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DIREITO CONSTITUCIONAL

CONTEÚDO

1. Constituição: princípios fundamentais.

2. Ações Constitucionais: habeas corpus, habeas data, mandado de segurança;


mandado de injunção; ação popular; ação civil pública.

3. Controle de constitucionalidade: sistemas difuso e concentrado; ação direta de


inconstitucionalidade; ação declaratória de constitucionalidade; arguição de
descumprimento de preceito fundamental; súmula vinculante; repercussão geral.

4. Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos;


direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos políticos.

5. Organização político-administrativa: disposições gerais; bens e competências da


União, Estados, Distrito Federal e Municípios; intervenção federal.

6. Administração Pública: disposições gerais; servidores públicos.

7. Organização dos Poderes. Poder Executivo: atribuições e responsabilidades do


Presidente da República.

8. Poder Legislativo: órgãos e atribuições; processo legislativo; fiscalização


contábil, financeira e orçamentária.

9. Poder Judiciário: disposições gerais; Supremo Tribunal Federal; Conselho


Nacional de Justiça; Superior Tribunal de Justiça; Tribunais Regionais Federais e
Juízes Federais; Tribunais e Juízes dos Estados; Tribunais e Juízes do Trabalho;
Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

10. Funções essenciais à Justiça: Ministério Público; Advocacia Pública; Advocacia;


Defensoria Pública

11. Ordem Econômica e Financeira: princípios gerais da atividade econômica.


Finanças Públicas: normas gerais; dos orçamentos.

12. Ordem social: disposição geral; da seguridade social.

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CADERNO DE DÚVIDAS

Ciclo 3

 Diferença entre os remédios constitucionais


 Direito trabalhistas fundamentais

28/07/22 – ciclo 01

16/08/22 – ciclo 03

1. Ações Constitucionais: habeas corpus, habeas data, mandado de segurança;


mandado de injunção; ação popular; ação civil pública.

2. Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos;


direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos políticos.

CADERNO DE DÚVIDAS

 Diferença entre os remédios constitucionais


 Direito trabalhistas fundamentais

AÇÕES CONSTITUCIONAIS

Proveniente das garantias fundamentais: São também chamadas de remédios


constitucionais ou ações constitucionais. Instrumentos constitucionais que possibilitam a afetiva
proteção a direitos. As garantias constitucionais que estão previstas na constituição são:
 Habeas corpus;
 Mandato de segurança individual e coletivo;
 Mandato de injunção;
 Habeas data;
 Ação civil pública;
 Ação popular.

1. Habeas corpus:

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

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 Habeas corpus: também chamada de remédio heroico. É o remédio
constitucional cuja função é evitar a violação ao direito fundamental liberdade ou
mesmo recompor tal direito em caso de violação já efetivada.

“Ação constitucional de natureza penal, via de regra. Ele não obedece a


formalidades, podendo inclusive ser impetrada sem advogado. As partes: a autora chama-
se impetrante, a ré é chamada impetrado, o paciente é chamado o que tem a liberdade
tolhida. O habeas corpus pode ser repressivo ou preventivo”.

 Partes de um Habeas:
Autora: Impetrante (Quem faz, executa)
Paciente: Quem teve a liberdade tolhida (quem recebe)
Delegado: impetrado (a quem se dirige)

A prisão civil de depositário infiel, apesar de encontrar respaldo no texto


constitucional, foi suplantada num momento em que o país aderiu ao pacto de San José
da Costa Rica, tratado internacional de direitos humanos que veda qualquer tipo de
prisão civil, excetuando o caso de pensão alimentícia.

 Liberdade de pensamento: Conteúdo intelectual – exprimir o que se pensa, seja


qual for o âmbito.
Art. 5º, VI: consciência e crença;
Art 5º, IV: manifestação do pensamento: é vedado o anonimato, ou seja, nas
matérias não assinadas, o diretor do veículo de comunicação deve ser
responsabilizado, eventualmente, civilmente e criminalmente;
Art. 5º, VIII: não privação dos direitos - Liberdade de expressão e manifestação
de pensamento sem limitação  censura;
Art 5º, IX: censura - É possível a regulamentação dessa liberdade, sempre em
razão de outros direitos. “Ex. faixa etária; horário, locais, proteção à família; Censura
é diferente de regulamentação. É realizado de forma que não haja uma extrapolação
dos direitos de liberdade e o caso não afronte outros direitos e valores constitucionais”.
Art. 5º, LII: proibição de extradição de estrangeiro por crime político/opinião.

 Liberdade de expressão coletiva


Art. 5º, XVI – reunião:
o Sem armas;
o Comunicação prévia;
o Sem frustrar outra reunião

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Obs.: esse direito pode ser restringido em estado de defesa ou de sítio.

Art. 5º, XVII, XVIII, XIX, XX e XXI – associação


o Plena;
o Liberdade de entrar e sair.
o Independente de autorização.

Mandado de Segurança:
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

Mandado de Injunção:
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes
à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

Habeas data:
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;

Ação Popular:
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

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17/08/15 – Aula 01

Bibliografia
Paulo Bonavides
Jose Afonso da Silva
Gilmar Mendes
Uadir Lamego Bulos
Alexandre de Moraes Melhor bibliografia
Luis Roberto Barroso **
Lênio Strek
(www.conjur.com.br) toda quinta feira

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Provas consultadas com a constituição.

Discriminação positiva: quando dispositivo contrário altera a lei que trata sobre a igualdade de
todos perante a lei. Ex.: portadores de câncer são dispensados de imposto de renda,
deficientes físicos com vagas especiais.

Constituição muito nova do ano de 1988 mas com 70 emendas. Base para todo ordenamento
jurídico. O STF protege a constituição. E julga casos que a constituição contempla.

17/08/15 – Aula 02

Noções do direito constitucional

1. Alocação do direito constitucional como ramo do direito público interno


a. Ordenamento jurídico “é um sistema com norma base: constituição”
b. Direito uno “é indivisível, ou seja, é único, vários elementos ali convivem”
c. Direito público fundamental
“Dir. público – Constitucional e Dir. privado – Civil: não mais em uso depois da
constituição de 1988.” Ex.: caso clássico: propriedade privada, mas com
cunho função social – público.
Direito civil constitucional: privado com caráter social??
OBS.: a dicotomia entre direito público e privado permanece apenas para fins
didáticos, uma vez que, há plena integração entre os ramos da ciência jurídica. Todos
os ramos do direito partem de uma análise constitucional logo é possível afirmar o
direito constitucional como sendo um ramo fundamental, parâmetro para todos os
demais.

2. Definição do direito constitucional


Ramos do direito público que expõe, interpreta e sistematiza princípios e
normas fundamentais do ordenamento jurídico de um estado brasileiro (José
Afonso da Silva).
“Para que exista estado deve existir constituição para que ele se fundamente”
Princípio é norma jurídica. O que é um e outro?

3. Objeto do direito constitucional


a. “Lato senso”=sentido amplo: constituição do estado brasileiro

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b. Especificamente: estudo das normas que tratam da organização do estado,
divisão dos poderes etc.

4. Conteúdo científico do direito constitucional


a. Direito constitucional positivo: (...de determinado estado...) “É escrito e
vigente”
b. Direito constitucional comparado: comparação de sistemas normativos
existentes. “É um método de estudo”
c. Direito constitucional geral. “Normalmente é o que é positivado e comparado”

5. Relação do direito constitucional com outras ciências: direito administrativo,


tributário, civil, penal, processual etc
Identificar na constituição federal dispositivos que revelem a relação
entre o direito constitucional e essas outras áreas.

6. Origem do fenômeno constitucionalismo


 Declaração da Virgínia - 1776

 Constituição americana - 1787

 Revolução francesa - 1791


Da origem a declaração universal dos direitos do homem  povo
como titular legítimo do poder

 No Brasil
Surgimento dos cursos de direito em Olinda e SP

 Característica

Principal forma de exercício da soberania popular (voto)

“A constituição protege o indivíduo do estado o problema é a


representatividade – políticos”
Ler o capítulo 1 do Bonavides para próxima aula. 24/08/15

24/08/15 – Aula 03

Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo
1. Constitucionalismo: qualquer momento em que há certa limitação de poder político.
“Limitação do poder do estado, organização do estado”.
1.1. Constitucionalismo antigo:
a. Fases
 Primeira fase: teocracia – “lei do senhor” povo hebreu; “Constituições
não escritas, a lei do senhor limita o poder do estado””
 Segunda fase: Grécia antiga e Roma (período republicano); “O
surgimento de duas questões: o embrião da democracia e embrião da
república. A democracia era limitada pois era uma democracia direta onde
alguns tinham direito a participar. República=coisa do povo= res pub”.

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 Terceira fase: idade média – Magna Charta Liberatum (Inglaterra –
1215); ideia fundamental como lei suprema limitativa dos poderes
soberanos
OBS.: Instrument of government: 1654, considerada a 1ª constituição escrita.
OBS.: O constitucionalismo antigo representa o surgimento da ideia da limitação do
poder do estado, sendo responsável por fixar as bases teóricas que permitiram o
surgimento do constitucionalismo moderno.

1.2. Constitucionalismo Moderno:


 Deslocamento do poder do rei para o povo
 Locke Mostesquieu e Rouseau são os principais percussores
a) Constitucionalismo inglês: O bicameralismo (câmera dos
deputados e o senado), a soberania do parlamento, e as
liberdades públicas e garantias constitucionais são as principais
contribuições do constitucionalismo inglês;
b) Constitucionalismo norte americano: Organização estatal,
federalismo, presidencialismo e o poder judiciário como protetor
da constituição são as principais contribuições dos EUA;
c) Constitucionalismo francês: reconhecimento dos direitos em
virtude da condição do ser humano (direitos fundamentais);
d) Principais exigências do movimento:
 Soberania popular
 Supremacia da constituição
 Sistema democrático e governo representativo
 Governo limitado, separação dos poderes
 Direitos civis respeitados
 Instituições que monitores e assegurem o respeito à
constituição.

24/08/15 – Aula 04

2. Neoconstitucionalismo:
a. Características básicas:
 Força normativa dos princípios jurídicos (marco teórico): “escrita dos
valores morais em forma de leis. Princípios são normas jurídicas e regras
são mais fechadas. Princípios pode ser complicado para direito pois gera
uma questão subjetiva por partes dos juristas ou juízes”;
Recurso a métodos mais abertos de interpretação (marco teórico)
Constitucionalismo do direito (marco teórico)
Judicialização da política (ampliação da jurisdição constitucional)
(marco teórico)
 Reaproximação do direito com a moral (marco filosófico)
b. Marco histórico do neoconstitucionalismo
 Pós II Guerra mundial; “Surgimento do direito tridimensional: principio
valor e norma”.
 Fortalecimento da jurisdição constitucional;
 Fortalecimento dos mecanismos de proteção dos direitos
fundamentais;

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 Normas repletas de teor axiológico;
 Novas técnicas e estilos hermenêuticos que fogem da subjunção;
 No brasil triunfo tardio – 1988.
c. Marco filosófico: pós positivismo
Jusnaturalismo | positivismo.
d. Marco teórico: já elencado
 Papel da norma jurídica
 Papel do juiz
OBS.: Intérprete é co-participante do processo de criação do direito.
 Ponderação de bens, valores ou normas pelo intérprete.
Concessões reciprocas (máxima efetividade);
Princípio instrumental da razoabilidade.
e. Movimentos especiais do neoconstitucionalismo
 Princípio da dignidade da pessoa humana. “Sempre prevalece sobre os
outros princípios”;
 Aplicabilidade dos direitos fundamentais as relações privadas.

Filme tribunal de Nuremberg

31/08/15 – Aula 05

Constituição, conceitos, classificações e elementos

1. Constituição: noção geral do termo


Para JJ Gomes Canotilho, o conceito varia de acordo com o momento
histórico - palavra viajante.
Para José Afonso Da Silva é: “CF/88 – Principiológica”.
 Como forma, um complexo de normas. “Regras e princípios”;
 Como conteúdo, a conduta humana motivada pelas relações
sociais (econômicas, políticas, religiosas etc); “O Brasil é um estado
laico, mas não é ateu”;
 Como fim, a realização de valores; “A CF é valorativa  princípios”;
 Como causa criadora e recriadora, o poder. “O poder vem do povo
com seus representantes. Poder constituinte”.

a) Perspectivas conceituais: “conceitos definidos como sentidos”.


1. Sentido sociológico: Ferdinando Lassale (O que é uma
constituição -1862); “Para Lassale a constituição é o somatório dos
fatores reais de poder dentro de uma sociedade. Representantes dos
mais diversos grupos da sociedade: liberais, conservadores, esportistas
latifundiários etc”.
2. Sentido político: Carl Schimit – 1929: constituição ≠ lei
constitucional; “Na distinção entre Constituição e Lei constitucional,
considera-se a primeira como sendo referente às opções políticas de um
estado (estrutura fundamental). Constituição é o que estrutura o estado,
o resto é acessórios e são consideradas leis constitucionais, pois são
normas”.
3. Sentido jurídico: Hans Kelsen (positivo). “Pirâmide de hierarquia das
normas onde a constituição está no topo. Indica no sentido estritamente
jurídico não levando em conta qualquer fator sociológico, político ou
mesmo filosófico de normas que estão na constituição ”;

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4. As contribuições de Konrad Hesse e Peter Haberle: revisitando
Lassale.
i. Hesse: 1959  A força normativa da constituição (livro);
ii. Harberle: 1975  A sociedade aberta de interpretes da
constituição (livro).
“Misturam as concepções sociológicas com as que jurídicas de modo que se força a
normatizar todos os conceitos sociológicos”.
OBS.: Conclusões:
 Constituição como um processo organismo vivo (prático e aplicável na
sociedade).
Imbricações sociológicas, politicas, jurídicas para a construção da constituição.

2. Classificação
2.1. Quanto à origem
 Outorgadas (BR 1824, 1936, 1967); “Ausência da participação
popular”.
 Promulgadas (BR 1891, 1934, 1946, 1988); “Representatividade do
povo”.
 Cesaristas: plebiscito de carta feita por um ditador –
Venezuela/2000.
OBS: carta ≠ constituição: a expressão “carta” é utilizada quando há outorga da lei
fundamental, já a palavra constituição é utilizada para as situações de promulgação.
“As constituições vinham se alternando nas datas acima, ora com povo e ora sem o
povo. Atenção para a CF/88 que teve que conviver com o código civil de ‘16 desde 1988 até
2002 quando se deu o novo código civil”.

2.2. Quanto à forma


 Escritas;
 Não escritas. “Constituições costumeiras = consuetudinárias”.
OBS:. Existem constituições escritas em determinados países onde o elemento
consuetudinário entra como fator importantíssimo para complementar o texto
constitucional.

2.3. Quanto à extensão


 Analíticas. “Brasil mais de 200 artigos”;
 Sintéticas. “EUA 7 artigos”.

2.4. Quanto ao conteúdo


 Formalmente constitucional; “Nossa constituição é formal, ou seja,
todas as normas que estão inseridas no texto são consideradas
constitucionais, independente do conteúdo. É possível se falar assim
que estamos diante do princípio da supremacia constitucional, uma
supremacia formal”.
 Materialmente constitucional; “A supremacia material é possível em
constituições costumeiras e flexíveis, onde preponderam os costumes e
a jurisprudência, verificada em países commom law”.
OBS.: supremacia constitucional; Supremacia formal Vs. Material.
“ Common law (EUA e UK) e civil law (Alemanha, Brasil e França), a primeira fundamentada nos
costumes constituição enxuta, a segunda muito normativa e regradas de leis”:

2.5. Quanto ao modo de elaboração


 Dogmática; “Elaborada de maneira muito técnica. Se incorporam os
ideais vigentes no momento de sua elaboração”.

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 Histórica. “Construída de outros valores não técnicos, geralmente são
costumeiras e flexíveis. São elaboradas a partir da observação da
evolução da sociedade ao longo da história”.

2.6. Quanto a Alterabilidade


 Rígidas; “Caso da nossa constituição: muito difícil de ser alterada, para
que isso signifique nossa supremacia formal”.
 Flexíveis; “commom law. São facilmente alteradas, por procedimento
bem mais simples”.
 Semi-rígidas; “Possuem uma parte rígida e uma parte flexível”.
 Imutáveis. “Não sofrem qualquer alteração. Muito difícil pois a
constituição tem que seguir os costumes ou desejos da sociedade”.
 Super rígidas; “Classificação criada para a constituição brasileira.
Segundo Alexandre morais, pois a constituição brasileira só poderá ser
modificada a partir de procedimento legislativo específico, visando a
aprovação da denominada emenda constitucional”.

14/09/15 – Aula 06

3. Estrutura da constituição 1988: separação e organização das normas


 Elementos orgânicos: estrutura do estado e do poder  separação dos
poderes;
 Elementos limitativos: direitos e garantias individuais; “Limita o poder do
estado”.
 Elementos sócio-ideológicos: mediação entre o estado individualista e
estado social; “Nossa constituição tenta fazer uma harmonia entre o estado e
indivíduos ou até entre indivíduos”.
 Elementos de estabilização constitucional. “A supremacia constitucional só é
possível pelo fato de termos mecanismos de controle constitucional,
responsáveis analisar a compatibilidade entre as normas e a constituição
federal, sendo impossível a convivência caso haja alguma afronta ao texto
constitucional”.

Princípios Da Interpretação Constitucional

1. Noção geral: a importância da hermenêutica constitucional


2. Espécies:
i. Unidade constitucional; “Não existem contradições na constituição”.
ii. Bases principiológicas; “Tem formadas por normas fundamentais”.
iii. Máxima efetividade. “Não pode ser letra morta. Acontece muito no Brasil”.
iv. Efeito integrador. “Agregar todas as normas e é responsabilidade da CF”.
v. Força normativa. “Possui efeito de leis”.
vi. Conteúdo implícito. “Existem conteúdos que são amplamente utilizados de
acordo com o contexto das outras leis”.
vii. Imperatividade. “Possui caráter de imposição das normas constitucionais”.

Poder Constituinte

1. Noções gerais:

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 Sociedade – estado – direito: Direito como estruturador e formador da
sociedade política.
 Só se pode falar em estado depois da manifestação daqueles que detêm
o poder
 Manifestação soberana da vontade de um ou de alguns, capaz de fazer
nascer o núcleo social (Estado).
 Poder que se tem em elaborar ou modificar o núcleo social chamado
ESTADO  através das constituições;
 Relação com o surgimento das constituições rígidas e escritas
 Criador da teoria do Poder Constituinte  Emmanuel de Seyes. “Existir
um poder que é responsável ela criação das leis que determinam o estado”.

2. Titularidade e exercício
 Titular: o povo
 Exercente: representantes, revolução – no caso da França.

3. Esquema geral
PODER CONSTITUINTE

ORIGINÁRIO DERIVADO

Histórico Revolucionário Reformador Revisor Decorrente

OBS.: O poder constituinte derivado tem a finalidade de modificar e revisar a


constituição.

21/09/15 – Aula 07

4. Características gerais
Manifestação soberana da suprema vontade política.

5. Poder constituinte originário (inicial / natural / primeiro grau)


 Instala uma nova ordem jurídica, rompendo (ruptura) com a ordem
jurídica precedente;
 Objetivo criação de um novo Estado  nenhum estado é igual ao
outro ( 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1969, 1988); O PCO
inaugura uma nova ordem jurídica constitucional, tendo a
constituição como norma fundamental, porém existe a
manutenção do ordenamento jurídico como um todo e as normas
jurídicas anteriores devem ser recepcionadas pela constituição
federal. “Quando se instala uma nova constituição se dá um novo
estado, por exemplo em 1988 temos um novo estado brasileiro.

 Características:
a. Inicial; “É inicial por instaurar uma nova ordem”.

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b. Autônomo; “Pois a estruturação será determinada por quem
detêm o poder”.
c.Ilimitado juridicamente; “Não deve obediência as leis
anteriores, livre das constituições anteriores”.
d. Incondicionado. “Não se submete a qualquer forma pré-fixada”.
OBS.: Corrente Jusnaturalista X Positivista. “Para correntes jus naturalistas existem direitos
precedentes para a forma de estado e ao ser humano. Ex.: direito à vida. Já a corrente xxxxxxxx
OBS.: Limite Material  Fatores Políticos e ideológicos do momento.

 Formas de expressão: não existe forma pré-fixada. Normalmente


ocorre através de assembleia constituinte ou outorga.

6. Poder constituinte derivado (instituído / constituído / de segundo grau)


 Está inserido na própria constituição e é limitado pelo PCO 
passível de controle de constitucionalidade. “Grande diferença
entre o PCO e PCD; O PCO não pode nunca ser limitado”. É possível
declaração de inconstitucionalidade de uma norma constitucional
desde que ela seja fruto de um PCD emenda constitucional”.
 Características
a. Derivado; “Deriva do originário”
b. Subordinado; “Subordinação do originário”
c. Condicionado. “Existe na condição das normas originárias”

 Espécies:
ii. P.D.C. Reformador: possibilidade de modificar a CF através
de procedimentos específicos, através das emendas
constitucionais (EC) Art. 59 e 60, CF. “Parte de o princípio da
nossa constituição ser rígida, é um procedimento difícil e tem que
passar nas duas casas legislativas constitucionais”.

OBS.: LIMITES DE REFORMA


i. Quorum qualificado: Art. 60 § 2º. “Maiorias”
ii. Estado de sítio, defesa ou intervenção: Art 60º, §1º; “Momentos de
dificuldades como estado de sitio ou perigos de invasão”.
iii. Cláusulas Pétreas: Art 60, §4º. “Trata do núcleo imutável da CF. Causas
pétreas implícitas por se tratar de outras causas pétreas”.

Diferenças de quórum
Maioria simples: 30% + 1 presentes;
Maioria absoluta: 50% + 1 dos membros;
Qualificado: 2/3 membros ou 3/5 membros.

28/09/15 – Aula 08

ii. P.D.C. Decorrente:

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 Encontra seus parâmetros na CF;
 Estados membros; “Todos os estados possuem suas constituições
estaduais”.
 Objetivo de formular as constituições dos estados membros;
 Auto-organização: Art 25, caput, CF; “Manifestação do
PCDD. Criar constituições estaduais”.
 Autoadministração;
 Auto legislação.
 Estabelece a organização fundamental das entidades componentes
do estado federal. Caráter de complementariedade em relação a
CF. “Se refere as constituições estaduais”.

OBS.: A capacidade de auto-organização dos estados se manifesta através da criação


das constituições estaduais, do exercício do PCDD.

OBS.: Os municípios: a auto-organização dos municípios se dá através das leis


orgânicas municipais, não havendo possibilidade de se falar em poder constituinte
derivado decorrente neste caso, ou seja, não existe constituição municipal. O DF
também se encontra na mesma situação.

OBS.: Leis orgânicas: são responsáveis pela auto-organização dos municípios nos
termos do Art 29 da CF, devendo a mesma ser votada em dois turnos, com intervalo
mínimo de dez dias, e aprovada por 2/3 dos membros da câmara municipal.

OBS.: Princípio da simetria: eixo fundamental estabelecido como sendo de reprodução


obrigatória nas constituições estaduais.

OBS.: Princípio da não intervenção: Art 34 princípios constitucionais sensíveis


quaisquer afronta a estes princípios dá brechas a intervenção federal.

Trazer no dia da prova em folha a4 no máximo uma lauda (frente), LIMITES DE


MANIFESTAÇÃO DO PCDD. Sistematizar.

Vídeos direito políticos riscos da hegemonia do poder judiciário YOUTUBE.


Sustentações orais de Luís Alberto Barroso.

iii. Poder constituinte derivado revisor:


 Nascido por determinação do PCO;
 Art 3 ADCT;
 Objetivo de atualizar a CF;
 Total de 6 emendas de revisão (1993);
 Limite material: Art 60, §4º.

Revisão Reforma

Aprov – Maioria simples Aprov – 3/5

Unicameral Bicameral

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Único turno Dois turnos

Limite: Art. 60, § 4º

7. Limites da Competência

a. Introdução: PDCR  limitado pelo próprio P.C.O.


b. Corporificação: emendas à CF(Art. 59, CF).
c. Tipos de limitação:
Procedimental : sob pena de inconstitucionalidade formal.
 Iniciativa: presidência da república/ 1/3 senadores/ + da
metade das assembleias legislativas (maioria absoluta);
 Discussão/votação: 2 turnos em cada casa legislativa;
 Promulgação: mesas da câmara e do senado.

05/10/15 – Aula 09

Aplicabilidade das normas constitucionais

A constituição federal consagra um projeto para o Brasil, eficácia normativa da


constituição federal.

1. Introdução
Normas constitucionais gozam de imperatividade e aplicabilidade. Normas são
cogentes. “Constituição Federal é um complexo normativo. Ideias progressistas, ideia da
judicialização, defender o ativismo judicial  papel proativo”.

2. Eficácia jurídica da constituição federal: efeitos típicos de norma em geral.


a. Efeitos negativos: não recepção ou declaração de inconstitucionalidade.
 Retiram eficácia das normas incompatíveis; “As normas anteriores
quando não são recepcionadas e se consideram inconstitucionais”
 Proíbe o legislador de produzir norma incompatível.

b. Efeitos positivos:
 Parâmetro de interpretação; “Para todas as normas jurídicas”
 Deve ser implantado pelo Estado.

3. Classificação: José Afonso da Silva


a. Norma constitucional de eficácia plena: aplicabilidade imediata, direta e
integral. Efeitos desde a entrada em vigor da Constituição Federal;
b. Norma constitucional de eficácia contida (redutível): aplicabilidade direta e
imediata e restringível. Direito pode ser restringido, contido pela
discricionariedade do poder público. “Pode ser restringida”. Ex.: Art. 5º, VIII,
XII, XIII, XXII.
c. Norma constitucional de eficácia limitada: Dependem de atuação posterior
do poder legislativo ou poder público  regulamentação. Ex.: Art. 20º, § 2º,
Art. 32, § 4º, Art. 33 etc.

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d. Normas programáticas: não é algo imediato, e sim programada. Geralmente
traça-se um objetivo. “Exemplo do art. 4º que trata da integração da américa
latina”.

12/10/15 – Aula 10

Feriado nacional

19/10/15 – Aula 11

1ª avaliação

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SEGUNDA UNIDADE

26/10/15 – Aula 12

Princípios fundamentais da RFB – República Federativa do Brasil.

Ler capítulos 16 e 17 Bonavides

Princípios e regras
Necessário se faz a distinção entre princípios e regras, a partir do entendimento
de que a CF/88 se trata de uma norma jurídica com alto teor principiológico, tal como
destacado por Luís Roberto Barroso quando do estudo acerca do
neoconstitucionalismo.

Norma jurídica
 Princípios – força normativa
 Regras

 Princípios: comandos mais fundamentais, nossa CF é principiológica, técnica de


ponderação.
 Regras: técnica de subsunção (aplicar a lei ao caso concreto), não é uma base,
não tem subjetividade, abstratividade, inter-pretatividade, contudo pode ser
usado a análise do juiz (hermenêutica).

OBS.: Os princípios possuem normatividade, tal como as regras jurídicas, porém com
alto valor de fundamentabilidade. Os princípios são interpretados a partir da técnica de
ponderação.
Não há hierarquia entre normas, ou seja, não existe conflitos entre elas.
OBS.: Os chamados hard cases (casos difíceis), não revelam efetivo conflito entre
princípios, mas somente em situações, onde, em razão da complexidade, um princípio
passa a ter prevalência sobre outro, utilizando-se para tanto a técnica da ponderação.

 Princípios do processo na Constituição Federal e a defesa dos Direitos


Fundamentais.
 Direitos fundamentais: institutos indispensáveis para a democracia – normas
fundamentais do estado democrático.
 Princípios fundamentais da RFB – princípios da Ordem Política:
Podem ser considerados os mais importantes do ordenamento jurídico, vez
que estruturam a nossa organização política e estão agrupados nos dois primeiros
títulos da CF – dos Princípios Fundamentais e Dos Direitos e Garantias
Fundamentais.

 CF/88 fundada em princípios

1. Princípio republicano
Art. 1º, caput, da CF/88 – opção por uma república constitucional.
Forma de governo na qual a investidura no poder e o acesso aos cargos
públicos em geral são franqueados a todos os indivíduos que preencham condições de

Me. Raimundo Pedro de Paiva Rodrigues Júnior – rpedrojuniorr@gmail.com 16


capacidade estabelecidas na própria constituição, ou de conformidade com ela, e,
normas infraconstitucionais.
Opõe-se à forma de governo monárquica.

República Monarquia

Dirigentes escolhidos pelo povo Investidura de caráter hereditário e


vitalício

Mandatos temporários Sucessão

Estrutura político-organizatória
garantidora de liberdades civis e política

Elaboração de um catalogo de liberdades

2. Princípios democráticos de direito

 Art. 1º caput da CF/88 – opção de um regime democrático constitucional;


 Estado democrático de direito: organização política em que o poder emana do
povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes, escolhidos em
eleições livres ou periódica.
 Relações entre estado (poder) e indivíduo: pressupõe que o estado assegure
aos seus cidadãos o exercício efetivo não somente dos direitos civis e políticos,
mas também e sobretudo dos direitos econômicos, sociais e culturais, sem os
quais de nada valeria a solene proclamação de direitos.
 Democracia ideal (Dworking) aquele em que cada cidadão de forma geral
tivesse igual influência na legislação produzida em seu país.
 Princípio democrático de direito é um princípio em evolução.
 Formas de democracia: direita, indireta e representativa.

VAMOS REFLETIR
Possuímos uma democracia ou um modelo de democracia?
Na constituição temos a proteção ao regime democrático, mas de fato
não, pois nem todos os direitos são garantidos e nem todos os cidadãos participam da
das decisões políticas.
Nossa democracia possui déficit?
Possui déficit de garantias popular e eficiência na participação popular.
Participação democrática-legitmação democrática
Existe participação democrática (orçamento democrático) mas a
legitimação não existe (o orçamento democrático não é efetivado)

3. Princípio da separação de poderes

 Art. 2º da constituição federal de 1988


 Montesquier – um dos responsáveis pela formulação e expansão, assim refletiu:
tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais ou
dos nobres, ou do povo, exercesse estes três poderes: o de fazer as leis, o de

Me. Raimundo Pedro de Paiva Rodrigues Júnior – rpedrojuniorr@gmail.com 17


executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos
indivíduos.

VAMOS REFLETIR

O Protagonismo do STF e a separação dos poderes.


A banalização da utilização de medidas provisórias.

A eficácia dos direitos fundamentais – INGO SARLER

4. Princípio do federalismo

 Forma de estado – federado;


 Federação: união de Estados que tem autonomia política, administrativo e
financeira;
 Indissolubilidade – Art. 60. § 4º da CF;
 Formação da federação brasileira: por desagregação – descompasso e
problemas enfrentados – diferente do modelo norte americano de federação, que
efetivamente preserva a autonomia dos entes federados.

5. Princípio do presidencialismo
 Preponderância do poder executivo;
 Atos políticos são de responsabilidade do presidente – possibilidade de
impeachment;
 Concentração relativa do poder;
 Presidente como chefe de estado e chefe de governo.

Fundamentos da república
1. Soberania
 Poder público que permite a formação do estado;
 Conceito interno e externo;
 Características
 Una;
 Divisível
 Inalienável;
 Imprescritível.

2. Cidadania
 Participação nas decisões políticas na sociedade
 Legitimidade democrática;
 Exercício consciente dos direitos políticos;

3. Dignidade da pessoa humana

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 É preexistente a qualquer direito estatal – jusnaturalismo;
 O estado atesta a sua existência e se compromete velar por ela;
 O princípio de valor pré-constituinte e de hierarquia supra-constitucional em que
se fundamenta a RFB, nos termos do art. 1º da CF;
 Ingo Sarlet e Gilmar Mendes:
“...A dignidade da pessoa humana, porque sobreposta a todos os bens, valores
ou princípios constitucionais, em nenhuma hipótese é suscetível de conforta-se
com eles, mas tão somente consigo mesma, naqueles casos – limite em que
dois indivíduos – ontologicamente dotados de igual dignidade – entra em
conflitos capazes de causar lesões mutuas a esse valor supremo”.

4. Valores sociais do trabalho e livre iniciativa


 Art. 170 IV;
 Art. 6º;
 Capital X Trabalho;
 CF/88 pode ser considerado neoliberal, porém um neoliberalismo social, que
pretende conciliar desenvolvimento com implementação das questões sociais.
Trata-se de uma carta constitucional de alto valor social.

5. Pluralismo político
O pluralismo político é uma das mais importantes características da democracia
moderna, na qual pequenos partidos políticos também são ouvidos e tem direito a voto.

09/11/15 – Aula 13

Direitos humanos
“Órbita da reserva do possível, se não é possível garantir a máxima garantia dos direitos, hoje em dia
temos a máxima efetividade das extensões do estado”.

1. Introdução
 Direitos fundamentais da pessoa humana; “São direitos reconhecidos fora do
território federal, assinados em acordos internacionais. Hoje se precisa efetivar mais os
direitos que normatizar novos direitos. Direitos humanos de ordem jurídica externa,
internacional. Quando se fala no direito fundamentais é na orbita interna – art. 5º CF/88.
São direitos humanos internacional positivado internamente na CF/88”
 José Afonso da Silva: São direitos constitucionais na medida em que se inserem
no texto de uma constituição; “Os direitos humanos viram direitos fundamentais a
partir do momento que estão na CF”.

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 Direitos que nascem e se fundamentam na soberania popular;
 Segundo Gilmar Mendes:
“A relevância da proclamação dos direitos fundamentais entre nós, pode
ser sentida pela leitura do preambulo da atual constituição (...). O domínio das
considerações técnicas que os direitos fundamentais suscitam, por isso, é
indispensável para a interpretação da constituição”.
 Importante: A visão dos direitos fundamentais em gerações indica o caráter
cumulativo da evolução desses direitos no tempo. Todos os direitos devem ser
situados num contexto de unidade e indivisibilidade. “Os direitos fundamentais
não retroagem, deve sempre se garantir os já existentes e inserir cada vez mais outros
que são considerados importantes”. Umas doutrinas falam em geração e outras em
dimensão.

OBS.: OS direitos fundamentais se diferem dos direitos humanos por estarem


incorporados à ordem jurídica interna, ou seja, positivados na CF. Refletem a soberania
do povo. “Ambos os direitos partem do pressuposto da seguridade da dignidade da pessoa
humana”.

a. Primeira geração: liberdade civil e política. “Essa geração está na proteção


do indivíduo contra o estado. Essa quem quebra a intervenção do Estado. Aqui o
estado não intervém, se abstém”.
Vida/intimidade/liberdade “todos gravitam sobre liberdade”.
Invasão de domicílio/segredo de correspondência/propriedade;
b. Segunda geração: igualdade.
Direitos sociais: prestações estatais positivas – saúde, assist. social,
educação, cultura, esporte ... “Aqui o estado executa. Para a liberdade seja
efetivada de maneira plena”.
c. Terceira geração: Fraternidade. “Extrapola a figura do indivíduo, mas reflete
a coletividade que recai na figura do indivíduo”.
Titularidade coletiva ou difusa – consumidor, meio ambiente, patrimônio
histórico, cultural ...
d. Quarta geração: Globalização. “Surgiu porque se observou constante
evolução dos direitos fundamentais”.
Bonavides: Democracia, pluralismo político, globalização política (D.
Povos)
Bobbio: Decorrentes da manipulação genética – celular tronco – DNA,
transgênicos, etc.
e. Quinta geração: “apenas Paulo Bonavides trata. É uma necessidade para que
sejam preservados ou resguardados outras dimensões”.

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Bonavides: Direitos à Paz

 Dignidade da pessoa humana como valor que funda um novo direito em


meados do séc. XX, o chamado Direito Internacional dos Direitos Humano
(DIDH).
 Evento catalisador do DIDH  II Guerra mundial
 Documento fonte do DIDH  Declaração universal dos direitos
humanos, em 1948. “Vindo do tribunal de Nuremberg”

“Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros


da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade,
da justiça e da paz do mundo...”

2. Terminologias:
Outras expressões: direitos humanos, direitos do homem, direitos subjetivos
públicos, liberdades públicas, direitos individuais, liberdades fundamentais e direitos
humanos fundamentais.

3. Características dos direitos fundamentais


3.1. Direitos universais relativos. “Relativos porque os direitos são tratados de forma não
definitiva, ou seja, não absoluta. O exemplo disso é o direito de defesa a vida tendo que
tirar outra vida. Tudo depende do caso concreto”.
A ideia geral é que todas as pessoas são titulares de direitos
fundamentais. A qualidade de ser humano constitui condição suficiente para a
titularidade de tantos desses direitos.
Porém, alguns direitos fundamentais específicos não se ligam a toda e
qualquer pessoa. Ex. direitos que se referem aos trabalhadores.
Pacífico que os direitos fundamentais podem sofrer limitações, quando
enfrentam outros valores de ordem constitucional, inclusive outros direitos
fundamentais.
Art. 5º, XLVII, a, da CF  contempla a pena de morte em caso de guerra
formalmente declarada – limitação ao direito fundamental à vida.

OBS.: no caso de aparente conflito entre direitos fundamentais, há nítida relativização


de direito fundamental no caso concreto, utilizando-se da técnica da ponderação para
se chegar a solução mais razoável possível.

3.2 Historicidade. “O rol de direitos fundamentais vai se construindo ao longo do tempo, é


uma construção histórica e evolutiva”.

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Índole evolutiva dos direitos fundamentais, de acordo com determinado
contexto histórico.
Bobbio conclui que os direitos: “Nascem quando devem ou podem
nascer. Nascem quando o aumento do poder do homem sobre o homem cria
novas ameaças à liberdade do indivíduo ou permite nos remédios para as suas
indigências. (...) (a era dos direitos, p.6)

3.3 Inabilidade/indisponibilidade/limitabilidade
A preterição de um direito fundamental não estará sempre justificada pelo
mero fato de o titular do direito nela consentir.
Inalienabilidade do direito à vida, por exemplo.
Algumas questões de relativização (limitação): liberdade de expressão vs.
Necessidade de sigilo profissional, etc.

4. Eficácia vertical e horizontal


Os direitos fundamentais são observados tanto numa relação vertical (indivíduo -
estado), quanto numa relação horizontal (indivíduo - indivíduo). Tendo esta última
perspectiva surgido na Alemanha num julgamento do tribunal constitucional em 1958.

3.1.1. Evolução
4 Os direitos humanos deixam de serem consideradas meras reivindicações
políticas ou éticas;
5 Positivação dos direitos humano;
6 Universalização da proteção dos direitos do ser humano – declaração universal de
1948
7 Tendência de especificação dos direitos humanos, a partir da percepção de que
os indivíduos, especificamente considerados, merecem atenção em respeito ao
princípio da dignidade humana, acarretando assim na multiplicação dos direitos.

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Sábado 14/11/2015.

MONITORIA
Sexto capitulo 16 Bonavides.

Direitos humanos
X
Fundamentais
Direitos humanos são internacionais e direitos fundamentais estão positivados na constituição de
um pais.
Lema da revolução francesa:
Liberdade, igualdade, fraternidade.

1ª geração: liberdade – Séc XIX


Direitos civis e políticos. “O Estado não deve interferir na esfera privada, abstenção do
Estado”;

2ªgeração: igualdade – início Séc XX


Direitos sociais, culturais e econômicos. “A obrigação de fazer do estado para garantir o
bem-estar social”;
OBS.: Da primeira geração temos um direito individual, que são inalienáveis e para a segunda
geração temos um direito coletivo. Para a terceira geração temos um direito para o coletivo e o
estado.

3ª Geração: fraternidade: final do Séc XX


Ambiente, sociedade ou mundo em que vive (comunicação, patrimônio comum da
humanidade, meio ambiente). Este diz respeito tanto ao estado quanto ao indivíduo.
“Preocupação com o desenvolvimento, não só com as pessoas num cunho social, como na 2ª
geração, mas com o mundo a sua volta, ou seja, com o meio ambiente também. O ser humano
possui direito ao desenvolvimento”.
Obs.: um sistema de direito se faz conhecido e reconhecido, abrem-se novas regiões da
liberdade que devem ser exploradas.

4ºgeração: globalização
À democracia, à informação e ao pluralismo

5ª geração: direito à paz.

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16/11/15 – Aula 14

5. Funções dos direitos fundamentais


Tentativa de sistematização dos direitos fundamentais –teoria do Jellinek (teoria
dos 4 status) desenvolvida no final do sec. XIX. Percepção de quatro status que o
indivíduo pode encontrar-se em face do Estado.
 Status passivo: competências que o estado tem para vincular o indivíduo, por
meio de mandamentos e proibições;
 Status negativo: como o homem tem personalidade, o mesmo precisa desfrutar
de um espaço de liberdade com relação a ingerência do Estado;
 Status positivo: algumas situações o indivíduo tem o direito de exigir do Estado
que este atue positivamente, que realize uma prestação;
 Status ativo: competência do indivíduo para influir sobre a formação do estado,
por exemplo, através do voto.

6. Dimensão objetiva dos direitos fundamentais


Gilmar Mendes assim afirma:
“A dimensão objetiva resulta do significado dos direitos fundamentais como
princípios básicos da ordem constitucional. Os direitos fundamentais, operando
como limite do poder e como diretriz para sua ação. As constituições democráticas
assumem um sistema de valores que os direitos fundamentais revelam e
positivam”. “Forma a coluna vertebral, a linha mestre, o ponto principal da ordem
constitucional. Limitação do poder estatal, ao mesmo tempo limita o poder do estado e ao
mesmo tempo serve para estabelecer as ações do estado”.

7. Sistema aberto de direitos fundamentais


CF/88. Art 5º, § 2º: os direitos e garantias expressos nesta constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotado, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. “Os direitos
fundamentais funcionam como um reservatório, temos apenas só o que acrescentar, cada vez
mais direitos fundamentais. Art 60 §4º, cláusulas pétreas, são imutáveis, os direitos
fundamentais são imutáveis pois estão nesse artigo, está proibido o retrocesso, mas se pode
inserir novos. Isto, a rigidez da constituição, garante os direitos fundamentais, pois eles não
serão removidos. O desafio é efetivar as leis existentes e não inserir novas normas” .

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8. Titularidade dos direitos fundamentais
 Regra: seres humanos são titulares
 Pessoa jurídica?
 Os direitos fundamentais susceptíveis de exercício pelas PJ podem tê-las
por titular. Ex.: direito de propriedade, direito de resposta etc; “Tanto a PJ e
a Pessoa física têm direito honra. A honra não admite que mesmo verdade o fato
a personalidade da pessoa, física ou jurídica, seja exposta”.
 Art. 5º, XVIII – direito de não interferência estatal no funcionamento das
associações;
 Art. 5º, XIX – direito de não dissolução compulsória.
 Óbvio que alguns direitos e garantias são típicos das pessoas físicas. Ex.:
direitos relativos à prisão.
8 Estrangeiros?
 Caput do art. 5º, fala em estrangeiros residentes no país. Os que não são
residentes no país também possuem direitos, excetos aqueles dirigidos ao
indivíduo enquanto cidadão, Ex.: voto.

9. Colisão entre direitos fundamentais


 Ponderação;
 Base principiológica;
“Os direitos fundamentais aplicados vão depender do caso concreto: entra aí os exemplos:
estupros, anencefalia, eutanásia”.

10. Direitos fundamentais em espécie


 CF, 88 – art. 5º;
 Caput enumera cinco direitos fundamentais básico, dos quais os demais direitos
enunciados no inciso constituem desdobramentos: direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade.

10.1. Vida
Ter vida é não ser morto. A CF protege a vida de forma geral, tanto a
extrauterina como a intrauterina. Decorrem deste direito básico:
 Proibição do aborto: Art. 124 do código penal: Possuem exceções legais e
julgamento da ADPF 54/DF sobre o aborto do feto anencéfalo; “ADPF –
Arguição dos descumprimentos dos preceitos fundamentais”.
 Proibição de pena de morte: Art. 5º, XLVII, a: exceção em caso de guerra
(art. 84, XI);

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 Proibição de eutanásia: Vida vs. Liberdade.
“Vida com dignidade, o estado viola este direito, pois no caso de presos, só a
vida não seria suficiente para garantir a dignidade humana”.

QUESTÕES PARA REFLETIR


Como encarar o fato da morte? As pessoas deveriam pensar mais sobre este
fato? Certeza!
Ao homem não é dado dispor de sua vida. Suicídio? Punível?
Há quem defenda que o suicídio reside na autonomia da vontade do suicida e
desmerece repúdio ético. Não merece guarida – a vida faz tornar reprovável
qualquer ato contra ela praticado.
Eutanásia? Para Maria Helena Diniz não passa de homicídio em que, por
piedade, abrevia-se a morte de doente terminal ou em coma irreversível.
Direito à legítima defesa
Direito a alimentação e moradia (art. 5º, XXIII)
Educação (art. 205), cultura (art. 215 ) e lazer (art. 217)

23/11/15 – Aula 14

10.2. Liberdade “liberdade não é anarquia ou libertinagem”.


 Ideal de liberal – Laissez Fair – redução da esfera de atuação estatal e
ingerência no âmbito privado; “refere-se 1º dimensão do direito fundamental”
 Liberdades públicas: as que o ser humano tem em relação ao Estado – garantias
que o cidadão tem para se opor ao arbítrio; “
 Amplitude de acepção – multiplicidade conceitual; “Vários tipos de liberdades,
econômica religiosa etc”.
 Kelseniana (positivista )  fazer o que a lei não proíbe; “Princípio da legalidade =
pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe e é diretamente relacionado com os princípios
do direto fundamental”.
 Alexy  extensão do desenvolvimento da liberdade; “Estende a liberdade para
núcleos diferentes”.
 Jusnaturalismo  direito anterior à positivação constitucional; “corrente filosófica
do diretos que alguns direitos são inerentes a condição humana e não sendo necessário
que o estado outorgue estes direitos, ex. a vida, a liberdade”.
 Núcleos: religioso; expressão; pensamento; propriedade
 Grupos: pessoa física; pensamento; expressão coletiva; coletiva profissional

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OBS.: a ideia positivista de liberdade se liga perfeitamente a noção de
legalidade, pelo princípio da legalidade temos que o indivíduo pode fazer tudo
que a lei não proíbe, justamente reforçando conceito de liberdade visto.
Interessante observar que o princípio da legalidade quando analisado sob a ótica
da administração pública possui noção diferente uma vez que o agente público
só pode fazer o que a lei permite.

23/11/15 – Aula 15

A) Pessoa física:
 Liberdade de locomoção
Art. 5º, XV – Ir, vir e permanecer.
Art. 5º, XVIII – Habeas corpus;
Art. 5º, LXVIII – Prisão civil
Art. 5º, LVXII – Liberdade provisória
Art. 5º, LXV – Relaxamento da prisão ilegal; “Desconsiderada, desconstituída”.
Art. 5º, LXI – Prisão apenas em flagrante delito ou por ordem judicial;
Art. 5º, LXIV – Identificação dos agentes que efetuaram a prisão
Art. 5º, XLVII – Penas perpetuas
Art. 5º, LXV – Individualização da pena
Art. 5º, LIV e LV – Respeito ao contraditório e ampla defesa
Art. 5º, LVII – Presunção de inocência
Art. 5º, LXXV – Indenização por erro judiciário; “Demora para finalizar a pena do
preso, morte por descuido, etc”.
Art. 5, LX – Publicidade dos atos judiciais; “Não significa publicizar, crimes contra a
honra tramitam em segredo por exemplo, é a necessidade de as partes ter
conhecimento dos autos”.

OBS.: LII  princípio do juiz natural


LIV  vedação de autotutela. Princípio do devido processo legal
LV  princípio da ampla defesa e contraditório

Garantias fundamentais:
São também chamadas de remédios constitucionais ou ações constitucionais.
Instrumentos constitucionais que possibilitam a afetiva proteção a direitos. As garantias
constitucionais que estão previstas na constituição são:

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 Habeas corpus;
 Mandato de segurança individual e coletivo;
 Mandato de injunção;
 Habeas data;
 Ação civil pública;
 Ação popular.

 Habeas corpus: também chamada de remédio heroico. É o remédio


constitucional cuja função é evitar a violação ao direito fundamental liberdade ou
mesmo recompor tal direito em caso de violação já efetivada.

“Ação constitucional de natureza penal, via de regra. Ele não obedece a


formalidades, podendo inclusive ser impetrada sem advogado. As partes: a autora chama-
se impetrante, a ré é chamada impetrado, o paciente é chamado o que tem a liberdade
tolhida. O habeas corpus pode ser repressivo ou preventivo”.

 Partes de um Habeas:
Autora: Impetrante (Quem faz, executa)
Paciente: Quem teve a liberdade tolhida (quem recebe)
Delegado: impetrado (a quem se dirige)

A prisão civil de depositário infiel, apesar de encontrar respaldo no texto


constitucional, foi suplantada num momento em que o país aderiu ao pacto de San José
da Costa Rica, tratado internacional de direitos humanos que veda qualquer tipo de
prisão civil, excetuando o caso de pensão alimentícia.

 Liberdade de pensamento: Conteúdo intelectual – exprimir o que se pensa, seja


qual for o âmbito.
Art. 5º, VI: consciência e crença;
Art 5º, IV: manifestação do pensamento: é vedado o anonimato, ou seja, nas
matérias não assinadas, o diretor do veículo de comunicação deve ser
responsabilizado, eventualmente, civilmente e criminalmente;
Art. 5º, VIII: não privação dos direitos - Liberdade de expressão e manifestação
de pensamento sem limitação  censura;
Art 5º, IX: censura - É possível a regulamentação dessa liberdade, sempre em
razão de outros direitos. “Ex. faixa etária; horário, locais, proteção à família; Censura
é diferente de regulamentação. É realizado de forma que não haja uma extrapolação
dos direitos de liberdade e o caso não afronte outros direitos e valores constitucionais”.
Art. 5º, LII: proibição de extradição de estrangeiro por crime político/opinião.

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 Liberdade de expressão coletiva
Art. 5º, XVI – reunião:
o Sem armas;
o Comunicação prévia;
o Sem frustrar outra reunião
Obs.: esse direito pode ser restringido em estado de defesa ou de sítio.

Art. 5º, XVII, XVIII, XIX, XX e XXI – associação


o Plena;
o Liberdade de entrar e sair.
o Independente de autorização.

30/11/15 – Aula 16

10.3. Igualdade – princípio da isonomia


 Todos são iguais perante a lei;
 Homens e mulheres são iguais em direito e obrigações;
 Acepção material de igualdade = tratar igualmente os iguais e desigualmente
os desiguais, na medida de suas desigualdades;
 Elemento discriminador deve estar predisposto para alcançar uma finalidade
= discriminações positivas
 Importante: cotas raciais e princípio de igualdade!
OBS.: As cotas raciais são frutos das chamadas ações afirmativas (EUA), que foram
políticas de inclusão de parcela da população que historicamente foi excluída, utilizando-se
argumento compensatório. Essas ações afirmativas reforçam a acepção material do princípio
da igualdade.

 Aplicações práticas:
o Igualdade na justiça (tribunal de exceção)
 Art. 5º, XXXVII
 Art. 5º, LIII
o Igualdade perante a justiça – acesso e assistência jurídica integral e
gratuita
 Art. 5º, XXXV
 Art 5º, LXXIV
o Igualdade tributário – capacidade contributível

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 Art. 145, §1º
o Igualdade sem distinção de raça, cor e origem – repudio ao racismo,
crime inafiançável e imprescritível, pena de reclusão,
 Art. 5º, XLII
 Art. 4º, VIII
o Sem distinção de idade – proíbe salários diversos
 Art. 7º, XXX
o Sem distinção de credo
 Art. 5º, VII

10.4. Privacidade: intimidade (individualidade), vida privada (relação familiar) e


honra.
o Art. 5º, X

10.5. Inviolabilidade domiciliar.


o Art. 5º, XI
Sem consentimento, somente por determinação judicial (dia) ou
no caso de flagrante, desastre ou socorro (dia/noite).
Obs.: dia 06-18 horas.

10.6. Propriedade.
o Art. 5º, XXII, XXIII, XXIV, XXV e XXVI
o Função social

Assistir filme você não conhece Jack

Sobre a prova:

Consultar constituição

Entregar relatório do filme

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Sábado 05/12/2015.

MONITORIA

Normas constitucionais:
 Existência
A norma jurídica existe a partir do momento em que reunir seus
elementos constitutivos prescritos em lei, ou seja, agente, objeto e forma.
 Validade
Validade da norma se dá a partir do momento em que ao existir é
compatível com o ordenamento jurídico vigente, ou seja, é aferida
perante uma relação de dependência com outra norma superior. “Ex.: ser
constitucional e não ser anticonstitucional”.
 Eficácia e efetividade
A norma é juridicamente eficaz quando está apta a produzir seus efeitos
no ordenamento jurídico, ou seja, impõe que a conduta da sociedade
observe a norma prescrita em lei. “À partir do momento em que passa a
vacatio legis a norma se torna eficaz.”
Quando a norma jurídica no possui nenhum reflexo n sociedade, ou seja,
não é efeitiva, então ela não possui efetividade. “A lei do adultério não
possui mais efetividade, caiu em desuso”.
 Imperatividade
Nada mais é do que seu poder coercitivo, que implica na fiel e
compulsória obediência pela sociedade, sob pena de sanção. “os
princípios também são imperativos e coercitivos”.

Classificação tricotômica de José Afonso da Silva da eficácias das normas


constitucionais
 Normas de eficácia plena:
São as normas que, desde a entrada em vigor da constituição
produzem ou tem a possibilidade de produzir seus efeitos, ou seja,
não carecem de norma regulamentadora para ter eficácia, são normas
de aplicação imediata e autoaplicáveis.
XXXXXXXXXXXXXXXXX

Conceitos diferentes: direitos humanos X direitos fundamentais

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Gerações do direito fundamental
1ª geração: liberdade
2ª geração: igualdade
3ª geração: fraternidade
4ª geração: direito dos povos
5º geração: a paz

Princípios da RFB “Organização do estado brasileiro”


 República: forma de governo;
 Federação: forma de estado
 Estado democrático de direito ≠ estado de polícia (ditadura)

Fundamentos da RFB
 Soberania: ela é bipartida, é a soberania interna e externa, em relação a outros
países;
 Cidadania: é a participação do indivíduo direta e indiretamente nas questões do
país.
 Dignidade da pessoa humana: não existe hierarquia entre normas, mas se
existisse ela estaria no top das normas jurídicas;
 Valores sociais do trabalho e livre iniciativa: O trabalho é algo digno para a
constituição, vale salientar que faz restrições ao trabalho escravo;
 Pluralismo político: Não se refere a partidos políticos.

Direitos fundamentais
Não são absolutos, mas não podem retroagir, pois se assim fosse haveria uma
involução nas gerações dos direitos.

Características dos direitos fundamentais.


 Universais: alcançam a todos os seres humanos, a ideia geral é de que
todas as pessoas são titulares de direitos fundamentais. A qualidade de
ser humano constitui condição suficiente para a titularidade para todos
estes direitos. “O animais não possuem titularidade pois não podem reivindicar
seus direitos”.
 Historicidade: Por que deriva de uma longa evolução, ou seja, não são
obras da natureza, mas da necessidades humana;
 Inalienabilidade/imprescritibilidade/limitabilidade: Esses direitos são
intransferíveis e inalienáveis. Eles não prescrevem e no deixam de ser

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exigíveis por falta de uso. Ele não é absoluto é limitável pois numa
hipótese de colisão dos direitos fundamentais entre dois indivíduos se
usará a ponderação;
 Irrenunciabilidade: nenhum ser humano pode abrir mão dos direitos
fundamentais;
 Evolução:

Remédios constitucionais.
Habeas corpus
É a garantia voltada para a defesa da liberdade pessoal do indivíduo. É
responsável por tutelar o direito de ir e vir sem que haja constrição resultante de
violência ou coação ilegal.
O habeas corpus pode ser:
Preventivo: ele é impetrado antes da ocorrência do ato lesivo a
liberdade.
Repressivo: é aquele cujo é impetrado após o ato lesivo a
liberdade do indivíduo.
Não existe regularidade formal e só é cabível a restrição de liberdade.
Competência para julgar o habeas corpus
Ler Art. 102, I,d; art. 102,I,i; art102,II,a; art. 105,I,a; art. 105,I,c;
art.108,I,d; art. 108,II; art. 109,VIII.

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