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Jurisdição


 “a função do Estado que tem por escopo a atuação da vontade concreta
da lei por meio da substituição, pela atividade dos órgãos públicos, da
atividade de particulares ou de outros órgãos públicos, já no afirmar a
existência da vontade da lei [declaração], já no torná-la, praticamente,
efetiva [satisfação/execução].” (CHIOVENDA, 1943, p. 11).
Jurisdição

 O Estado paulatinamente vem perdendo espaço na centralidade do direito, eliminando o conceito estrito de jurisdição como
atributo exclusivo da soberania estatal (ZANETI JR., 2015);

 (a) quer por permitir que meios alternativos à jurisdição estatal (adequados), na medida em que sejam
constitucionalmente adequados, possam ser escolhidos pelas partes para a solução de seus conflitos, com exclusão da
atividade jurisdicional estatal, como (a.1) a arbitragem, uma solução heterocompositiva (art. 3º, § 1º e art. 337, § 6º, ambos
do CPC/2015, além do art. 31 da Lei n. 9.307/96); (a.2) a mediação, uma solução autocompositiva (art. 3º, §§ 1º e 2º, art. 165
a 175, art. 334, todos do CPC/2015, tendo ainda uma lei específica, a Lei nº. 13.140/2015), caracterizada pela existência de
um vínculo anterior entre as partes (art. 165, § 2º, do CPC/2015); e (a.3) a conciliação e a negociação direta (neste caso, não
há nenhum terceiro), também soluções autocompositivas (art. 3º, §§ 1º e 2º, art. 165 a 175, art. 334, todos do CPC/2015),
caracterizada pela ausência de um vínculo anterior entre as partes (art. 165, § 3º, do CPC/2015);

 (b) quer por abrir espaço para a jurisdição internacional, transnacional e transfronteiriça, com o estabelecimento de limites
à jurisdição nacional (art. 21 a 25 do CPC/2015) e a previsão de cooperação jurisdicional internacional (arts. 26 a 41 do
CPC/2015);

 (c) quer por permitir às partes a celebração de negócios jurídicos processuais atípicos e calendarização processual,
descaracterizando a norma processual como norma congente, inderrogável e de caráter exclusivamente público (art. 190 e
191, ambos do CPC/2015);
Conceito de Jurisdição: elementos
contemporâneos

 (a) atribuída a terceiro imparcial e impartial (estranho ao conflito –
divisão funcional);
 (b) de realizar o Direito de modo imperativo;
 (c) e (re)construtivo;
 (d) reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas;
 (e) concretamente formuladas;
 (f) em decisão insuscetível de controle externo (DIDIER JR., 2015, p.
153).
 Ex.: art. 337, § 6º, CPC/2015.
Princípios da Jurisdição

 1- princípio da investidura: a jurisdição só pode ser exercida por quem tenha sido regularmente
investido na autoridade de juiz;
2- princípio do juiz natural: o juiz deve ser previamente encarregado, na forma da lei, como
competente para julgar o fato com imparcialidade, sendo vedado os tribunais de exceção;
3- princípio da aderência ao território: a jurisdição precisa ser exercida nos limites territoriais do
Estado;
4- princípio da inafastabilidade: o juiz não pode recusar a julgar (vedação do non liquet);
5- princípio da indelegabilidade: o juiz não pode delegar suas funções a outra pessoa ou outro
órgão fora do Poder Judiciário;
6- princípio da inevitabilidade: a autoridade dos órgãos jurisdicionais é imposta
independentemente da vontade das partes, devendo estás tão somente aceitar o resultado do
processo;
7- princípio da unidade- a jurisdição é una em todo o território nacional e não pode ser repartida;
8- princípio da inércia: as partes precisam provocar o juiz;
Estrutura do Poder Judiciário: fonte:
https://bit.ly/2r3x9y6

Estrutura do Ministério Público Brasileiro:
fonte https://bit.ly/2PcaTA7

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