § 5
11
FERNANDES, Paulo Roberto. Breves comentários à Lei do salão parceiro (13.352/2016).
Revista eletrônica [do] Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, Curitiba, PR, v. 7, n. 66, p. 27-34,
mar. 2018. disponível em: http:// https://juslaboris.tst.jus.br/handle/20.500.12178/129830. acesso
em: 30 jun. 2021.
19
12
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 18. ed. São Paulo: LTr, 2019.
13
NASCIMENTO, Amauri Mascaro do. Curso de direito do trabalho,19.ed. São Paulo:LTr 2003.
20
14
Ibidem,p.178.
15
IZAR, Ricardo. Projeto de Lei da Câmara dos Deputados nº 5.230, de 26 de março de 2013.
Dispõe sobre a regulamentação e base de tributação do "salão-parceiro" e do"profissional-parceiro".
Brasília.
16
bidem,p.3
21
2.1.1 Pejotização
19
SEBRAE (Brasil). Perfil do Mei. Disponível em:
https://datasebrae.com.br/perfil-do-microempreendedor-individual/. Acesso em: 01 jul. 2021.
20
FRANCO FILHO, Georgenor de Sousa. Pejotização. Revista eletrônica [do] Tribunal Regional do
Trabalho da 9ª Região, Curitiba, PR, v. 8, n. 80, p. 17-18, jul. 2019.
21
Ibidem,p.2
22
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 18. ed. São Paulo: LTr, 2019.
23
23
BATISTA, Isabel de Oliveira; SILVA, Patrick Luiz Martins Freitas. A PEJOTIZAÇÃO SOB O PRISMA
DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO. Jus Laboris, São Paulo, v. 83, n. 2, p. 1-24, 02 abr. 2017.
Mensal. Disponível em:
https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/110133/2017_batista_isabel_pejotizacao
_prisma.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 05 jul. 2021
24
ALMEIDA, Bruno Carneiro da Cunha. O fenômeno da pejotização à luz dos princípios
trabalhistas no contexto da flexibilização.Revista da ESMAT 13 Escola Superior da Magistratura
Trabalhista da Paraíba, João Pessoa, v. 4, n. 4, out. 2011. Disponível em: <http://www.amatra13.
org.br/arquivos/revista/REVISTA %20DA%20ESMAT%2013%20ANO%204%20N%204%20
OUT%202011[PARA%20IMPRESS%C3%83O%20COM%20302%20PAGINAS].pdf>. Acesso em: 30
jun.2021
24
confirmam Isabel de Oliveira Batista e Patrick Muniz Freitas Filho25 que um dos
motivos está relacionado à pessoa física sujeita a essa nova relação se ver
beneficiada pelo pagamento do imposto de renda como pessoa jurídica, o que acaba
se tornando um atrativo para aumentar as chances de descontos de despesas. Pode
se mencionar ainda a justificação do profissional em se ver amparado legalmente e
legalizado como pessoa jurídica.
Além do mais, segundo dispõem Eloy Pereira Lemos Junior, Maria Aurea
Barone Cecato e Vanessa Vieira Pessanha,26 alguns trabalhadores se submetem a
esse tipo de contratação, considerando ter maior autonomia, flexibilidade e controle
sobre a prestação de serviço. Aliado à possibilidade de trabalhar em mais de um
local o que geraria um aumento da sua renda.
Com esse cenário, advindo da pejotização em que são encontrados
pontos negativos e positivos, os princípios gerais do Direito assumem um papel
fundamental de proteção aos interesses daqueles que exercem suas atividades
regularizadas por contrato de prestação de serviços, conforme será abordado
adiante.
25
BATISTA*, Isabel de Oliveira; SILVA, Patrick Luiz Martins Freitas. A PEJOTIZAÇÃO SOB O PRISMA
DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO. Jus Laboris, São Paulo, v. 83, n. 2, p. 5, 02 abr. 2017.
Mensal. Disponível em:
https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/110133/2017_batista_isabel_pejotizacao
_prisma.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 05 jul. 2021.
26
LEMOS JUNIOR, Eloy Pereira; CECATO, Maria Aurea Baroni; PESSANHA, Vanessa Vieira. DIREITO DO
TRABALHO E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO II. Conpedi: Conselho Nacional de Pesquisa e
Pós-Graduação em Direito, Florianopólis, v. 17, n. 34, p. 1-28, 19 jul. 2017. Semestral. Disponível em:
onpedi.danilolr.info/publicacoes/roj0xn13/7bmu3s0t/QZfC7VY29jPUTiPY.pdf. Acesso em: 06 jul.
2021.
27
BOMFIM, Vólia. Direito do Trabalho. 13ª ed. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método, 2017.
25
28
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. São Paulo: Ltr, 2016. 896 p.
Atualizado por Josse Claudio Franco de Alencar.
29
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho: 1. São Paulo: Saraiva Jur, 2019. 337 p.
30
Ibidem,p.42
26
31
RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípio do Direito do Trabalho. 3. ed. São Paulo: Ltr, 2000. 233 p.
Disponível em:
https://fiquesursis.files.wordpress.com/2012/04/livro-princc3adpios-do-direito-do-trabalho-amc3a9ric
o-plc3a1.pdf. Acesso em: 14 jul. 2021.
32
Ibidem,p.148.
33
Ibidem,p.148.
27
34
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Contrato de parceria em salão de beleza: Lei n. 13.352/2016.
Revista eletrônica [do] Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, Curitiba, PR, v. 7, n. 66, p. 9-11,
mar. 2018.
28
3. DA RELAÇÃO DE EMPREGO
35
SANTOS, Lázaro Matter dos. A CARACTERIZAÇÃO DO TRABALHADOR AUTÔNOMO NO
ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. 2012. 44 f. Monografia (Especialização) - Curso de Direito,
Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul., Ijui Rs, 2012. Cap. 4. Disponível em:
https://bibliodigital.unijui.edu.br:8443/xmlui/bitstream/handle/123456789/1131/Monografia%20Laza
ro.pdf?sequence=1. Acesso em: 25 jul. 2021.
36
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 18. ed. São Paulo: LTr, 2019.
29
37
ibidem,p.335
38
ibidem,p.335
39
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.p.
1481
30
1)Pessoa física
40
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 18. ed. São Paulo: LTr, 2019.p 622
41
ibidem,p.340
31
2) Pessoalidade
3) Não-eventualidade
42
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho: 1. São Paulo: Saraiva Jur, 2019. p.244.
43
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
p.248.
44
ibidem,p.249
32
4) Onerosidade
45
NASCIMENTO, Amauri Mascaro do. Curso de direito do trabalho, 1997.p.240
46
BOMFIM, Vólia. Direito do Trabalho. 13ª ed. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método,
2017.p.298
47
ibidem,p.293
33
5) Subordinação
48
ibidem,p.296
49
ibidem,p.287
50
Ibidem,p.288
51
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 18. ed. São Paulo: LTr, 2019.p.630
34
52
BRASIL. Decreto Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho..
O Presidente da República, Usando da Atribuição Que Lhe Confere O Art. 180 da Constituição,
Decreta:: Art. 1º Fica aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho, que a este decreto-lei
acompanha, com as alterações por ela introduzidas na legislação vigente. Parágrafo único.
Continuam em vigor as disposições legais transitórias ou de emergência, bem como as que não
tenham aplicação em todo o território nacional. Art. 2º O presente decreto-lei entrará em vigor em 10
de novembro de 1943.. Rio de Janeiro, RJ., Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 10 ago. 2021.
53
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 18. ed. São Paulo: LTr, 2019.p.351
54
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
p.249.
35
55
SANTOS, Lázaro Matter dos. A CARACTERIZAÇÃO DO TRABALHADOR AUTÔNOMO NO
ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. 2012. 44 f. Monografia (Especialização) - Curso de Direito,
Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul., Ijui Rs, 2012. Cap. 4. Disponível em:
https://bibliodigital.unijui.edu.br:8443/xmlui/bitstream/handle/123456789/1131/Monografia%20Laza
ro.pdf?sequence=1. Acesso em: 25 jul. 2021.
36
56
BRASIL. Decreto Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho..
O Presidente da República, Usando da Atribuição Que Lhe Confere O Art. 180 da Constituição,
Decreta:: Art. 1º Fica aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho, que a este decreto-lei
acompanha, com as alterações por ela introduzidas na legislação vigente. Parágrafo único.
Continuam em vigor as disposições legais transitórias ou de emergência, bem como as que não
tenham aplicação em todo o território nacional. Art. 2º O presente decreto-lei entrará em vigor em 10
de novembro de 1943.. Rio de Janeiro, RJ., Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 10 ago. 2021.
57
SÜSSEKIND, Arnaldo. Da relação de trabalho. Revista Ltr: legislação do trabalho, São Paulo, SP,
v. 74, n. 3, p. 263-265, mar. 2010.
37
58
DINIZ, Ana Paola Santos Machado; VARELA, Maria da Graça Bellino de Athayde de Antunes.
Revista eletrônica do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia, Salvador, BA, v. 6, n. 9, p. 7-19, out.
2017. disponível em:/juslaboris.tst.jus.br/handle/20.500.12178/13698
59
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 18. ed. São Paulo: LTr, 2019.p.351
38
Além disso, outro ponto apresentado na pesquisa foi a ideia de MEI por
submissão idéia contrária a autonomia, primeiramente destacou-se o momento da
transição dos profissionais para Microempreendedores Individuais, situação
obrigatória para se firmar um contrato de parceria, assim os entrevistados
relataram,que a empresa reuniu a equipe para explicar a mudança, todavia nenhum
dos entrevistados conseguiu explicar de forma aprofundada o que é a nova figura
jurídica e quais são seus direitos e deveres61.
60
SOUZA, Mariana Machado; BORGES, Livia de Oliveira. SALÃO PARCEIRO NA PRÁTICA:
SUBMISSÃO OU AUTONOMIA: salão parceiro⠽ en la práctica: ¿sumisión o autonomía? beauty salon
partner in practice: submission or autonomy?. Scielo, São Paulo, n. 2020, p. 01-16, 30 out. 2020.
Mensal. Disponível em: https://www.scielo.br/j/psoc/a/57vZgzb7tJGCTdBP9THjccB/?lang=pt. Acesso
em: 05 jun. 2021.
61
ibidem,p.10
39
62
ibidem,p.11
63
ibidem,p.11
64
ibidem,p.11
40
65
DEPUTADOS, Câmera dos. Legislação Informatizada - LEI Nº 12.592, DE 18 DE JANEIRO DE 2012 -
Publicação Original. 2012. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12592-18-janeiro-2012-612301-publicacaooriginal-
134969-pl.html. Acesso em: 17 ago. 2021.
66
BRASIL. Congresso. Senado. Lei nº 13.352, de 27 de outubro de 2016. Altera a Lei nº 12.592, de
18 de janeiro 2012, para dispor sobre o contrato de parceria entre os profissionais que
exercem as atividades de Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e
Maquiador e pessoas jurídicas registradas como salão de beleza.. . 1. ed. Brasília, DF: Diário
Oficial da União, 28 out. 2016. Seção 1. Art,§10 Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13352.htm. Acesso em: 30 maio 2021
67
#STF diga SIM à Lei do Profissional Parceiro / Salão Parceiro. Direção de Gleyci Persil. [S.I]: You
Tube, 2020. P&B. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XildtYmbVtQ&t=205s. Acesso
em: 25 jul. 2021.
41
68
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Acordão nº AIRR-1033-66.2018.5.17.0011. Relator: Ministro
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira. Brasília, DF, 10 de fevereiro de 2021. Diário Oficial da União.
Brasília, 12 fev. 2021. Disponível em: https://jurisprudencia.tst.jus.br/. Acesso em: 22 ago. 2021.
42
(...)A Corte regional revelou, ainda, em trecho não transcrito pela agravante,
que "a reclamante recebia percentual de 72% em relação aos serviços
prestados, sendo certo que tal percentual notoriamente foge ao âmbito de
uma típica relação de emprego. Além disso, restou apurado que ela
trabalhava utilizando seu próprio material, tinha a liberdade de bloquear a
agenda caso necessário e podia se negar a atender clientes não
previamente agendadas sem que isto implicasse algum tipo de repreensão
por parte da reclamada"70
69
Ibidem.
70
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Acordão nº AIRR-1033-66.2018.5.17.0011. Relator: Ministro
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira. Brasília, DF, 10 de fevereiro de 2021. Diário Oficial da União.
Brasília, 12 fev. 2021. Disponível em: https://jurisprudencia.tst.jus.br/. Acesso em: 22 ago. 2021.
43
conhecida como ‘lei do salão parceiro’, tendo em vista que a exegese que
se extrai do art. 1º-A do mencionado diploma legal é de que os contratos de
parceria deverão ser firmados, obrigatoriamente, por escrito, o que não foi
observado pela reclamada71.
71
Ibidem.
72
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual
a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
73
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Acordão nº AIRR-1000045-17.2016.5.02.0043. Relator:
Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira. Brasília, DF, 13 de março de 2019. Diário Oficial da
União. Brasília, 15 mar. 2021. Disponível em:
https://jurisprudencia.tst.jus.br/#64aef54a2cce3b6a2896bed63e789309. Acesso em: 22 ago. 2021.
74
Ibidem
44
75
Ibidem
76
Ibidem
77
Ibidem.
45
(...)O primeiro enuncia que a trabalhadora possuía apenas " certa permissão
para gerenciamento de sua agenda de trabalho, pois, mesmo quando isto
ocorria, havia monitoramento do outro contratante " , e na hipótese a
reclamante prestava serviços sem qualquer ingerência, uma vez que podia
ausentar-se injustificadamente e trabalhar somente quando fosse
conveniente.
O segundo registra a premissa de que "a demandante laborava de forma
pessoal, onerosa e não eventual, subordinando-se ao sistema de trabalho
do salão" , o que não se verifica no caso uma vez que ausentes a
pessoalidade e subordinação jurídica
O último revela que " não se verifica um patamar aceitável de autonomia,
bem como de gerenciamento no que diz respeito às atividades profissionais
" (fl. 509-PE) e que " não resta claro se o reclamante fechava a agenda
conforme a sua disponibilidade de horário " (fl. 509-PE). No caso dos autos,
a reclamante podia faltar e afastar-se sempre que lhe conviesse.
78
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Acordão nº AIRR-748-37.2017.5.17.0002. Relator: Ministro
Aloysio Correa da Veiga. Brasília, DF, 05 de fevereiro de 2020. Diário Oficial da União. Brasília, 14 fev.
2020. Disponível em: https://jurisprudencia.tst.jus.br/#64aef54a2cce3b6a2896bed63e789309.
Acesso em: 22 ago. 2021.
79
§ 8º O contrato de parceria de que trata esta Lei será firmado entre as partes, mediante ato escrito,
homologado pelo sindicato da categoria profissional e laboral e, na ausência desses, pelo órgão local
competente do Ministério do Trabalho e Emprego, perante duas testemunhas.
80
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Acordão nº AIRR-1000045-17.2016.5.02.0043. Relator:
Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira. Brasília, DF, 13 de março de 2019. Diário Oficial da
46
opção pelo não exercício concreto de distintas prerrogativas inerentes ao poder diretivo do
empregador, tendo optado a reclamada por uma forma menos ostensiva de imposição de comandos,
conferindo maior fluidez e controle apenas indireto, o que não descaracteriza o vínculo trabalhista
existente. Efetivamente, a possibilidade de alteração do horário de trabalho da autora, em seu
interesse exclusivo, a ausência de punições por faltas e a eventual realização de atendimentos em
domicílio não demonstram a ausência de subordinação jurídica, apenas delineiam os mecanismos da
técnica organizacional adotada pela reclamada. Há, porém, a demonstração da existência de controle
e de pessoalidade nos serviços. Diante do exposto, não há dúvida da presença dos elementos
caracterizadores da relação de emprego, da forma exigida pelos artigos 2º e 3º da CLT. Recurso de
revista conhecido e provido . (TST - RR: 15191620105150002 1519-16.2010.5.15.0002, Relator:
Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: 29/05/2013, 6ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 07/06/2013)
83
“Art. 1º-C Configurar-se-á vínculo empregatício entre a pessoa jurídica do salão-parceiro e o
profissional-parceiro quando: II – o profissional-parceiro desempenhar funções diferentes das
descritas no contrato de parceria.
48
84
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Acórdão nº AIRR-10321-93.2016.5.03.0012. Relator:
Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. Brasília, DISTRITO FEDERAL, 11 de abril de 2018. Diário
Oficial da União. Brasília, 13 abr. 2018. Disponível em: https://jurisprudencia.tst.jus.br/. Acesso em: 22
ago. 2021.
85
Ibidem
49
(...) a manicure não tinha liberdade para cobrar valores acima do preço
estipulado pelo salão e acrescentou que para fechar a agenda
precisavam justificar o motivo , tendo "que avisar com 02 semanas de
antecedência para fechar a agenda e se fosse por motivo de viagem tinha
que avisar 02 meses antes; que não poderiam faltar sem justificativa e já
presenciou outras colegas manicures sendo xingadas por chegarem
atrasadas e impedidas de trabalhar no dia; que a reclamante sempre
chegava no horário; que recebiam ordens do gerente acerca do horário e
do uso do uniforme 86"
86
Ibidem
87
- AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS
LEIS Nos 13.015/2014 E 13.105/2015 E ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017 -
DESCABIMENTO. 1. NULIDADE DO DESPACHO DENEGATÓRIO. NULIDADE NÃO
CONFIGURADA. O trancamento do recurso, na origem, nenhum preceito viola, na medida em que
exercido o juízo de admissibilidade dentro dos limites da lei. O despacho agravado, no precário
exame da admissibilidade recursal, não impede a devolução à Corte superior da análise de todos os
pressupostos de cabimento do apelo. Assim, esvaída a tese de nulidade do despacho agravado. 2.
NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. "É inadmissível o recurso extraordinário,
quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange
todos eles" (Súmula 283/STF). 3. VÍNCULO DE EMPREGO. Não prospera o recurso de revista
lastreado somente em divergência jurisprudencial, quando os arestos apresentados são inespecíficos
(Súmula 296, I, do TST). 4. ANOTAÇÃO DA CTPS. MULTA. O fato de o art. 39, §§ 1º e 2º, da CLT
autorizar que a Secretaria da Vara proceda à anotação da CTPS, na hipótese de recusa do
empregador em fazê-lo, não compromete a aplicação de multa diária prevista no art. 461 do CPC,
pois a obrigação de fazer a ele precipuamente incumbe. 5. MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT.
50
89
Ibidem
52
desse requisito não foi essencial para descaracterizar o vínculo de emprego, pois na
maioria dos acórdãos, a relação não regia-se por contrato de parceria, o que não
configurou empecilho para a demonstração da autonomia dos profissionais.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
observou-se nas decisões que a realidade fática tem grande importância quando na
análise dos casos concretos, pois apesar da Lei salão parceiro trazer
expressamente em seu texto a obrigatoriedade da existência de contrato escrito e
homologado para efetivação da relação de parceria e afastamento do vínculo
empregatício, verificou-se que a ausência desse requisito não foi essencial para
descaracterizar o vínculo de emprego, pois na maioria dos acórdãos, a relação não
regia-se por contrato de parceria, o que não configurou empecilho para a
demonstração da autonomia dos profissionais.
REFERÊNCIAS
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 11. ed. São
Paulo: LTr, 2017.
BOMFIM, Vólia. Direito do Trabalho. 13ª ed. Rio de Janeiro: Forense. São
Paulo: Método, 2017.
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DINIZ, Ana Paola Santos Machado; VARELA, Maria da Graça Bellino de Athayde de
Antunes. Revista eletrônica do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia,
Salvador, BA, v. 6, n. 9, p. 7-19, out. 2017. disponível
em:/juslaboris.tst.jus.br/handle/20.500.12178/13698
trabalho, São Paulo, SP, v. 41, n. 162, p. 67-93, mar./abr. 2015.Disponível em:
https://juslaboris.tst.jus.br/discover. Acesso em: 23.jun.2020
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 11. ed. São
Paulo: Saraiva, 2019. p.248.