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- PODER
“El poder estatal se coloca frente a los indivíduos em forma drástica y
peligrosa. Todo manejo del poder envuelve la possibilidad de abusos” –
Eberhard Schmidt
“O poder do Estado é colocado diante dos indivíduos de forma drástica
e perigosa. Qualquer manipulação do poder envolve a possibilidade de
abusos” -TRADUÇÃO
A instrumentalidade do processo penal a
que corresponde sua legitimação, trata-se da
proteção dos direitos fundamentais do
hipossuficiente. O processo penal é forma e
medida da resistência aos avanços do poder,
na intenção de preservação de direitos
inalienáveis e não passíveis de flexibilização
INSTRUMENTALIDADE
CONSTITUCIONAL DO PROCESSO
• DEMOCRACIA
• DIREITOS FUNDAMENTAIS (A ESFERA DO INDISPONÍVEL)
* Direitos fundamentais no sentido de direitos de liberdade, aqueles
deveres de não ingerência estatal.
* O processo deve tratar de relações despóticas, nas quais o primado
da hipossuficiência estabelece um vínculo indecomponível com os
direitos fundamentais e o papel que desempenham para a sustentação
democrática de determinado Estado.
GARANTISMO PENAL – PARA ALÉM DE UMA VISÃO DO
INSTRUMENTALISMO
*Modelo corretivo da arbitrariedade, decorrente da antítese
liberdade x poder penal.
*Art. 3º-A, da lei 13.964/2019. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a
substituição da atuação probatória do órgão de acusação. (ADVERTÊNCIA: Com a concessão de Liminar na Medida Cautelar nas
ADIn's n. 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305 pelo Min. FUX, está suspensa, sine die, a eficácia do art. 3º-A.)
Sistema Processual Misto
O chamado “Sistema Misto” nasce com o Código Napoleônico de 1808 e a divisão do processo em
duas fases: fase pré-processual e fase processual, sendo a primeira de caráter inquisitório e a segunda
acusatória. É a definição geralmente feita do sistema brasileiro (misto), pois muitos entendem que o
inquérito é inquisitório e a fase processual acusatória (pois o MP acusa).
*Crítica – Para Jacinto Coutinho, não há – e nem pode haver – um princípio misto, o que, por evidente,
desconfigura o dito sistema. Para o autor, os sistemas, assim como os paradigmas e os tipos ideais,
não podem ser mistos; eles são informados por um princípio unificador. Logo, na essência, o sistema é
sempre puro. E explica, na continuação, que o fato de ser misto significa ser, na essência, inquisitório
ou acusatório, recebendo a referida adjetivação por conta dos elementos (todos secundários), que de
um sistema são emprestados ao outro. Portanto, é reducionismo pensar que basta ter uma acusação
(separação inicial das funções) para constituir-se um processo acusatório. É necessário que se
mantenha a separação para que a estrutura não se rompa e, portanto, é decorrência lógica e
inafastável que a iniciativa probatória esteja (sempre) nas mãos das partes. Somente isso permite a
imparcialidade do juiz.
QUAL O SISTEMA ADOTADO PELO
BRASIL?
• Grande parte da doutrina que classifica nosso sistema como “misto”,
ou seja, inquisitório na primeira fase (inquérito) e acusatório na fase
processual;
• Aury Lopes Junior, não concorda com tal afirmação e para o autor
dizer que um sistema é “misto” é não dizer quase nada sobre ele, pois
misto todos são, afirma então que o processo penal brasileiro é
inquisitório (ou neoinquisitório);
Alguns outros, como Fernando Capez, afirmam que a opção pelo processo penal
acusatório fica muito bem evidenciada na Constituição Federal de 1988 ao prever
como princípios garantidores e inerentes ao Estado democrático de Direito as
garantias da inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, artigo 5º, XXXV), do devido
processo legal (CF, artigo 5º, LIV), do pleno acesso à Justiça (CF, artigo 5º, LXXXIV),
do juiz e do promotor natural (CF, artigo 5º, XXXVII e LIII), do tratamento paritário e
equidistante das partes (CF, artigo 5º, caput e I), da ampla defesa (artigo 5º, LV, LVI,
LXII), da publicidade dos atos processuais e motivação dos atos decisórios (artigo
93, IX) e da presunção da inocência (CF, artigo 5º, LVII).
• "Como se sabe, constitui alicerce do processo penal brasileiro o sistema
acusatório, no qual, em oposição à modalidade inquisitorial, impõe-se uma clara
divisão de atribuições entre os sujeitos processuais responsáveis por acusação,
defesa e julgamento na persecução criminal. Tal sistema traz como corolários os
princípios da inércia e da imparcialidade do órgão jurisdicional — inclusive, e
especialmente, no tocante à impossibilidade de que o julgador substitua iniciativa
que seja de atribuição exclusiva da parte“ HC: 347748 AP 2016/0019250-0,
relator: ministro JOEL ILAN PACIORNIK, Data de Julgamento: 27/09/2016, T5 —
QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 10/10/2016.
• Para Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, Geraldo Prado, Alexandre
Morais da Rosa e até mesmo Aury Lopes Jr. Na atualização de seu livro
entendem que agora, a estrutura acusatória está expressamente
consagrada no CPP e não há mais espaço para o juiz-ator-inquisidor,
que atue de oficio violando o ne procedat iudex ex officio, ou que
produza prova de ofício, pilares do modelo acusatório, nos termos da
redação do art. 3º-A do CPP, mas que infelizmente está suspenso, em
razão da liminar em Medida Cautelar nas ADIn's n. 6.298, 6.299, 6.300
e 6.305 pelo Min. FUX