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ISUP
CURSO DE DIREITO
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
Definição;
Razão da Sua Existência;
Classificação dos Procedimentos Cautelares quanto a sua
finalidade;
Procedimentos Cautelares especificados e não Especificados;
Carácter Provisório dos Procedimentos Cautelares;
Responsabilidade do requerente.
Fases Do Processo.
Fase Dos Articulados
Fase do saneamento e condensação;
Fase de instrução;
Fase da audiência final; e
Fase da sentença
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA:
LIÇÃO Nº
DATA___/___/_____
Desde esta data (1868) até 1926 (58 anos) o Direito Processual Civil estava
assente sobre uma base de concepção essencialmente privatística da relação
processual, isto é, competia às partes, por força do princípio da livre
disponibilidade da relação material levada até às suas últimas
consequências, a tarefa de impulsionar a actividade dos tribunais e de
definir as pretensões sujeitas à apreciação jurisdicional, como o encargo de
juntar ao processo todo material de prova de que ao juíz era lícito conhecer
na apreciação da matéria de facto delimitada pelas partes (autor e réu),
Reformas
III-DEFINIÇÃO:
V- CARACTERÍSTICAS:
Excepções:
OUTROS PRINCÍPIOS
Excepções:
FUNÇÃO:
Por Lic. Joaquim Orlando – Docente Página 11 de 85
Os princípios do DPC desempenham três (3) funções:
1. Função aglutinadora – destinada a esclarecer determinadas
situações;
2. Função Prioritária – porque servem de consulta antes de se tomar
decisão sobre determinado caso;
3. Função Integradora – fazem parte do sistema de normas, sendo que
outros ramos de direito buscam normas do DPC para os subsidiar,
como ocorre com o Direito Administrativo, Direito Comercial,
Direito Fiscal, Direito Processual Penal, etc).
TAREFA
LIÇÃO Nº_________
DATA_____/______/_______
SUMÁRIO:
Entretanto, seja qual for a circunstância, o juíz não pode abster-se de julgar,
sob pretexto de falta ou obscuridade da lei – artigo 8 nº 1 CC.
Analogia que pode ser determinada não pela simples simetria formal
das situações, mas pela identidade substancial estatuída. A
aplicabilidade da lei processual por analogia funda-se em ser de
presumir que, se a lei prevê determinado caso e o regula de certa
maneira, da mesma maneira teria regulado os outros casos
relativamente aos quais procedam as razões justificativas daquela
regulamentação e em que devesse evitar-se dissonâncias no sistema
jurídico.
3.1-Normas excepcionais
A doutrina considera disposições, normas ou mesmo leis
excepcionais aquelas que regulam, por modo contrário ao
Com efeito, trata-se de saber se o processo deve ser regulado pela lei do
tempo do facto ou relação material cuja apreciação está em causa, ou,
noutro sentido, se deve ser inteiramente disciplinado pela lei do tempo da
propositura da acção, ou se para cada acto de processo não rege antes a lei
do tempo da sua realização.
Aplicar a lei nova, ao abrigo do artigo 12º CC, que estabelece que a
lei não se aplica a factos passados ou ocorridos antes da sua
vigência. Note-se que, nas leis do processo, é válido o argumento
segundo o qual, o Estado quando publica uma lei nova significa que
a anterior é impefeita e defectuosa para a administração da justiça
ou ao regular funcionamento do poder judicial.
LIÇÃO Nº_______
DATA:____/_____/_____
SUMÁRIO:
Os actos que devem ser praticados e as formalidades que devem ser observadas pelas
partes, quer no momento da propositura da acção como no decurso da mesma, não são
os mesmos ou uniformes em todos os casos.
Porém, embora não seja regime regra no nosso ordenamento jurídico, existem
alguns casos que a lei exige certas formalidades para determinados actos, como
Nos termos do artigo 460º nº 1, a forma do processo pode ser comum ou especial.
Como o próprio nome indica, aplica-se a todos os casos a que não corresponda
processo especial, isto é, não correspondendo a providência pretendida pelo autor
nenhuma das formas dos processos especiais indicados nos respectivos preceitos –
artigos 944º a 1507º CPC, deve ser instaurada acção sob a forma de processo
comum, em conformidade com a regra geral.
Porém, os processos especiais não seguem todos um mesmo modelo, pois existe
uma grande diversidade de processos especiais, consoante o tipo de providências
que o autor se propõe alcançar quando instaura uma acção, ou seja, nos processos
especiais, a lei seguiu diversos modelos de tramitação, procurando adequá-los à
finalidade que em juízo se visa alcançar.
2.1-Noção
Nas acções declarativas, o autor procura que o tribunal declare a solução para um
determinado caso, na qual o tribunal proferirá uma decisão, com fundamento no
direito civil, em que declara, naquele caso concreto, a existência ou não do direito
invocado, ou de certo facto.
De simples apreciação;
De condenação; e
Constitutivas.
Porém, esta incerteza tem de ser objectiva, não bastando a simples dúvida que exista
na cabeça do autor, pelo que a mesma deve projectar-se no exercício normal dos
seus direitos.
Nas negativas, o autor requer que seja declarado que o direito não existe ou que
determinado facto não ocorreu, pretendendo-se que o tribunal declare a inexistência
de um direito de outrem com a finalidade de pôr termo a uma situação de incerteza
capaz de causar grave insatisfação ou dano apreciável ao autor. Exemplo: António,
proprietário de um prédio e quer vendê-lo. Bernardo, vizinho de António, faz
circular no bairro ou na Cidade a ideia de que o prédio tem uma servidão de
passagem (artº 1543º CC), que na realidade não existe. António, como quer vender o
prédio com valor alto e a alegada servidão baixaria o valor, interpõe a acção de
simples apreciação negativa de que não há servidão nenhuma alegada por B – artigo
343º nº 1 CC.
Nestas acções, o autor quer duas coisas, contrariamente ao que se pretende nas acções
de simples apreciação, que são:
Recorda-se que direito potestativo é o poder conferido a uma pessoa de introduzir uma
alteração na esfera jurídica de outras pessoas, criando, modificando ou extinguindo
direitos, mesmo contra a vontade destas.
Nas acções constitutivas, o autor não precisa de propor uma acção executiva, porque os
efeitos jurídicos dessas acções não têm carácter executivo, ou seja, não visam a
prestação de reintegrar o direito violado, podendo consistir em três aspectos.
Vejamos:
Nas acções executivas, o autor tem como finalidade a realização coerciva das
providências destinadas à efectiva reparação do direito violado, usando da faculdade
que o artigo 817º CC estabelece, segundo o qual, não sendo a obrigação
voluntariamente cumprida, tem o credor o direito de exigir judicialmente o seu
cumprimento e de executar o património do devedor, através da penhora (artigo 666º
As acções executivas têm que ter por base um título executivo que pode ser uma
sentença da acção declarativa, ou por exemplo, um cheque que vai directamente para a
execução, sem passar pela declaração do tribunal – o que se traduz no princípio da
economia processual ou do tempo.
1ª- Acção de execução por pagamento de quantia certa, como regime regra pelo
facto de ser o que mais acontece;
2ª- A acção de execução para entrega de coisa certa, em que a parte é condenada a
entregar a coisa certa, isto é, o tribunal vai lá e pela força que tem retira a coisa em
causa.
3ª- Acção de execução para prestação de facto positivo, quase igual ao pagamento de
quantia certa, mas aqui resultante de indemnização, caso tenha perdido ou destruído a
coisa.
TAREFA
LIÇÃO Nº_____
DATA____/___/____
Preliminares:
Como foi dito no estudo das acções, o conjunto de actos que os sujeitos do
processo devem praticar, bem como as formalidades de cada um deles, na
propositura e desenvolvimento da acção não obedecem a um modelo único.
Entretanto, isto não quer dizer que à extrema variabilidade destes factores
corresponda uma específica e diferente forma de processo, pois a mesma
2- PROCESSOS ESPECIAIS
Comum; e
Especial.
Declarativas; e
Simples apreciação;
Condenação;
Constitutivas; e
Executivas.
Ordinária;
Sumária; e
Sumaríssima.
Jurisdição Contenciosa; e
Jurisdição Voluntária
TAREFA
LIÇÃO Nº______
DATA____/____/_____.
1-Definição;
6-Responsabilidade do requerente.
1-Definição:
Procedimento Cautelar é o processo judicial instaurado como preliminar a uma acção
ou, na pendência desta como seu incidente, destinado a prevenir ou a afastar o perigo
resultante da demora a que está sujeito o processo principal.
Assim, para acautelar outro risco de lesão não especialmente previsto nas
providências cautelares nominadas pela lei, existe a faculdade de o titular
do direito requerer uma providência cautelar comum ou não especificada
que seja adequada à situação concreta.
Com efeito, para que seja decretada uma providência cautelar não
especificada devem encontrar-se preenchidos os seguintes requisitos:
6-Carácter Provisório
7-Responsabilidade do requerente:
TAREFA
1- Como se faz o arresto de um imóvel?
LIÇÃO Nº__________
DATA____/____/______
Com efeito, existem regras ou normas de competência que fazem a repartição do poder
jurisdicional (os tribunais) entre vários tribunais, as quais definem a competência
abstracta de cada tribunal e, consequentemente, a competência concreta.
A competência interna pode visar a repartição dos processos em cada tribunal, entre os
diversos juízes que nele servem e entre as secções da respectiva secretaria ou cartório,
cuja competência está regulada na lei a designação de distribuição, que estudaremos
mais adiante – artigo 227º CPC.
No plano interno, o poder judicial começa por ser dividido pelas diferentes categorias de
tribunais, de acordo com a natureza das matérias em causa – artigo 176º nº 1 da CRA:
Tribunal Constitucional;
Tribunal Supremo;
Tribunal de Contas; e
Supremo Tribunal Militar.
Esta classificação que assenta na competência em razão da matéria é a que é feita entre
tribunais comuns ou judiciais e os tribunais especiais (Constitucional, de Contas e
Militar).
A competência dos tribunais comuns constitui a regra, ou seja, é genérica, enquanto que
a competência dos tribunais especiais constitui a excepção, isto é, competência
específica.
Nos tribunais comuns estão estruturadas câmaras e salas para tratamento de matérias
especializadas (cível e administrativo, crimes comuns, família, trabalho, etc).
Esta matéria foi já estudada aquando da abordagem das formas do processo declarativo
– ordinário, sumário e sumaríssimo – Lei nº 9/05, sobre alçadas dos tribunais e artigos
68º e 69º do CPC.
Modalidades:
De acordo com o artigo 63º CPC, o momento decisivo para analisar a competência ou
incompetência é o da propositura da acção, numa consagração do princípio da
irrelevância das modificações factuais ou legais posteriores àquele momento.
Excepções: nº 2, segunda parte do mesmo artigo 63º, segundo o qual a causa pode vir a
ser atribuída ao tribunal onde a acção foi proposta, competência que inicialmente não
possuia para o conhecimento da mesma.
a)- A incompetência absoluta pode ser arguida pelas partes e deve ser suscitada
oficiosamente pelo tribunal, atodo tempo; não pode, em princípio, ser prevenida por
convenção das partes – artigo 99º e 100º CPC, tendo como consequência, uma vez
declarada, deixar o processo sem efeito, salvo acordo dos pleitantes no sentido de
aproveitar os articulados – artigo 105º nº 2 CPC;
Pode ser arguida ou conhecida em qualquer fase do processo, enquanto não houver
sentença transitada em julgado – artigo 102º nº 1 CPC, pois, depois de transitada em
b)- A incompetência relativa – só pode ser arguida pelo réu dentro do prazo fixado para
a cntestação – artigo 109º CPC – pode ser prevenida por convenção das partes – artigo
100º CPC e, uma vez declarada, tem como consequência o simples reenvio do processo
para o tribunal competente – artigo 111º nº 3 CPC;
1-O regime da incompetência absoluta é mais severo porque esta em jogo um interesse
público essencial (a boa administração da justiça, com certo prestígio da decisão);
2-O da incompetência relativa contenda somente com o interesse particular das partes
ou, com um interesse público de 2ª ordem, pelo que assim se compreende por que razão
se deixa a iniciativa do réu salvagurdada desse seu interesse particular.
TAREFA
3- O que entende por tribunais?
4- Os tribunais e o poder jurisdicional não são a mesma. Porque?
DATA____/____/______
2 - Incapacidade Judiciária;
2.1- Modos de Suprimento
- Dos menores
- Dos Interditos
- Dos inabilitados
1-Noção de Capacidade Judiciária
Por Lic. Joaquim Orlando – Docente Página 46 de 85
A capacidade judiciária – consiste na susceptibilidade de um sujeito de direito estar,
por si, em juízo, tal como dispõe o artigo 9º nº 1 do CPC.
Por outras palavras, entende-se por capacidade judiciária a aptidão para adquirir
direitos e para os exercer, ou seja, capacidade judiciária significa estar capaz de
gozar direitos e ser capaz de exercer esses direitos.
No geral, todas as pessoas têm capacidade de gozo de direitos, o que corresponde à sua
capacidade jurídica, nos termos do artigo 67º do Código Civil.
Assim, para que o Juiz possa conhecer do mérito da causa, não basta que as partes
tenham personalidade judiciária, mas também capacidade judiciária, que é a aptidão
de o sujeito de direitos exercer esses direitos por si mesmo sem qualquer intermediário.
Porém, nem todas as pessoas podem exercer pessoalmente os seus direitos, como é o
caso dos interditos, dos inabilitados e dos menores que, por não possuírem
capacidade judiciária, não podem estar por si mesmos em tribunal nem por meio
de representantes por si livre e conscientemente escolhidos, fazendo com que os
seus representantes lhes sejam impostos por lei.
Nesta ordem de ideias, facilmente se conclui que a possibilidade de estar por si mesmo
em tribunal, significa também ter o poder de escolher livremente quem o representa na
acção.
A capacidade judiciária, no dizer da lei – artigo 9º nº 2 do CPC, deve ter por base e
por medida a capacidade de exercício de direitos, fazendo corresponder a capacidade
judiciária à capacidade de exercício de direitos, o que quer dizer que as pessoas que
possuam plena capacidade judiciária possuem, igualmente, total capacidade de exercício
de direitos.
Por isso é que, as pessoas que sejam declaradas judicialmente como sendo interditas,
não têm qualquer capacidade de exercício de direitos, sendo por esta razão, destituídas
de capacidade judiciária.
Mas, existem outras pessoas que têm a sua capacidade de exercício de direitos limitada
e, neste caso, a sua capacidade judiciária acompanha essa limitação – são os
inabilitados.
Essas limitações relativas aos inabilitados e aos menores que justificam a razão de
ser do artigo 9º nº 2 do CPC, dão consistência à afirmação segundo a qual, a
capacidade judiciária tem por base e medida a capacidade de exercício de direitos.
Portanto, quem não tiver capacidade judiciária, só pode estar em juízo através dos seus
representantes legais.
2- Incapacidade Judiciária
Incapacidade judiciária – é a situação da pessoa que não pode estar, por si, em juízo,
mas só por intermédio do seu representante ou autorização do seu curador, tendo por
base e medida a incapacidade de exercício do direito.
2.2-Dos menores:
Em regra, a administração dos bens é exercida por ambos os pais, no contexto do poder
paternal, sendo que, na constância do matrimónio, o exercício das responsabilidades
parentais pertence a ambos os progenitores, devendo serem exercidas de comum acordo.
Os menores são representados em juízo pelos seus pais, sendo necessário o acordo de
ambos para a propositura de acções – artigo 10º nº 2 CPC, porquanto nas acções
propostas contra o menor, ambos os progenitores devem ser citados – artigo 10º nº 3
CPC.
Quando o requerimento é feito por um dos progenitores, o juiz, depois de ouvir o outro
e o Ministério Público, decide de acordo com o interesse do menor, podendo a
representação ser atribuída a um dos pais ou ao Ministério Público, ou pode ser
designado curador especial – artigo 12º CPC.
2.3-Dos interditos
A interdição é decretada em acção especial intentada com essa finalidade, nos termos
dos artigos 944º a 958º, e a sentença fixará, sempre que seja possível, a data do começo
da incapacidade e designará ainda o tutor – artigo 954º CPC.
2.4-Dos inabilitados
TAREFA
DATA:____/_____/_____
Assim, uma parte terá legitimidade como autor, se for ela a pessoa que juridicamente
pode fazer valer a pretensão perante o requerido, admitindo que ela existe enquanto
outra parte terá legitimidade como requerida, se for ela a pessoa que juridicamente se
pode opor à pretensão do autor, por ser a pessoa cuja esfera jurídica é directamente
atingida pela providência requerida, se a acção vier a proceder.
Por outro lado, há a considerar nessa relação o interesse que significa a utilidade para o
autor e o prejuízo para o requerido, pois o interesse em demandar se exprime pela
utilidade derivada da providência da acção e o interesse em contradizer, pelo prejuízo
que dessa procedência advenha – artigo 26º nº 2 CPC.
Dito de outro modo, entende-se que o interesse processual consiste no facto de o credor
possuir interesse directo em pedir ao tribunal a condenação do devedor no pagamento
da importância que este lhe deve e o devedor tem interesse directo em intervir como
réu, porque é na sua esfera jurídica que se irá repercutir o efeito da eventual condenação
no pagamento da importância peticionada pelo autor.
Sendo ambos partes legítimas, a decisão terá efeito útil, ficando a causa definitivamente
julgada.
2-Pluralidade de partes:
Porém, às vezes a acção é proposta por vários autores ou contra vários réus, o que se
traduz na existência de uma pluralidade de partes.
A pluralidade de partes pode ser activa ou passiva desde que se verifica do lado dos
autores ou dos réus, podendo ainda ser mista quando a acção é instaurada por vários
autores contra vários réus.
O termo litisconsórcio serve para exprimir a imagem de várias pessoas que, no mesmo
processo civil, correm a mesma sorte, associadas que estão no lado do ataque ou no lado
da defesa.
Com o litisconsórcio necessário pretende-se evitar que sejam proferidas decisões que
venham praticamente a ser inutilizadas por outras proferidas em face dos restantes
interessados, o que acontece sempre que, pela natureza da relação jurídica, não
possam ser reguladas definitivamente as posições de alguns sem que sejam reguladas
as posições de todos.
Como exemplo de litisconsórcio necessário imposto por lei podemos referir o caso das
acções que têm de ser propostas por ambos ou contra ambos os cônjuges. Assim, devem
ser propostas por ambos os cônjuges, ou por um deles com o consentimento do outro, as
acções de que possam resultar a perda ou oneração de bens que só por ambos possam
ser alienados ou perda de direitos que só por ambos possam ser exercidos, incluindo as
acções que tenham por objecto, directa ou indirectamente, a casa de moradia da família.
Quando a causa de pedir que está na base dos diferentes pedidos formulados seja
a mesma e única – artigo 498º nº 4 CPC;
De notar que na coligação, a causa de pedir tem de ser a mesma e ser única, o que se
verifica quando as vítimas do mesmo acidente de viação demandarem, na mesma acção,
a empresa de seguros do veículo.
Nos termos do artigo 30º nº 2 do CPC, é lícita a coligação quando, sendo embora
diferente a causa de pedir, a procedência dos pedidos principais dependa essencialmente
da apreciação dos mesmos factos ou da interpretação e aplicação das mesmas regras de
direito, desde que não se verifiquem nenhum dos obstáculos previstos no artigo 31º do
CPC, isto é, quando os pedidos correspondam as formas diferentes de processo ou a
cumulação ofenda competências dos tribunais.
3-Legitimidade Plural:
Assim, legitimidade plural é quando se verifica que tanto no lado activo como no lado
passivo estão presentes todos os interessados cuja presença se impõe e a falta de algum
dos interessados constitui ilegitimidade.
4-Patrocínio Judiciário
Consiste na assistência técnica prestada às partes por profissionais do foro, dado que,
geralmente, as partes não têm os conhecimentos indispensáveis para conduzir o pleito e,
Entretanto, em caso de urgência, o patrocínio judiciário pode ser exercido como gestão
de negócios – artigo 41º nº 1 do CPC.
A gestão de negócios dá-se quando uma pessoa assume a direcção de negócio alheio no
interesse e por conta do respectivo dono, sem para tal estar autorizado – artigo 464º do
Código Civil.
TAREFA
LIÇÃO_______
DATA____/___/_____
Por Lic. Joaquim Orlando – Docente Página 55 de 85
SUMÁRIO:
1. FASES DO PROCESSO.
2. FASE DOS ARTICULADOS - PETIÇÃO INICIAL.
INTRODUÇÃO
Na sua tramitação normal, o processo declarativo ordinário e também o processo
sumário, pode ser dividido em cinco fases:
Nesta unidade, estudaremos as fases do processo ordinário por ser este que constitui a
referência para as outras formas de processo.
No geral, toda a acção começa pela petição inicial, que é o primeiro articulado que
estará sempre presente em qualquer acção. Porém, a mesma pode terminar logo, se a
petição for liminarmente indeferida ou quando o autor desistir do pedido – artigo 293º
CPC ou desistir da instância – artigo 296º CPC.
Reconvenção – é uma pretensão autónoma formulada em acção declarativa pelo réu contra o autor.
Por sua vez, o réu pode confessar o pedido – artigo 293º nº 1 e ambas as partes podem
transigir depois de homologada por sentença – artigo 293º e 300º CPC.
Transacção - é o contrato pelo qual as partes previnem ou terminam um litígio mediante recíprocas
concessões.
Pode ainda ser proferido despacho que determine a incompetência absoluta do tribunal –
artigos 103º e 105º CPC.
Há ainda casos em que o processo pode não ir além do despacho saneador ( despacho
proferido após a realização da audiência preliminar, após o fim dos articulados ) por ser julgado
procedente uma excepção dilatória ( invocação pelo réu de qualquer irregularidade ou vício de
natureza processual ex: competência do tribunal) que conduz à absolvição da instância
(excepção peremptória) – (serve de causa impeditiva, modificativa ou extintiva do efeito jurídico
dos factos invocados pelo autor, dando lugar a improcedência da acção e absolvição do réu do pedido )
ou por ser possível conhecer imediatamente do mérito, sem mais provas, condenando ou
absolvendo o réu do pedido – artigo 510º nº 1 alíneas a) e b) do Código do Processo
Civil.
A fase dos articulados é a fase em que se definem os termos da acção onde o autor e o
réu alegam as razões de facto e de direito capazes de fundamentar a respectiva posição
que em juízo defendem.
A exposição das razões de facto é de maior importância, visto que o juiz, em regra, só
pode ter em conta os factos alegados pelas partes, e não está submetido às alegações das
partes no que toca à indagação, interpretação e aplicação do direito – artigo 664º do
CPC.
Definição:
O articulado deve ser assinado pela parte ou pelo mandatário judicial, nos casos em que
é obrigatório a constituição de advogado – artigo 32º CPC, cuja falta pode ser objecto
de recusa na sua recepção pelo tribunal.
1.2-Função
Assim, podendo dispor desses direitos, sobre eles recai o impulso processual, não
podendo o tribunal, oficiosamente, resolver litígios não solicitados pelos titulares dos
respectivos interesses ou direitos.
a)- Substantivos:
b)- Processuais:
1.3-Natureza:
A lei não impõe um limite numérico de linhas, mas exige a salvaguarda da legibilidade
do documento.
Por imposição do artigo 139º nº 1 CPC, a petição inicial tem que ser escrita em língua
portuguesa, sendo de toda conveniência que o discurso utilizado seja claro, logicamente
ordenado e num estilo que, não sendo literário, seja de fácil apreensão quanto às
questões fundamentais suscitadas e a linguagem pautada por ditames de urbanidade –
artigo 154º CPC.
1.4.2-Conteúdo
Por força do artigo 467º nº 1 alínea c) CPC, exige-se que o autor indique a forma de
processo – artigo 460º CPC (acção declarativa de condenação sob a forma de processo
ordinário; sumário; sumaríssimo e especial), a qual constitui elemento relevante para
efeitos dos artigos 215º e 222º do CPC.
Narração:
Do clima moral fazem parte aquelas considerações que, não integrando a estrutura
fáctica da causa, favorecem o seu enquadramento no contexto comportamental dos
litigantes, tornando aquele factualismo mais explícito aos olhos do julgador.
Às alegações de direito, tanto podem consistir na mera citação das disposições legais
(artigos) como na reprodução das normas deles extraídas. Por outro lado, a alegação de
direito deve ser quanto possível sóbria, pois o desenvolvimento das teses jurídicas tem o
seu momento próprio no quadro das alegações de direito, quando da discussão da causa
ou das alegações de recurso.
Assim, antes de o juiz analisar a matéria de facto, já está seleccionada numa primeira
fase, de acordo com o direito invocado (autor) ou o meio de defesa escolhido (réu), no
sentido de serem alegados e provados factos para que a pretensão ou defesa sejam
procedentes.
TAREFA
LIÇÃO Nº_______
DATA____/____/_____
1. A Coligação
2-Diferentes formas de pedir:
- Cumulação de pedidos
- Pedidos Genéricos
- Pedido de Prestações Vincendas
3. Ineptidão da Petição Inicial
4. Citação do Réu – funçã
5. Contestação
Cumulação de pedidos
De acordo com o artigo 470º do CPC, a cumulação de pedidos pressupõe que o autor
se propõe a fazer valer, simultaneamente, contra o réu vários pedidos ou diversas
pretensões; pelo contrário, quando os pedidos são alternativos ou subsidiários, o autor
apenas pretende fazer valer contra o réu um dos pedidos ou uma das pretensões.
Portanto, não se cumula aqui dois pedidos substancialmente distintos, tão-só se indicam
as duas operações ou as duas espécies de actividade que o Tribunal tem de desenvolver
para atingir o fim último da acção.
Pedidos genéricos
São pedidos cujo objecto não é determinado na quantidade certa ou “no seu quantum”.
Surgem como consequência de factos ilícitos ou por o seu objecto ser uma
universalidade ou por não ser possível determinar no momento da sua formulação,
podendo ser determinada por meio do incidente de liquidação.
Nestes casos, pode usar da faculdade que lhe confere o artigo 569º do CC, o que
acontece com frequência nas acções em que está em causa a responsabilidade civil
motivada por acidente de viação, quando o lesado, no momento de propor a acção,
ainda não está em condições de avaliar as consequências do facto ilícito em toda a sua
extensão.
Porém, para não protelar por mais tempo a propositura da acção, o autor, além de pedir
a parte que já seja líquida, pode pedir que o réu seja condenado a pagar-lhe a
indemnização cujo montante se vier a liquidar posteriormente – artigo 661º nº 2 CPC.
Com este preceito pretende-se evitar que o autor tenha de propor sucessivas acções
declarativas contra o réu que já deixou de pagar alguma das prestações periódicas.
Note-se que o pedido de prestações vincendas não se confunde com o disposto no artigo
781º do CC que determina que, se a obrigação puder ser liquidada em duas ou mais
prestações, a falta de realização de uma delas importa o vencimento de todas, pois,
trata-se aqui de fracções de uma dívida, e não de dívidas distintas, como no caso
acabado de analisar acima.
Diz-se que a petição inicial é inepta, nos termos do artigo 193º nº 2 do CPC, quando:
A causa de pedir é o facto jurídico que serve de fundamento ao pedido que se enquadra
na previsão de alguma norma de direito substantivo; é o princípio gerador do direito e
da sua causa eficiente.
A causa de pedir é, portanto, o acto ou facto jurídico do qual emerge o direito que o
autor se propõe fazer valer, desde que não se trate de facto jurídico abstracto, como a lei
o configura, mas um certo facto concreto cujos contornos se enquadram na definição
legal.
A causa de pedir é, assim, o facto produtor dos efeitos jurídicos apontados pelo autor.
Para que a petição inicial seja considerada apta, o autor terá de formular um pedido
inteligível e indicar o facto genérico do direito ou da pretensão que quer fazer valer.
Nos casos em que a citação depende de prévio despacho judicial pode a ineptidão levar
o juiz a indeferir liminarmente a petição inicial enquanto noutros casos, anulará todo o
processado.
Se o autor não formular o pedido ou não alegar o facto concreto que lhe devia servir de
fundamento, falta a indicação dos parâmetros que hão-de balizar a actividade do juiz,
dado que a sentença não pode condenar em quantidade superior ou em objecto diferente
do que se pedir – artigo 661º nº 1 CPC e, só pode servir-se dos factos articulados pelas
partes – artigo 664º CPC e, por outro lado, o réu necessita de conhecer o pedido
formulado pelo autor e os factos em que assenta tal pedido para poder organizar a sua
defesa.
A petição é inepta e, por conseguinte nula, quando não poder descobrir-se que tipo de
providência o autor se propõe obter ou que efeito jurídico pretende alcançar por via
da acção.
Pelas razões expostas, tanto o juiz – que tem de decidir – como o réu – que tem de saber
de que deve defender-se – sentem a necessidade de compreender o alcance do pedido.
No entanto, se o réu contestar, apesar de arguir a ineptidão com estes fundamentos, não
se julgará procedente a arguição quando se verificar que a petição inicial foi
convenientemente interpretada – artigo 193º nº 3 CPC.
Assim, importa ressaltar que não se deve confundir ininteligibilidade com outra
situação em que o pedido ou a causa de pedir estão redigidos de forma incorrecta ou
deficiente, casos em que o autor pode ser convidado a suprir as imprecisões, nos
termos do artigo 508º nº 2 do CPC.
Por outro lado, a ineptidão pode também resultar da falta ou ininteligibilidade da causa
de pedir quando não se sabe qual o acto ou facto jurídico em que o autor fundamenta o
seu pedido ou porque não alegou os factos em que baseia o seu pedido, ou ainda,
embora tenha alegado alguns factos, estes não se tornam compreensíveis.
A petição inicial tem de reproduzir um raciocínio lógico, em que o pedido há-de conter-
se nas razões de direito e nos fundamentos de facto expostos na causa de pedir.
Existe ineptidão, por exemplo, quando é invocada a nulidade do contrato pelo autor
que, apesar disso, pede a condenação no pagamento de importância devida por força
do mesmo contrato.
Nestes casos, a ineptidão pode surgir por o autor ter cumulado causas de pedir ou
pedidos substancialmente incompatíveis, isto é, o autor formula na mesma petição
diversos pedidos contra o mesmo réu, mas os pedidos não são alternativos ou
subsidiários como estabelecem os artigos 468º e 469º do CPC, visto que nestes casos,
embora se formule vários pedidos, apenas pretende-se que um deles seja satisfeito,
diferente dos casos que estamos a estudar em que o autor formula vários pedidos e
pretende que todos eles sejam reconhecidos simultaneamente,
Do disposto do artigo 193º do CPC conclui-se que a ineptidão não pode nascer de vícios
formais, sendo que, a nulidade subsiste ainda que um dos pedidos fique sem efeito por
incompetência do tribunal ou por erro na forma do processo.
A citação é o acto pelo qual se dá conhecimento ao réu de que foi proposta contra ele
determinada acção e se chama ao processo para se defender, devendo ser-lhe entregue
cópia da petição inicial, dos documentos que a acompanham e de todos os elementos do
processo necessários à plena compreensão do seu objecto, sendo advertido do prazo
dentro do qual pode oferecer defesa – artigos 228º nº 3 e 255º CPC.
A citação emprega-se também para chamar, pela primeira vez, ao processo alguma
pessoa interessada na causa – artigo 228º nº 1 CPC.
Em quaisquer outros casos, utiliza-se a notificação, que serve para chamar alguém a
juízo ou dar conhecimento de um facto – artigo 228º CPC.
Efeitos da citação:
Considera-se proposta em segundo lugar a acção para a qual o réu foi citado
posteriormente – artigo 499º nº 1 CPC.
5-CONTESTAÇÃO
Na narração, o réu expõe as razões de facto e de direito por que se opõe à pretensão do
autor, especificando separadamente as excepções que deduza – artº 488º segunda parte.
A lei impõe que se faça a distinção de forma clara, entre a defesa por impugnação e a
defesa por excepção.
Assim, a defesa por impugnação ou defesa directa é aquela em que o réu nega
frontalmente os factos alegados pelo autor ou, sem negar a realidade desses factos,
contradiz o efeito jurídico que o autor deles pretende tirar. Por outras palavras, o réu
ataca de frente, contradizendo os factos aduzidos pelo autor ou, sem atacar esses factos,
contradiz a aplicação que o autor faz do direito aos factos.
Exemplo: se o proprietário de uma casa pretende que o réu lhe pague a importância
correspondente à renda devida pelo tempo em que a ocupou, na contestação pode o réu
defender-se negando ter ocupado esse imóvel ou, reconhecendo que o ocupou, alegar
que o fez, não por via de um contrato de arrendamento, mas a título de comodato e, por
isso, nada deve.
A defesa por excepção é quando o réu alega factos que obstam à apreciação do mérito
da acção ou que, servindo de causa impeditiva (invalidade do negócio jurídico por
erro, dolo ou coação), modificativa (mudança do percurso de uma servidão de
passagem) ou extintiva do direito invocado pelo autor, determinam à improcedência
total ou parcial do pedido – artigo 487º nº 2 segunda parte.
Na defesa por excepção o réu não nega a realidade dos factos articulados pelo autor,
nem contradiz o efeito jurídico que este procura extrair desses factos, mas opõe-lhe
contra-factos, alegando factos novos, que saem para fora do terreno em que o autor se
colocou e socorre-se de factos diversos daqueles em que se funda a petição, seguindo
uma de duas vias seguintes:
1. O réu alega factos que obstam à apreciação do mérito da causa, invocando, por
exemplo, a litispendência ou a falta de determinado pressuposto processual,
como a ilegitimidade ou a incompetência do tribunal em razão da matéria.
Num e noutro caso, a defesa é indirecta, porque o réu não ataca de frente a causa de
pedir, não procura destruí-la; o seu ataque é de flanco; serve-se de um novo facto que,
ou inutiliza a instância (excepção dilatória – dilatam, protelam, adiam a decisão do
Por último, a conclusão deve conter a formulação do respectivo pedido que pode ser o
de absolvição da instância ou de absolvição do pedido, indicando os documentos que
junta (procuração passada a advogado, quando o patrocínio for obrigatório – artigo 32º
CPC.
TAREFA
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Inicia depois de terminada a fase dos articulados onde as partes expuseram as razões de
facto e de direito em que alicerçaram as respectivas posições e que permitiram delimitar
o litígio ou divergência, constituindo, de um modo geral, a primeira oportunidade com
que o juiz se depara para analisar o processo.
Note-se, que mesmo quando a acção deva prosseguir, por vezes, torna-se necessário
expurgá-la de certos vícios, procedendo ao aperfeiçoamento dos articulados.
Para efeitos de saneamento, a lei processual prevê a prática de certos actos que se
enquadram na gestão inicial do processo – artigo 509º, a audiência prévia – artigo 508º s
e o despacho saneador-artigo 510º do CPC.
O Despacho saneador, como uma das finalidades da audiência preliminar visa conhecer
as excepções que podem conduzir à absolvição do réu da instância, das nulidades, do
pedido e de outros elementos que permitam a tomada de uma decisão justa sobre a
causa– artigo 510º CPC;
II-Fase de Instrução
Os factos controvertidos são aqueles alegados por uma das partes e impugnados pela
outra que, no entanto, necessitam de ser submetidos a prova, visto que não estão
admitidos por acordo. São factos em relação aos quais existe divergência.
Os factos que careçam de prova surgem nos casos em que a revelia é inoperante e, por
isso, o autor tem de fazer a prova dos factos por si alegados, apesar de não terem sido
contrariados pelo réu – artigo 485º CPC.
A necessidade de prova justifica-se porque se trata de factos que estão subtraídos à livre
disponibilidade das partes.
A prova serve para criar no espírito do juiz a convicção acerca da veracidade de cada
um dos factos – artigo 655º CPC, cuja função consiste na demonstração da realidade
dos factos, como define o artigo 341º do Código Civil.
Entretanto, a prova não é uma certeza lógica, mas tão só um alto grau de probabilidade,
suficiente para as necessidades práticas da vida (certeza histórico-empírica) pois não se
pode pretender uma certeza absoluta, própria das ciências matemáticas, porque os factos
sobre que versa são geralmente ocorrências da vida quotidiana que se situam no
passado, os quais dificilmente poderiam ser integralmente reconstituídos.
Factos que não carecem de prova – são os chamados factos notórios, ou seja, de
conhecimento geral assim como os que o tribunal tem conhecimento por virtude do
exercício das suas funções, sendo que, quando deles se socorra, deverá fazer juntar ao
processo documento que os comprove – artigo 514º nºs1 e 2 CPC.
Os meios de prova podem ser: prova por presunções – artigo 349º e ss CC; prova por
confissão – artigo 352º e ss CC; prova documental – artigo 362º e ss CC; prova pericial
– artigo 388º e ss CC; prova por inspecção – artigo 390º e ss CC e prova testemunhal –
artigo 392º e ss CC.
Para influenciar a convicção do juiz, os meios de prova podem ter diversos graus:
Prova Plena – é a que só cede perante a prova do contrário, não sendo bastante
a neutralização feita através da contraprova. Uma vez produzida a prova plena é
irrelevante a situação de dúvida que se procurou criar no espírito do julgador,
tornando-se necessário convencer o juiz da existência do facto contrário – artigo
347º CC. Exemplo: os documentos autênticos fazem prova plena dos factos
que referem como praticados pela autoridade ou oficial público respectivo –
artigo 371º CC. Neste caso, a prova dos factos atestados ou certificados pelo
TAREFA
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Fase da Sentença
1. AUDIÊNCIA FINAL
As audiências dos tribunais são públicas, salvo quando o próprio tribunal em despacho
fundamentado, decidir o contrário, para salvaguarda da dignidade das pessoas e da
moral pública ou para garantir o seu normal funcionamento – nº 4 do artigo 656º do
CPC (2ª parte).
Porém, o juiz pode, nos casos que tal se justifique, alterar a ordem de produção da
prova, ou ainda, quando o considere conveniente para a descoberta da verdade,
determinar a audição em simultâneo, sobre determinados factos, de testemunhas de
ambas as partes.
Aberta a audiência, segue-se a produção da prova. Se o juiz não decidir alterar a ordem,
a produção da prova começa pelo depoimento de parte, como decorre do nº 2 do artigo
652º do CPC.
A seguir ao depoimento de parte – artigo 652º nº 3 alínea b), faz-se referência à exibição
de reproduções cinematográficas ou de registos fonográficos.
Porém, o juiz pode determinar que a exibição se faça apenas com a assistência das
partes, dos seus advogados e das pessoas cuja presença se mostre conveniente,
constituindo um desvio ao princípio da publicidade, já anteriormente referida.
Na audiência final, têm lugar os esclarecimentos verbais dos peritos cuja comparência
tenha sido determinada oficiosamente ou a requerimento das partes – alínea c) do nº 3
do artigo 652º CPC.
Antes das alegações orais proceder-se-á ainda a inquirição das testemunhas que, depois
de juramento – artigo 635º CPC, são interrogadas sobre a matéria dos temas da prova,
indicando a razão de ciência e quaisquer outras circunstâncias que possam justificar o
conhecimento.
À prova que for produzida pela parte sobre quem recai o ónus probatório pode a parte
contrária opor contraprova a respeito dos mesmos factos, destinada a torná-los
duvidosos; se o conseguir, é a questão decidida contra a parte sobre a qual recaia o ónus
da prova.
Como se verifica, as instâncias devem conter-se dentro dos factos sobre os quais a
testemunha prestou o seu depoimento, não podendo incidir sobre factos diferentes.
e)-Alegações orais:
Terminada a produção da prova, é dada a palavra aos advogados das partes para
alegações orais que são também conhecidas por debates, caracterizadas por exposições
orais em que os advogados tornam conhecida a sua posição perante a prova produzida e,
As alegações orais têm por finalidade contribuir para formar a convicção do juiz
quanto à decisão a tomar sobre a matéria de facto e também quanto à aplicação do
direito aos factos provados, ou seja, quanto à sentença a proferir.
f)-Encerramento da discussão:
Assim, todos os actos devem ser praticados até às alegações orais, porque depois destas,
considera-se encerrada a audiência final e, por isso não serão admitidos.
2. FASE DA SENTENÇA:
Quanto aos limites da condenação, a lei impõe que a sentença não pode condenar em
quantidade superior ou em objecto diverso do que se pedir – artigos 660º e 661º nº 1
CPC;
Importa notar que se o juiz constatar que decidiu mal, a sentença só pode ser alterada
por via de recurso interposto pela parte que tenha ficado vencida ou por pessoa directa
e efectivamente prejudicada pela decisão.
Efeitos da Sentença
A decisão considera-se transitada em julgado, logo que não seja susceptível de recurso
ordinário ou de reclamação – artigos 668º, 669º e 677º CPC.
Nas acções que não admitem recurso, a decisão transita em julgado se não tiver sido
arguida qualquer das causas de nulidade da sentença ou requerido esclarecimento ou
reforma da mesma.
Em resumo, podemos dizer que as decisões transitam em julgado por não serem
susceptíveis de recurso ordinário ou, sendo-o, por a parte vencida ter deixado passar o
prazo sem que o tivesse interposto, ou ainda depois de terem sido esgotados os recursos
possíveis.
Caso julgado material – forma-se sobre a decisão acerca do mérito da causa (ex:
prestação de alimentos que depois se torna desnecessária…);
Caso julgado formal – a decisão apenas diz respeito àquele processo, isto é, a decisão
incide sobre uma questão processual.