Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APOSTILA DO MÓDULO 2
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
MUDANÇAS DE PARADIGMA NA
ATUAÇÃO ISOLADA DO SISTEMA
DE JUSTIÇA PARA RECEPCIONAR
A ATUAÇÃO INTERSETORIAL
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
Presidente
Ministro Luiz Fux
Conselheiros
Ministro Emmanoel Pereira
Luiz Fernando Tomasi Keppen
Mário Augusto Figueiredo de Lacerda Guerreiro
Rubens de Mendonça Canuto Neto
Candice Lavocat Galvão Jobim
Tânia Regina Silva Reckziegel
Flávia Moreira Guimarães Pessoa
Maria Cristiana Simões Amorim Ziouva
Ivana Farina Navarrete Pena
André Luis Guimarães Godinho
Marcos Vinícius Jardim Rodrigues
Maria Tereza Uille Gomes
Henrique de Almeida Ávila
Secretário-Geral
Valter Shuenquener de Araujo
Supervisor da Diretoria-Geral
Osair Victor de Oliveira
Diretor-Geral
Johaness Ec
EXPEDIENTE
SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
2020
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
SAF SUL Quadra 2 Lotes 5/6 - CEP: 70070-600
Endereço eletrônico: www.cnj.jus.br
CONTEÚDOS DESTA APOSTILA
2.6.1
ACESSO À ORDEM JURÍDICA JUSTA 8
2.6.2
INTERVENÇÃO DE REDE, NO ÂMBITO DA
JUSTIÇA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 14
2.6.3
CONSIDERAÇÕES FINAIS 30
2.6.4
REFERÊNCIAS 33
AUTORAS:
JOANA RIBEIRO
Juíza de Direito em Santa Catarina desde 2004. Mestre em Direito pelo Programa de Mestrado Profissional
em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (2020). Especialista em Processo Civil pelo sistema LFG
(2018). Membro do Conselho Consultivo da Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude do Tribunal de
Justiça de Santa Catarina desde 2013 (CEIJ/TJSC).
http://lattes.cnpq.br/6170050977799001. E-mail: joanaribeiro2015@icloud.com
Esta apostila é dividida em 4 partes: item 2.6.1, que apresenta o que sig-
nifica a Justiça voltada ao Acesso à Ordem Jurídica Justa e fundamenta
a ação proposta; o item 2.6.2, que oferece a ação social por meio da In-
tervenção de Rede, no âmbito da Justiça da Criança e do Adolescente; o
item 2.6.3, que faz breves considerações finais acerca do tema, finalizan-
do com o item 2.6.4, com as referências utilizadas no artigo.
7
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
261
ACESSO À ORDEM
JURÍDICA JUSTA
CAPPELLETTI e GARTH, após a longa pesquisa que compôs o projeto Flo-
rença, cujo resultado deu nome à obra mais proeminente a respeito do
Acesso à Justiça, baseada em dois volumes da série Acesso à Justiça de
1975, consideram o acesso efetivo à justiça “um direito social fundamen-
tal” e “ponto central da moderna processualística”1.
Passados vários anos em que os atores do sistema jurídico brasileiro
passaram a estudar os resultados do Projeto Florença, na perspectiva de
que o Acesso à Justiça deve ir além das instituições de Justiça, é que, em
1985, WATANABE cunhou uma expressão atualizada de Acesso à Justiça,
representada pela expressão “Acesso à Ordem Jurídica Justa”, pela qual
resumidamente defende que direito ao Acesso à Justiça representa, fun-
damentalmente, Acesso à Ordem Jurídica Justa, com os seguintes dados
elementares2:
(1) direito à informação e perfeito conhecimento do direito substancial
e à organização de pesquisa permanente a cargo de especialistas e
orientada à aferição constante da adequação entre a ordem jurídica e a
realidade socioeconômica do País; (2) direito de acesso à Justiça adequa-
damente organizada e formada por juízes inseridos na realidade social e
comprometidos com o objetivo de realização da ordem jurídica justa; (3)
direito à preordenação dos institutos processuais capazes de promover
1 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryan. Acesso à Justiça. Tradução de Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: Fabris
Editor, 1988, p. 13.
2 WATANABE, Kazuo. Acesso à Ordem Jurídica Justa (conceito atualizado de acesso à justiça): processos cole-
tivos e outros estudos. Belo Horizonte: Del Rey, 2019, p. 10.
8
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
a efetiva tutela de direitos; (4) direito à remoção de todos os obstáculos
que se anteponham ao acesso efetivo à Justiça com tais características.
Foi neste contexto que, redigida com a ajuda do jurista WATANABE, foi
construída a Resolução 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça, que
promoveu a política pública nacional de solução adequada de conflitos
e carreou os argumentos para a visão de uma Justiça voltada à con-
sensualidade e à humanização, que culminou na nova visão do Código
de Processo Civil de 2015 – CPC/2015,4 ao determinar ser legal do Estado
promover a solução consensual dos conflitos5, cabendo ao juiz e aos ou-
3 WATANABE, Kazuo. A mentalidade e os meios alternativos de solução de conflitos no Brasil. In.: GRINOVER,
Ada Pellegrini; WATANABE, Kazuo; LAGRASTA NETO, Caetano (coord.). Mediação e gerenciamento do processo.
São Paulo: Atlas, 2008, p.08.
4 BRASIL. Lei 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 04 set. 2020.
5 Art. 3º, §2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
9
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
tros atores do Sistema de Justiça o estímulo à conciliação, à mediação e
outros métodos de solução consensual de conflitos6.
6 Art. 3º, § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso
do processo judicial.
7 As técnicas negociais são baseadas no método da Universidade de Harvard, cujo grande marco teórico
foi a obra “Como chegar ao sim” dos professores Roger Fisher, William Ury e Bruce Patton, que lecionam que:
“deve-se produzir um acordo sensato, se houver possibilidade de acordo; deve ser eficiente; e deve aprimorar,
ou pelo menos, não prejudicar o relacionamento entre as partes” (FISHER, Roger; URY, William; PATTON, Bruce.
Como chegar ao sim: como negociar acordos sem fazer concessões. Rio de Janeiro: Imago, 2005, p. 38).
8 As premissas da negociação baseada em princípios são: a) separar as pessoas do problema; b) concen-
trar-se nos interesses e não nas posições; c) identificar opções de ganhos mútuos; d) insistir em critérios
objetivos; e) conhecer suas chances de retirada ou a melhor alternativa para um acordo negociado (FISHER,
Roger; URY, William; PATTON, Bruce. Como chegar ao sim: como negociar acordos sem fazer concessões. Rio de
Janeiro: Imago, 2005).
9 BRASIL. Lei 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 04 set. 2020.
10
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
Portanto, trata-se de uma política pública transformada em lei, pelo
CPC/2015, como ocorreu posteriormente, no mesmo ano, com a aprova-
ção da Lei da Mediação10.
10 BRASIL. Lei 13.140, de 66 de junho de 2015. Dispõe sobre a mediação entre particulares como meio de solu-
ção de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública; altera a Lei
nº 9.469, de 10 de julho de 1997, e o Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972; e revoga o § 2º do art. 6º da Lei
nº 9.469, de 10 de julho de 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
Lei/L13140.htm. Acesso em: 04 set. 2020.
11 BARBOSA, Águida Arruda. Mediação familiar interdisciplinar. São Paulo: Atlas, 2015, p. 42.
11
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
to, oferecendo meios e um espaço de criatividade social e pessoal, um
acesso à cidadania. “A mediação encontra-se num plano que aproxima,
sem confundir, e distingue, sem separar”12.
12 BARBOSA, Águida Arruda. Mediação familiar interdisciplinar. São Paulo: Atlas, 2015, p. 80-81.
13 DINAMARCO, Cândido Rangel. Comentários ao Código de Processo Civil. 8. ed. São Paulo: Saraiva Educação,
2018, p. 105-111.
12
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
base na igualdade de oportunidades, no profissionalismo humanitário e
nos direitos humanos14.
14 ECONOMIDES, Kim. Lendo as ondas do “Movimento de Acesso à Justiça”: epistemologia versus metodologia?
In: PANDOLFI, Dulce [et al]. Cidadania, justiça e violência. Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getúlio Vargas, 1999,
p. 73-74.
15 GUSZMÁN, Vincent Martínez. Podemos hacer las paces: reflexiones eticas trasel 11-s y el 11-m. Espanha:
Desclée de Brouwer, 2005, p. 31-34.
13
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
2.6.2
INTERVENÇÃO DE REDE,
NO ÂMBITO DA JUSTIÇA DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Na Justiça da Criança e do Adolescente16, o objetivo é a proteção, a pro-
moção e a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes desde a
gestação e até os 18 anos de idade, de forma universal17, sendo que o
encaminhamento da mediação para a prevenção de conflitos, como
forma de consolidação ou fortalecimento de laços afetivos e acesso a
direitos, pode ser uma via, mas que somente pode ser feito por mediador
devidamente treinado, certificado e cadastrado junto ao CNJ e nos Tribu-
nais, conforme o CPC/15 e inserido no conhecimento profundo do Direito
da Criança e do Adolescente e no funcionamento do Sistema de Garantia
de Direitos da Criança e do Adolescente.
16 Expressão cunhada por Sanches e Veronse, na obra: SANCHES, Helen Crystiane Corrêa; VERONESE, Josiane
Rose Petry. Justiça da Criança e do Adolescente: da vara de menores à vara da infância e juventude. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2016.
17 VERONESE, Josiane Rose Petry; SILVEIRA, Mayra; CURY, Munir. Estatuto da Criança e do Adolescente Comenta-
do: comentários jurídicos e sociais. 13. ed., rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2018.
14
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
de aplicar as técnicas cabíveis (lembrando que não é uma simples ne-
gociação).
18 Para um maior aprofundamento sobre o tema ver: VERONESE, Josiane Rose Petry (organizadora). Direito da
Criança e do Adolescente: novo curso, novos temas. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2019.
19 RIBEIRO, Joana. Desafios do Juiz da Justiça da Criança e do Adolescente, sob o enfoque do Acesso à Justiça.
In: VERONESE, Josiane Rose Petry (aut. e coord.). Estatuto da Criança e do Adolescente – 30 anos: Grandes
Temas, Grandes Desafios. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2020.
15
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
Rede, na perspectiva ensinada pela italiana SANICOLA20, com a compre-
ensão pedagógica de FREIRE21.
20 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015.
21 FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 69. ed. Rio de Janeiro: São Paulo: Paz e Terra, 2019 e FREIRE, Paulo.
Pedagogia da Autonomia. 59. ed. Rio de Janeiro: São Paulo: Paz e Terra, 2019.
22 BRASIL. Lei 12.435, de 06 de julho de 2021. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2011/Lei/L12435.htm. Acesso em: 10 jan. 2021.
16
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
uma cultura se imponha à outra e que seja feita de forma dialógica, por
meio da escuta do outro, sem imposição e opressão23.
23 FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 69. ed. Rio de Janeiro: São Paulo: Paz e Terra, 2019.
24 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 59. ed. Rio de Janeiro: São Paulo: Paz e Terra, 2019, p. 16-21
25 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015.
17
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
tatuto da Criança e do Adolescente, que preveem o fortalecimento dos
vínculos familiares e comunitários”26.
Essas redes atuam por uma estrutura constituída por laços perceptíveis,
que a autora a chama de “laços, conexões, malhas e trocas que têm
como confluência os nós de rede”, que exercem as funções de apoio e
contenção. Enquanto a dinâmica de rede diz respeito aos movimentos
feitos pela rede para fazer circular informações, operar forças internas
e orientar estas forças aos pontos de maior carga, para redistribuí-las29.
18
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
do pressuposto que é na família que se aprende a viver em relação e que
se desenvolve a capacidade de estabelecer relacionamentos e habilida-
des relacionais, considerando que “a família constitui a primeira experi-
ência relacional da pessoa, que de certa forma orientará ou determinará
as relações seguintes”, desde o nascimento e até a morte e representa
o “primeiro capital humano e social da pessoa, adquirido desde o nasci-
mento, sem a qual a pessoa que não tem família é mais pobre”30.
30 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015, p. 61.
31 WINNICOTT, DONALD W. A família e o desenvolvimento individual. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. 4.
ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
32 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015, p. 68.
19
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
considerar a família um bem relacional, porque fundamenta-se em rela-
ções e não em bens individuais e, ao mesmo tempo, a família também é
sujeito de funções para a sociedade, com cidadania própria: a cidadania
da família, por significar uma “pessoa social”, titular de um direito sub-
jetivo social, que vai além dos direitos subjetivos sociais e torna-se um
sistema de mediações relacionais que vão além da família nucelar33.
33 DONATI, Pierpaolo. Família no século XXI: abordagem relacional. São Paulo: Paulinas, 2008, p. 144/192.
34 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015, p. 63-81.
20
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
das pessoas e das famílias, por meio do olhar cuidadoso e da escuta
adequada, encontra eco na proposta dialógica de FREIRE, no modo de
exploração das redes pessoais pelo operador social, pois a autora com-
preende o peso cultural que o próprio operador carrega, alertando que a
sua cultura não pode ser utilizada para julgar ou suprimir a cultura dos
integrantes da rede, dada a importância do respeito à cultura alheia35.
Por outro lado, quanto às redes secundárias, orienta que deve ser inves-
tigado quem são os “atores” implicados, como acessá-los, quais os laços
estabelecidos, quais os nós e a densidade, bem como a proximidade de
distância geográfica entre os nós, ciente de que as normas que consti-
35 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015, p. 99.
36 SCISLESKI, Andrea; MARASCHIN, Cleci. Redes sociais e internação psiquiátrica – paradoxos nas políticas de
saúde para a juventude. In: CRUZ, Lílian Rodrigues da; GUARESCHI, Neusa. Políticas públicas e assistência
social: diálogo com as práticas psicológicas. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 164.
37 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015, p. 104-105.
21
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
tuem as redes secundárias não podem ser alteradas pelo operador38.
Esta visão do território é base da distribuição dos serviços socioassisten-
ciais brasileiros, porque os CRAS (Centros de Referência em Assistência
Social) e CREAS (Centros de Referência Especializados de Assistência So-
cial), por exemplo, são fixados, baseados e dimensionados pelo territó-
rio, sustentação do serviço do SUAS.
38 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015, p. 108-109.
39 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015, p. 112-113.
40 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015., p. 114-115.
22
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
toestima e na relação significativa com os demais, para acreditar na sua
própria competência e no significado de sua vida para os demais41.
41 TAKASHIMA, Geney M. Karazawa. O desafio da política de atendimento à família: dar vida às leis – uma
questão de postura. In: KALOUSTIAN, Sílvio Manoug (org.). Família brasileira a base de tudo. 5. ed. São Paulo:
Cortez; Brasília: UNICEF, 2002, p.79.
42 TAKASHIMA, Geney M. Karazawa. O desafio da política de atendimento à família: dar vida às leis – uma
questão de postura. In: KALOUSTIAN, Sílvio Manoug (org.). Família brasileira a base de tudo. 5. ed. São Paulo:
Cortez; Brasília: UNICEF, 2002, p.91.
43 SCISLESKI, Andrea; MARASCHIN, Cleci. Redes sociais e internação psiquiátrica – padaroxos nas políticas de
saúde para a juventude. In: CRUZ, Lílian Rodrigues da; GUARESCHI, Neusa. Políticas públicas e assistência
social: diálogo com as práticas psicológicas. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 16.
23
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
tes do Município e dar apoio à integralidade da gestação e da Primeira
Infância, transformou-se em hospital de referência para traumatologia,
inviabilizando os partos, os quais foram deslocados para a outra cidade,
sem levar em conta a dificuldade de as pessoas mais pobres fazerem a
devida locomoção.
De qualquer forma, ainda que no Brasil tudo seja mais complexo, a pro-
posta de Intervenção de Rede da autora italiana conflui à ótica da dire-
triz internacional da ONU, de 15 de junho de 2009 e da Lei 12.010/2009,
que incorporou a diretriz, no sentido de exigir a obrigatoriedade dos
esforços dos Estados para a permanência das crianças com suas famí-
lias44, não havendo dúvidas de que a Intervenção de Rede pode ajudar
tanto as equipes da instituição de acolhimento a montar uma estraté-
gia, quanto as equipes do programa de família acolhedora e à própria
equipe do Judiciário, sempre lembrando a advertência de que, “quanto
mais complexa, grave ou urgente é a necessidade (no plano material e
afetivo), mais exige uma partilha e uma colaboração da rede” 45.
44 Sendo a família o núcleo fundamental da sociedade e o ambiente natural para o crescimento, o bem-es-
tar e a proteção das crianças, os esforços devem-se voltar primariamente para possibilitar que uma criança
permaneça no seio da família ou retorne aos cuidados dos pais ou, quando apropriado, de parentes próxi-
mos. Ao Estado, cabe a responsabilidade de assegurar que as famílias tenham acesso aos meios necessários
de apoio em sua função de prestadoras de cuidados. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Conselho de
Direitos Humanos. Promoção e Proteção de Todos os Direitos Humanos, Direitos Civis, Políticos e Econômicos,
sociais e Culturais, incluindo o Direito ao Desenvolvimento. Disponível em: http://www.neca.org.br/images/
apresent._II%20seminario/Guidelines%20Portuguese%20-%20ONU%20CUIDADOS%20ALTERNATIVOS%20(1).
pdf. Acesso em: 30 jan. 2020.
45 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015, p. 117-119.
24
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
das ações sejam realizadas a partir da investigação diagnóstica para a
dimensão da relevância e efetividade de determinada intervenção46.
46 RIZZINI, Irene [et al]. Acolhendo crianças e adolescentes: experiências de promoção do direito à convivência
familiar e comunitária no Brasil. São Paulo: Cortez, Brasília: UNICEF; CIESP. Rio de Janeiro: PUC-RIO, 2006. p.
122-123.
47 VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito Penal Juvenil e Responsabilização Estatutária: elementos apro-
ximativos e/ou distanciadores? – o que diz a Lei do Sinase – a inimputabilidade penal em debate. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2015.
48 RIZZINI, Irene. O século perdido. Raízes históricas das políticas públicas para a infância no Brasil. 3. ed. São
Paulo: Cortez, 2011.
49 MARCÍLIO, Luíza Maria. História social da criança abandonada. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2006
50 SÊDA. Edson. A proteção integral: Um relato sobre o cumprimento do novo Direito da Criança e do Adoles-
cente na América Latina. 4. ed. ampliada. Campinas: Edição Adês, 1996.
51 RIZZINI, Irene [et al]. Acolhendo crianças e adolescentes: experiências de promoção do direito à convivência
familiar e comunitária no Brasil. São Paulo: Cortez, Brasília: UNICEF; CIESP. Rio de Janeiro: PUC-RIO, 2006. p.
122-123.
52 RIZZINI, Irene [et al]. Acolhendo crianças e adolescentes: experiências de promoção do direito à convivência
familiar e comunitária no Brasil. São Paulo: Cortez, Brasília: UNICEF; CIESP. Rio de Janeiro: PUC-RIO, 2006. p.123.
25
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
mais fácil de desenhar e visualizar os recursos, pois círculos, triângulos,
quadrados, retângulos e linhas pontilhados, simples ou duplas, podem
representar graficamente as redes e os laços entre as redes, o que fa-
cilita a comunicação rápida, que pode até ser colocado nos processos
judiciais e visualizado em aplicativos53.
53 SANICOLA, Lia. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras, 2015, p. 170-179.
54 FONSECA, Ana Maria Medeiros da. Família e política de renda mínima. São Paulo: Cortez, 2001.
55 “No momento em que este estudo é elaborado, a RBE ou auxílio emergencial (AE) de R$ 600 ou R$ 1200
já foi paga a cerca de 64 milhões de brasileiros, de um total de 104 milhões de solicitações. Vale dizer que
as estimativas iniciais do governo previam por volta de 30 milhões de pessoas elegíveis ao auxílio, ou seja,
a profundidade da crise tem sido muito maior do que a inicialmente imaginada. Uma das principais ra-
zões para essa diferença se liga às transformações pelas quais o mercado de trabalho tem passado, com a
emergência da chamada economia do bico e aumento da informalidade”. GONZALEZ, Lauro; BARREIRA, Bruno.
Efeitos do auxílio emergencial sobre a renda: excessivas são a pobreza e a desigualdade, não o auxílio. Centro
de Estudos de microfinanças e inclusão financeira. FGV. Disponível em: https://eaesp.fgv.br/sites/eaesp.fgv.
br/files/u624/auxilioemergv10.pdf. Acesso em: 21 ago. 2020.
56 SINDEMIA, conceito atualizado sobre a realidade do contexto da contaminação pelo coronavírus, a partir
de setembro de 2020, pela famosa revista científica inglesa “The Lancet”: “COVID-19 is not a pandemic. It is a
syndemic. The syndemic nature of the threat we face means that a more nuanced approach is needed if we
are to protect the health of our communities” (tradução nossa: “Covid-19 não é uma pandemia. É uma sinde-
mia. A natureza sindêmica da ameaça que enfrentamos significa que uma abordagem mais sutil é necessá-
ria se quisermos proteger a saúde de nossas comunidades”. IN: HORTON, Richard. OFFLINE: COVID-10 is not a
pandemic. Disponível em : https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(20)32000-6/
fulltext. Acesso em 10 jan. 2021.
26
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
R$600,00, que atingiu diretamente os beneficiários do bolsa família, foi
relevante para demonstrar que políticas de distribuição de renda favo-
recem as crianças e adolescentes, significando que “um progresso ines-
perado da pandemia é o fato da renda básica ter sido alçada ao topo
da agenda das políticas públicas”57, o que demonstra a sua importância
na garantia do direito fundamental à alimentação junto à sua família,
inclusive58.
57 GONZALEZ, Lauro; BARREIRA, Bruno. Efeitos do auxílio emergencial sobre a renda: excessivas são a pobreza
e a desigualdade, não o auxílio. Centro de Estudos de microfinanças e inclusão financeira. FGV. Disponível em:
https://eaesp.fgv.br/sites/eaesp.fgv.br/files/u624/auxilioemergv10.pdf. Acesso em: 21 ago. 2020.
58 RIBEIRO, Joana; VERONESE, Josiane Rose Petry. Pandemia, criança e adolescente: em busca da efetivação
dos seus direitos. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2020.
59 Investimentos em equipamentos públicos voltados ao bem-estar das crianças pequenas, como previsto
no Plano Nacional da Primeira Infância, com praças, espaços de brincadeiras seguras, lazer e contemplação
do belo. In: REDE PRIMEIRA INFÂNCIA. Plano Nacional pela Primeira Infância, atualizado em 2020. Brasília,
2020.
60 RIBEIRO, Joana; VERONESE, Josiane Rose Petry. O Marco Legal da Primeira Infância e a Lei do Depoimento
Especial como corolários da justa comemoração aos 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente. In:
MARANHÃO, Clayton; CAMBI, Eduardo. 30 anos do ECA. São Paulo: Dplacido, 2020.
27
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
Lembrando apenas que a “rede primária” proposta por SANICOLA é mais
extensiva que a do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos
Direitos das Crianças e Adolescentes de 2006, que separa a rede so-
cial de apoio, da rede familiar61, contudo, para classificações diferentes,
apoiam-se nos mesmos colaboradores disponíveis para contribuírem
para os cuidados e a proteção das crianças e dos adolescentes.
61 “Aos diversos arranjos constituídos no cotidiano para dar conta da sobrevivência, do cuidado e da sociali-
zação de crianças e adolescentes, daremos o nome de “rede social de apoio” , para diferenciá-la de “família”
e de “família extensa”. É preciso lembrar, nestes casos, que se as obrigações mútuas construídas por laços
simbólicos e afetivos podem ser muito fortes, elas não são necessariamente constantes, não contam com
reconhecimento legal e nem pressupõem obrigações legais”. BRASIL. Presidência da República. Secretaria Es-
pecial dos Direitos Humanos. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Plano Nacional de
Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária/
Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Brasília-DF : Conanda, 2006, p. 19.
62 SIPIA. Sistema de Informação para a Infância e Adolescência. Disponível em: https://sipiaconselhotutelar.
mdh.gov.br/login. Acesso em: 17 set. 2020.
63 VERONESE, Josiane Rose Petry. Convenção sobre os Direitos da Criança – 30 anos. Salvador: JusPodivm,
2019.
28
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
em relação ao “mundo adulto”, lembrando que, quando se trabalha por
justiça social, há um embate de forças entre o grupo dos fortes e prote-
gidos e o grupo dos desprotegidos, que disputam por recursos públicos
e nesta tensão de forças é necessário que se estude, tenha-se compe-
tência e preparo humano e profissional para atuação em favor da justiça
social às crianças e aos adolescentes, que a partir da descentralização
administrativa provocada pelo Estatuto, passa da transferência do poder
da União e dos Estados para os municípios, cabendo à organização local
a ordenamento e o controle para a garantia da efetividade dos direitos 64.
64 SÊDA. Edson. A proteção integral: Um relato sobre o cumprimento do novo Direito da Criança e do Adoles-
cente na América Latina. 4. ed. ampliada. Campinas: Edição Adês, 1996, p. 92-93.
29
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
2.6.3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta de oferecer a abertura à consensualidade no âmbito jurisdi-
cional, como forma de dar efeitos jurídicos ao resultado da solução en-
contrada pela técnica da social ensinada por SANICOLA ou mesmo outras
que venham a ser mais refinadas a partir de então, vai ao encontro do
abandono da visão binária do Direito, sustentada por FACHIN65 e do Aces-
so à Ordem Jurídica Justa cunhada por WATANABE66, para buscar alicer-
çar a chance de as crianças e os adolescentes permanecerem com suas
próprias famílias, sem risco de violação de direitos e pensando em várias
hipóteses de construção das possiblidades, inclusive por meio dos insti-
tutos jurídicos do CPC/15, como a conciliação, a negociação processual67,
a calendarização e o apoio do Mapa de Rede, por meio intersetorial do
Sistema de Garantias de Direitos68, que está em sintonia com o Plano
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Ado-
lescentes à Convivência Familiar e Comunitária de 2006 e do Marco Legal
da Primeira Infância, cuja aposta é a intersetorialidade para a realização
dos direitos às crianças pequenas e em fase de gestação (bebês em for-
mação).
65 FACHIN, Luiz Edson. Direito Civil: sentidos, transformação e fim. Rio de Janeiro: Renovar, 2015.
66 WATANABE, Kazuo. Acesso à Ordem Jurídica Justa (conceito atualizado de acesso à justiça): processos
coletivos e outros estudos. Belo Horizonte: Del Rey,2019.
67 “A negociação processual fortalece a democratização do processo, o diálogo, da cooperação, a colaboração
e representa a incorporação no sistema brasileiro de uma tendência de gestão procedimental, em processos
que admitam auto composição, tanto de forma pré-processual ou durante o processo, sujeito ao controle de
validade do juiz”. (RIBEIRO, Joana. Desafios do Juiz da Justiça da Criança e do Adolescente, sob o enfoque do
Acesso à Justiça. In: VERONESE, Josiane Rose Petry (aut. e coord.). Estatuto da Criança e do Adolescente – 30
anos: Grandes Temas, Grandes Desafios. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2020.
68 RIBEIRO, Joana. Desafios do Juiz da Justiça da Criança e do Adolescente, sob o enfoque do Acesso à Justiça.
In: VERONESE, Josiane Rose Petry (aut. e coord.). Estatuto da Criança e do Adolescente – 30 anos: Grandes
Temas, Grandes Desafios. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2020.
30
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
Cada caso é um caso a ser examinado, porque os recursos disponíveis
podem ser diversos, a julgar pela rede primária e pela rede secundária
disponíveis, mas de qualquer forma, a proposta procura atender ao prin-
cípio da intervenção mínima e a devida proporcionalidade das Medidas
Protetivas e todos os princípios do Direito da Criança e do Adolescente,
previstos no art. 227 da Constituição Federal de 198869 e 100, parágrafo
único do Estatuto da Criança e do Adolescente: o superior interesse; a
condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos; a pro-
teção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qual-
quer norma voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que
crianças e adolescentes; responsabilidade primária e solidária do po-
der público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a
adolescentes; a responsabilidade parental: a intervenção efetuada de
modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o
adolescente; a prevalência da família: na promoção de direitos e na pro-
teção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas
que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa
ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração em família
adotiva; obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, res-
peitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão,
seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos
motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se pro-
cessa70.
31
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
da Doutrina da Proteção Integral71 e tem reiteradamente sido visto na
maciça necessidade de judicialização de garantia dos direitos mais fun-
damentais das crianças e dos adolescentes, cuja prioridade absoluta já
deveria obstar, de plano, às ações do executivo, contrárias à realização
dos direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes.
Finalizada a seção, não se finaliza o tema, pois se trata de uma nova via
de pesquisas e experimentações que devem continuar a ser desenvolvi-
das. Buscam as autoras apenas abrir a visão quanto ao leque de opções
possíveis e levar a esperança aos atores do Sistema de Garantias de Di-
reitos da Criança e do Adolescente, para a concretização de um ambiente
mais seguro e afetuoso às crianças e aos adolescentes, principalmente
os mais frágeis: desde a gestação e até os 6 anos, considerada a fase
tão essencial da Primeira Infância.
71 VERONESE, Josiane Rose Petry. O Estatuto da Criança e do Adolescente: um novo paradigma. In. VERONESE,
Josiane Rose Petry; ROSSATTO, Luciano Alves; LÉPORE, Paulo Eduardo. Estatuto da Criança e do Adolescente: 25
anos de desafios e conquistas. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 35.
32
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
REFERÊNCIAS
BRASIL.ConstituiçãodaRepúblicaFederativadoBrasilde1988.Disponívelem
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Acesso em: 26 mar. 2020.
33
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
BRASIL. Lei 12.435, de 06 de julho de 2021. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm. Acesso
em: 10 jan. 2021.
FACHIN, Luiz Edson. Direito Civil: sentidos, transformação e fim. Rio de Ja-
neiro: Renovar, 2015.
34
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
FISHER, Roger; URY, William; PATTON, Bruce. Como chegar ao sim: como ne-
gociar acordos sem fazer concessões. Rio de Janeiro: Imago, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 69. ed. Rio de Janeiro: São Paulo:
Paz e Terra, 2019.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 59. ed. Rio de Janeiro: São Paulo:
Paz e Terra, 2019.
FONSECA, Ana Maria Medeiros da. Família e política de renda mínima. São
Paulo: Cortez, 2001.
35
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
RIBEIRO, Joana. Desafios do Juiz da Justiça da Criança e do Adolescente,
sob o enfoque do Acesso à Justiça. In: VERONESE, Josiane Rose Petry (aut.
e coord.). Estatuto da Criança e do Adolescente – 30 anos: Grandes Te-
mas, Grandes Desafios. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2020.
36
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
SÊDA. Edson. A proteção integral: Um relato sobre o cumprimento do novo
Direito da Criança e do Adolescente na América Latina. 4. ed. ampliada.
Campinas: Edição Adês, 1996.
37
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS
WATANABE, Kazuo. A mentalidade e os meios alternativos de solução de
conflitos no Brasil. In.: GRINOVER, Ada Pellegrini; WATANABE, Kazuo; LA-
GRASTA NETO, Caetano (coord.). Mediação e gerenciamento do processo.
São Paulo: Atlas, 2008.
38
CURSO
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS