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SUMÁRIO
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS........................................................................................................2
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS.............................................................................................2
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Nesse Sem sombra de dúvida, esse remédio constitucional é o mais importante quando
se trata de questões de concurso, haja vista a sua utilização para proteger um dos direitos
mais ameaçados do indivíduo: a liberdade de locomoção. Vejamos o que diz o texto
constitucional.
É essencial para sua prova conhecer os elementos necessários para a utilização dessa
ferramenta.
No entanto, vamos apenas colocar aqui algumas informações de modo genérico, já que,
todo o procedimento do HC está regulamentado no Código de Processo Penal (arts. 647/667,
CPP).
Importante salientar também que a maioria das questões em prova vêm em relação à
competência sobre julgamento de autoridades, que é previsão do tema Poder Judiciário –
Competências.
Primeiramente, deve-se compreender que o habeas corpus é utilizado para proteger a
liberdade de locomoção. É preciso tomar cuidado com essa informação em prova, pois esse
remédio não tutela qualquer liberdade, mas apenas a liberdade de locomoção.
Natureza da Ação: O HC é uma ação de natureza penal, de procedimento especial, ou
seja, é uma ação que tem uma tramitação mais rápida, mais célere.
Outro ponto fundamental é que ele poderá ser utilizado tanto de forma preventiva quanto
de forma repressiva:
habeas corpus preventivo (salvo-conduto) é aquele utilizado para prevenir a
violência ou coação à liberdade de locomoção.
habeas corpus repressivo é utilizado para reprimir a violência ou coação a liberdade
de locomoção, ou seja, é utilizado quando a restrição da liberdade de locomoção já ocorreu.
˃ Impetrante – o impetrante é a pessoa que impetra a ação; quem entra com a ação. A
titularidade dessa ferramenta é universal, pois qualquer pessoa pode impetrar o HC. Não
precisa sequer de advogado. Sua possibilidade é tão ampla que não precisa possuir
capacidade civil ou mesmo qualquer formalidade. Esse remédio é desprovido de condições que
impeçam sua utilização da forma mais ampla possível. Poderá impetrar essa ação tanto uma
pessoa física quanto jurídica.
˃ Paciente – é quem está “doente”, e a “doença”, nesse caso, é a restrição da liberdade de
locomoção. O paciente é quem teve a liberdade de locomoção restringida. Ele será o beneficiário
do habeas corpus. Pessoa jurídica não pode ser paciente de habeas corpus, pois a liberdade
de locomoção é um direito incompatível com sua natureza jurídica.
Contudo, o STF tem admitido o remédio quando impetrado por razões de ilegalidade da
prisão militar. Quanto ao mérito da prisão, deve-se aceitar a vedação Constitucional; mas em
relação a legalidade da prisão, prevalece o entendimento de que o remédio seria possível.
Também não cabe habeas corpus em relação às penas pecuniárias, multas, advertências,
ou ainda nos processos administrativos disciplinares e no processo de Impeachment. Nestes
casos o não cabimento deve-se ao fato de que as medidas não visam restringir a liberdade de
locomoção.
Por outro lado, a jurisprudência tem admitido o cabimento para impugnar inserção de
provas ilícitas no processo ou quando houver excesso de prazo na instrução processual penal.
Por último, cabe ressaltar que o magistrado poderá concedê-lo de ofício. Conforme
entendeu o STF “a jurisprudência desta corte tem admitido que se conceda habeas corpus de
ofício, ainda quando o pedido originário não possa ser conhecido” (RT 650/331)
Algumas súmulas sobre o HC:
Súmula 395:Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver
sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.
O habeas data, cuja previsão está no (inciso LXXII do Art. 5º), tem como objetivo
proteger a liberdade de informação:
“LXXII - conceder-se-á habeas data:
para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público;
para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo”.
Importante lembrar que há lei específica para regular tal remédio constitucional (Lei
9.507/97). E toda e qualquer questão mais complexa virá da referida lei (caso esteja prevista
no seu edital).
Duas são as formas previstas na Constituição para utilização desse remédio:
para conhecer a informação;
para retificar a informação.
É importante ressaltar que só caberá o remédio em relação às informações do próprio
impetrante.
Destaca-se que, de acordo com o STF, é parte legítima para impetrar habeas data
o cônjuge sobrevivente na defesa de interesse do falecido1.
1HABEAS DATA DADOS DE CÔNJUGE FALECIDO LEGITIMIDADE DO SUPÉSTITE ARTIGO 5º, INCISO LXXII, ALÍNEA A ,
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 2. É parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge sobrevivente na defesa de
interesse do falecido. Observem o alcance da alínea a do inciso LXXII do artigo 5º da Constituição Federal, que
assegura o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público. Encerra o acesso presente o interesse de agir. Sendo o
servidor militar falecido, a viúva pode atuar visando obter as informações armazenadas no assentamento funcional
dele. 3. Ante o quadro, nego seguimento a este recurso extraordinário.
(STF - RE: 589257 DF, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 28/12/2012, Data de Publicação: DJe-024
DIVULG 04/02/2013 PUBLIC 05/02/2013)
“LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público”.
Mas importante lembrar que também há lei específica a regulamentar tal remédio
constitucional, qual seja, Lei 12.016/09.
Natureza da Ação: O MS é uma ação de natureza civil, de rito sumário especial. Destaca-se
que o caráter civil da Ação, não impede que seja impetrado MS contra ato de juiz em processo
penal.
Como se pode ver, o mandado de segurança será cabível para proteger direito líquido e
certo desde que não amparado por habeas corpus ou habeas data. Isso significa dizer que será
cabível desde que não seja para proteger a liberdade de locomoção e a liberdade de
informação. Esse é o chamado caráter subsidiário do mandado de segurança.
Portanto, para ser cabível MS, não pode haver controvérsia sobre os fatos narrados.
Veja que é possível a existência de controvérsia sobre a matéria de direito, ou seja, pode ser
impetrado MS, mesmo não havendo unanimidade na interpretação da doutrina e da
jurisprudência, mas os fatos devem ser comprováveis de imediato.
O mandado de segurança possui prazo decadencial para ser utilizado: 120 dias.
NÃO caberá MS :
De acordo com a CF, são LEGITIMADOS para propor o mandado de segurança coletivo:
Você deve lembrar que algumas normas constitucionais, para que produzam efeitos,
dependem da edição de outras normas infraconstitucionais, estas normas são conhecidas por
sua eficácia como normas de eficácia limitada, caso essas normas regulamentadoras não
sejam criadas e por conta disso se esteja tornando inviável o exercício de direitos
fundamentais, será cabível a impetração de Mandado de Injunção.
Dessa forma, o objetivo do MI é suprir a omissão legislativa que impede o exercício de
direitos fundamentais.
3Súmula 630 - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
Quanto aos efeitos do Mandado de Injunção, podemos destacar que a lei 13.300/2016
adotou a chamada TEORIA CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA, por meio da qual o julgador
deve primeiramente comunicar a omissão ao órgão competente para a elaboração da norma,
fixando prazo para o seu cumprimento e, após, caso não tenha sido cumprido o determinado,
o direito seria exercido nos termos a serem fixados pela decisão judicial:
Art. 8o Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma
regulamentadora;
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover
ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo
determinado.
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput
quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao
prazo estabelecido para a edição da norma.
Ainda quanto aos efeitos da decisão do MI, o artigo 9o adotou como regra a TEORIA
CONCRETISTA INDIVIDUAL, com aplicação dos efeitos apenas para as partes do processo
(inter partes), porém, com a possibilidade de extensão desses efeitos para todos ou para um
grupo de pessoas (efeitos ultra partes ou erga omnes), ou seja, podendo ser adotado a TEORIA
CONCRETISTA GERAL.
Art. 9o A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o
advento da norma regulamentadora.
§ 1o Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da
impetração.
Efeito inter partes é o efeito da decisão apenas para as partes integrantes do litígio.
Efeito ultra partes é o efeito da decisão para um grupo, categoria ou classe de pessoas
determinadas, por exemplo, uma associação ou sindicato.
Efeito erga omnes é o efeito da decisão para todos.
A ação popular é uma ferramenta fiscalizadora utilizada como espécie de exercício direto
dos direitos políticos, é dizer, o seu exercício é um instrumento de democracia
participativa. Por isso que só poderá ser utilizada por cidadãos, ou seja, aqueles
indivíduos que detenham o exercício dos direitos políticos. Veja o que diz o inciso LXXIII
do artigo 5º:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Qualquer CIDADÃO pode ser o autor dessa ação, entende-se por cidadão aquele que
detenha a chamada capacidade eleitoral ativa, ou seja, o indivíduo que possa votar.
Lembre-se de que a capacidade eleitoral ativa pode ser exercida a partir dos 16 anos.
Dessa forma, um jovem de 16 anos que detenha o título de eleitor poderá ser autor de
Ação Popular.
Assim, pessoas jurídicas, o Ministério Público e estrangeiros não podem interpor Ação
Popular.
A respeito do tema destaca-se a súmula 365 do STF: “Pessoa jurídica não tem
legitimidade para propor ação popular”.
O réu da Ação popular pode ser qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado; autoridades, funcionários, administradores e beneficiários diretos que tenham
cometido algum ato lesivo ao patrimônio: Público, histórico ou cultural; a moralidade
administrativa ou ao meio ambiente.
A Ação Popular serve para ANULAR ato ou contrato administrativo que seja lesivo:
Ao Patrimônio: Público, histórico ou cultural;
À Moralidade administrativa;
Ao Meio Ambiente.
Dessa forma, a Ação Popular não serve para defesa de direitos individuais, mas de
direitos de natureza coletiva, como concretizadora do princípio republicano que impõe ao
administrador público o dever de prestar contas a respeito da gestão da coisa pública.
Outro ponto relevante é que não é preciso comprovar o prejuízo aos cofres públicos
para propor Ação Popular.