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1)São os três elementos necessários para a existência de direitos fundamentais:

 Estado- é necessário que haja um aparelhamento estatal capaz de coibir a


violação dos direitos dos indivíduos.
 Indivíduos- a existência de indivíduos reconhecidos como seres dotados de
direitos e obrigações aconteceu apenas a partir da metade do século XVIII,
quando deixaram de pertencer a reinados, principados e de senhores feudais.
 Texto regulamentador- é imprescindível a existência de uma Constituição que
regulamente as relações entre o Estado e os indivíduos.

2)Conceito de Direitos Humanos, Direitos Fundamentais e Garantias Fundamentais:

Esfera internacional x Esfera interna

 Direitos Humanos- É a expressão utilizada para designar os direitos do homem


universalmente considerado, sem fazer referência a localidade geográfica ou a
nacionalidade deste indivíduo. Os direitos humanos começaram a surgir
formalmente em 1914, mas será após 1945 que as convenções e os tratados
internacionais de direitos humanos surgirão com mais intensidade. Importante
lembrar, que os direitos humanos possuem dois grandes aspectos: são
universais (atingem a todos indiscriminadamente) e supranacionais (estão na
seara internacional).

 Direitos fundamentais- Os direitos fundamentais são os direitos humanos


formalmente recepcionados pela constituição de um determinado estado como
valores elementares para manutenção da unidade política e para a integração da
comunidade estatal, assegurados por garantias fundamentais. Em outras
palavras, são os direitos humanos positivados no ordenamento jurídico interno
de um país.

 Garantias fundamentais- São normas jurídicas que visam proteger ou assegurar


o exercício dos direitos fundamentais, exemplo: o habeas corpus.

3)Diferença entre geração e dimensão dos direitos fundamentais:

 Geração- Este termo nos leva a compreensão que a evolução histórica dos
direitos fundamentais ocorreu de forma gradativa, que uma geração de direitos
substitui a outra.

 Dimensão-Esta terminologia faz com que possamos compreender o caráter


cumulativo e indissociável dos direitos fundamentais, uma vez que estes formam
uma unidade indivisível de direitos fundamentais.
4)Evolução histórica-constitucional dos direitos fundamentais:

A- 1° dimensão dos direitos fundamentais: são especificamente direitos fundamentais de


defesa, conhecidos como direitos de cunho negativo por configurarem uma ação de abstenção
do Estado na autonomia privada do indivíduo. São notadamente fruto do pensamento burguês
do séc. XVIII, denominados de direitos civis e políticos que tem como principal finalidade
limitar o poder do Estado para que este não intervenha no âmbito particular dos indivíduos.
Exemplo: direito à vida, propriedade, locomoção, expressão do pensamento, liberdade
religiosa e igualdade formal.

B- 2° dimensão dos direitos fundamentais: Com impacto da industrialização, dos graves


problemas sociais e econômicos e a consagração formal das liberdades e igualdade,
impulsionou uma grave crise social durante o séc XIX. Neste momento, os direitos econômicos,
sociais e culturais estão em destaque, exige-se assim um Estado interventor, que venha
materializar o princípio da igualdade. Os direitos sociais possuem um caráter positivo, uma vez
que visa que o Estado conceda prestações de caráter social, como o direito do trabalho,
previdenciário, a educação, saúde, moradia, entre outros.

C- 3° dimensão dos direitos fundamentais: A sociedade já na era da informatização e da


comunicação está cada vez mais complexa. Assim, surge a necessidade de novos direitos que
venham reformular os demais direitos fundamentais já reconhecidos. Nesta esteira, surgem os
direitos de fusos e coletivos, no séc XX, pós segunda guerra mundial, que tem como principal
objetivo assegurar o princípio da dignidade da pessoa humana.
A título de exemplo temos o direito ao meio ambiente, consumidor, idoso criança e
adolescente, direito a paz, ao patrimônio cultural e o progresso da humanidade.
Os direitos de terceira dimensão possuem um caráter humanista e universal, tendo como
principal destinatário o gênero humano, em busca da criação (construção) de um padrão
global.

5)Eficácia vertical e eficácia horizontal dos direitos fundamentais:

 Eficácia vertical: O Estado se encontra em uma posição de superioridade em


relação aos indivíduos, e por isso é o que mais possui condições de cercear os
direitos fundamentais.
 Eficácia horizontal: Em 2004, o STF passou a adotar, no Ordenamento Jurídico
Brasileiro, a teoria da eficácia horizontal. Desta feita, no Brasil é possível um
particular venha violar o direito fundamental de outra particular.

6)Cláusula de abertura material dos direitos fundamentais:

*O rol dos direitos fundamentais, na CF/88, são "numerus clausus" (rol taxativo- postas
dentro do texto constitucional, precisa estar explícita dentro do CC) ou "numerus abertus"
(rol exemplificativo- outras hipóteses de cabimento fora da Constituição, um exemplo)?

RESPOSTA: O rol de direitos fundamentais na CF/88 é meramente exemplificativo.


Primeiramente, é necessário compreender que os direitos e as garantias fundamentais não
estão somente previstos no título 2 (que eu tenho que conhecer) do texto constitucional, mas
também há previsão desses direitos por toda a Constituição.
Nessa quadra, cumpre registrar que o parágrafo 2° do artigo 5° da CF/88 prevê uma cláusula
de abertura material. Isso significa dizer que além dos direitos fundamentais expressos na
Constituição há ainda direitos implícitos decorrentes da interpretação do regime político
(Estado democrático de direito) e dos princípios postos na Constituição, como também, esses
direitos poderão advir de tratados internacionais de direitos humanos a qual o estado
brasileiro seja parte.
“Art 5º, §2, CF – Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”.

7)Características dos direitos fundamentais:

A-Historicidade: Os direitos fundamentais foram conquistados ao longo do tempo pela


sociedade de acordo com seus interesses.
B-Universalidade: Esses direitos atingem a todos indiscriminadamente.
C-Inalienabilidade/ Irrenunciabilidade: A princípio os direitos e garantias fundamentais não
poderão ser vendidos, como também não poderão ser renunciados, entretanto, em alguns
casos em que haja previsão legal ou entendimento do STF, esta regra poderá ser excepcionada
por um determinado lapso temporal. Ex: reality show, contratos que expõe nudez, o programa
"No limite".
D- Imprescritibilidade: Não há lapso temporal para que os direitos e as garantias fundamentais
sejam exercidos.
E- Relatividade: Não há direitos fundamentais de caráter absoluto.
F- Vedação ao retrocesso: Uma vez que o Estado assegurar os direitos e as garantias
fundamentais não poderá ele retroceder com o cumprimento desses.
G- Aplicabilidade imediata: Parágrafo 1° Art.5 CF. Para que os direitos fundamentais tenham
operatividade, independem de regulamentação.
H- Não taxatividade dos direitos fundamentais: O rol de direitos e garantias fundamentais é
exemplificativo conforme §2 do art. 5° que traz uma cláusula de abertura material dos direitos
fundamentais.

8)Limitações aos direitos fundamentais:

*Considerando que os direitos fundamentais são normas constitucionais, poderá a lei infra
constitucional impor restrições ao exercício desses direitos:
RESPOSTA: A reposta é afirmativa. O legislador poderá por meio de lei criar limites ao exercício
dos direitos fundamentais, porém terá ele limite para criar restrições a esses direitos, não
podendo limitar de forma desarrazoada ao ponto de atingir o núcleo essencial dos direitos e
das garantias fundamentais.
Há a teoria do limite dos limites, ou seja, o legislador possui um limite que é o princípio
da razoabilidade (necessidade, adequação e proporcionalidade) sob pena de
inconstitucionalidade.

Obs: Núcleo essencial- São duas as principais teorias:


A- Teoria Absoluta: Entende que o núcleo essencial é uma unidade autônoma e que deverá
ser definido de forma abstrata pelo legislador.
B- Teoria Relativa: O núcleo essencial deverá ser definido sempre diante do caso concreto. É a
teoria adotada pelo STF.

9)Colisão entre direitos fundamentais:

Diante da colisão de direitos fundamentais no caso concreto, deverá o operador do direito:


1°- ter a noção que não há hierarquia entre os direitos e garantias fundamentais;
2°- não poderá ele abolir nenhum dos direitos fundamentais;
3°- definir o núcleo essencial;
4°- aplicar o princípio da harmonização e da razoabilidade formando um juízo de ponderação
dos valores;

Dos direitos e das garantias fundamentais em espécies


-Incisos do art.5°-

1- "Caput do art. 5°, CF/88- São 5 gêneros de direitos fundamentais protegidos pela
CF/88: a vida, a liberdade, a igualdade, a segurança (jurídica).

 Titularidades dos direitos fundamentais- todas as pessoas físicas e as


pessoas jurídicas, esta última naquilo que lhe couber.
 Dever fundamental de respeito ao outro- o caput do artigo 5° ao
mencionar que todos são iguais sem distinção de qualquer natureza,
revela o dever fundamental de respeito ao outro. Nasce aqui o dever
ético jurídico de respeitar as diferenças entre os indivíduos ou grupos de
indivíduos. É p dever de ser tolerante, de combater preconceito em todas
as suas formas e não admitir crimes raciais.
 "Igualdade na lei" X Igualdade perante a lei

Voltada para o legislador, no momento da elaboração da lei não poderá


diferenciar as pessoas

Voltado para o aplicador do direito, no momento da aplicação da norma não


poderá aplicá-la de forma distinta aos indivíduos
2- Estudos dos incisos do art. 5°:

 Inciso I- Princípio da igualdade- Este princípio veda a fixação de


tratamento discriminatório a pessoas que se encontram em situações
equivalentes e impõe que sejam tratados de maneira desigual os
desiguais na medida das suas desigualdades.
A CF/88 não proíbe o tratamento diferenciado entre os indivíduos desde
que haja justificativa constitucional plausível. O que ela proíbe é o
tratamento discriminatório entre os indivíduos.
Desta forma, há dois tipos de discriminação: a discriminação positiva que é
aquela para o bem, que discrimina como forma de criar oportunidades ou
condições para os indivíduos. Já a discriminação negativa é a que visa
prejudicar, retirar vantagens, segregar os indivíduos, esta é vedada pelo
texto constitucional.

 Inciso II- Princípio da legalidade- Este princípio atua como forma e


proteção de possíveis arbítrios que o estado possa vir cometer em face
dos particulares.
Significa que nós particulares poderemos fazer tudo aquilo que quisermos
desde que a lei não nos proíba, ou seja, pra que o Estado nos imponha uma
conduta de fazer ou não fazer terá que fazer isso por meio de lei. O
vocábulo lei aqui é utilizado de forma ampla, abarcando as normas
primárias, como também as normas secundárias. Assim, no momento de
elaboração das normas deverá ser respeitado por procedimento previsto na
Constituição sob pena de inconstitucionalidade formal ou nomodinâmica.
No que diz respeito a administração pública esta somente poderá agir
mediante lei = legalidade estrita.

Corolário= que advém.


Corolário do princípio da legalidade temos o princípio da reserva legal. Este
significa eu determinadas normas da constituição somente poderão ser
regulamentadas por meio de lei em sentido estrito (normas primárias-
inciso VIII e inciso XIII do art.5°)

 Inciso III- Vedação a tortura, ao tratamento desumano e degradante.

 Inciso IV cc/ Inc. V- Liberdade de expressão de pensamento: Garantida


pela Constituição Federal (art. 5°, Inciso IV): constitui o direito de livre
manifestação do pensamento, desde que não seja do cidadão perante a
sociedade e ao Estado.
Discurso de ódio: promoção e manifestação de discriminação, hostilidade e
violência: na maioria dos casos, é dirigido a determinada pessoa ou grupo por suas
características étnicas, raciais, sexuais e de gênero, religião ou nacionalidade.
-O pensamento é livre, assim como a manifestação dele. Com tudo, há um ônus a
ser suportado, aquele que expressar pensamento ofensivo ou discriminatório
responderá por ele, por isto que a CF veda o anonimato.
Aquele que se sentir ofendido poderá ingressar com um direito de resposta e
indenização por dano moral, material e a imagem (inclusive de forma
cumulativa).

 Inciso VI- Liberdade religiosa e de consciência: O Estado deverá ter uma


postura de neutralidade e tolerância frente as liberdades de consciência e
de crença dos indivíduos, uma vez que o Estado é laico.

 Inciso VII- É assegurada a prestação de assistência religiosa nos presídios


civis e militares.

 Inciso VIII- Princípio da objeção ou escusa de consciência: é o direito que


a pessoa possui de se recusar a cumprir determinada obrigação ou a
praticar certo ato por ser ele contrário às suas crenças religiosas ou à sua
convicção filosófica ou política.
Regra: ninguém poderá ser privado dos seus direitos
eitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política.
Exceção: Há não ser que invoque essa crença ou convicção para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e não cumprir com prestação alternativa que
deverá estar prevista em lei (reserva legal). A pena será a perda dos direitos
políticos

 Inciso IX- Liberdade de expressão cultural, artística, científica e de


comunicação independentemente de censura ou licença.

 Inciso X/XI- Inviolabilidade a privacidade: A privacidade é gênero que


tem como espécies o direito a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem, que se violados gera direito a indenização por danos morais e
materiais.
A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

 Inciso XII- Inviolabilidade da comunicação: A interceptação telefônica


somente poderá ocorrer mediante a presença de 3 requisitos: na forma
da lei, por mandado judicial (cláusula de reserva jurisdicional) e para fins
de investigação criminal ou instrução penal.
A interceptação ocorre quando dois ou mais de dois interlocutores estão sendo
escutados em tempo real pelo Estado, sem que nenhum deles tenha ciência.
Diferentemente da gravação clandestina em que um dos interlocutores tenha
noção da gravação. Esta última somente será aceita enquanto prova processual
em casos de crime ou a depender do caso concreto.
Há ainda, a denominada "prova emprestada" que poderá ocorrer e processos de
outras áreas em que a interceptação realizada pelo juiz criminal poderá
configurar como prova em outros processos.

 Inciso XIII- Liberdade profissional: Cada indivíduo tem o direito de


escolher a profissão que deseja de acordo com suas aptidões, desde que
atenda as qualificações previstas em lei.

 Inciso XIV- Liberdade de acesso a informação resguardado o sigilo


profissional: Todos possuem o direito de informar e de serem
informados, cabendo a quem trouxe a informação responder por ela. A
Constituição ainda protege o sigilo da fonte que é resguardar o indivíduo
que repassou a informação ou o sigilo profissional.

 Inciso XV- Direito a locomoção: "É livre a locomoção no território


nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;"

 Inciso XVI- Direito de reunião: É quando um grupo de pessoas se reúnem


de forma temporária por compartilharem os mesmos objetivos. São
requisitos do direito a reunião:
I- fins pacíficos;
II- ausência de armas;
III- locais abertos ao público;
IV- INDEPENDE de autorização da autoridade pública;
V- necessidade de prévio aviso a autoridade competente;
VI- não frustrar outra reunião convocada anteriormente;

 Inciso XVII ao XXI- Direito de associação: É um direito que grupo de


pessoas tem de se coligarem de forma voluntária, por possuírem os
mesmos objetivos e por um período longo de tempo. Ex: partidos
políticos, sindicatos, igrejas e etc.
A) Todos possuem o direito de se associar e de desligar-se da associação.
B) A criação das associações e das cooperativas, esta na forma da lei
independe de autorização do poder público.
C) É vedada a interferência do poder público nas associações.
D) As atividades da associação somente poderão ser suspensas ou a dissolução dela
mediante decisão judicial (cláusula de reserva jurisdicional), sendo que neste último
caso é necessário o trânsito em julgado da decisão judicial.
E) É vedado associação de caráter paramilitar.
F) As associações desde que expressamente autorizadas, possuem legitimidade para
representar seus associados judicialmente e extrajudicialmente= representação
judicial.
Diferentemente do previsto no inciso LXX (70), alinha B, em que as associações
desde que legalmente constituídas e em funcionamento há mais de 1 ano
poderão empretar um mandado de segurança coletivo= substituição processual.
 Inciso XXII ao XXXI- Direito de propriedade

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