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CRÉDITOS

Conteudista
Mariana Marinho Machado

Coordenação Pedagógica
Marizete da Silva Oliveira

Coordenação de EaD
Daniella Gonçalves Cabeceira

Revisão
Kátia Carolina dos Santos

Design e Diagramação
Allan Mendes de Jesus
SUMÁRIO

Unidade I Teoria e Prática dos Precedentes 1

Introdução: vamos aprender juntos? 1

Seção 1: Teoria dos Precedentes Judiciais 4

1 Sistemas do Civil Law e do Common Law 6

Seção 2: O Sistema De Precedentes e o Novo Código de Processo Civil 11

Seção 3: Conceitos Básicos do Sistema de Precedentes 17

Conclusão 22

Referências 23
Unidade I
Teoria e Prática
dos Precedentes
1 Introdução: vamos aprender juntos?
Prezados colegas, sejam todos muito bem-vindos ao curso Teoria e Prática dos

Precedentes!

Estamos honrados por terem escolhido o nosso curso para percorrermos juntos

essa jornada pelo sistema dos precedentes.

Na Unidade I, aprenderemos com a professora Mariana Marinho Machado

sobre a Teoria Geral dos precedentes, estudando todo o embasamento teórico – tanto

a doutrina nacional quanto a estrangeira – que permita ao magistrado lidar com a

temática dos precedentes à luz do Código de Processo Civil de 2015.

Dentre os conteúdos examinados, listamos: 1) a conceituação dos precedentes;

2) os princípios aplicáveis ao sistema de precedentes, especialmente os referentes

à efetividade da prestação jurisdicional; 3) estudo comparado entre o sistema de

precedentes no Civil Law e no Common Law, acentuando seus pontos de aproximação

e de diferenciação; 4) o microssistema de causas repetitivas, com seus institutos

comuns e aplicação recíproca de normas para sanar lacunas internas no sistema;

5) as funções e o uso dos precedentes; 6) o impacto do sistema de precedentes

vinculantes nos princípios da segurança jurídica e da isonomia.

Na Unidade II, Identificando e gerindo as demandas repetitivas e de massa, a

1
professora Ana Beatriz Estrella nos auxiliará a identificar e classificar as demandas

repetitivas que causam congestionamentos em nossas unidades judiciárias.

Focaremos em selecionar e aplicar, com base no sistema de precedentes, as

ferramentas adequadas para sistematizar o nosso trabalho, conferindo mais

celeridade à prestação jurisdicional.

Do conteúdo analisado, destacamos: 1) a identificação das ações de massa e

demandas repetitivas; 2) a utilização de institutos como o Incidente de Resolução

de Demandas Repetitivas – IRDR, Incidente de Assunção de Competência – IAC,

os Recursos Extraordinário e Especial Repetitivos, e a repercussão geral; 3) as

soluções de gestão, para saber qual tipo de precedente aplicar no caso concreto; 4)

as ferramentas e órgãos de apoio nos Tribunais locais e Superiores, destacando o

papel dos Núcleos de Gerenciamento de Precedentes – NUGEP’s.

Por fim, na Unidade III, o professor Frederico Koehler intermediará a matéria

para nos permitir atingir os objetivos indicados a seguir: a) aperfeiçoar a capacidade

de aplicar o sistema de precedentes vinculantes nos respectivos órgãos jurisdicionais

da forma mais otimizada e eficiente possível; b) implementar, com isso, ganhos na

produtividade e no tempo médio de tramitação dos processos.

Eis os temas que estudaremos:

1) os precedentes e a otimização da gestão processual;

2) instrumentos processuais para o processamento das causas repetitivas;

2.1) improcedência liminar do pedido;

2.2) tutela antecipada de evidência;

2
2.3) suspensão de segurança para várias liminares em casos repetitivos (Lei n.

8.437/1992, art. 4º, § 8º; Lei n. 12.016/2009, art. 15, § 5º); 3) gestão dos recursos com

base nos precedentes: negativa de seguimento; juízo de retratação; sobrestamento;

julgamentos sumários de recurso pelo relator.

Todos prontos para começarmos?

Então. mãos à obra!

3
1
Teoria dos Precedentes
Judiciais

4
A partir de agora, estudaremos a Unidade I do Curso Teoria e Prática dos

Precedentes.

Nesta primeira unidade, traremos um embasamento teórico para que todos

entendam como funciona a sis dos Precedentes em nosso país.

Para iniciar, importante salientar que o Poder Judiciário brasileiro é um dos

mais congestionados do mundo. Conforme dados do Conselho Nacional de Justiça,

no Relatório do Justiça em números de 2020, tendo como ano base o ano de 2019,

tramitavam mais de 77,1 milhões de processos no Judiciário brasileiro aguardando

alguma solução definitiva.1

Assistam o seguinte video “Gargalos da execução - análise do Justiça em Números 2020”

O alto congestionamento do Poder Judiciário é causado por diversos fatores,

dentre os quais se encontram o alto índice de demandas repetitivas, que ensejam

prejuízo à duração razoável do processo, a economicidade e a celeridade no deslinde

de causas judiciais.

Com a vigência do Código de Processo Civil Brasileiro de 2015, que entrou

em vigência em maio de 2016, foi positivado um sistema de Precedentes, visando

auxiliar no descongestionamento das demandas judiciais, além de trazer segurança

1 Dados colhidos no <https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/08/WEB-V3-Justiça-em-Números-2020-


atualizado-em-25-08-2020.pdf> Acesso em 15 de outubro de 2020.

5
jurídica e isonomia. Via de consequência há a redução da desigualdade e incoerência

no julgamento de causas semelhantes, em prol da concretização do princípio da

razoável duração do processo, previsto no art. 5º, inc. LXXVIII, da Constituição

Federal, como pilar do sistema de Justiça Brasileiro.

Desta forma, o presente curso “Sistema de Precedentes no Código de Processo

Civil” visa a capacitar os magistrados de todo o país a gerenciar o alto índice de

demandas repetitivas, com enfoque nas ferramentas processuais relacionadas

ao sistema de precedentes, analisando a necessidade de desenvolvimento de

mecanismos e instrumentos que viabilizem a tentativa de uniformização de

entendimentos e práticas. Toda a dinâmica do curso será desenvolvida lastreando-

se na análise da jurisprudência, principalmente dos Tribunais Superiores.

Contamos com sua participação e contribuição para que possamos fazer deste

curso uma excelente ferramenta de inclusão e desenvolvimento do sistema de

Precedentes em nosso Poder Judiciário!

1 Sistemas do Civil Law e do Common Law


Para introduzirmos a temática do nosso Curso Teoria e Prática do Sistema de

Precedentes no Código de Processo Civil de 2015, imprescindível tratarmos acerca

das tradições jurídicas do Common Law e do Civil Law que influenciaram a criação

dos mecanismos e sistemas jurídicos em todo o mundo.

Em que pese ambas as tradições possuírem raízes no Direito Romano, elas se

desenvolveram em circunstâncias políticas e culturais distintas.

O Civil Law ganhou força na Europa continental, a partir dos ditames da Revolução
6
Francesa, constituindo-se uma tradição romano-germânica. Esta tradição possui

na lei escrita a sua principal fonte de direito.

Desta forma, os países que adotam o Civil Law concedem grande relevância à

lei escrita e estrita, compilando o direito material em via de consequência, ensejou

o nascimento dos códigos legislativos, como o código Napoleônico e os códigos

legislativos brasileiros.

Assim, o magistrado ao expedir uma decisão com base no sistema do Civil Law, deve

seguir de forma precípua e estrita, primordialmente, o que esta previsto na lei codificada.

Conforme leciona Lenio Luiz Streck (1998, p. 77-78, apud OLIVEIRA, p. 47) no

ordenamento jurídico brasileiro, filiado ao sistema romano-germânico, ocorreu um

movimento similar ao ordenamento jurídico da França e da Alemanha, que pretendia

construir o Direito baseado no code. Portanto, no direito brasileiro, a rigor, a fonte

primordial do direito é a lei, sendo esta codificada, positivada.

No sistema jurídico da Civil Law, “quem determinava o direito era um poder

superior, que manifestava sua vontade pela positivação das normas de conduta.”

(SABINO, 2010, p. 53 apud OLIVEIRA, p.47).

Em sentido diametralmente oposto, encontra-se o sistema do Common Law.

Este sistema originou-se na tradição Anglo saxônica e possui como principal fonte

de direito os costumes, que são aplicados a cada caso concreto levado ao Poder

7
Judiciário. Há desta forma o desenvolvimento por meio das decisões dos tribunais

de entendimentos que servem de lastro para decisões posteriores. Na tradição

jurídica do Common Law surgiu assim o sistema de Precedentes, iniciando-se nos

Estados Unidos e Inglaterra.

Conforme SMITH (1987, p.73), citado por MARINONI (2019, p.20), no Common

Law, discutiu-se intensamente sobre o significado da decisão judicial, ou, mais

propriamente, sobre o significado da função jurisdicional. Desejava-se esclarecer se

a decisão judicial criava o direito ou somente o declarava e, bem por isso, intuiu-se

que se estava discutindo uma teoria da jurisdição2.

Importante ressaltar que mesmo na tradição jurídica do Common Law, as leis

existem como fonte de direito, todavia, estas possuem menor relevância jurídica,

sendo o direito consuetudinário, construído nas decisões, a principal fonte do

direito, o que enseja maior liberdade criativa aos magistrados.


CIVIL LAW COMMON LAW
Sistema Romano-Germânico Sistema Anglo-Saxônico
A lei é apenas uma das fontes do direito,
Imperativo da lei escrita, sendo ela a
tendo os costumes e a jurisprudência
principal fonte do direito
como principais fontes do direito.
Magistrado tem que recorrer a lei antes Maior liberdade criativa do magistrado

de buscar outras fontes jurídicas que se baseia em decisões passadas


Norma escrita positivada (ex: Código Direito criado e aperfeiçoado a partir de

Napoleônico) casos concretos

No tocante ao sistema adotado em nosso país, verificamos que o Brasil, em um

primeiro momento, ante a colonização e influência do direito Português, adotou o


2 WESLEY-SMITH, Peter. Theories of adjudication and the status of stare decisis, in Precedent in Law.Oxford:
Clarendon Press, 1987, p. 73 e s APUD MARINONI, 2019.

8
sistema da Civil Law, compilando as regras jurídicas em uma espécie de codificação

para reformular o ensino do direito pátrio (LOPES, 2012, p. 216-217apud OLIVEIRA, p.46).

A doutrina tradicional assim afirma que o Brasil se estruturou de acordo com

a tradição jurídica da civil law3.

Todavia, na doutrina mais moderna, e que vem sendo adotada de forma

majoritária, inclusive pelos Tribunais Superiores, entende-se que há uma tradição

jurídica processual híbrida ou mista no sistema de justiça brasileiro, em que se

misturam aspectos do civil law e do common law.

3 Interessante a observação apresentada pelo Professor Pós Doutor Eduardo Cambi que diz “O Brasil, em virtude
da longa dominação portuguesa, seguiu a tradição do chamado direito continental europeu, adotando os principais
cânones do direito baseado na codificação. O Direito Processual, por sua vez, teve no Código de 1973 grande influência
do direito Italiano, na figura de Liebman e Chiovenda, e adotava os parâmetros do processo clássico. Porém, a inserção
de uma lógica de julgamento por precedentes pelo Código de Processo Civil de 2015 decorre da influência do sistema
common law. A dúvida recai no grau de absorção que nosso sistema realizará dessa metodologia de longa tradição
nos países de origem inglesa, principalmente no que se refere à criação do direito pelo ji, característica do common
law que pratica o judge- made law.

9
Sobre essa temática, leia as considerações de Fredie Didier Júnior (2015, p. 58):
 “O sistema jurídico brasileiro tem uma característica muito peculiar, que não deixa de ser curiosa: temos um
direito constitucional de inspiração estadunidense (daí a consagração de uma série de garantias processuais,
inclusive, expressamente, do devido processo legal) e um direito infraconstitucional (principalmente o direito
privado) inspirado na família romano-germânica (França, Alemanha e Itália, basicamente). Há controle de
constitucionalidade difuso (inspirado no judicial reviwe estadunidense) e concentrado (modelo austríaco). Há
inúmeras codificações legislativas (civil law) e, ao mesmo tempo, constrói-se um sistema de valorização dos
precedentes judiciais extremamente complexo (súmula vinculante, súmula impeditiva, julgamento modelo
para causas repetitivas etc) […], de óbvia inspiração no common law. Embora tenhamos um direito privado
estruturado de acordo com o modelo do direito romano, de cunho individualista, temos um microssistema
de tutela de direitos coletivos dos mais avançados e complexos do mundo; como se sabe, a tutela coletiva de
direitos é uma marca da tradição jurídica do common law […].

A identificação de uma tradição jurídica não se faz apenas com a análise do sistema jurídico. É preciso
investigar também o papel e a relevância dos operadores jurídicos e o modo como se ensina o Direito. No
Brasil, embora a importância da opinião dos doutrinadores ainda seja bem significativa (característica do civil
law), o destaque que se tem atribuído à jurisprudência (marca do common law) é notável, de que serve de
exemplo a súmula vinculante do STF. Não obstante o nosso ensino jurídico se tenha inspirado no modelo da
Europa Continental (principalmente de Coimbra), não se desconhecem atualmente inúmeros cursos de Direito
que são estruturados a partir do exame de casos, conforme a tradição do common law”.

A adoção desta tradição híbrida, justifica assim a introdução do Sistema de

Precedentes no Novo Código de Processo Civil brasileiro, conforme veremos a

seguir.

10
2
O Sistema de
Precedentes e o Novo
Código de Processo Civil

11
Fonte: Precedente judicial segundo Novo CPC

Sendo o sistema de Precedentes fruto do Common Law, com a vigência do

Código de Processo Civil de 2015, foi positivado por um sistema de precedentes

obrigatórios, crescendo a importância do estudo do instituto no território nacional.

Anteriormente ao advento do novo Código de Processo Civil foram

se desenvolvendo instrumentos visando conceder maior importância aos

pronunciamentos jurisdicionais, como a súmula vinculante.

Ressalte-se que a discussão doutrinária acerca da aplicabilidade da Teoria dos

Precedentes no sistema jurídico brasileiro, sempre foi ampla, mesmo antes do advento

do novo Código Processual. Isto porque, mesmo com a previsão legal no novo Codex

Processual, ainda encontramos na doutrina nacional, aqueles que entendem que não

há a aplicabilidade deste sistema em nosso país4, sendo tal pensamento minoritário.

Mesmo havendo esta dissonância epistemológica acerca do sistema de Precedentes,

é inegável que a importância das manifestações jurisdicionais vem a reboque do

crescimento da função jurisdicional no Estado do Direito (LOPES FILHO, 2020, p.31).

4 Captaneando este pensamento epistemológico, encontram-se Lênio Luiz Streck e Georges Abbud (2016) que
entendem que imaginar uma lei, um precedente ou uma decisão vinculante contendo a norma pronta em si para
resolver diversos casos consiste em crença intolerável por uma boa teoria do direito (por todos, Fr. Müller). A norma
decisória não existe por si só porque precisa ser produzida em cada processo individual de decisão jurídica. Não há
norma em abstrato, ou seja, ela nunca é ante casum. Para estes autores, o sistema de precedentes traz uma subjetividade
já ultrapassada.

12
Conceituam-se os Precedentes Judiciais como a decisão jurídica tomada a luz

de um caso concreto, cujo elemento normativo pode servir como diretriz para o

julgamento posterior de casos análogos5

Assim, quando um órgão jurisdicional se vale de uma decisão previamente

proferida para fundamentar sua decisão, empregando-a como base de tal julgamento,

a decisão anteriormente prolatada será considerada um precedente6.

Saliente-se que para que uma decisão seja considerada um precedente, é

imprescindível que esta decisão possa ser utilizada no futuro para a compreensão do

direito, que esta decisão seja “uma contribuição hermenêutica” a facilitar “a mediação

entre lei (Direito em um sentido amplo) ou constituição e a realidade social em que

se insere, mediante o fornecimento de experiência” (LOPES FILHO, 2020, p. 300)7 .

No novo Código de Processo Civil, foi introduzido via âmbito legislativo a Teoria

dos precedentes judiciais, a partir dos artigos 926 e 9278, fixando-se a ideia do dever

dos tribunais uniformizarem sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.

5 DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: teoria da prova, direito probatório, decisão, precedente, coisa
julgada, processo estrutural e tutela provisória/ Fredie Didier Jr., Paula Sarno Braga e Rafael Alexandria de Oliveira
– 15 ed.- Salvador: Ed. Jus Podvium, 2020.
6 Câmara, O novo, p. 426; Salles, Precedentes, p.81.
7 “Precedente, portanto, é uma resposta institucional a um caso (justamente por ser uma decisão), dada por meio de
uma applicatio, que tenha causado um ganho de sentido para as prescrições jurídicas envolvidas (regulamentares,
legais ou constitucionais), seja mediante a obtenção de novos sentidos, seja pela escolha de um sentido específico
em detrimento de outros em disputa ou ainda avançando sobre questões não aprioristicamente tratadas em textos
legislativos ou constitucionais. Essa resposta é identificada em função não só dos elementos de fato (abstratos ou
concretos) e de direito (em sias mútuas influências) considerados no julgamento e obtidos da análise da motivação
apresentada no texto decisório, mas também dos elementos amplos que atuaram no jogo de-e-para do círculo
hermenêutico e que integram as razões subjacentes do julgamento” (LOPES FILHO, 2020, p. 300,301).
8 Interessante observar que o artigo 927 do CPC em que pese trazer um rol de precedentes obrigatórios, este rol não
é exaustivo

13
Leia aqui na íntegra a redação dos artigos:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais
editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes
que motivaram sua criação.
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e
em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior
Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
§ 1º Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1º , quando decidirem com
fundamento neste artigo.
§ 2º A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos
poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que
possam contribuir para a rediscussão da tese.
§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais
superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da
alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4º A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em
julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica,
considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5º Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e
divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.

Assim, com a previsão do sistema de Precedentes Judiciais, houve uma

reformulação do ordenamento jurídico brasileiro, e, o respeito aos precedentes, confere

aos jurisdicionados a estabilidade de dada interpretação jurídica9, sendo importante

instrumento para conferir estabilidade, racionalidade e efetividade ao sistema de justiça.

9 MARINONI. Luiz Guilherme. Precedentes Obrigatórios [livro eletronico]/ Luiz Guilherme Manrinoni- 6º ed rev.,
atual e ampl. -São Paulo: Thmson Reuters Brasil, 2019, p. 86.

14
Conforme previsão legal no Código de Processo Civil, os tribunais devem

uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. E esta

obrigação se aplica inclusive para o Supremo Tribunal Federal.

Juraci Mourão Lopes Filho (2020), sistematiza três razões gerais acerca da

força que os precedentes ganharam no ordenamento jurídico brasileiro:

“A primeira razão é a teórica, pois a doutrina constitucionalista que


aufere espaço no Brasil aponta o instante da aplicação da norma ao
caco conreto, como o mais relevante da fenomenologia jurídica […]
A segunda razão para a emêrgencia da força dos precedentes é político-institucional.
A superação do Estado legislativo (em que o centro de produção jurídica era um
parlamento homogêneo e apto a dar conta das restritas demandas de um Estado
liberal) pelo Estado Constitucional (voltado a satisfazer os inúmeros valores e
demandas de um Estado Social) fez o Judiciário subir o degrau institucional antes
ocupado pelo Legislativo, que, por sua vez, entrou em crise de identidade. No Judiciário,
isso causou um inédito alargamento dos poderes dos juízes de primeiro grau.[…]

A terceira e última razão é a prática. Nunca foi tão fácil se ter acesso
as mais diferentes decisões dos mais diversos tribunais do País. Isso
é corroborado pela obrigação constitucional, inexiste em alguns
outros lugares, de fundamentação e publicação dessas decisões. […]

Ao lado dessas três razões que podem se denominadas gerais, soma-se uma específica
e, de certa forma, consequente desses três primeiras consistente na edição do Código
de Processo Civil de 2015, que, de forma inéxida e mesmo diferente do que se conhece
da tradição inglesa, traz expresso disciplinamento sobre o uso dos precedentes.”

O sistema de Precedentes traz também uma ressignificação dos princípios da

segurança jurídica e da isonomia. Isto porque, o art. 926 do Código expõe que cabe

aos Tribunais o dever de manter sua jurisprudência estável, íntegra e coerente.

A segurança jurídica assegura o respeito não apenas as situações consolidadas

15
no passado, mas também as legítimas expectativas e às condutas adotadas a partir

do comportamento presente (DIDIER JUNIOR, 2020, p. 588).

Já quanto ao princípio da isonomia, verificamos que quando há a uniformização

da jurisprudência de forma coerente, íntegra e estável há a redução da instabilidade

decisória, bem como das aventuras processuais, sendo tratado igualmente situações

semelhantes, trazendo-se soluções idênticas a casos semelhantes

“Decerto que o princípio constitucional da igualdade obriga tanto os particulares quanto


o Poder Público e, nesta seara, há de ser observado não apenas quando da edição das leis
(em sentido amplo) ou da atuação da Administração Pública, mas também quando da
concretização da função jurisdicional […] Não se pode admitir como isonômica a postura
de um órgão do Estado que, diante de uma situação concreta, em tudo semelhante à
primeira, chega a solução distinta. Daí a importância de os tribuanis promoverema
uniformização da sua jurisprudência, de forma a zelar também pela sua estabilidade,
integridade e coerênciam tal como impõe o art. 926 do CPC”. (DIDIER JR, 2020, p. 586/587).

Assim já vimos os princípios básicos para o sistema de precedentes, e, visando

deixar ainda mais densa nossa reflexão, passaremos no próximo tópico a tratar

sobre os conceitos básicos no sistema de precedentes.

Estes vídeos demonstram como o sistema de Precedentes é importante em todo o mundo, e


devemos utilizá-lo visando melhorar o sistema de justiça brasileiro.
Introdução aos Precedentes Judiciais no Brasil, Direito Processual Civil disponível neste link.
“The Law of Judges: Precedent and the Criteria for the Reporting of Cases”, disponível aqui.

16
3

Conceitos Básicos
do Sistema de
Precedentes

17
Quando ocorre a construção de um precedente, há a formação do seu núcleo,

que é chamada de norma jurídica geral. Esta norma jurídica geral formada é também

chamada em latim de ratio decidendi, que significa a razão de decidir.

A ratio decidendi – ou para os norte americanos, a holding – são os fundamentos

jurídicos que sustentam a decisão: a opção hermenêutica adotada na sentença, sem a

qual a decisão não teria sido proferida como foi. (MACEDO, 2014, apud DIDIER JR, p. 558).

Infere-se assim que a ratio decidendi é o fundamento normativo da decisão,

sendo “a essência da tese jurídica suficiente para decidir o caso concreto (rule of

law)” (TUCCI, 2001, apud DIDIER JR, p. 558).

Outro conceito importante para se entender o Sistema de Precedentes, que se

encontra em outro vértice, mas conectado ao conceito de ratio decidendi, é o obiter

dictum, que no plural é chamada de obter dicta.

Obiter Dictum são os argumentos jurídicos que são tratados em uma decisão,

estando atrelado a ratio decidendi, constituindo-se assim como as fundamentações

laterais, periféricas de uma decisão.

“Trata-se de colocação ou opinião jurídica adicional, paralela e dispensável


para a fundamentação e conclusão da decisão […] Também se enquadram como
obter dicta aquelas manifestações sobre questão que não é objeto da causa,
que é hipoteticamente ali considerada, ou, ainda, sobre questão irrelevante”10

Outro conceito importante quando tratamos da Teoria Geral dos Precedentes

é o de overruling. A expressão overruling significa a superação de um precedente

anteriormente firmando;
10 DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: teoria da prova, direito probatório, decisão, precedente, coisa
julgada, processo estrutural e tutela provisória/ Fredie Didier Jr., Paula Sarno Braga e Rafael Alexandria de Oliveira
– 15 ed.- Salvador: Ed. Jus Podvium, 2020, p. 561

18
“A revogação de um precedente depende de adequada confrontação entre os
requisitos básicos para o overruling – ou seja a perda de congruência social e o
surgimento de inconsistência sistêmica – e os critérios que ditam as razões para a
estabilidade ou para a preservação do precedente – fundamentalmente a confiança
justificada e a prevenção contra a surpresa injusta” (MARINONI, 2020, p. 250).

A possibilidade de overruling é a essência do sistema de precedentes, sendo

tipificado no §4º do art. 927 do Codex processual, tendo em vista que a jurisprudência

pode e deve ser modificada de acordo com as mudanças sociais e a evolução das

questões de direito.

Confira aqui o alerta que Fredie Didier faz sobre a ocorrência do overruling ocorrendo de forma
difusa ou concentrada:
“O ‘overruling’ realizado difusamente pode ocorrer em qualquer processo que, chegando ao Tribunal, permita a
superação do precedente anterior. Ele é a regra entre nós, tradicional no common law, e traz a grande vantagem
de permitir que qualquer pessoa possa contribuir para a revisão de um entendimento jurisprudencial.
No Brasil, porém, o ‘overruling’ pode dar-se de modo concentrado. Instaura-se um procedimento autônomo, cujo
objetivo é a revisão de um entendimento já consolidado no tribunal. É o que ocorre com o pedido de revisão ou
cancelamento de súmula vinculante (art. 3º da Lei 11.417/2006) e com o pedido de revisão da tese firmada em
incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 986, CPC)”.

Por fim, necessário tratarmos acerca do distinguishing, sendo este uma técnica de

distinção em um caso concreto que está sendo julgado, que não permite a aplicação

da jurisprudência do Tribunal pacificada em um precedente anterior.

19
“Fala-se em distinguishing (ou distinguish) quando houver distinção entre o caso
concreto (em julgamento) e o paradigma, seja porque não há coincidência entre os fatos
fundamentais discutidos e aqueles que serviram de base à ratio decidendi (tese jurídica)
constante no precedente, seja porque, a despeito de existir uma aproximação entre
eles, alguma peculiaridade no caso em julgamento afasta a aplicação do precedente”11

Desta forma, a não adoção de um precedente normativo em razão de

peculiaridades do caso concreto, permite que o órgão julgador afaste a aplicação de

um precedente obrigatório a um caso concreto, não havendo qualquer ilegalidade,

vez que o distinguising é “um método de confronto pelo qual o juiz verifica se o caso

em julgamento pode ou não ser considerado análogo ao paradigma” (TUCCI, 2001

apud DIDIER, p.612).

Sendo apresentado estes conceitos essenciais, trazemos à baila o entendimento

firmado pela nossa Corte Constitucional, o Supremo Tribunal Federal, na Reclamação

28.225/SP12 em que o relator Min. Luiz Fux explicita a necessidade de que o autor

da ação, reclamante demonstrasse de forma inequívoca a inaplicabilidade de uma

tese firmada pelo Supremo ao caso concreto, para que seja aplicado o distinguising e

o overruling, salientando-se que não podem ser trazidas apenas alegações genéricas

quanto a uma inadequação da tese ao caso em concreto:

Leia aqui na íntegra a fala do Min. Luiz Fux:

“É imprescindível que a reclamante realize o devido, e claro, cotejamento entre o


precedente aplicado e o caso concreto, destacando – e comprovando de plano – os
elementos fáticos e jurídicos que afastam a tese paradigmática do caso concreto
(distinguishing) ou a superveniência de fatos e normas que tornem necessária a
sua superação (overruling). É esse o conteúdo da teratologia que não pode subsistir
11 DIDIER (2020, p. 611).
12 Disponível em <http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoPeca.asp?id=314260027&tipoApp=.pdf>
acessado em 15 de outubro de 2020.

20
no mundo jurídico: ou a aplicação categoricamente indevida do precedente ao
caso, ou a clara necessidade de superação daquele por fatos supervenientes, tudo
devidamente demonstrado pela reclamante em sua inicial. Quanto à demonstração
do distinguishing ou overruling, um paralelo pode ser traçado, pois, com a postura
que se espera do recorrente em sede de embargos de divergência, que deve
“demonstrar, de maneira objetiva e analítica, o dissídio interpretativo alegado, sob
pena de inadmissão do recurso” (ARE 710.030 AgR-segundo-ED-EDv-AgR, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJe de 11/09/2014). A mesma ratio pode ser
observada também quanto à ação rescisória contra decisão baseada em enunciado
de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos, em que
caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se
de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não
examinada, a impor outra solução jurídica (art. 966, §§ 5º e 6º). Ora, sendo o caso
de reclamação proposta para aferir a adequação de tese firmada em repercussão
geral ao caso concreto, igualmente deve ficar evidente, da narrativa da reclamante,
as circunstâncias de fato e de direito que afastam o caso concreto do precedente
aplicado – e mais, tais circunstâncias devem ser significativas o suficiente para ensejar
a inaplicabilidade do precedente à espécie. Tal cotejo analítico entre paradigma e caso
concreto consiste em pressuposto lógico para o cabimento da via reclamatória nessas
hipóteses. In casu, o reclamante não comprovou nos autos o efetivo descumprimento
da decisão desta Suprema Corte por parte da autoridade reclamada”. (grifos nossos)

Interessante colegas a aula ministrada pelo Prof. Fredie Didier, nosso conhecido e
renomado professor de Processo Civil, acerca dos conceitos fundamentais para o sistema de
Precedentes, não deixem de assistir!
Saiba mais nesse vídeo.

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Conclusão
Trouxemos assim nesta primeira unidade de nosso curso, histórico, princípios,

conceitos e reflexões imprescindíveis para podermos lidar com o sistema de

precedentes à luz do Código de Processo Civil de 2015, em sua teoria e prática.

Na função jurisdicional é necessário nós magistrados sermos instigados e

buscarmos refletir e desenvolver mecanismos para lidarmos com a dinamicidade

dos fatos jurídicos submetidos a apreciação judicial.

O sistema de Precedentes veio a somar na sociedade brasileira que continua

buscando a prestação jurisdicional como a prima ratio para a resolução de conflitos de

todas as classes. Com a efetiva aplicabilidade dos precedentes em nosso ordenamento

jurídico, a Justiça Brasileira poderá conseguir efetivar os ditames constitucionais

de direito fundamental de acesso a justiça de forma célere, efetiva e eficiente.

Convidamos todos a iniciarem a leitura da Unidade II, com a professora Ana Beatriz

Estrella, na qual serão identificados e geridas as demandas repetitivas e de massa!

Muito obrigada querido colega e até logo!

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Referências
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authority in the law. Teoria Jurídica Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 194-213,

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