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Optativa – Síncrona
27/08
Último encontro e prova optativa oral
Aula 1 – O PROCESSO CIVIL
INTRODUÇÃO
1.1. Conceito
“É o ramo do direito que contém as regras e os princípios que tratam da jurisdição civil e da aplicação da Lei aos
casos concretos, para a solução dos conflitos de interesse pelo Estado-Juiz”.
Marcus Vinicius Rios Gonçalves.
O processo pode ser compreendido como método de criação de normas jurídicas, ato jurídico complexo
(procedimento) e relação jurídica.
Fredie Didier Jr.
JUIZ
A B
A B
Aula 1 – O PROCESSO CIVIL
1.2. Ramo do Direito Público
O estado figura como um dos participantes.
Os princípios e normas que o compõem regem a atividade jurisdicional, bem como a dos litigantes, frente à
jurisdição.
A B JUIZ
A B
Antiguidade Idade média Processo civil moderno Direito Processual Atual e Novas
• Assimilação dos conceitos • Persiste a confusão • O surgimento da ciência autônoma Perspectivas
de processo e ação. Não entre direito e ação. do processo em 1868, com a • Surgimento de novas tendências,
havia ciência autônoma do Não goza de Teoria dos Pressupostos conectados às novas realidades da
processo. autonomia. Processuais e das exceções sociedade.
• Com o direito romano, • Invasões bárbaras dilatórias de Oskar von Bullow. • Universalização do acesso (Ex. JEC).
podem se distinguir 3 fases: (provas legais e • Superação do pensamento • Duração razoável do processo.
• a) Legis actiones (oral) ordálias, Imanentista. • Instrumentalidade das formas.
• b) Formulário (base escrita) independentemente • Distinção entre direito material e • Tutelas diferenciadas.
da convicção do juiz. processual.
• c) Extraordinária cognitio
(direito • Fusão entre direito • Criação de princípios e institutos
predominantemente romano e bárbaro próprios.
escrito)
Art. 1º, CPC O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais
estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil , observando-se as disposições deste Código.
Aula 1 – O PROCESSO CIVIL
Colônia 1850 CF 1891 CF 1934 CPC 1939 CPC 1973 CF 1988 CPC 2015
Regulamento Atribui Tornou a atribuir CPC vigorou de CPC vigorou Atribuiu à As mudanças
Ordenações
nº 737/1850 competência a União à 01/01/1939 a a partir de União sociais geraram a
filipinas e
(apenas para concorrente aos competência 31/12/1973 1974, competência demanda de um
demais
questões Estados para para legislar Consagrou representou privativa para novo CPC.
normas
comerciais) legislar sobre sobre processo. numerosas enorme legislar sobre O atual CPC preza
portuguesas.
Processo Civil. Não revogou os conquistas da avanço, com direito por
Surgimento de códigos ciência caráter processual, SISTEMATIZAÇÃO
Códigos judiciários, até processual, mas técnico concedendo E ORGANICIDADE
Judiciários que fosse pecou pela aos estados
Estaduais. editado o CPC timidez e falta de competência
técnica. supletiva sobre
procedimentos.
Consagrou
inúmeros
princípios do
processo.
Aula 1 – O PROCESSO CIVIL
- São conceitos jurídicos fundamentais processuais todos aqueles indispensáveis à compreensão jurídica do
fenômeno processual.
- São conceitos que servem como abordagem científica do Direito Positivo. Ex: Processo, competência, decisão,
cognição, admissibilidade, norma processual, legitimidade, capacidade de ser parte, capacidade processual.
- É disciplina filosófica, de viés epistemológico (teoria do conhecimento).
Obs: Não afasta o caráter público das normas, evidenciado no poder do juiz de controlar as convenções, recusando -as quando nulas ou abusivas.
- Outras hipóteses: (i) as partes podem convencionar cronograma de atos do processo (art. 191); (ii) indicar
consensualmente o perito que desejam (art. 471); (iii) podem escolher de comum acordo o conciliador, mediador,
mesmo que não estejam cadastrados no tribunal, ou a câmara de mediação ou conciliação (art. 168).
Aula 2 – A Lei Processual Civil
2.4 Fontes Formais da Norma Processual Civil
- Fonte como “poder de criar normas jurídicas e a maneira pela qual o direito se manifesta”.
-Competência concorrente à União e Estados para legislar sobre “procedimento em matéria processual” (art. 24, XI
CF). No entanto, a União deverá editar as normas gerais sobre procedimento, cabendo aos Estados competência
suplementar para editar as de caráter não geral.
Art. 24, CF. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
XI - procedimentos em matéria processual;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
- Outros diplomas:
Lei do Juizado Especial Cível - LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995.
Lei do Mandado de Segurança - LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009.
Lei da Ação Cível Pública - LEI No 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985.
Lei de Falências - LEI Nº 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005.
Código de Defesa do Consumidor. - LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
Aula 2 – A Lei Processual Civil
2.4.2. Organização Judiciária
- A CF atribui aos Estados a incumbência organizar sua própria justiça, editando leis de organização judiciária (art.
125; §1º), de iniciativa do Tribunal de Justiça.
- Os Estados possuem competência para dispor sobre a competência dos tribunais e declaração de
inconstitucionalidade de leis estaduais e municipais.
Art. 125, CF. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipai s em face da Constituição Estadual, vedada a
atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
- Função: Por critérios organizacionais, divide-se a tarefa da jurisdição através da competência, entre diversos órgãos,
através de critérios objetivos (território e matéria), de maneira que cada órgão exerça a jurisdição apenas em
determinados casos.
Ex: Foro regional da barra da tijuca; vara especializada empresarial.
a) Quanto às fontes:
Autêntica: formulada pelo próprio legislador que criou a norma e que, reconhecendo a dificuldade de compreensão,
edita outra que lhe aclara o sentido.
Jurisprudencial: Dada pelos tribunais no julgamento reiterado de casos por ele julgados. A reiteração de julgados num
ou noutro sentido pode ajudar o julgador a formar a sua convicção.
Obs: Não se pode confundir as normas de processo com as de direito material. Por exemplo,
é possível que um processo no Brasil aplique normas de direito estrangeiro.
Ex: Inventário de bens ajuizado no Brasil, porém a lei mais favorável ao cônjuge e filhos.
Art. 10, cpc. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja
a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047,
de 1995)
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
- No entanto, o juiz poderá exigir o cumprimento do art. 376, CPC, ou seja prova do direito.
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz
determinar.
Aula 2 – A Lei Processual Civil
2.7. Lei Processual Civil no Espaço
- Em relação aos processos e sentenças proferidas no estrangeiro, a regra é de total ineficácia em território
nacional, salvo se houver homologação pelo STJ.
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo
disposição especial em sentido contrário prevista em tratado.
§ 1º A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória.
§ 2º A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o Regimento Interno do Superior
Tribunal de Justiça. Caso concreto: Juan, cidadão equatoriano, ajuizou, no
Equador, ação de indenização contra uma empresa norte-
americana Chevron. A justiça equatoriana condenou a
empresa a pagar indenização em favor do autor.
A ausência de jurisdição brasileira conduz necessariamente à Juan ingressou, então, com pedido de homologação
falta de interesse processual na homologação de provimento desta sentença estrangeira no Brasil. Vale ressaltar que
Juan não tem domicílio no Estado brasileiro. Neste caso
estrangeiro. concreto, a sentença não envolve partes brasileiras ou
STJ. Corte Especial. SEC 8.542-EX, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, domiciliadas no país, tampouco a lide originária se refere
a fatos ocorridos no Brasil, nem a sentença homologanda
julgado em 29/11/2017 (Info 621). impôs qualquer obrigação a ser cumprida em território
nacional. Deste modo, a ausência de jurisdição brasileira
conduz necessariamente à falta de interesse processual
do requerente.
Aula 2 – A Lei Processual Civil
2.8. Lei Processual Civil no Tempo
2.8.1 Vigência
- Normalmente, as normas indicam prazo da vacatio legis.
- Caso não ocorra, art. 1º LINDB prevê que a lei começa a vigorar em 45 suas depois de oficialmente publicada.
- Art. 1o Lindb Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
- Pelo princípio da continuidade das leis, não se destinando à vigência temporária, a Lei se estenderá até ser
revogada por lei posterior.
Art. 2o Lindb Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
- Art. 1.045. CPC Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial.
Aula 2 – A Lei Processual Civil
2.8.2 Lei processual nova e processos em curso
- A regra geral (art. 14 CPC) é de que as normas de processo têm incidência imediata, atingindo os processos em curso. - REGRA
TEMPUS REGIS ACTUM
Art. 14 CPC. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
É possível a aplicação imediata do art. 528, § 7º, do CPC/2015 em execução de alimentos iniciada e processada, em parte, na
vigência do CPC/1973. STJ. 3ª Turma. RHC 92.211-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/02/2018 (Info 621).
É aplicável o CPC/2015 ao cumprimento de sentença, iniciado sob sua vigência, ainda que a sentença exequenda tenha sido proferida
sob a égide do CPC/1973. STJ. 2ª Turma. REsp 1815762-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 05/11/2019 (Info 660).
A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais
praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
É possível a aplicação da norma processual superveniente a situações pendentes, desde que respeitada a eficácia do
ato processual já praticado.
Enunciado Administrativo nº 4/STJ: “Nos feitos de competência civil originária e recursal do STJ, os atos processuais que vierem a
ser praticados por julgadores, partes, Ministério Público, procuradores, serventuários e auxiliares da Justiça a partir de 18 de março
de 2016, deverão observar os novos procedimentos trazidos pelo CPC/2015, sem prejuízo do disposto em
legislação processual especial”.
Aula 2 – A Lei Processual Civil
2.8.3. Princípio do isolamento dos atos processuais
- A lei nova deve respeitar atos processuais já realizados e consumados.
- O processo deve ser considerado um encadeamento de atos isolados: os que já foram realizados na vigência da lei
antiga persistem.
- Os atos futuros respeitarão a lei nova.
- Em relação aos atos que perduram no tempo, a lei nova não pode retroagir para prejudicar direitos processuais
adquiridos.
Ex: Prazo recursal, sobrevém lei que extingue o recurso. Os litigantes não ficarão prejudicados pois a lei nova não pode
prejudicar o direito adquirido processual. Caso ocorra uma ampliação do prazo processual, a ampliação será possível,
mas não vale para decisões preclusas.
- Perpetuatio jurisdictionis (art. 43): lei processual nova que altera competência, não se aplica aos processos em
andamento.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes
as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou
alterarem a competência absoluta.
- Exceções:
(i) Quando suprimir o órgão judiciário ou
(ii) Alterar a competência absoluta.
Ex: EC 45/04, alterou a competência absoluta das ações de indenizações de acidentes de trabalho, que eram da justiça
comum para a justiça do trabalho.
Os processos não sentenciados foram atingidos passando à Justiça do Trabalho, por força do art. 43.
Súmula Vinculante 22: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive
aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional 45/2004”.
Aula 3 – PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
a) Devido processo legal formal(procedural due process): Diz respeito à tutela processual, ou seja ao processo,
garantias e regras que deve obedecer.
b) Devido processo legal substancial (substantive due process): constitui autolimitação ao poder estatal, que não
pode editar normas que ofendam a razoabilidade e afrontem as bases do regime democrático.
Aula 3 – PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
3.1.2. Acesso à justiça
- Princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV da CF e art. 3º CPC
Art. 5º XXXV, CF - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
- É o direito de ação em sentido amplo e incondicional, de obter do Poder Judiciário uma resposta aos requerimentos
a ele dirigidos.
- Deve ser conjugado com os princípios da legalidade e do contraditório.
Aula 3 – PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
3.1.2.1. Métodos alternativos de resolução de disputas
- CPC previu (art. 3º) métodos alternativos de solução de conflitos (arbitragem, conciliação, mediação e outros).
- Não há inconstitucionalidade, nem ofensa ao princípio de inafastabilidade de jurisdição. Segundo o STF (AgRg 5.206)
[...] 3. Lei de Arbitragem (L. 9.307/96): constitucionalidade, em tese, do juízo arbitral; discussão incidental da constitucionalidade de vários dos tópicos da nova lei, especialmente acerca da compatibilidade, ou
não, entre a execução judicial específica para a solução de futuros conflitos da cláusula compromissória e a garantia constit ucional da universalidade da jurisdição do Poder Judiciário (CF, art. 5º, XXXV).
Constitucionalidade declarada pelo plenário, considerando o Tribunal, por maioria de votos, que a manifestação de vontade da parte na cláusula compromissória, quando da celebração do contrato, e a permissão
legal dada ao juiz para que substitua a vontade da parte recalcitrante em firmar o compromisso não ofendem o artigo 5º, XXXV, da CF. Votos vencidos, em parte - incluído o do relator - que entendiam
inconstitucionais a cláusula compromissória - dada a indeterminação de seu objeto - e a possibilidade de a outra parte, havendo resistência quanto à instituição da arbitrágem, recorrer ao Poder Judiciário para
compelir a parte recalcitrante a firmar o compromisso, e, conseqüentemente, declaravam a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei 9.307/96 (art. 6º, parág. único; 7º e seus parágrafos e, no art. 41, das novas
redações atribuídas ao art. 267, VII e art. 301, inciso IX do C. Pr. Civil; e art. 42), por violação da garantia da universal idade da jurisdição do Poder Judiciário. Constitucionalidade - aí por decisão unânime, dos
dispositivos da Lei de Arbitragem que prescrevem a irrecorribilidade (art. 18) e os efeitos de decisão judiciária da sentença arbitral (art. 31).
(STF - SE-AgR: 5206 EP, Relator: SEPÚLVEDA PERTENCE, Data de Julgamento: 12/12/2001, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 30 -04-2004 PP-00029 EMENT VOL-02149-06 PP-00958)
Arbitragem
Mediação Conciliação
Lei º 9.307/1996
• CPC, art. 165, §3º. CPC, art. 165, §2º O
Arbitro (um ou mais em
• Figura do mediador, como conciliador atua como um
número ímpar) com poder
agente facilitador que terceiro que interage com as
de decisão).
atua preferencialmente partes pode sugerir soluções,
Há exercício de jurisdição quando há vínculo de forma mais ativa. Deve
com a prolação de anterior entre as partes. atuar preferencialmente
sentença arbitral (Título • Objetivo é reestabelecer quando não houver vínculo
executivo judicial (art. 515, comunicação entre as entre as partes.
VI CPC) partes.
Aula 3 – PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
3.1.3. Princípio do Contraditório
- Envolve a garantia de ciência aos réus, executados e interessados, da existência do
processo e de tudo o que nele se passa e permitir que se manifestem, apresentem
suas razões, que se oponham à pretensão do adversário (art. 9º CPC.
Art 5º, LV CF: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Art. 9º, CPC Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas noart. 311, incisos II e III ;
III - à decisão prevista no art. 701 .
-Veda-se a decisão surpresa. O juiz não pode decidir em grau algum de jurisdição, com
base em fundamento a respeito do qual não tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria que deva decidir de ofício, (art. 10 CPC).
Ex: Prescrição e decadência são matérias de ordem pública, mas o juiz não pode
acolhê-las sem dar oportunidade às partes para se manifestarem.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não
se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir
de ofício.
Aula 3 – PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
O descumprimento dos arts. 9º e 10 º do CPC implicará a nulidade da decisão por ofensa ao princípio do contraditório.
3.1.5. Isonomia
- Consagrado em ideais da revolução francesa.
- Art. 5º, caput e I da CF:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
- Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios
de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Sob aspecto processual, a isonomia revela-se pela necessidade de dar às partes tratamento igualitário em relação ao exercício de
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais (art. 7º CPC).
Aula 3 – PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
3.1.5. Isonomia
Isonomia real: Na criação de normas e na aplicação ao caso concreto pelo juiz, deve se levar
em consideração as peculiaridades de cada sujeito.
As situações reais serão justas quando considerarem desequilíbrio das pessoas.
“Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade.”
Exemplos:
a) Prazos maiores ao MP e Fazenda Pública para manifestação nos autos (art. 180 e 183, cpc). Prazos em dobro para DP, art.
186, § 3º CPC).
b) Prioridade de tramitação e desnecessidade da ordem cronológica nos casos de preferência legal, ex: idade superior a 60
anos. (art. 1.048, art. 12, VII CPC)
Aula 3 – PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
3.1.6. Princípio da imparcialidade do juiz (JUIZ NATURAL)
- Art. 5º, LIII e XXXVII da CF:
XXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Requisitos:
a) Julgamento deve ser proferido por alguém investido de jurisdição;
b) Órgão julgador deve ser preexistente, vedada a criação de juízos ou tribunais de exceção.
c) A causa deve ser submetida a julgamento pelo juiz competente, de acordo com a lei.
De acordo com STF (HC 67.759, Rel. Min. Celso de Mello, DJ: 1/071992), o postulado do
promotor natural se revela imanente ao sistema constitucional, repele designações
casuísticas. Trata-se de garantia de ordem pública.
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FUNDAMENTAIS
3.1.7. Princípio do duplo grau de jurisdição
- Não há dispositivo direto que consagre o princípio do duplo grau de jurisdição.
- A CF ao criar juízos e tribunais estabeleceu um sistema em que normalmente há o duplo grau de jurisdição.
Exceções:
- Causas de competência originária do STF (Ex: ADI, ADC, ADPF, ADO)
- Embargos infringentes da lei de execução fiscal que cabem contra a sentença proferida nos embargos de valor pequeno e
que são julgados pelo mesmo juízo que prolatou a sentença.
- Art. 1.013 § 3º CPC (apelação em que foi julgada extinta sem resolução do mérito poderá ter logo o mérito apreciado se
estiver em condições.
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485 ;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
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FUNDAMENTAIS
3.1.8. Princípio da publicidade dos atos processuais
Art. 5º, LX CF: a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Art. 93, IX, CF: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo
a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito
à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 11 CPC: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do
Ministério Público.
- Publicidade é mecanismo de controle das decisões judiciais. A sociedade pode fiscalizar os atos.
Art. 93, IX, CF todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo
a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito
à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 11 CPC: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do
Ministério Público.
- Caso não sejam fundamentadas, os litigantes podem se valer dos embargos de declaração (art. 1.022 CPC) ou poderão se valer
do recurso adequado para postular a nulidade.
- Apenas os despachos dispensam a fundamentação (não tem nenhum conteúdo decisório).
- Quando as decisões não são fundamentadas?
Art. 489.§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento;
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3.2. Princípios infraconstitucionais
- Cumpre ao interessado ajuizar a demanda e definir os limites objetivos e subjetivos da lide. No que concerne à condução do
processo e produção de provas vigora o princípio INQUISITIVO, por força do art. 370, CPC.
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias .
O juiz tem poderes para investigar os fatos narrados determinando as provas que sejam necessárias para seu conhecimento.
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3.2.2. Princípio da oralidade
- Valor histórico. Sua importância hoje reside da necessidade do julgador aproximar-se quanto possível da instrução e das
provas realizadas ao longo do processo.
Art. 365, CPC: A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que
haja concordância das partes.
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento
para a data mais próxima possível, em pauta preferencial.
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FUNDAMENTAIS
d) Subprincípio da irrecorribilidade em separado das interlocutórias
-Em regra, contra as decisões interlocutórias o recurso cabível não suspenderá o processo.
Art. 1009, § 1º, CPC: As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são
cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
- Alteração em relação ao CPC de 1973 em que todas as decisões eram recorríveis. No CPC 15 há um rol mitigado de decisões
que podem ser agravadas:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.
Obs: O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando
verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação.
STJ. Corte Especial.REsp 1704520-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/12/2018 (recurso repetitivo) (Info 639).
Aula 3 – PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
3.2.3 Princípio da persuasão racional (livre convencimento motivado)
Cabe ao juiz apreciar livremente as provas, devendo indicar, na sentença, os motivos de sua decisão que devem estar amparados
nos elementos constantes dos autos.
Art. 371 do CPC: O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na
decisão as razões da formação de seu convencimento.
a) Sistema de prova legal: Lei predetermina o valor que o juiz deve dar a cada prova e ele não pode desrespeitar a prévia atribuição
legal. Há uma hierarquia legal de provas. Sistema que não foi acolhido pelo Brasil.
3.2.5. Cooperação
Exige que as partes cooperem para que o processo alcance bom resultado, em tempo razoável.
Art. 6º CPC: Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito
justa e efetiva.
Aula 4 – JURISDIÇÃO CIVIL
O poder jurisdicional foi atribuído ao Estado-Juiz que tem capacidade de impor as suas decisões, com
força obrigatória (caráter coativo).
4.2. Conceito
Função do estado pela qual, ele no intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter coativo,
aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos.
4.4. Características
- Substitutividade
O Estado assumiu a incumbência (substituiu), de por meio da jurisdição aplicar a lei para solucionar os conflitos em caráter coercitivo.
É a substituição das partes, pelo Estado-Juiz.
- Definitividade
Os atos judiciais tornam-se imutáveis e não podem ser mais discutidos, após certo momento.
- Imperatividade
As decisões judiciais têm força coativa e obrigam os litigantes.
- Inafastabilidade
A lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV).
- Indelegabilidade
- A função jurisdicional só poder ser exercida pelo Poder Judiciário. Exceção: Arbitragem
- Inércia
A jurisdição é inerte. Apenas se mobiliza mediante provocação do interessado.
4.5. Espécies
a) Contenciosa x Voluntária
Art. 719 CPC: Art. 719. Quando este Código não estabelecer procedimento especial, regem os procedimentos de jurisdição
voluntária as disposições constantes desta Seção.
Contenciosa Voluntária
Há lide. Há acordo.
A parte busca obter uma determinação judicial que obrigue a parte Tem a função de que o juiz tome determinadas providências
contrária. para a proteção um ou ambos sujeitos da relação processual.
Ex: Ação indenizatória, alimentos, etc. Ex: Nomeação de tutor, separação consensual.
Ex 2: Arbitragem, em que se considera o arbitro juiz de fato e de direito, o próprio CPC/2015, reconhece a arbitragem como
jurisdição, bastando uma leitura conjunta dos arts. 3º, §1º, 16 e 42.
4.7. ARBITRAGEM
Prevalece que a arbitragem é jurisdição. O arbitro exerce atividade com as mesmas características do juiz togado, por isso não é
lógico excluir a arbitragem da jurisdição.
Além disso, o art. 515, VII, do CPC determinada que a sentença arbitral é título executivo judicial.
Por fim, a arbitragem atende aos mesmos escopos políticos (afirma a vontade da lei), jurídicos (afirma a soberania da ordem jurídica)
e sociais (soluciona conflitos).
Aula 5 – COMPETÊNCIA
5. Competência
A competência é a medida e quantificação da jurisdição.
Fredie Didier: “é parcela de poder, atribuída a um determinado ente. Também se pode dizer que competência é medida de jurisdição,
uma vez que não há poder exercido sem limites. O Estado de Direito é um Estado de competência, ou seja, os órgãos só agem em
conformidade com sua competência”.
- Traslatio iudicii
É o fenômeno pelo qual se afirma que, na urgência, cessa a competência, pois antes de ser competente, todo juízo possui jurisdição.
Traslatio iudiciii é a possibilidade que tem o juiz competente de ratificar os atos praticados por juízo absolutamente incompetente ou,
caso queira, renová-los. STF reconhece como um princípio aplicável no Brasil.
“Modernamente, hoje, quando se entende que um juízo é incompetente, a consequência imediata é a remessa ao juízo competente. Não há mais a regra de que os atos decisórios
são nulos. Inclusive, essa regra tem dado ensejo a uma série de distorções graves, anulando os atos decisórios. Isso implica prescrições de todos os níveis, no nível cível, no nível
penal etc. Então, hoje, o que se opera é a translatio iudicii, ou seja, sai de um juízo que era incompetente e vai para o juízo competente. Se o juízo competente entender que deve
repetir atos, ele o fará, mas declarar a nulidade dos atos decisórios tem causado uma série de distorções graves” . Luiz Fux.
O juízo incompetente pode, salvante os casos de erro grosseiro e manifesta má-fé, em hipóteses de urgência e desde que haja dúvida razoável a respeito do órgão que deve
processar a causa, determinar o relaxamento de prisão ilegal, remetendo o caso, em seguida, ao juiz natural, configurando hipótese de translatio iudicii inferida do art. 5º, LXV, da
Carta Magna, o qual não exige a competência da autoridade judiciária responsável pelo relaxamento, sendo certo que a complexidade dos critérios de divisão da competência
jurisdicional não podem obstaculizar o acesso à justiça (art. 5º, XXXV, CRFB). Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal admitindo a ratificação de atos prolatados por juiz
incompetente inclusive em desfavor do réu (HC 83.006/SP, rel. Min. Ellen Gracie, Plenário, DJ de 29.8.2003; HC 88.262/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em
18/12/2006, DJ 30-03-2007). Doutrina (GRECO, Leonardo. Translatio iudicii e reassunção do processo. RePro, ano 33, nº 166. São Paulo: RT, 2008; BODART, Bruno e ARAÚJO, José
Aurélio de. Alguns apontamentos sobre a Reforma Processual Civil Italiana – Sugestões de Direito Comparado para o Anteprojeto do Novo CPC Brasileiro. In: O novo processo civil
brasileiro – Direito em expectativa. Coord. Luiz Fux. Rio de Janeiro: Forense, 2011. p. 27-28). (ADI N. 4.414-AL RELATOR: MIN. LUIZ FUX, 2013, INFO 667).
Aula 5 – COMPETÊNCIA
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que
o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Rol exaustivo.
Proposta ação que verse sobre temas distintos dos arts. 21 a 23, deverá ser extinta sem resolução do mérito.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
Art. 22
- Processar e julgar ações de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou
residência no Brasil, ou o réu mantiver vínculos no Brasil (posse ou
propriedade de bens, rendas etc).
- Processar e julgar ações decorrentes de ações de consumo, quando o
consumidor tiver domicílio no Brasil ou quando as partes de submeterem à
jurisdição nacional.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
Art. 23
- Ações sobre imóveis situados no Brasil.
- Matéria de sucessão hereditária, confirmação de testamento particular,
inventário e partilha de bens situados no Brasil. Não há distinção entre bens
móveis ou imóveis.
É importante destacar que não há litispendência entre a sentença internacional e a sentença nacional, pois se trata de jurisdição
distinta. Por isso, adota-se a sentença que primeiro transitou em julgado.
- Igualmente, a pendência da causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação da sentença judicial estrangeira.
Porém ela apenas terá trânsito em julgado após a homologação pelo STJ (art. 960, CPC).
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira
conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos
bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira
quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de
foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º .
Art. 62, CPC. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de
direitos e obrigações.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
b) Foro privilegiado
Certas pessoas, em virtude da função que ocupam, possuem a prerrogativa de serem julgadas diretamente na segunda instâncias ou nos
tribunais superiores (arts. 102, I; art. 105, I, 108, I, 114, V, CF e Constituições estaduais).
Ex: STF, Presidente da república nas infrações penais comuns.
c) Acessoriedade ou dependência
Algumas ações por serem acessórias a outras ou possuírem uma relação de dependência devem ser ajuizadas diretamente no juízo em
que está tramitando a ação principal, trata-se de competência funcional. Ex: embargos de terceiros, embargos à execução.
Art. 61, CPC. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os
réus da demanda;
III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º , ao juízo prevento.
Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo
Aula 5 – COMPETÊNCIA
Composta por Tribunais Regionais Federais e Juízos e Tribunais Estaduais de acordo com as Constituições
juízes federais. Estaduais e leis de organização judiciária
Competência da JF:
(i) Partes (União, Autarquias, empresas públicas federais, como autor, réu ou interveniente).
Exceções, art. 45, I CPC: matéria trabalhista, eleitoral, Falência, Recuperação Judicial, Acidente de Trabalho. Outrossim, a Súmula 556
exclui da competência da JF as ações de Sociedades de Economia Mista (ex: BB e Petrobrás).
Súmula 556 STF É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.
Súmula Vinculante 27 - Compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia,
quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente nem opoente.
(ii) Causa de pedir: Ação fundada em aplicação de tratado ou convenção internacional, incidente de deslocamento de competência,
Crimes contra organização do trabalho; Crimes contra o sistema financeiro e a ordem econômica; Direitos dos povos indígenas, entre
outros.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
b) Caso não haja interesse, o juiz federal poderá remeter à JE, sem conflito de competência
Súmula 224 STJ - Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal
restituir os autos e não suscitar conflito.
Art. 45, § 3º, CPC O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a
remessa for excluído do processo.
Art. 3º, Lei 9.099/95 O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III - a ação de despejo para uso próprio;
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro:
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou
escritório;
II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.
Art. 3º , Lei nº 10.259/2001: Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiç a Federal até o valor de sessenta salários
mínimos, bem como executar as suas sentenças.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
5.8.1. Direito pessoal ou direito real sobre bem móvel (art. 46)
- Regra é o domicílio do Réu. Havendo mais de um réu, em qualquer domicílio de um deles.
- Caso o Réu não more no Brasil, será o domicílio do autor. Caso o autor e réu morem fora do Brasil, em qualquer foro.
Art. 46, CPC. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em
qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
5.8.6. Incapaz
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente.
5.8.8. Municípios
Não há regra específica. A competência segue a regra geral do art. 46 e 47.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
5.8.9. Ações de separação, divórcio, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável
- Competência é relativa. NCPC não manteve a regra do domicílio da mulher.
-Será competente: (i) O foro do domicílio do guardião dos filhos incapazes; (ii) Em não havendo filhos incapazes, do último domicílio
do casal; (iii) Caso nenhuma das partes resida no último domicílio do casal, será competente o local do domicílio do réu.
Obs: Em caso de violência doméstica ou familiar, a competência será do foro do domicílio da vítima.
Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha); (Incluída pela Lei nº 13.894, de 2019)
O art. 14-A da Lei 11.340/2006 institui uma opção para a propositura da ação de divórcio ou dissolução da
união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar (Competência mista penal e cível), caso a ofendida
queira. Contudo, exclui a competência para partilha de bens, eis que foge dos aspectos relacionados à lei.
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união estável no Juizado de Violência Doméstica
e Familiar contra a Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha
de bens.
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de divórcio ou de dissolução de união
estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver.
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
I - do seu domicílio ou de sua residência;
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III - do domicílio do agressor.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
Art. 2º, Lei nº7347/1985 (ACP) As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a
causa.
Art. 147, ECA. A competência será determinada: I - pelo domicílio dos pais ou responsável; II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou
responsável.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
FORO
JUÍZO
INDICA A BASE TERRITORIAL SOBRE A QUAL DETERMINADO
UNIDADES JUDICIÁRIAS INTEGRADAS PELOS JUÍZ E SEUS AUXILIARES.
ÓRGÃO EXERCE A SUA COMPETÊNCIA
O CONCEITO SE CONFUNDE COM AS VARAS DA JUSTIÇA ESTADUAL,
EX: STF, STJ E TRIBUNAIS SUPERIORES TÊM FORO SOBRE TODO O
UMA COMARCA PODE TER VÁRIAS VARAS, ISTO É DIFERENTES
TERRITÓRIO NACIONAL
JUÍZOS.
TJ TEM FORO SOBRE O ESTADO EM QUE ESTÁ INSTALADO.
CUIDADO! O SIGNIFICADO DE FORO PODE SER DIFERENTE NAS LEIS DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA E NO CPC.
PARA O CPC O FORO É O TERRITÓRIO EM QUE SE EXERCE A COMPETÊNCIA, ENQUANTO NA LEI DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA PODE SER UMA
SUBDIVISÃO REGIONAL. EX: TJRJ DIVIDE EM FORO CENTRAL E REGIONAIS, MAS PARA O CPC ABRANGE TODA A COMARCA.
- A CF contém as normas para identificação da competência perante a justiça comum, estadual ou federal.
- Verificando-se que a justiça é civil, cumpre apurar em que comarca a demanda deverá ser proposta, mediante regras do CPC.
- Em relação ao juízo competente, havendo dúvidas, deverá ser consultada a Lei Estadual de Organização Judiciária.
Art. 64, CPC. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo
juízo competente.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
Parte da doutrina afirma que se trata do fenômeno da Translatio Iudicii, ou seja, antes de ser incompetente o juiz
possui jurisdição.
Art. 64§4º - Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo
juízo competente.
5.13. Derrogação
Ocorre quando há eleição de foro – Força do acordo de vontades, por contrato.
5.13.1. Cláusula de eleição de foro (art. 63)
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação ori unda de direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de
domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
O controle judicial de abusividade da cláusula de eleição poderá ser reconhecido de ofício pelo juiz ou ser
reconhecido após a provocação do réu, em contestação sob pena de preclusão.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
5.14. Conexão
- Mecanismo processual que permite a reunião de duas ou mais ações em andamento para que tenham um
mesmo julgamento conjunto.
Objetivo: Evitar decisões conflitantes e auferir economia processual.
Contudo, deve ser conciliado com o caráter finalístico da conexão, evitar decisões conflitantes.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput :
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso
decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
SÚMULA N. 235. A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
5.14. Conexão
- Mecanismo processual que permite a reunião de duas ou mais ações em andamento para que tenham um
mesmo julgamento conjunto.
Objetivo: Evitar decisões conflitantes e auferir economia processual.
Contudo, deve ser conciliado com o caráter finalístico da conexão, evitar decisões conflitantes.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput :
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso
decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
SÚMULA N. 235. A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.
Aula 5 – COMPETÊNCIA
5.14. Continência
Relação entre duas ou mais ações quando houver identidade das partes e de causa de pedir, sendo que o objeto de
uma por ser mais amplo abrange o das demais.
A reunião apenas ocorrerá se a ação continente (mais ampla) for proposta posteriormente à ação contida. Obs:
ocorrerá uma litispendência parcial.
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de
pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à
ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente
reunidas.
Litispendência: Quando há identidade total de elementos em
mais de uma ação, temos a litispendência, que é causa de
5.1.5. Efeito da conexão e continência extinção do processo sem resolução de mérito.
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se- á no juízo Art. 337, §1º § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada
prevento, onde serão decididas simultaneamente. quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;
Aula 5 – COMPETÊNCIA
5.16. Prevenção
Fixa a competência de determinado juízo quando houver mais de um competente para determinada causa e para
identificar qual dos juízos atraíra outras ações como em casos de conexão e continência.
6.4. Natureza
Ação é direito subjetivo público, exercido contra o Estado, por meio do qual se postula a tutela
ou provimento jurisdicional.
Aula 6 – Ação
JURISDIÇÃO EXCEÇÃO
FUNÇÃO DO ESTADO PODER DEVER DE SUBSTITUIR AS PARTES NA DIREITO DE DEFESA QUE TEM O RÉU DE SE CONTRAPOR À
SOLUÇÃO DE LITÍGIOS PRESTAÇÃO FORMULADA PELO AUTOR
É INERTE, DEPENDE DE PROVOCAÇÃO
PROCESSO
AÇÃO É CONSTITUÍDO PELA RELAÇÃO QUE DURARÁ ALGUM TEMPO ENTRE
DIREITO EXERCIDO CONTRA O ESTADO EM FACE DO ADVERSÁRIO. AUTOR, RÉU E JUIZ EM QUE SE REALIZARÃO OS ATOS QUE O
PROCEDIMENTO PREVISTO EM LEI EXIGE.
Obs: Questão de nomenclatura. FOI AJUIZADA A DEMANDA (O direito de ação é amplo e direito à resposta de
mérito).O PEDIDO FOI JULGADO PROCEDENTE OU IMPROCEDENTE (a ação existe, o juiz julga o pedido).
c) Teoria da Asserção
Evolução da Teoria Abstrata e Eclética. Adotada pela jurisprudência.
Preocupa-se, simplesmente, com o momento da análise das condições da ação, a qual é feita no momento da
propositura da ação. Há uma análise em asserção (em princípio) daquilo que está sendo pedido, ou seja, é de fácil a
constatação da presença ou não das condições da ação.
Quando ausentes, haverá a extinção do processo sem resolução de mérito.
- O intuito é limitar o exercício infundado e abusivo da ação. As condições da ação são analisadas “in statu
assertionis”, com a leitura da inicial. Ausentes as condições nesse momento, extinguir-se-à o processo sem análise
do mérito.
- Se a ausência das condições da ação for verificada no curso do processo, seriam tratadas como matérias de mérito.
Aula 6 – Ação
6.8.1. Fundamento
- Economia processual.
- No CPC/73 havia expressamente as condições da ação.
Art. 267 CPC 73. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
- No CPC/15 traz apenas 2 condições: legitimidade ad causam e interesse.
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
As partes só podem ir a juízo para postular e defender direitos que alegam ser próprios e não alheios.
Aula 6 – Ação
6.8.1. Fundamento
- Economia processual.
- No CPC/73 havia expressamente as condições da ação.
Art. 267 CPC 73. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
- No CPC/15 traz apenas 2 condições: legitimidade ad causam e interesse.
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
As partes só podem ir a juízo para postular e defender direitos que alegam ser próprios e não alheios.
Aula 6 – Ação
As partes só podem ir a juízo para postular e defender direitos que alegam ser próprios e não alheios,
salvo exceções previstas.
a) Legitimidade Ordinária
Regra geral. Trata-se da defesa de direito próprio em nome próprio.
b) Legitimidade Extraordinária
Havendo expressa previsão legal, uma pessoa pode defender direito alheio em nome próprio.
Ex: Condôminos podem defender sozinhos ou separados. Caso defendam a coisa por inteiro será legitimidade
extraordinária e os demais condôminos serão substituídos processuais. (Legitimidade extraordinária concorrente)
Art. 1.314, CC Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua
posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la.
Ex: Alienação de coisa litigiosa. Há legitimidade extraordinária pois o réu originário ficará como substituto processual do
adquirente que não é parte. (Legitimidade extraordinária exclusiva)
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade da s partes.
§ 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente.
§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário.
Aula 6 – Ação
Figura como parte, mas não é o titular do Não figura como parte, mas será atingido pela coisa julgada
direito. considerado que detém o direito discutido.
b) Adequação
O ajuizamento de uma demanda exige a utilização de uma via adequada. Quando a ação é proposta em uma via
inadequada, não há interesse.
Ex: Execução sem título extrajudicial.
6.8.4 Possibilidade jurídica do pedido (Não previsto no CPC 15 como condição autônoma da ação)
- A doutrina entende que caso haja impossibilidade do pedido, trata-se de pressuposto processual.
- Portanto o juiz deverá indeferir a inicial, julgar o processo extinto sem resolução do mérito, por falta de INTERESSE DE
AGIR.
Ex: Ação de cobrança de dívida de jogo. (art. 814 CC)
Aula 6 – Ação
- A ausência das condições da ação acarreta a extinção do processo sem a resolução de mérito. Perceba que, como
consequência, não haverá o exercício do direito processual de ação.
- Ademais, as condições da ação são questões de ordem pública, podendo ser reconhecidas de ofício pelo juiz, até o
trânsito em julgado, e não estão sujeitas à preclusão.
Obs: Pela teoria da asserção, como visto, analisado a falta das condições da ação em instrução, será julgamento de
mérito.
Aula 6 – Ação
É possível identificar cada ação a partir de seus elementos: partes, pedido e causa de pedir.
- Conhecida como “Teoria da tríplice identidade” foi adotada pelo Brasil como regra (art. 337, §2º do CPC).
Art. 337, CPC, § 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo
pedido.
6.9.3. Partes
Parte é quem pede a tutela jurisdicional e em face de quem ela é postulada.
Obs: Há processos sem réu. Ex: alguns casos de jurisdição voluntária (separação consensual), ADI ao STF.
Causa de pedir são as afirmações dos fatos jurídicos e dos fundamentos jurídicos do pedido.
É o fato jurídico e o direito que é extraído, o direito que a parte afirma ter, por consequência do fato jurídico.
FUNDAMENTO = JUSTIFICATIVA PELA QUAL SE ENTENDE QUE O JUIZ DEVE ACOLHER A PRETENSÃO E CONCEDER O
PROVIMENTO JURISDICIONAL.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS SÃO O DIREITO QUE O AUTOR QUER QUE SEJA APLICADO AO CASO. NORMA GERAL E
ABSTRATA.
c.2) Constitutiva
Modificação, constituindo ou desconstituindo uma relação jurídica. Ex: Ação de separação judicial ou divórcio.
c.3) Declaratória
- Declaração de existência ou inexistência de relação jurídica. Ex: Ação de paternidade.
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d.1) Mandamentais
Juiz emite ordem, comando que permite sem a necessidade de processo autônomo, tomar medidas concretas e
efetivas, destinadas a proporcionar ao vencedor a efetiva satisfação de seu direito.
Ex: Obrigação de fazer/não fazer.
8. PROCESSO
Desde o momento em que é proposta a demanda, haverá a formação de um processo que é o INSTRUMENTO
DA JURISDIÇÃO
- É por meio do processo que o Poder Judiciário poderá dar a
resposta solicitada.
b) Subjetivo
Relação que se estabelece entre os personagens.
Processo estabelece uma relação jurídica entre as juiz e partes que se prolonga no tempo, gerando deveres, ônus,
faculdades e direitos.
O PROCESSO É INSTRUMENTO ABSTRATO, NÃO TEM REALIDADE CORPÓREA. NÃO SE CONFUNDE COM OS
AUTOS.
Aula 8 – O PROCESSO
Com relação ao primeiro elemento do processo (o procedimento), ele é composto pelo somatório dos atos processuais
(interligados e combinados) em direção ao provimento jurisdicional demandado (unidade teleológica).
O processo é a soma de uma relação jurídico processual ao procedimento, ainda que sob
contraditório.
Aula 8 – O PROCESSO
8.9.1. Conceito
O PROCESSO É UM INSTRUMENTO DE EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO PELO ESTADO, DE EXERCÍCIO DE AÇÃO PELO AUTOR E
DEFESA PELO RÉU.
PARA SER OPERADO DE MODO EFICAZ E REGULAR PRECISA ATENDER A DETERMINADOS REQUISITOS, CHAMADOS DE
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS.
- “O processso deve atender a determinados requisitos para que possa ter um desenvolvimento regular e válido”.
A ausência dos pressupostos gera irregularidade do processo ou vício.
- Somente se preenchidos os pressupostos processuais e as condições da ação é que o juiz poderá analisar o mérito,
antes disso deverá requer saneamento do vício ou haverá julgamento sem resolução do mérito. (Art. 485, IV CPC).
- Trata-se de matéria de ordem pública que poderá ser examinada pelo juiz de ofício.
Aula 8 – O PROCESSO
8.9.2 Classificação
a) Nulidades
•Teoria das invalidades do processo.
•Todas as nulidades absolutas e relativas podem ser sanadas, tomadas as providências para tanto. O processo não é um
fim em si mesmo, mas um instrumento.
•Nulidades absolutas decorrem de vícios de estrutura do processo e da relação processual. Precluem após o prazo
decadencial de 2 anos da Ação rescisória. Podem ser alegados a qualquer momento e reconhecidos de ofício pelo juiz.
•Nulidades relativas são as demais. Essas precluem quando não alegadas e são automaticamente sanadas.
b) Ineficácia
Categoria de vícios (ineficácia) que engloba aqueles que por sua importância e gravidade não precluem nem mesmo
após o prazo decadencial da ação rescisória.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento
favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
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- Ser parte