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Direito Constitcional | Material de Apoio

Professor Cristiano Lopes

Direitos e deveres individuais e coletivos – Parte VI

Direito de petição e de certidão


XXXIV – São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de pode;
b) A obtenção de certidões em repartições públicas, para a defesa de direitos e
esclarecimentos de situações de interesse pessoal.
O direito de petição consagra a participação política do cidadão, que tem a faculdade de dirigir-se
ao poder público na defesa de direitos ou noticiando atos que evidenciem ilegalidade ou abuso de poder.
Por meio do direito de petição informa-se ao poder público a violação de direitos, práticas ilegais ou
abusivas.
O direito de petição define-se como o direito que pertence a uma pessoa de invocar a atenção dos
poderes públicos sobre uma questão ou situação,

esses
gerais da coletividade.
Em relação ao direito de obtenção de certidões, também independentemente do pagamento de
x 1º 9 051/95 õ q “ õ
situações, requeridas aos órgãos da administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às
sociedades de economia mista e às fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, deverão ser expedidas no prazo improrrogável de quinze dias, contado do registro do pedido
ó x ”
2.22. Princípio da inafastabilidade da jurisdição
XXXV – A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito.
É o chamado princípio da inafastabilidade da jurisdição. Por meio dele, tanto se assegura ao
Judiciário o monopólio da jurisdição, quanto faculta à pessoa o direito de ação. Aqui assegura que todos
tem direito ao acesso a justiça para postular direitos individuais ou coletivos. Aqui, apenas garante o
direito de ação, não a garantia de uma sentença de mérito, pois esta é necessário que as partes apresente
as condições de uma ação.
Direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada
XXXVI – A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada.
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proclamar a estabilidade das relações jurídicas. O inciso busca a segurança (princípio da segurança Jurídica)
de situações consolidadas no tempo, por meio de três institutos: direito adquirido, ato jurídico perfeito e
coisa julgada. O art. 6o, da LINDB – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assim define os
institutos:
 direito adquirido: direito que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aquele cujo
começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de
outrem;
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 ato jurídico perfeito: q


 coisa julgada: decisão judicial de que não caiba mais recurso.
Princípio do juiz natural e vedação do tribunal de exceção
XXXVII – Não haverá juízo ou tribunal de exceção.
Esse dispositivo estabelece o princípio do juiz natural, um dos corolários do Estado Democrático de
Direito, cuja premissa básica
competência, delineada abstratamente, de forma objetiva, com observância de critérios definidos em
normas regimentais, previamente determinadas. Segundo o entendimento de Alexandre de Moraes,
“tribunal de exceção q ó - q
predisposição para condenar o réu, uma vez que foi instituído para proceder a um julgamento
predeterminado, comprometendo a imparcialidade do j ”

FIQUE LIGADO!!!

Parte da jurisprudência e da doutrina também admite o princípio do promotor natural (para o STF, prevalece o
entendimento de que o promotor natural não existe). Já o princípio do delegado natural não existe.

Tribunal do Júri
XXXVIII – É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
O Tribunal do q
pessoa, no sentido de poder ser julgada por um Tribunal Popular, ou seja, pelos seus semelhantes, em
determinados crimes. A dogmática constitucional prescreve quatro premi
q
 A plenitude de defesa prevista no Tribunal do Júri estabelece a utilização de todos os meios de
defesa possíveis , tem o acusado o direito já garantido pela própria Constituição Federal, direito a
ampla defesa.
 O sigilo das votações significa que a opinião dos jurados deve ser resguardada, para que suas
atuações não fiquem limitadas nem cercadas de constrangimentos, o que impediria que, por
fatores outros, a verdade no julgamento prevalecesse.
 A soberania dos veredictos estabelece que as decisões do tribunal do júri não podem ser
modificadas por outro órgão, no entanto há a possibilidade de impetrar recurso quando as decisões
forem contrarias aos autos, podendo haver o pedido de um novo júri ou mesmo de uma revisão
criminal.
 A competência par julgamento dos crimes dolosos contra a vida é do Tribunal do Júri. Nada impede
que outras competências sejam atribuídas ao Tribunal do Júri. Mas
competência que lhe foi constitucionalmente conferida. Assim, cumpre destacar que são crimes
dolosos: homicídio (tentado e consumado); instigação, auxílio ou induzimento ao suicídio;
infanticídio; e aborto.

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Cabe ressalvar que o júri também pode julgar crimes que não sejam dolosos contra a vida, desde
que conexos com estes. Ex.: caso uma pessoa mate a outra (homicídio doloso) e depois esconda o corpo
(ocultação de cadáver), ela será levada a júri, que julgará ambos os crimes.
Competência do júri não é absoluta, pois os casos de foro privilegiado (também chamado de foro
por prerrogativa de função) previstos na Constituição Federal a ela se sobrepõem.
Legalidade e anterioridade da lei penal incriminadora
– m lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;
O preceito constitucional aqui estipulado deve ser analisado sob dois aspectos: além da
consagração do princípio da legalidade, encontramos também o princípio da anterioridade, segundo o que
com constituem ilícitos penais as condutas assim especificadas em lei formal – antes de sua concretização
– e que as penalidades passíveis de aplicação também devem necessariamente constar expressa previsão
legal.

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