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Princípios da Jurisdição
1.1 Investidura: Esse princípio está relacionado com a necessidade que o Estado
possui de investir determinados sujeitos de poder jurisdicional para que representem o Estado
no exercício concreto da atividade jurisdicional. Esse agente público, investido de tal poder, é o
juiz de direito, sendo por muitas vezes chamado de Estado-juiz porque é justamente ele o sujeito
responsável por representar o Estado na busca de uma solução para um caso concreto. No Brasil
existem três formas para obtenção de investura, são elas: a) concurso público (Art 93, I, da CF),
indicação do Poder Executivo para quinto constitucional (Art 94, da CF) e para composição do
STF (art. 101 da CF).
1.4. Inevitabilidade: Esse princípio diz respeito à vinculação obrigatória dos sujeitos
ao processo judicial. Ainda que se reconheça que ninguém será obrigado a ingressar com
demanda contra a sua vontade, o certo é que uma vez integrado à relação jurídica processual,
ninguém poderá por sua própria vontade, se negar a este “chamado jurisdicional”. Em outras
palavras essa vinculação é automática, não dependendo de qualquer concordância do sujeito,
ou mesmo de acordo entre as partes para se vincularem ao processo e se sujeitarem à decisão.
1.5. Inafastabilidade: Consagrado pelo Art. 5º XXXV, da CF: “a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão a direito. De acordo com o CPC, Art 3º:
“Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.”
1.6. Juíz natural: Pelo princípio do juiz natural entende-se que ninguém será
processado senão pela autoridade competente, de acordo com o Art. 5º LIII, da CF. O princípio
pode ser entendido de duas formas distintas. A primeira delas diz respeito à impossibilidade de
escolha do juiz para o julgamento de determinada demanda, escolha essa que deverá ser sempre
aleatória em virtude de aplicação de regras gerais, abstratas e impessoais de competência. Por
outro lado, o princípio do juiz natural proíbe a criação de tribunais de exceção, conforme
previsão expressa do art. 5º, XXXVII, da CF. Significa que não se poderá criar um juízo após o
acontecimento de determinados fatos jurídicos com a exclusiva tarefa de julgá-los, sendo que à
época em que tais fatos ocorreram já existia um órgão jurisdicional competente para o exercício
de tal tarefa. O tribunal de exceção mais famoso da história foi o Tribunal de Nuremberg, criado
com a função exclusiva de julgar os crimes nazistas praticados por militares do 3." Reich após o
final da 2ª Grande Guerra Mundial.
2. Elementos da Ação
2.1. Partes: Embora exista uma antiga e tradicional divergência a respeito do conceito de partes,
pode-se, de forma simples, definir como parte de um processo, os sujeitos que participam da
lide, autor e réu, sendo os demais sujeitos, participantes da ação, terceiros. Chiovenda vai definir
como “autor” o sujeito que pede (polo ativo da ação) e o como “réu” contra quem se pede (polo
passivo da ação). Segundo a melhor doutrina, existem quatro formas de adquirir a qualidade de
parte:
2.2. Pedido: O pedido pode ser analisado sob a ótica processual, representando a providência
jurisdicional pretendida (aspecto processual) – condenação, constituição, mera declaração,
acautelamento, satisfação – e sob a ótica material (aspecto material), representado pelo
bem da vida perseguido, ou seja, o resultado prático (vantagem no plano dos fatos) que o
autor pretende obter com a demanda judicial.
2.3. Causa de pedir: A doutrina prática amplamente majoritária afirma que o direito brasileiro
adotou a teoria da substanciação, que determina que a causa de pedir é formada pela pelos fatos
jurídicos narrados pelo autor, juntamente com a fundamentação jurídica, conforme determinado
pelo Art. 319 do CPC, qual seja:
“Art. 319. A petição inicial indicará:
(...)
3. Bibliografia
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual do Direito Processual Civil - Volume Único. 9 ed.
Salvador: Ed. JusPodivm, 2017.