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INTRODUÇÃO AO Prof. Dr. Dr. Hermes Zaneti Jr.

Professor da Universidade
DIREITO PROCESSUAL Federal do Espírito Santo
INTRODUÇÃO AO DIREITO
PROCESSUAL
Ideia Chave:
O fim do processo é a tutela das pessoas e dos direitos, adequada, efetiva e
tempestiva (art. 4º, CPC), mediante o processo justo para a resolução do conflito.
O fim do direito é a tutela das pessoas - suum cuique tribuere– dar a cada um o que
é seu (Ulpiano, 150 a 223 d.c.) e o meio para atingir este fim é através do
procedimento em contraditório, audiatur et altera pars ouvir a outra parte, pois é na
dialética do direito que se permite a solução dos conflitos sociais.
TEORIA GERAL DO PROCESSO
E INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DO DIREITO PROCESSUAL
INTRODUÇÃO - DISCIPLINA ENCICLOPÉDICA
TEORIA DO DIREITO
DOGMÁTICA JURÍDICA – CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015 (LEI
13.105/2015)
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – ART. 3º
DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL – PLANOS DISTINTOS –
RELAÇÃO CIRCULAR (O DIREITO MATERIAL SERVE AO PROCESSO PARA
QUE SEJA SERVIDO PELO DIREITO PROCESSUAL – CÍRCULO
HERMENÊUTICO)
RAMOS DO DIREITO MATERIAL: DIREITO CIVIL, DIREITO PENAL,
DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO AMBIENTAL,
DIREITO DO CONSUMIDOR – ALTERAÇÃO DO PROCESSO PELO DIREITO
PONTOS DE VISTA DA CIÊNCIA DO
DIREITO: LUIGI FERRAJOLI

FILOSOFIA DA JUSTIÇA (O QUE É


JUSTO?)
TEORIA DO DIREITO (O QUE É O
DIREITO?)
DOGMÁTICA JURÍDICA (QUAL É O
DIREITO POSITIVO EM UM
DETERMINADO
PAÍS/ORDENAMENTO JURÍDICO); E
SOCIOLOGIA DO DIREITO (O QUE
É NA HISTÓRIA, NA
ANTROPOLOGIA E NA VIDA DA
COMUNIDADE O DIREITO?)
17 DISCPLINAS PROCESSUAIS
PURAS!
UFES 2019/1
Teoria Geral do Processo – Hermes Zaneti Jr. Direito Processual Penal I – Ezequiel Turíbio
Direito Processual Civil I - Claudio Jannotti da Rocha Direito Processual Penal II – s/p
Direito Processual Civil II – Tiago Figueiredo Direito Processual Penal III – Catarina Cecin Gazelle
Gonçalves
Direito Processual Penal IV – Sérgio Ricardo de Souza
Direito Processual Civil III – Flávio Cheim Jorge
Direito Processual do Trabalho – Claudio Jannotti da
(Recursos e Meios de Impugnação)
Rocha
Direito Processual Civil IV – Marcelo Abelha Prática cível, trabalhista, penal.
Rodrigues (Cumprimento de Sentença e Execução)
Optativas:
Direito Processual Civil V – Fernando Bravin (Tutela
Provisória – Antecipada, Cautelar e Evidência) Processo tributário e o novo CPC – Cristiane Mendonça
Direito Processual Civil VI – Hermes Zaneti Jr. Direito Processual Empresarial – Eduardo Bitt
(Procedimentos Especiais e Processo Coletivo)
ARCO PROCESSUAL
FASES DO PROCESSO
Fase postulatória, petitória ou inicial – pedir e apresentar defesa (ação e exceção)
Fase ordinatória ou saneadora – organizar o processo para o passado e definir as
questões controvertidas sobre as quais recairá a prova no futuro
Fase instrutória – produção das provas
Fase decisória – sentença
Fase recursal – recursos após a sentença
Fase executória ou de cumprimento da sentença – realização dos comandos judiciais
constantes da decisão (pagamento do valor condenado, entrega de coisa ou
efetivação da obrigação de fazer ou não-fazer)
Satisfação
FASES NÃO-ESTANQUES –
DINAMISMO DAS FASES
PROCESSUAIS
No passado se falava em processo sincrético para descrever o processo que ao mesmo tempo possuía uma
fase de conhecimento e uma fase de execução; o sincretismo decorria da concepção doutrinária de que a
fase de conhecimento antecedia e não podia se confundir com a fase de execução. Essa concepção
impregnou o CPC/1973 até o advento das reformas da década de 1990.
Hoje, não há mais essa preocupação teórica e as fases de conhecimento e execução não são estanques. Há
uma preocupação maior com a efetividade do processo e com a tutela de quem tem o direito, em razão
disso as três espécies de tutela provisória: urgência (cautelar e antecipada) e evidência (proteger o direito do
autor mesmo sem urgência). O processo desde o início ou até mesmo antes do ajuizamento da demanda
principal pode entregar a tutela do direito e solucionar o conflito, satisfazendo a pretensão. Há execução e
cumprimento antes do conhecimento, isso pode ocorrer mesmo sem a fase de conhecimento se desenvolver
plenamente e até mesmo dispensando o conhecimento – como ocorre na estabilização da tutela antecipada
antecedente.
A mesma inversão procedimental pode ocorrer na fase instrutória, com a produção antecipada de provas, na
fase recursal, com os recursos de decisões interlocutórias etc. As fases do processo tem apenas o escopo
didático de demonstrar a organização do arco procedimental, não sendo um dogma a existência de todas as
fases para a garantia do processo justo.
NOÇÕES GERAIS DA
DISCIPLINA
Conceito de processo em uma democracia e os aspectos teóricos, sociais, políticos e
jurídicos da aplicação do direito como forma de solução dos conflitos em sociedade
(Teoria Integrada da Ciência Jurídica em Luigi Ferrajoli).
História do processo: linha do tempo.
Trilogia estrutural clássica do direito processual civil: Jurisdição, Ação e Processo.
Teoria Geral do Processo x Teoria do Processo Civil, “Teoria do Processo”, nem
geral, nem específica.
Arco processual: da petição inicial à satisfação.
ARCO PROCESSUAL
AÇÃO
P. Iuventius Celsus, 1º Séc. AD (direito romano, D.44.7.51, 6º Séc. AD, Institutas.
De Actionibus):”Nihil aliud quam ius quod sibi debeatur iudicio persequendi” e
“actio autem nihil est, quam jus persequendi in iudicio quod sibi debetur” (a ação
nada mais é que o direito de perseguir em juízo aquilo que lhe é devido).
Ação Abstrata: Direito subjetivo público abstrato e autônomo em face do Estado.
Ação concreta: Direito potestativo ou formativo gerador de quem tem um direito de
obter a tutela do Estado para defesa de seu direito.
Ação eclética: Liebman e as condições da ação.
JURISDIÇÃO
“a função do Estado que tem por escopo a atuação da vontade concreta da lei por
meio da substituição, pela atividade dos órgãos públicos, da atividade de particulares
ou de outros órgãos públicos, já no afirmar a existência da vontade da lei
[declaração], já no torná-la, praticamente, efetiva [satisfação/execução].”
(CHIOVENDA, 1943, p. 11).
CONCEITO DE JURISDIÇÃO:
ELEMENTOS
CONTEMPORÂNEOS
(a) atribuída a terceiro imparcial;
(b) de realizar o Direito de modo imperativo;
(c) e (re)construtivo;
(d) reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas;
(e) concretamente formuladas;
(f) em decisão insuscetível de controle externo (DIDIER JR., 2015, p. 153).
Ex.: art. 335, § 6º, CPC/2015.
JURISDIÇÃO
O Estado paulatinamente vem perdendo espaço na centralidade do direito, eliminando o conceito estrito
de jurisdição como atributo exclusivo da soberania estatal (ZANETI JR., 2015);
(a) quer por permitir que meios alternativos à jurisdição estatal (adequados), na medida em que sejam
constitucionalmente adequados, possam ser escolhidos pelas partes para a solução de seus conflitos, com
exclusão da atividade jurisdicional estatal, como (a.1) a arbitragem, uma soluçãosolução
heterocompositiva (art. 3º, § 1º e art. 337, § 6º, ambos do CPC/2015, além do art. 31 da Lei n. 9.307/96);
(a.2) a mediação, uma solução autocompostiva (art. 3º, §§ 1º e 2º, art. 165 a 175, art. 334, todos do
CPC/2015, tendo ainda uma lei específica, a Lei nº. 13.140/2015), caracterizada pela existência de um
vínculo anterior entre as partes (art. 165, § 2º, do CPC/2015); e (a.3) a conciliação e a negociação direta
(neste caso, não há nenhum terceiro), também soluções autocompositivas (art. 3º, §§ 1º e 2º, art. 165 a
175, art. 334, todos do CPC/2015), caracterizada pela ausência de um vínculo anterior entre as partes
(art. 165, § 3º, do CPC/2015);
(b) quer por abrir espaço para a jurisdição internacional, transnacional e transfronteiriça, com o
estabelecimento de limites à jurisdição nacional (art. 21 a 25 do CPC/2015) e a previsão de cooperação
jurisdicional internacional (arts. 26 a 41 do CPC/2015);
(c) quer por permitir às partes a celebração de negócios jurídicos processuais atípicos e calendarização
processual, descaracterizando a norma processual como norma congente, inderrogável e de caráter
exclusivamente público (art. 190 e 191, ambos do CPC/2015);
PROCESSO
Relação jurídica Processual: autor, juiz e réu; condições da ação e pressupostos
processuais + Procedimento = sequência de atos.
“Procedimento. Conjunto de atos realizados pelo juiz, autor e réu. Procedimento é
também o desenho sistemático dos atos a serem realizados, exigências relativas a
cada um e ordem sequencial entre eles”
“Processo. Método de trabalho para o exercício da jurisdição, da ação e da defesa,
informado pelo contraditório. O processo é composto pelo procedimento e pela
relação jurídica processual. Usa-se esse vocábulo também para designar o próprio
direito processual”. DIMARCO, Cândido Rangel; LOPES, Bruno V. C. Teoria
Geral do Novo Processo Civil. 2ª ed. São Paulo: Malheiros, 2017, p. 252.
PROCESSO
“é possível definir o processo jurisdicional como o ato jurídico complexo pelo qual
se busca a produção de uma norma jurídica por meio do exercício da função
jurisdicional” (Fredie Didier Jr.).
Processo como procedimento em contraditório (Elio Fazzalari)

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