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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


CURSO DE DIREITO

AYNOAN LIMA DE OLIVEIRA

JUSTIÇA NEGOCIADA, PLEA BARGAINING E COLABORAÇÃO PREMIADA:


(in)compatibilidade do sistema norte-americano com o princípio fundante do processo penal
brasileiro

São Luís
2022
AYNOAN LIMA DE OLIVEIRA

JUSTIÇA NEGOCIADA, PLEA BARGAINING E COLABORAÇÃO PREMIADA:


(in)compatibilidade do sistema norte-americano com o princípio fundante do processo penal
brasileiro

Projeto de Monografia apresentado à Coordenação do Curso de


Direito da Universidade Federal do Maranhão, para obtenção de
nota da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I.
Orientadora: Profª Drª. Marcia Haydee Porto de Carvalho

Aprovado em: ___/___/_____

_______________________________________________
Profª Drª. Marcia Haydee Porto de Carvalho
Orientadora

São Luís
2022
SUMÁRIO
1 IDENTIFICAÇÃO.................................................................................................................4
1.1 Instituição............................................................................................................................4
1.2 Curso....................................................................................................................................4
1.3 Aluna....................................................................................................................................4
1.4 Orientadora.........................................................................................................................4
1.5 Tema.....................................................................................................................................4
1.6 Título....................................................................................................................................4
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA............................................................................................4
2.1 Formulação do Problema...................................................................................................4
3 HIPÓTESE(S)........................................................................................................................4
4 OBJETIVOS...........................................................................................................................5
4.1 Objetivo Geral.....................................................................................................................5
4.2 Objetivos Específicos..........................................................................................................5
5 JUSTIFICATIVA..................................................................................................................5
6 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................................6
7 METODOLOGIA................................................................................................................10
8 CRONOGRAMA.................................................................................................................10
9 SUMÁRIO PRELIMINAR.................................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRELIMINARES..................................................13
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1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 Instituição: Universidade Federal do Maranhão.


1.2 Curso: Direito.
1.3 Aluna: Aynoan Lima de Oliveira.
1.4 Orientador: Marcia Haydee Porto de Carvalho.
1.5 Tema: Justiça Negociada, Colaboração Premiada.
1.6 Título provisório: JUSTIÇA NEGOCIADA, PLEA BARGAINING E
COLABORAÇÃO PREMIADA: (in)compatibilidade do sistema norte-americano com o
princípio fundante do processo penal brasileiro.

2 APRESENTAÇÃO DO TEMA

A presente pesquisa versa sobre a adoção de mecanismos de justiça negociada ou


consensual no sistema penal brasileiro e a análise de sua compatibilidade com o núcleo
principiológico deste sistema a partir da análise jurídica da temática por meio do uso da
legislação, doutrina e dos julgados dos tribunais superiores, sendo eles: o Superior Tribunal
de Justiça e Supremo Tribunal Federal.

2.1 Formulação do Problema

O sistema penal brasileiro, orientado pelo princípio fundante da legalidade, propõe a


obediência irrestrita aos limites (semânticos e instrumentais) do texto legal, servindo de
verdadeiro instrumento de garantia dos direitos fundamentais do investigado/acusado em face
ao interesse público em coibir condutas criminosas. Esse sistema, que inicialmente se
demonstra contrário a adoção de espaços de consenso entre as partes do processo penal, já foi
mitigado no Brasil pelo microssistema dos Juizados Especiais Criminais, através de institutos
como a suspensão condicional do processo e da transação penal. Não obstante tal abertura, a
obediência à legalidade e obrigatoriedade ainda é a regra.
Ocorre que há uma expansão do sistema criminal norte-americano, o plea bargaining,
que é caracterizado pela adoção da justiça negociada, a qual possibilita às partes do processo
penal uma verdadeira transação dos mais variados elementos da acusação (tipicidade,
quantidade de pena, regime inicial de cumprimento de pena, etc.), exigindo do
investigado/acusado, em troca, uma das seguintes condutas: reconhecimento de culpa (plead
guilty), negação de culpa (not guilty) ou a abstenção em defender-se (no contest, nolo
contendere). Esse sistema, no ano de 2013, orientou a criação do instrumento da colaboração
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premiada no Brasil (Lei 12.850/2013).


Diante destas questões, é possível compatibilizar o instituto da colaboração premiada,
de forte influência da justiça negociada norte-americana, ao sistema penal brasileiro e seu
princípio direcionador?

3 HIPÓTESE(S)

A partir do questionamento mencionado, a hipótese que norteia


admite-se a hipótese de que a condição econômico-social dos individuos, bem como
os efeitos pós-pandemia, tiveram reflexos no instituto do bem de família. Tratando-se, em
especial, acerca da possibilidade de penhora deste bem, haja vista que há casos no qual se
admite, conforme será exposto também por meio de julgados dos Tribunais Superiores.

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

Analisar o instituto da colaboração premiada no Brasil e a sua compatibilidade com o


sistema penal nacional.

4.2 Objetivos Específicos

a) Esclarecer os ditames constitucionais do processo penal brasileiro, demonstrando a


dicotomia entre a adoção do princípio da legalidade e o da oportunidade (adotado pela justiça
negociada);
b) Expor a instrumentalidade constitucional do processo penal no Brasil e a adoção do
princípio da necessidade;
c) Pontuar a dicotomia entre o respeito às garantias constitucionais do investigado/acusado e
a lógica utilitarista e eficientista adotada nos instrumentos da justiça negociada;
d) Apresentar o processo penal como uma atividade de risco e os efeitos dessa caraterística
na adoção dos espaços de consenso na seara criminal;
e) Defender a (in)compatibilidade do instituto da colaboração premiada no Brasil, nos
termos em que foi introduzida no nosso ordenamento, e a necessidade de melhor
regulamentação legislativa da matéria.
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5 JUSTIFICATIVA

A introdução da colaboração premiada no Brasil, nos termos em que foi criada pela
Lei 12.850/13, gera grave afronta ao princípio da legalidade, fundante do sistema penal
nacional, como bem observa LOPES JR. (2017, p. 178):
Por mais que se admita que o acordo sobre a pena seja uma tendência
mundial e inafastável, (mais) uma questão que preocupa muito é: onde estão
as regras e limites na lei? Onde está o princípio da legalidade? Reserva de
lei? Será que não estamos indo no sentido da negociação, mas abrindo mão
de regras legais claras, para cair no erro do decisionismo e na ampliação dos
espaços indevidos da discricionariedade judicial? Ou ainda, na ampliação
dos espaços discricionários do próprio Ministério Público? Fico preocupado,
não apenas com a banalização da delação premiada, mas com a ausência de
limites claros e precisos acerca da negociação. É evidente que a Lei
12.850/13 não tem suficiência regradora e estamos longe de uma definição
clara e precisa acerca dos limites negociais.

Ainda nesse sentido, GIACOMOLLI (2016, p. 319-320):

A recepção da bargaining e da probation no Brasil ocorreu sem uma análise


e discussão acerca dos formantes (lei, doutrina, jurisprudência) explícitos ou
ocultos (Criotipos) dos próprios institutos admitidos nos ordenamentos
originários e nos que já os haviam recepcionado (Itália e Portugal, v.g.).
Igualmente, não foram consideradas as estruturas político-econômicas e
culturais diferenciadas, o pluralismo jurídico, a funcionalidade global, os
fatores metanormativos (ideologia, tradição, política, economia, realidade
sociocultural, v.g.), bem como os problemas já enfrentados pelos
ordenamentos continentais onde foram incorporados e ampliados. Na
realidade, não ocorreu propriamente uma recepção, mas uma mutação
jurídica, na medida em que tanto a bargaining quanto a probation sofreram
alterações, adequações ao sistema penal e processual brasileiro ao serem
transplantadas.

A preocupação dos autores é relevante, uma vez que preceitua a Constituição Federal
de 1988, no seu art. 5º, XXXIX: “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal”. Além disso, é crucial ressaltar que o processo penal é um
instrumento justificador da aplicação da pena ao indivíduo (princípio da necessidade –
instrumentalidade constitucional), ou seja, só haverá jus puniendi do Estado se o indivíduo foi
processado e julgado conforme os ditames constitucionais, infraconstitucionais e
convencionais, caso contrário sempre deverá prevalecer o status libertatis (LOPES JR., 2017,
p. 61-62).
Aliado a estas considerações, ainda devem ser discutidos os argumentos para a adoção
deste instituto de justiça negociada no nosso ordenamento. Segundo LOPES JR. (2017, p.
7

175), afirmar que a justiça negociada é uma imposição do sistema acusatório é utilitarista e
eficientista, ou seja, nada mais que uma falácia. No que tange ao eficientismo, o autor não se
mostra totalmente contrário a adoção de medidas de eficiência no processo, mas apenas
àquelas que atropelam as garantias a qualquer custo. A eficiência, portanto, só é um mal
quando é adotada num viés utilitarista, até por que possui seus pontos positivos, como afirma
MORAIS DA ROSA (2017, p. 514) ao falar dos institutos de justiça negociada:

6 REFERENCIAL TEÓRICO

Em construção

7 METODOLOGIA

A pesquisa será realizada através de um estudo bibliográfico do tema proposto,


baseando-se, inicialmente, no que nos ensina o método dedutivo, pelo qual o pesquisador
partirá de premissas gerais, como a análise do sistema processual penal brasileiro à luz da
Constituição Federal de 1988, até alcançar conclusões mais específicas, pelo que se chegará
ao entendimento quanto a compatibilidade ou não da colaboração premiada, enquanto
instituto negocial, no ordenamento jurídico brasileiro.
Como técnicas de pesquisa serão utilizadas as de documentação indireta,
consubstanciada na pesquisa documental, na qual serão feitos estudos sobre os temas da
justiça negocial, plea bargaining, colaboração premiada e o princípio da legalidade no
sistema penal brasileiro. Além desta, a pesquisa bibliográfica também será amplamente
aplicada, uma vez que se faz necessária a análise de doutrinas e artigos especializados sobre o
tema, a fim de colhermos os argumentos capazes de fundamentar o posicionamento das
correntes divergentes.
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8 CRONOGRAMA

ANO: 2022/2023
ETAPAS

MÊS
ATIVIDADES
SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI
2022 2022 2022 2022 2023 2023 2023 2023 2023
Preparação da
X
Planejamento

Pesquisa
Estudos
X X
Preliminares
Fichamentos X X X X
Pesquisa
X X X X
Bibliográfica
Coleta de Dados

Pesquisa
X X X X
Complementar

Pesquisa
Extraordinária de X X X X
Atualização

Elaboração do
X X X X
Análise

Plano de Pesquisa
Revisão Geral dos
X X X X
Dados
Redação
X X X
Redação

Provisória
Redação
X X
Definitiva
Revisão do
X X
Manuscrito
Correções X X
Revisão

Digitação Final X

Apresentação da
Pesquisa X
Concluída
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9 SUMÁRIO PRELIMINAR

1 INTRODUÇÃO
2 JUSTIÇA CONSENSUAL NO PROCESSO PENAL
2.1 Sistemas processuais penais
2.2 Princípio da obrigatoriedade e da oportunidade
3 PLEA BARGAINING
4 COLABORAÇÃO PREMIADA
5 A NEGOCIAÇÃO PENAL E OS CONFLITOS COM O SISTEMA PROCESSUAL
BRASILEIRO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRELIMINARES

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Congresso


Nacional, 1988.

BRASIL. Lei 8.009, de 29 de março de 1990. Brasília: Congresso Nacional, 1990.

BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. (Código Civil). Brasília: Congresso


Nacional, 2002.
10

BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RE: 1307334, Relator: Ministro Alexandre


de Moraes, data de Julgamento: 10/03/2022, Tribunal Pleno, data de publicação: DJe
16/03/2022. Disponível em:
<https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?
incidente=6087183&numeroProcesso=1307334&classeProcesso=RE&numeroTema=1127> .
Acesso em: 15 jun. 2022.

AZEVEDO, Álvaro Villaça. Bem de Família: com comentários à Lei nº 8.009/90 – 6º ed.
rev., ampl e atualizada. São Paulo: Atlas, 2010.

DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias – 14º ed. rev. ampl. e atual –
Salvador: Editora JusPodivm, 2021.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: direito de família – 18º ed – São
Paulo: Saraiva, 2021.

MADALENO, Rolf. Direito de Família – 10º ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020.

PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil – Vol. V/ Atual – 25º ed. rev.,
atual e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017.

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