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Justiça Constitucional
Secçã o I:
Estado de Direitos Fundamentais
Direitos dos cidadãos em face do Estado à tese mais clássica e defendida pelo
professor
4. Direitos económicos
o Direito de iniciativa privada à art 61º
5. Direitos sociais
o Ex: direito à segurança social e direito à sáudE
o Direitos dos mais vulneráveis ( crianças, idosos, deficientes)
6. Direitos culturais:
o Direito à educação
o Direito à cultura
( outra definição)
Ø Para além dos direitos explícitos no texto da constituição e dos direitos que
resultam de textos de direito internacional há ainda direitos que estão apenas
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implícitos na constituição, ou seja, que se deduzem por interpretação dos
princípios e normas constitucionais
1. Democracia
o Tem de ser entendida em sentido material e não apenas como a ideia
de vontade maioritária do povo
o No fundo os direitos fundamentais são alias o grande limite à vontade
maioritária discricionária
2. Separação de poderes
o AR tem mais legitimidade e portanto mais reserva de competência
o A ideia de matérias como as da reserva absoluta e relativa estar
especificadas como tal deve-se à importância do pluralismo
democrático e de ideias
o Há um contraditório mais intenso na AR uma vez que estão também
representados partidos mais pequenos
• É um estado que está ao serviço das pessoas e dos seus direitos básicos.
• É um estado que existe por causa das pessoas e não o contrário
• É o poder político que se tem de justificar às pessoas e não o contrário
• Dwarkin – “ Taking rights seriously”
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o Leva os direitos fundamentais a sério
§ Há controlo critico do poder em vista os direitos das pessoas
§ Significa que há um controlo alargado e aberto desses
direitos
§ Alem disso esses direitos têm uma especial força jurídica
• mas a ideia é de que o poder tem de ser limitado e que a melhor forma de
controlar o poder é a de que este se controle a si próprio
• Através de um sistema de pesos e contrapesos em que no poder publico os
poderes se controlem reciprocamente
o Poder moderador à PR
o Poder judicial
o Poder executivo
o Poder legislativo
o Tribunal constitucional
§ Art 277º a 283º ;
§ Procura a defesa da constituição e dos direitos
fundamentais nela consagrados
2. Laborais e Sociais
§ Final do séc 19 e final da 2 WW à direitos laborais
§ Dtos sociais propriamente ditos mais no sec 20
Ø Direitos implícitos
Art. 16º/1 CRP – cláusula aberta da CRP quanto aos direitos fundamentais
• Estes direitos fundamentais estão previstos no art. 24º - art. 79º CRP, mas
isto não impede que existam outros, também presentes no texto
constitucional
o ex.: art. 13º CRP, art. 268º CRP, etc.
• Também pode acontecer que existam outros direitos fundamentais que
derivem de instrumentos ou textos internacionais
o ex.: direito à proteção de dados – CEDF
• Todo o catálogo de direitos fundamentais deve ser interpretado à luz do
documento que lhe serviu de inspiração (DUDH – tem uma pretensão
universal), e além disso, à luz dos textos de direito internacional que
consagrem – art. 8º
• Para além dos direitos que estão explícitos no texto da constituição, e para
além dos direitos que resultam de textos de direito internacional, há ainda
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direitos que estão apenas implícitos na constituição (isto é, que se deduzem
por interpretação das normas e princípios constitucionais)
o ex.: direito da autodeterminação pessoal
• Podem existir direitos que constem apenas da lei
o ex.: direito ao silencio (Cód.Proc.Pen.)
Os tribunais são uma instância independente que tem por exclusiva tarefa a
administração da justiça e que tem por último bastão a defesa dos DF. A forma por
excelência de defesa dos direitos fundamentais, é a fiscalização da
constitucionalidade
• Defesa dos direitos fundamentais – mecanismos de defesa:
o 1. Começa desde logo, ao nível dos cidadãos
§ Direito de resistência – art. 19º CRP
§ Direito de objecção de consciência – art. 41º/6 CRP
§ Direito de petição e acção popular (quando estejam em causa
a protecção da saúde pública ou a preservação do ambiente) –
art. 52º CRP
§ Direito à liberdade de expressão – art. 37º CRP
• podem livremente criticar o poder público quando DF
não estão a ser acautelados
Fiscalização da constitucionalidade
Queixa constitucional:
• Existe no sistema alemão
• Há alguns direitos que são tão importantes que justificam que as questões
sobre eles sejam apreciadas pelo TC
• Ex: uma pessoa so pode ser punida por factos previstos na lei como crimes,
• Há quem diga que o nosso sistema apesar de não admitir a queixa
constitucional
Recurso constitucional:
4 pressupostos:
1. Tratar-se de uma questão de inconstitucionalidade
o ¹ ilegalidade
2. Tratar-se de uma questão normativa (e não uma sentença)
II
Dignidade da pessoa humana
1. O princípio axiológico unificador do sistema de direitos
fundamentais
Origem histórica:
Na modernidade:
• Hegel diz “ sê pessoa e respeita os outros como pessoas”, sendo para ele
o principio base do direito
• No direito português foi o Prof. Castanheira Neves que mais incidiu neste
princípio
o “ é este valor “o homem e a sua dignidade “, o maior valor, o
supremo bem a que todos os outros valores estão referidos. A
pessoa é o sujeito e o polo de referência de todos os valores
Não é possível dar uma definição acabada do que é a dignidade da pessoa humana
mas:
• Podemos começar por dizer que as pessoas devem ser tratadas como seres
livres e iguais
• Em especial quando as pessoas estão em situação de vulnerabilidade devem
ser tratadas com fraternidade
• Ronald Dwarkin diz que o 1º principio do sistema jurídico é o de igual
respeito e consideração
• Diz Kant que grande imperativo da moral é “ age de tal modo que trates a
humanidade, quer na tua pessoa, quer na pessoa de qualquer outro,
sempre simultaneamente como um fim em si e não apenas como mero
meio”
• No reino dos fins tudo tem um preço, as coisas têm um preço, as pessoas
têm dignidade
• A pessoa não é portanto um objeto, uma coisa ou um meio para um fim que
lhe seja extrínseco , como seja um fim para o poder politico
• O direito não existe para ideias abstratas, o direito existe em primeira
instância por causa de cada pessoa de carne e osso
Quid Iuris
Não se podem estabelecer penas que não permitam a graduação da culpa concreta
das pessoas.
R: Três teorias:
Alínea b) – viola art. 41º (ao abrigo de qualquer teoria não tem de ser
aplicado pela AP, por estar no art. 19º/6)
III
Força Normativa dos Direitos
Fundamentais
Artigo 18.º
(Força jurídica)
Regime:
a) Entidades públicas
• Órgãos políticos – PR, AR e GOV:
o Devem no âmbito das relações internacionais reger-se pelo
princípio de amizade aos direitos humanos e, consequentemente,
aos direitos fundamentais – art.7º CRP
o Não ratificação de tratados internacionais que violem direitos
fundamentais
o Requerer a fiscalização da constitucionalidade – arts.277º a 283º
da CRP
o Podem ser apresentadas moções de censura ao governo por
parte dos deputados quando se entenda que o governo está a
violar direitos fundamentais
o O PR pode demitir o governo se entender que há uma prática
reiterada ou um programa de violação de direitos fundamentais
• Legislador – AR e GOV:
o O legislador está vinculado, nos termos do art.3º/3, aos direitos
fundamentais
§ O legislador deve evitar as violações de direitos
fundamentais
b) Entidades privadas:
• Os cidadãos e as pessoas coletivas de direito privado estão também
vinculados aos direitos fundamentais
• Como é que os direitos fundamentais vinculam as entidades privadas?
o Teoria da eficácia imediata:
§ Os DLG e de natureza análoga vinculam os particulares
diretamente como estão na CRP
ð Sem necessidade de serem concretizados pela lei
§ Problemas:
ð 1. Indeterminação das normas referentes a
DLG
ð 2. Autonomia: os DLG e análogos não podem
vincular os particulares como vinculam as
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entidades públicas, porque nas relações entre
privados temos de ter em conta a liberdade
contratual
Ø Os particulares podem dispor de um
direito fundamental de livre vontade
o Teoria da eficácia mediata:
§ Os DF só servem para interpretar conceitos
indeterminados e cláusulas gerais (bons costumes e
ordem pública) de normas legais
7. A prevenção de crimes pela policia nos termos do art 272º nº3 só pode
ser feita com respeito pelos DLG
o O que não significa que nenhuma norma das DLG possam ser
alterados por revisão constitucional, singnifica apenas que não
podem alterados os princípios básicos
o Não pode ser revogado o art 32º
o Mas por exemplo, não choca dizer que as buscas a noite que eram
absolutamente probidas mudassem para serem permitidas em causo
extremo de terrorismo
o Deve salvaguardar-se o essencial mas pode have alterações em
pormenores, regras muito especificas
É muito comum confundir o artigo 17º com o artigo 16º, que é a cláusula aberta
dos direitos fundamentais:
Artigo 17.º
São plenamente direitos destes como direitos de agir ou de exigir com eficácia
imediata:
Pode haver direitos que estejam no catálogo dos direitos sociais, económicos e
culturais, mas que devam beneficiar do regime dos DLG.
Ø A importância deste artigo é bem menos atualmente uma vez que se tende a
aplicar , ainda que com algumas adaptações, os princípios do art 18º nº1
aos direitos económicos, sociais e culturais:
• Princípio da proporcionalidade
• Princípio da confiança
• Princípio da tutela jurisdicional
• Principio da responsabilidade civil do Estado
• Reserva de lei
• Carácter restritivo das restrições
• Carácter excecional de suspensão
• Princípio da autotelia através do direito de resistência
• Principio da responsabilidade criminal em caso de violação
• a questão é por isso de saber se, quando se estipula que o regime dos
direitos, liberdades e garantias se aplica aos enunciados no título II e
aos direitos fundamentais de natureza análoga, o preceito constitucional
se reporta só ao regime material ou abrange também o regime
orgânico
Art 16º à trata do âmbito dos direitos e vem dizer que há mais direitos
fundamentais do que aqueles que existem na constituição
Art 17º à vem dizer que há um regime especifico para os DLR mas que este
regime se aplica aos direitos de natureza análoga
o Legislador
§ AR, Governo e ALR
§ Vinculado pelo art 3º nº3 da CRP
§ Por um lado o legislador deve evitar violações ànão pode
aprovar normas que violem direitos fundamentais
§ Por outro lado, o governo tem o dever de aprovar normas que
sejam necessárias para a concretização dos direitos
fundamentais
o Administração
§ Desde o ministro até ao simples funcionário público
§ Antigamente dizia-se que a AP estava apenas vinculada à
lei e não diretamente à constituição
§ Esta alteração só faz com possa haver impugnação de atos
administrativos com base na violação de direitos
fundamentais
§ Retira-se do art 204º a contrario
ð Se são os tribunais que podem recusar a aplicação de
normas então não é a AP
ð A AP não pode recusar-se a aplicar leis por as
considerar inconstitucionais
ð Já nenhum autor defende esta teoria
o Tribunais
§ Tribunais comuns ( comarca, relação,
supremo,administrativos) + TC
Em sentisse:
2. Teoria da constitucionalidade da AP
• Teoria do professor Rui Medeiros
• Qualquer norma que seja entidade pela AP como inconstitucional pode não
ser aplicada
• desde que se verifiquem os requisitos( órgãos de topo da hierárquica + se
cumpre um especial ónus de fundamentação + se omunicam ao MP a não
aplicação da norma para que levem o process a tribunal
3. Teorias intermedias
• Prof. Jorge Miranda + JPS
o Casos de direitos que estejam no art 19º nº6
o Norma não pertença ao sistema jurídico ( ser inexistente ou ter sido
declara inconstitucional por FBG)
• Prof JPS
3. Proporcionalidade
3. A proibição do défice
4. . Disponibilidade e renúncia
5. . A vinculação às concretizações legais dos direitos sociais
Acórdão 39/84
• vem dizer que antes de haver uma concretização legal de um direito social
há uma inconstitucionalidade por omissão
• contudo, o professor viera de andrade entende que o principio do
retrocesso é constitucionalizar um direito, algo que este considera
inaceitável
• Há bens que são impenhoráveis para garantir o mínimo de vida condigno
Partes de um acórdão:
1. Relatório
2. Fundamentação
3. Decisão
4. Declaração de voto ( votos de vencido)
Princípio da universalidade
Princípio da equiparação
• Nº5 : Países UE
o relativamente ao Parlamento Europeu, há direito da União
Europeia que estabelece que todos os cidadãos da União Europeia
podem votar nas eleições para o Parlamento Europeu mesmo que
residam noutro estado da União Europeia.
Exame:
Teste:
Quais as gerações?:
Proibições:
- da tortura
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- mesmo as buscas que violem a privacidade do domicilio exigem um mandato especifico do
juiz
Prof JPS e rui medeiros + opinião do prof (. Catalogo alargado e aberto de direitos
fundamentais + especial força jurídica destes direitos + controlo critico do poder publico em
vista da defesa dos direitos fundamentais)
Kruger à quando foi consagrada a aplicabilidade direta dos direitos fundamentais, vem dizer
que passa a ser a lei a girar em torno dos dtos fundamentais e não o contrario
Ir mais pelo caminho dos direits implícitos do que pela clausula aberta para considerarmos
direitos não expresso na constituição como direitos fundamentais à ex: direito ao silencio que
esta dentro do direito à presunção de inocência
Ireito ao rendimento social de inserção à esta numa lei mas considera-se implícito ao direito
fundamental da dignidade humana
A formula kantiana é mais feliz porque nesta formula não se exclui que a pessoa se coloque
solidariamente ao serviço de outras