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 Direitos Fundamentais

Professor Pedro Trovão do Rosário

-- Aula - 03/10/2017: Não houve

-- Aula - 04/10/2017: Não houve

1ª Aula - 10/10/2017:

Os Direitos Fundamentais e Humanos são parte dos exames de agregação à


Ordem.

Legislação importante:
 Convenção Europeia dos Direitos do Homem
 Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos
 Lei 44/86 sobre o Estado de Sítio e o Estado de Emergência – site da
Procuradoria Geral
 Carta dos Direitos Fundamentais da U.E.

Bibliografia:
 Luís Barbosa Rodrigues – Direitos Humanos
 Jorge Bacelar de Gouveia – Textos de Direito Internacional
 Volume 4 do Manual de Direito Constitucional, Prof. Jorge Miranda
 Princípios Constitucionais Estruturantes, Jorge Reis Novais

Avaliação:
 2 testes:
o Um teste: 16/01/2018
o Um relatório Individual: Até 30 págs. (V. folhas do Prof.)

1
 Resumo: Direitos Fundamentais

Ponderação: 50% para o teste + 45% para o relatório individual e 5% para a


assiduidade e participação nas aulas.

Os direitos não se apagam mas restringem-se, limitam-se (ex: violação e


aborto).

Estado de Emergência – França está há 18 meses em Estado de


Emergência.

O Estado de Emergência não limita nem restringe a C.R.P. Apenas se aplica


nos limites que lhe são impostos no artº 19 da C.R.P. Continuamos a ter
normas que limitam a acção do Estado. É um limite ao próprio Estado e não
um limite aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.

Geração de Direitos Fundamentais – cinco gerações. Natureza e efeitos de


todos os direitos (ex: direito à vida e direito à habitação).

2ª Aula - 11/10/2017:

Em Portugal o direito à vida está positivado, fundamentalizado, na


constituição.

A fundamentalização dos direitos humanos é consubstanciado nas garantias


colocadas na constituição, como por exemplo o artº 20 da CRP relativo à
tutela jurisdicional, que nos dá a garantia, o direito de nos podermos dirigir ao
tribunal para defender os nossos direitos.

Nem todos os direitos humanos são direitos fundamentais e nem todos os


direitos fundamentais são direitos humanos.

Direitos humanos são os direitos dos individuos (não pessoas coletivas), são
individuais. Há direitos humanos, como direitos de imagem que são
extensíveis a pessoas coletivas.

No âmbito dos direitos políticos encontramos a alusão ao tempo de antena

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 Resume: Direitos Fundamentais

(artº 40 da CRP)podemos comparar ao direito humano de liberdade de


expressão e à participação na vida pública constante na declaração dos
direitos do homem.

A declaração dos direitos do homem pode ser invocada em qualquer lado,


mas nem em todos existe a fundamentalização, ou seja a garantia do
cumprimento da mesma.

O artº 18º, nº1 da CRP não existia na anterior constituição de 1933.

Dois principios estão nos artº 12 e 13 e o da proporcionalidade está no artº


18, nº 2 e 3.

Essência dos Direitos Fundamentais e diferenças essenciais destes direitos.

A expressão mais comum é de direitos Humanos, o que não é totalmente


correcto, pois é necessário distinguir os direitos humanos dos direitos
fundamentais.

Os direitos Humanos consistem no conjunto de elementos característicos da


condição do indivíduo, ou seja, pela mera circunstância de se ser,
independentemente do que seja estabelecido por regras jurídicas ou mesmo
pela vontade estabelecida em cada comunidade política.

Desta forma, os direitos Humanos susbsistem e serão afirmados


independentemente da vontade dos Estados, pelo que são inerentes a cada
indivíduo.

Não podem ser postos em causa, não são atribuídos por qualquer unidade
política ou organização (vida, integridade física e moral, liberdade de
consciência religiosa, de expressão, etc.). Já nascemos com estes direitos e
alguns já temos antes de nascermos.

Assim, quando nos referimos aos direitos Humanos, estes são


independentes da vontade política e da comunidade (em Portugal ou nos
EUA).

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 Resumo: Direitos Fundamentais

Ao dizer que são inerentes ao próprio indivíduo implica que são anteriores ao
Estado pelo que este só os pode reconhecer e não atribuir. Daqui resulta
que, no caso do direito à vida, como o Estado não pode retirar o que não
pode atribuir, não pode aplicar a pena de morte porque o direito à vida é um
direito que não é atribuído mas sim reconhecido.

Resulta de ser necessário destacar a expressão “indivíduo” – não “cidadão”


(homem ou mulher). Quando se fala em direitos Humanos são os direitos de
cada pessoa, não resultam de um conceito de pessoa singular ou colectiva,
mas sim seres humanos únicos.

Os direitos fundamentais não coincidem em absoluto com o conceito de


direitos Humanos. Podem haver direitos Humanos que não são direitos
Fundamentais e direitos Fundamentais que não são direitos Humanos.

São direitos Fundamentais aqueles que se referem a um elenco de direitos


positivados em determinado ordenamento jurídico, do que resultará um
estatuto próprio relativamente aos demais direitos e a todo o sistema jurídico.

Os direitos Humanos não são atribuídos são apenas reconhecidos.

Em alguns sistemas jurídicos encontramos a expressão de direitos


Fundamentais que consiste na especial protecção de alguns direitos
relativamente a outros, ou ao próprio sistema jurídico. Exemplo: artº 64
C.R.P. O direito à saúde é um direito fundamental. Pode ser a consequência
de um direito Humano, mas não é um direito Humano, porque não é inerente,
reporta-se à comunidade em que se esteja. Já o direito à vida acompanha-
nos para qualquer comunidade.

O artº 24 C.R.P. alude ao direito à vida que o Estado reconhece a todos os


cidadãos, pelo que este direito está fundamentalizado, constitucionalizado,
positivado. O Estado fez constar da sua lei fundamental este direito humano
e assim fundamentalizou-o, pelo que de direito Humano passou a ser
também um direito Fundamental.

Nos E.U.A. existe a pena de morte porque apesar de o direito Humano á vida
constar da Declaração universal dos Direitos do Homem, não está na

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 Resume: Direitos Fundamentais

Constituição pelo que não é um direito Fundamental, logo não beneficia da


tutela jurisdicional efectiva.

Uma das vantagens da fundamentalização dos direitos Humanos é a das


garantias de direitos constitucionais que resulta da sua inclusão na lei
fundamental, nomeadamente o artº 20 da C.R.P. (tutela jurisdicional efectiva)
que nos garante a tutela desse direito através do tribunal.

O artº 40 da C.R.P. não é um direito Humano mas é um direito Fundamental


e está associado a direitos Humanos, nomeadamente o direito à liberdade de
expressão, ao direito a informar e ser informado, de participação na vida
pública.

Não basta estar inscrito na C.R.P. – tem de haver uma efectivação e garantia
destes direitos, que nos é assegurada pelo artº 18, nº 1 da C.R.P. (Força
Jurídica). Este artigo não existia na Constituição de 1933 pelo que apesar de
todos os outros direitos estarem previstos e fundamentalizados não eram
assegurados.

Relatório Individual HAF


 Princípio da igualdade
 Direito a um julgamento justo

V. site Tribunal Constitucional + Declaração Universal dos Direitos do


Homem

Artºs da C.R.P.
 2 – “...respeito e garantia de efectivação dos direitos e liberdades
fundamentais...”
 9, b) e d) – “... igualdade real entre os portugueses....”
 13, nº 2 – Falta a referência a “nível de notoriedade / reconhecimento
público”
 16, nº 2 (Declaração Universal dos Direitos do Homem)
 18, nºs 1 e 2
 20, nº 3 (segredo de justiça), nº 4 (prazo razoável), nº 5 (celeridade)
 22 – Responsabilidade das Entidades Públicas

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 Resumo: Direitos Fundamentais

 25 – direito à integridade moral


 26, nº 1 (bom nome e reputação, protecção legalcontra qualquer forma
de discriminação), nº 2
 29, nº 4 - penas não serão mais gravosas pelo facto de serem figuras
públicas e da sua notoriedade
 32, nº 2 (presunção de inocência), nº 5 (princípio do contraditório
versus segredo de justiça)
 37, nºs 1 e 4 - direito à liberdade de expressão
 38 - liberdade de imprensa, b) protecção das fontes (mesmo quando a
informação é obtida em violação da lei)
 39, nº 1, a) e b) – respeito pelos direitos, liberdades e garantias
pessoais

Artºs Declaração universal dos Direitos do homem


 16, nº 2

3ª Aula - 17/10/2017:

Norberto Bobbio

Geração dos Direitos Fundamentais – Matriz das diversas correntes políticas

A C.R.P. de 1976 e ainda hoje se encontra a diferença entra a afirmação de


um elenco de direitos, liberdades e garantias entre os artº 24 e 57, e um
segundo grupo / categoria de direitos entre os artº 58 e 79.

Na C.R.P. há dois grupos / categorias de direitos fundamentais:


1. Direitos, liberdades e garantias.
2. Direitos económicos, sociais e culturais.

O artº 18 C.R.P. refere que os preceitos legislativos aos direitos, liberdades e


garantias possuem um regime jurídico próprio, do qual os direitos
económicos, sociais e culturais só beneficiam se e quando tiverem uma
natureza análoga àqueles (artº 17 C.R.P.) – relevância da discussão das
categorias e gerações de direitos, liberdades e garantias, que não são todos
iguais.

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 Resume: Direitos Fundamentais

Em 1976 afirmavam-se simultaneamente direitos de exequibilidade imediata


e outros de natureza programática, que o Governo deveria transformar em
direitos, liberdades e garantias (ex: direito à educação, saúde, terceira idade,
portadores de deficiência, etc.).

Quarenta anos depois da experiência constitucional democrática, o Estado


ainda tem a necessidade de afirmar os direitos fundamentais, no que diz
respeito às normas programáticas, que têm na essência o mesmo princípio
do respeito pela dignidade da pessoa humana.

Prof. Gomes Canotilho – inconstitucionalidade por omissão.

Primeira geração de direitos fundamentais (limitação do jus imperii). Nesta


primeira geração foram privilegiadas as liberdades individuais, ou seja, muito
associadas à revolução francesa de 1789, por quanto a intenção da mesma
foi, no plano político, desde logo limitar o poder soberano (ex: actualmente
direito penal, direito administrativo, direito processual penal têm como
intenção limitar o poder político, em que a acção do Estado tem de decorrer
dentro dos limites da lei).

A norma surge não para permitir a acção mas para limitar a acção do poder
público. É nesta perspectiva que surge esta primeira geração dos direitos
fundamentais das liberdades individuais.

Nesta primeira geração afirmamos a existência de um conjunto de direitos


negativos, pois os mesmos pretendem limitar ou condicionar a acção do
poder público, assegurando as liberdades individuais. Ex: a afirmação do
direito à integridade física não tem qualquer conteúdo positivo (artº 25
C.R.P.), que visa limitar a conduta e acção de outrém.

Domínio negativo (proíbe, limita) porque o direito é afirmado e


fundamentalizado para que não possa ser posto em causa por outrém
(conteúdo negativo porque se pretende que os outros não o possam colocar
em causa). Constitui uma barreira, uma protecção a esses direitos
fundamentais e aos princípios que os enformam.

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 Resumo: Direitos Fundamentais

No Artº 64 é patente o conteúdo positivo do direito, por oposição ao direito


negativo do artº 25. O direito à vida e à integridade física são direitos de
primeira geração. É estranho que o direito à saúde continue a ser um direito
programático.

Artº 24, nº 1 C.R.P. Conteúdo negativo. O direito à vida é inviolável (artºs 18,
24, 25, 53)

Conteúdo positivo – artºs 9, 58 – o Estado garante, assegura.

Segunda geração de direitos fundamentais


Encontramos, até por influência marxista uma nova fase dos direitos
fundamentais, por referência a um novo conceito de um direito à igualdade
onde os Estados assumem um conjunto de obrigações, passando a actuar na
sociedade de forma a concretizar num plano de igualdade esses direitos.

Simultaneamente são reconhecidos direitos que não são individuais mas sim
de grupos determinados de indivíduos. No final do século XIX e princípio do
século XX, tendo como referência a constitução de Weimar, o Estado passa
a assegurar um conjunto de direitos de indivíduos de forma a reduzir as
desigualdades na comunidade entre os indíviduos nos seus direitos.

Direito à igualdade: juridicamente trabalha-se não com o direito à igualdade


mas sim com o princípio de igualdade.

O direito à igualdade é afirmado em determinado momento onde se justifica a


intervenção do Estado, para equilibrar os direitos de forma igualitária por
todos os cidadãos – abordagem com dimensão positiva.

O conjunto de direitos em que não podemos ser tratados de forma diferente


nesses direitos – abordagem com dimensão negativa.

V. diferença entre direito e princípio.

Não se afirma o direito individual à igualdade porque somos todos diferentes.


No entanto, não podemos ser arbitrariamente tratados de forma desigual por
mera alusão às diferenças que temos. Ex: género feminino ou masculino

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 Resume: Direitos Fundamentais

aplica-se ao princípio – temos o direito ao trabalho, independentemente do


género (princípio da igualdade – artº 13 C.R.P.).

O direito ao voto das mulheres não estava proibido em nenhuma constituição


e no entanto não lhes era permitido votar. Os direitos são exercidos de
acordo com princípios, entre os quais o de igualdade, universalidade, etc.

Se na primeira geração de direitos a valorização era através das liberdades


individuais, na segunda geração é afirmado o reconhecimento de direitos a
determinados grupos de indivíduos – ex: trabalhadores que exercemo seu
direito à liberdade de expressão em nome de um grupo, e não em termos
individuais – reconhecem-se direitos de grupos, artº 55 C.R.P., liberdade
sindical).

Reconhecimento de direitos fundamentais a grupos: ex: consumidores (artºs


54 e 60), famílias (artº 67).

A terceira geração de Direitos fundamentais que surge já numa perspectiva


diferente da existência de direitos que são comuns a todos os membros de
uma determinada sociedade – ex: o direito ao património comum, o direito à
comunicação, o direito à auto-determinação dos povos e o direito ao
ambiente e à qualidade de vida (ex: artº 66 C.R.P.).

Aqui em causa está o colectivo, a comunidade existente num determinado


espeço, num determinado momento (ex: direito ao ambiente e qualidade de
vida, ou o direito à auto-determinação da Catalunha).

O sentimento de pertença a uma determinada comunidade, estes direitos de


terceira geração são tratados como interesses difusos, porque não podem
ser associados a ninguém, a uma determinada condição ou característica,
pertencendo antes a uma determinada comunidade num determinado
momento.

Quarta geração de direitos fundamentais.


Com a evolução da ciência, com a positividade de novas formas de agressão
ao ser humano, nomeadamente a manipulação fenética, ou outras formas de
actuação que prejudicam o legado de cada geração, percebemos que há qua

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 Resumo: Direitos Fundamentais

afirmar esta nova geração onde incluímos um património genético comum,


cuja afirmação e garantia não é um exclusivo da comunidade actual, mas
também das próximas.

Somos apenas a porta de passagem inter-geracional, herdeiros da herança


genética que passamos a futuros. Assim, neste caso, estes direitos têm
afirmação em normas de direito internacional público. Exemplos: gerações
mais altas, polegares maiores, porque usamos muito este dedo, etc.

A nível nacional temos o exemplo do artº 26, nº 4 C.R.P.

Quinta geração de direitos fundamentais


Inclui apenas um direito que é o direito à Paz, o qual é afirmado na
declaração das Nações Unidas (1948), na declaração da conferência de
Teerão sobre os direitos humanos (13/05/1968) e na resolução nº 33/73
aprovada na 84ª sessão plenária da Assembleia Geral da ONU, também em
1978 (14/12).

Por direito à Paz consideramos o valor supremo da Humanidade, cuja


dignidade jurídica resulta não só dessas normas, mas também do
reconhecimento universal de que é o pressuposto qualitativo da convivência
humana e da conservação da espécie, tendo como pressuposto a verificação
dos demais direitos.

Há autores (ex: Paulo Bonavides) que colocam o direito à Paz na terceira


geração de direitos. O Prof. coloca na quinta geração porque o direito ao
património genético também constitui pressuposto.

A referência desta geração de direitos fundamentais é Norberto Bobbio (“A


Era dos Direitos”).

Relatório invidual – Estrutura:


 Introdução
 Desenvolvimento
 Conclusões
 Bibliografia

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 Resume: Direitos Fundamentais

4ª Aula - 18/10/2017:

Num plano jurídico, um acto de privação não implica tortura. Esta apenas se
verifica quando há coacção sobre outrém tendo em vista obter informação de
forma forçada.

Artº 25, nº 1 C.R.P. – desrespeito / ofensa à integridade física, traduzido na


privação de alimentos.

Exemplo do direito ao jantar – direito à sobrevivência e à integridade física.

Direito à vida situado na primeira geração de direitos. Acção do Estado / do


poder público – a pena de morte (artº 24 C.R.P.) – não ao homicídio,
eutanásia, interrupção voluntária da gravidez, etc.

Relação laboral – poder de domínio de cidadãos sobre outros (artº 59, nº 1


C.R.P.). Estabelece o elenco de direitos dos trabalhadores, do que resulta
um conjunto de deveres para a entidade patronal. No entanto, não há
qualquer alusão ao juntar, mas enquanto interpretes e interpretadores da
norma, é necessário integrar os direitos que se nos deparam.

A sociedade está a evoluir pelo que daqui a alguns anos podem haver novos
direitos e princípios.

Princípio da dignidade da pessoa humana, consagrado em diversos artigos


da C.R.P. e da Declaração Universal dos Direitos Humanos – em contradição
com a aceitação de programas como “Reality Shows” – mesma posição nas
redes sociais.

O direito a ser esquecido, ao esquecimento, é fundamental. Salvaguardar


estes direitos não está no domínio dos Estados, antes depende de cada
cidadão.

Direitos e liberdades versus mecanismos de garantia.

Garantir alguns destes direitos depende dos próprios Estados.

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 Resumo: Direitos Fundamentais

Direitos, Liberdades e Garantias (artº 24 C.R.P.)


Quando afirmamos a existência destes três conceitos encontramos
fundamentalmente direitos de primeira geração, que são intrínsecos à pessoa
humana, seja de essência negativa e ao indicar direitos, liberdades e
garantias não se trata de um conceito único, mas antes de três conceitos,
três realidades:
 Direitos – Direito / Direito: quando se refere a direitos / direito, como o
direito à vida, à integridade física.
 Liberdades – Direito / Liberdade: A liberdade de expressão ou de
reunião, ou de associação, é um direito / liberdade.
 Garantia – Direito / Garantia

A diferênça entre um direito / direito e um direito / liberdade quando se refere


à existência de um direito no âmbito dos direitos, liberdades e garantias
podemos considerar que na minha posição jurídica tenho um valor que não
pode ser posto em causa por outrém. Afirmamos que temos este direito e
que ninguém o pode afectar, semqualquer necessidade de o exercer.

As liberdades consistem no conjunto de actuações que são reconhecidas


como inerentes à pessoa e que não podem ser postas em causa pelos
demais, nomeadamente pelos poderes públicos.

Pessoa Humana ≠ Cidadão.

A afirmação de um direito / direito ou de um direito / liberdade terá um


tratamento diferente:
 Um direito / direito não requer qualquer acção excepto a defesa desse
direito. Só se invoca esse direito quando ele for ameaçado, ou se for
posto em causa – não têm de ser invocados para existiresm.
 Um direito / liberdade implica uma prática, ou a manifestação da
intenção. O reconhecimento de que os indivíduos podem ter
determinada conduta ou actuação peloque não podem ser vedadas
porque fazem parte da essência humana. (ex: liberdade de
expressão).
 Um direito / garantia traduz-se na existência, no elenco de direitos de
elementos instrumentais para efectivação, ou seja, garantia dos

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 Resume: Direitos Fundamentais

direitos / direitos e dos direitos / liberdade. Exemplo: artº 20 – a tutela


jurisdicional efectiva, ou no art~21, o direito de resistência. Nestes
artigos encontra-se para garantia dos direitos / direitos e dos direitos /
liberdades, um cidadão pode recorrer a um tribunal que tem tutela
jurisdicional, garantia de efectivação relativamente a um direito seu.

Artº 27, nº 5 – Direito / direito – de ser indemnizado, associado ao artº 20


(este é a garantia).

Os direitos, liberdades e garantias têm todos uma dimensão negativa. Os


direitos e as liberdades são ambos reconhecidos mas só se invocam se
forem postos em causa.

Não é suficiente afirmar os direitos ou as liberdades – mas tem de haver


efectividade, é necessário haver formas de garantir esses direitos.

Direitos / garantia – artº 62 C.R.P. é um direito de natureza análoga (são


similares aos direitos, liberdades e garantias – artº 17).

V. artºs 62 e 63, nº 1.

5ª Aula - 24/10/2017:

Fundamentalização – inclusão de determinadas normas na C.R.P.

Hierarquização e fundamentalização são processos dinâmicos.

Normas já positivadas como a declaração Universal dos Direitos do Homem


não constam da C.R.P. (V. artº 16, nº 2 – fundamentalização).

V. fundamentalização formal – direitos que, de outra forma, não estariam


protegidos.

A afirmação da hierarquia das normas apenas implica a regra prévia so


legislador, em regra o legislador constituinte, que indica a hierarquia das
normas – exemplo: C.R.P. não tem critério expresso relativo à aplicação das

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 Resumo: Direitos Fundamentais

leis no tempo e no espaço, que estão no Código Civil.

Elenco de Fontes e hierarquia das fontes – temuma implicação política que


pode colocar em conflito o órgão de onde emana a lei e outro à qual
potencialmente se aplique.

V. artºs 221 C.R.P. e 1577 C.C. + Lei 9/2010, de 9/5 – primazia da disposição
do C.C. emdeterimento da C.R.P.

Fundamentalização material – inclui outras normas que não estão na C.R.P.

O artº 36, como vários artigos da C.r.P., foram constituídos à luz dos valores
da sociedade da época, emque não se falava de casamento entre pessoas
do mesmo sexo, ou adopção, por exemplo.

O elenco de direitos descrito no art~13 não é exaustivo, mas o que lá não


está expresso está sempre incluído porque o que não se pode aceitar é
qualquer tipo de arbitraridade ou descriminação.

Artº 59, nº 2 – referência à idade.

V. artº 266, nº 2 C.R.P. – obrigatoriedade de respeito dos princípios da


legalidade pelos funcionários públicos.

No entanto, todos os direitos estão em colisão uns com os outros, não são
compatíveis uns com os outros, sendo necessário compatibilizá-los.

Porque não há direitos absolutos, é necessário haver ponderação entre


direitos, num segundo aspecto, no âmbito da fundamentalização formal é a
integração dos direitos que se querem num elenco de limites materiais de
revisão, ou seja, para além de serem integrados numa lei superior, estes
direitos ficam expressos e especialmente protegidos relativamente a actos de
revisão constitucional (artº 288, d) C.R.P.).

Um terceiro elemento da fundamentalização formal é a reserva de


competência legislativa, nos termos do artº 165, nº 1, b), C.R.P., o que
constitui uma forma de se restringir a actividade legislativa relativa aos

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 Resume: Direitos Fundamentais

direitos, liberdades e garantias ao mesmo órgão que pode rever a


Constituição.

Um quarto aspecto da fundamentalização formal traduz-se no facto de a


própria inclusão na Constituição ser um meio de protecção porque os
preceitos constitucionais não são alterados como qualquer lei ordinária (V.
artº 116, nº 3, C.R.P.), beneficiando de um regime próprio para a revisão
constitucional (artº 284 e seguintes, C.r.P.).

Para revisão da Constituição e no âmbito dos artºs 284 e seguintes, a


alteração a uma lei da C.R.P. pressupõe uma maioria qualificada dos votos.

Diferença entre princípio da constitucionalidade e princípio da jurisdicidade –


ex: Magna Carta do Reino Unido, como não tem Constituição, não está
protegida e pode ser revogada.

Toda esta ponderação é consagrada nesta organização designada por


fundamentalização formal.

A circunstância de se encontrarem fundamentalizados implica que estes


direitos (fundamentais) se encontram como parâmetros para as decisões e
acções dos órgãos legislativos, administrativos e jurisdicionais porque, como
resulta do artº 18, nº 1 C.R.P., os preceitos relativos aos direitos, liberdades e
garantias são directa e imediatamente aplicáveis, vinculando quer entidades
públicas, quer entidades privadas.

6ª Aula - 25/10/2017:

Fundamentalização formal
Pretende-se colocar numa norma específica sujeita a regras e garantias
próprias, um conjunto de valores (direitos ou princípios), que sejam de
particular relevância para os indivíduos da comunidade.

Em Portugal em direito dá-se muita importância a aspectos formais. A forma


é uma garantia de assegurar direitos ou valores.

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 Resumo: Direitos Fundamentais

Colocar na CRP, sujeita a regras próprias, nomeadamente em termos de


revisão que possa implicar a retirada ou alteração de alguns direitos,
protegendo-os.

Não basta dizer que temos um direito – é preciso que haja a garantia e essa
advém da fundamentalização formal, que os garante.

Conduta positiva da CRP é por um lado a organização política e a afirmação


em relaçãi ao elenco de direitos que protegem os indivíduos relativamente à
forma de exercício do poder (político, estatal, da entidade patronal, etc.). A
CRP é um meio orientador para a interpretação das normas.

Além da fundamentalização formal, tratamos da fundamentalização material,


da qual resulta que a própria lei fundamental permite, ou mesmo impõe, o
respeito por determinados valores, direitos e princípios constantes da CRP
ou de normas de direito internacional, ou mesmo de direito interno ordinário.

O que a CRP pode permitir ou impôr por alguns preceitos, valores, direitos,
princípios que não constem da CRP, devem ser respeitados como se
constassem, ou seja, como se tivessem sido objecto de fundamentalização
formal – ex: a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que é anterior à
CRP, não está contida na CRP.

Este tipo de normas contém direitos que nós consideramos apenas humanos
mas também são fundamentais?

São direitos humanos e alguns estão na CRP, como o direito à vida. Mas
uma coisa é dizer-se que já estão, outra é dizer que estando na CRP, a sua
interpretação deve respeitar a Declaração Universal dos Direitos do Homem.
V. artº 5 da Declaração Universal dos Direitos do Homem e 25 da CRP – este
direito humano está fundamentalizado. Pelo contrário, o artº 4 da Declaração
Universal dos Direitos do Homem – escravatura, não está na CRP. Poderá
ser invocado? Sim, através da fundamentalização material, que resulta do
artº 16, nº 1 CRP (cláusula aberta).

Outro exemplo: artº 2 da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

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 Resume: Direitos Fundamentais

Estas cláusulas internacionais só podem ser invocadas porque a CRP o


permite através do seu artº 16º, em conjunto com o artº, que relativamente ao
direito internacional invoca o ius cogen, nº1, o direito convencional no nº2.

As normas da CRP são autónomas entre si.

A abordagem do direito constitucional de cada uma das áreas do direito é


diferente. Uma perspectiva limita a acção do Estado e não como sendo de
protecção dos direitos fundamentais. A norma é sempre a mesma mas a
interpretação é que difere.

Artº 8, nºs 1, 2, 3 e 4 CPR estabelece regras comuns, gerais, genéricas


relativas a todo o direito internacional, colocando-o no entanto em categorias
diferentes.

Acordão 79/2015 – não cabe ao tribunal sindicar porque não existe em


Portugal o recurso de amparo.

O Direito ao recurso não nasce apenas pela insatisfação de uma das partes.

7ª Aula - 31/10/2017:

Artº 165, nº 1, b) + 18, nºs 1, 2 e 3 CRP.

V. Círculos eleitorais uninominais.

Harmonia estabelecida e organizada.

Distinção entre direitos humanos e direitos fundamentais – um direito pode


simultaneamente ser um direito humano e fundamental.

O direito à vida é um direito humano porque é inerente ao indivíduo,


acompanha-o durante toda a sua existência. É um direito que surge como
pressuposto de outros direitos e não é passível de atribuição por qualquer
comunidade política, que apenas o pode reconhecer. São direitos anteriores,
superiores e alheios à vontade do próprio Estado, sendo inerentes ao

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 Resumo: Direitos Fundamentais

indivíduo. É um direito que se impõe ao Estado.

Tem diversas consequências – pena de morte, form, liberdade religiosa (a


noção de direito à vida é diferente de religião para relgerigião. Exemplo do
absurdo da confusão entre direitos humanos e direitos fundamentais é o facto
de três dos cinco membros permanentes do Conselho das Nações Unidas,
que defende o direito à vida, aplicarem a pena de morte, ou seja consideram
um direito humano, mas não o consideram um direito fundamental.

Artº 8 CRP de 1933 – os direitos não se impunham com respeito.

Constituição anotada – Jorge Miranda ou Gomes Canotilho, Enciclopédia da


Constituição Portuguesa.

Princípio da igualdade (artº 13 CRP) que se traduz num elemento


característico do constitucionalismo liberal, impondo uma proibição de
tratamento desigual entre os indivíduos de forma arbitrária.

Aristóteles – primeiros conceitos de igualdade – tratar como igual o que é


igual e como diferente o que é diferente. Está relacionado com o princípio da
proporcionalidade. Proibição de arbítrio, não pode haver arbitraridade no
exercício de direitos e de deveres.

O princípio da igualdade não é um direito. O direito à igualdade resulta da


necessidade de uma imposição de um dever de acção do Estado, tendo em
vista assegurar a igualdade entre os indivíduos – V. artºs 9, d) CRP
(igualdade real) e 13 e seguintes CRP – igualdade jurídica versus igualdade
real. Este dever de acção do Estado para assegurar os direitos aí descritos é
a afirmação da ponderação dos direitos fundamentais de segunda geração,
não estamos no domínio do princípio da igualdade, de limitar a acção do
Estado.

Assim, um acoisa é a afirmação do plano de igualdade real (artº 9, d) CRP) e


outra é o artº 13, em que há uma igualdade jurídica – tratar de forma igual o
que é igual e de forma diferente o que é diferente.

Assim, o princípio da igualdade tem uma dimensão negativa porque proíbe,

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 Resume: Direitos Fundamentais

restringe. A norma jurídica não pode gerar desigualdade – ela trata de forma
desigual mas na justa medida da diferença da desigualdade verificada, mas
sem arbitrariedade.

V. artº 47, nº 1 CRP (liberdade de escolha de profissão).

Desta forma, o princípio da igualdade consiste num elemento estruturante do


sistema constitucional, impondo-se a todos os direitos e deveres.

A Constituição prevê alguns factores de desigualdade ou características


habitualmente suspeitas, de forma a evidenciar aqueles elementos que
tradionalmente levem a um tratamento discriminatório entre cidadãos, como
por exemplo, no artº 13, nº 2 CRP. No entanto, a circunstância de se aludir a
esses factores não connstitui qualquer exclusividade ou carácter taxativo
dessa disposição, sendo meramente exemplificativa (artº 16, nº 1 CRP -
diferente do artº 13 CRP e 2 da Declaração Universal dos Direitos do Homem
é o facto de o segundo ser apenas exemplificativo do que pode gerar
tratamento desigual entre as pessoas – V. também o artº 16 CRP).

O Artº 9, d) CRP é exemplo da referência que não pretende ser


efectivadores, traduzindo antes situações de desenvolvimento futuro do
Estado.

Onde há desigualdade a lei deve ser utilizada como instrumento para


alcançar a situação de igualdade.

O princípio da igualdade tem uma dimensão negativa (de proibir / limitar),


mas também pode ser positiva (ex: lei das quotas).

Desta forma o princípio da igualdade consiste num elemento estruturante do


sistema consitucional, impondo-se a todos os direitos e deveres. A CRP
prevê alguns factores de desigualdade ou categorias habitualmente suspeitas
de forma a evidenciar aqueles elementos que tradicionalmente levam a um
tratamento discriminatório entre cidadãos, como por exemplo no artº 13º, nº2.
No entanto, a circunstância de se aludir a esses factores não constitui
qualquer exclusividade ou caráxter taxativo dessa disposição sendo
meramente exemplificativa (16, nº1).

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 Resumo: Direitos Fundamentais

8ª Aula - 07/11/2017:

Princípio da igualdade – referência essencial à existência de arbítrio, tendo


todos nós a mesma dignidade social não podemos ser arbitrariamente
tratados de forma diferente. Neste âmbito existem factores de desigualdade
que constituem critério de tratamento desigual. O Princípio da igualdade é um
critério qualitativo.

Tal não acontece com o princípio da universalidade que consiste num


conceito quantitativo, pois conforme resulta do artº 12, nº 1 da CRP, todos os
cidadãos são titulares de todos os direitos e de todos os deveres. Apesar de
simples é um princípio essencial – alguém que é titular de determinado
direito, existe um conceito que permite estabelecer esta ligação. O facto de a
CRP falar do direito de propriedade não implica que tal direito seja universal.

O artº 58 da CRP – obedece a um princípio universal. O artº 59 da CRP já


aborda um critério qualitativo, aproximando-se do princípio da igualdade e
não do princípio da universalidade.

Artº 12 e 13 da CRP utilizam o mesmo conceito, uma mesma expressão que


surge em ambos – a alusão ao cidadão. No caso do artº 12, todos os cidadão
são titulares de todos os direitos e de todos os deveres. O critério da
igualdade está ligado ao facto de sermos únicos. No caso do princípio da
universalidade está relacionado com os cidadãos.

Apesar de o artº 13, nº 1 referir “todos os cidadãos” não está implícito o


princípio da universalidade., pois o focus é no indíviduo numa abordagem
qualitativa. Já no artº 12 é uma abordagem quantitativa, com o focus no
cidadão – não é o conceito do indivíduo (não é pessoa, porque pode ser
singular ou colectiva, nem é cidadão).

O princípio da igualdade estabelece o tratamento de forma igual nos nossos


direitos nem deveres – daqui não resulta a atribuição de nenhum direito nem
de nenhum dever. É critério qualitativo porque olha para a qualidade, as
características, um elemento diferenciador.

 Page 20 |
 Resume: Direitos Fundamentais

O princípio da universalidade refere que todos têm todos os direitos, não nos
diz quais são – abrange todos: todos os cidadãos e todos os direitos. Assim é
uma abordagem quantitativa (impõe-se a todos), sem diferenciação. A
diferenciação surge apenas na capacidade de ser titular ou de exercer os
direitos – ex: o direito à liberdade para quem está a cumprir pena de prisão,
pois os direitos podem ser restringidos em função de questões específicas.

Os princípios são a estrutura de um “edifício” na qual se baseiam os direitos


pois impõem-se – os princípios não são passíveis de restrição, enquanto os
direitos são, conforme descrito acima.

Os princípios não estão sujeitos a hierarquia. No entanto, alguns princípio


são pressuposto ou estão na origem de alguns direitos, mas não há
hierarquia entre eles. No caso dos direitos que estão na CRP, estando
fundamentalizados formalmente, estão mais protegidos.

V. acordão do Tribunal Constitucional sobre o casamento entre pessoas do


mesmo género. V. artº 36, 277, 13, 16, nº 1 (cláusula aberta para permitir a
adequação à evolução das sociedades).

Nos termos do artº 12º, nº 1, o princípio da universabilidade refere-se ao


conceito de cidadão, ou seja, devemos então perceber que este princípio terá
como primeiros destinatários os cidadãos.

A Constituição não nos atribui qualquer definição de cidadão, limitando-se no


artº 4º a estabelecer que será cidadão quem for qualificado como tal pela lei
ou por norma internacional, pelo que resulta que o estatuto de cidadão é
definido pela pertença a uma determinada comunidade política, na qual o
indivíduo se integra assumindo então esse estatuto de cidadão. Este
corresponde como que a um feixe (foco de luz) de direitos e de deveres que
o relacionam com essa comunidade (ex: o Estado português permite que um
cidadão tenha 2 nacionalidade, o Brasileiro permite que tenham três e o
chinês apenas permite que se tenha uma nacionalidade). Outros direitos
como o direito ao trabalho

Conjugação do artº 12 (universalidade assente no conceito de cidadania), nº1

 Page 21 |
 Resumo: Direitos Fundamentais

e artº 4º da CRP.

Artº 15 da CRP – o legislador constituinte permite ao legislador ordinário,


abrir as possibilidades descritas nos nºs 3 a 5
 Nº 1 – Princípio da equiparação.
 Nº 2 – Excepção ao nº 1, são todos cidadãos, mas cidadãos
estrangeiros não podem exercer direitos políticos ou de forças
armadas (artº 275) – comunidade poítica soberana, que reserva
determinados direitos e funções aos cidadãos do respectivo Estado.
Esta ponderação é comum a diversos Estados.
 Nº 3 – Excepção ao nº 2 – critério de equiparação desde que haja
reciprocidade (por exemplo, através de um tratado) – manutenção da
soberania e segurança nacional (não permite o acesso às Forças
armadas) e segurança pública (permite à polícia).
 Nº 4 – Excepção ao nº 3 – Princípio da equiparação desde que haja
reciprocidade.
 Nº 5 – Excepção ao nº 4 - Princípio da equiparação desde que haja
reciprocidade – resulta da integração gradual na UE.

V. artº 164, a).

Estabelece o nº 2 do artº 12 da CRP que as pessoas colectivas,


independentemente da sua natureza, também serão beneficiárias dos
mesmos direitos e deveres estabelecidos na CRP que sejam compatíveis
com a sua essência, com a sua natureza. O direito à vida não se aplica,
obviamente, mas o direito à imagem ou ao bom nome, por exemplo, aplicam-
se.

Distinção entre pessoas (podem ser singulares ou colectivas) e indivíduos


(pessoa singular em concreto), versos cidadão (que tem um conjunto de
direitos e deveres – ex: a pessoa colectiva não vota).

Estabelece o nº2 do artº 12º que as pessoas colectivas independentemente


da sua natureza também serão beneficiárias dos mesmos direitos e deveres
estabelecidos na constituição, que sejam compatíveis com a sua essência.

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 Resume: Direitos Fundamentais

9ª Aula - 08/11/2017:

Princípio da dignidade da pessoa humana

Que possam ter maior evidência com um direito do que outro.

Artº 24 CRP - Direito fundamental e direito à vida

Direito de ser informado e informar

Direito fundamental de participar da vida publica

Cidadão participante de uma parte actuante

Os princípios sao pilares e é possível estabelecer ligações entre os pilares.

Alguns são incompatíveis - direito ao bom nome - direito à liberdade de


expressão - direito à dignidade da pessoa humana.

Direito à liberdade de expressão cultural

1. Elementos estruturais
2. Concordância prática entre direitos

Efetivação do seu direito - tutela – artº 20, nº 1 CRP

Criação cultural - liberdade de expressão cultural

Avaliação - Apreciação do caso


Artº 37 CRP - liberdade de expressão e informação.

Fundamentação formal e material

Importante artº 16, nº 1

Código Civil - lei ordinária

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 Resumo: Direitos Fundamentais

O que importa são os direitos fundamentais:


1. Protegê-los
2. Efectivá-los

Importância da efectivação do direito seja como for.

O que se pretende é efectivar - Não se pretende cristalizar direitos.

A sociedade evolui e a percepção muda, a configuração do pilar muda. Os


direitos podem mudar, aparecer outros.

Artºs 13 e 59, c) da CRP

O que temos de encontrar são soluções jurídicas.

Ver Prof. Não cristalização dos direitos

Direito penal
Proceso penal - normas são restritivas

Tráfico de seres humanos, criminalidade associada aos crimes financeiros.

Haveria uma constituição única, depois do 11 de Setembro mudou esta ideia.

Importante
Verifica-se que nenhum dos direitos fundamentais será absoluto e mais ainda
se verifica amiúde a colisão entre direitos fundamentais, mesmo entre
direitos, liberdades e garantias.

Não sendo possível o legislador constituinte prever todas as situações e


soluções para estes conflitos estabeleceu o princípio da concordância prática
do qual resulta um dever de compatibilização entre os diversos direitos pelo
legislador.

Assim, o artigo 165, nº 1, alínea b da CRP atribui à AR a competência para


legislar sobre direitos, liberdades e garantias, sujeitando tal actividade ao
necessário respeito pelo Principio da Proporcionalidade.

 Page 24 |
 Resume: Direitos Fundamentais

Liberdade de expressão 37 crp e 19º da DUDH


35 mintos e matéria nada. É sempre bom ouvir este gajo a falar, mas assim
dispersamo-nos.

Princípio da proporcionalidade
Verifica-se que nenhum dos direitos fundamentais será absoluto e mais ainda
que se verifica amiúde a colisão entre direitos fundamentais, mesmo entre
direitos, liberdades e garantias.

Não sendo possível ao legislador constituinte prever todas as situações e


soluções para esse conflitos, estabeleceu o princípio da concordância prática
do qual resulta um dever de compatibilização entre os diversos direitos pelo
legislador.

Assim, o artº 165, nº1 , alinea b) atribui à AR a competência para legislar


sobre direitos liberdades e garantias, sujeitando tal actividade ao necessário
respeito pelo princípio da proporcionalidade. Este princípio impõe-se a toda a
actividade pública como resulta do artº 266, ou seja, toda a atuação de quem
exerce poder deve ser proporcional.

Este princípio não está definido em nenhuma constituição. Podemos inferi-lo


do artº 18º, nº2 e 3.

Só se pode restringir um direito para salvaguarda de outro direito.

A jurisprudência do TC tem definido o que é o princípio da proporcionalidade,


sugerindo a utilização de 3 sub-pricínpios: Adequação, Necessidade e
Proporcionalidade strictu sensu.

Adequação – traduz-se em que a restrição de um direito deve ser idónea


para a salvaguarda do outro direito, ou seja, a primeira coisa a verificar, no
âmbito do princípo da proporcionalidade é se com a restrição daquele direito
se consegue efectivamente salvaguardar o outro, porque se não for, não será
adequado.

Necessidade – implica que só se possa restringir um direito quando não

 Page 25 |
 Resumo: Direitos Fundamentais

existe alternativa menos lesiva para a salvaguarda desse direito, ou seja, só


haverá proporcionalidade se a restrição daquele direito for imperativa.

Proporcionalidade Strictu Sensu – traduz-se em que ao legislador é proíbido


restringir excessivamente o direito podendo tão só restringi-lo no essencial
para a salvaguarda do direito a ser protegido.

O princípio da proporcionalidade impõe-se a toda a acctividade pública como


resulta também do artigo 266 da CRP, ou seja toda a actuação de quem
exerce poder deve ser proporcional.

Vamos encontrar este princípio em vários direitos - não pode haver excessos
-
uso do poder e aquele que queremos alcançar.

Princípio da igualdade – artº 13 da CRP

Princípio da universalidade - artº 12 da CRP

O princípio da proporcionalidade não consta diretamente na CRP - aparece


mas não nos diz o que é este princípio. Vamos extraí-lo dos números 2, 3 do
artigo 18 da CRP.

Só se pode restringir um direito para salvaguardar outro direito.

Para se ter rigor na sua definição, na jurisprudência do tribunal constitucional


português e o que se sugere é a ponderação de três subprincípios:
1. Adequação
2. Necessidade
3. Proporcionalidade estrito senso

O subprincípio da adequação traduz-se em que a restrição de um direito


deve ser idónea para a salvaguarda do outro direito, ou seja, a primeira coisa
a verificar no âmbito do principio da proporcionalidade, é se com a restrição
daquele direito eu consigo efetivamente salvaguardar o direito. Em caso
contrário, não será adequado.

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 Resume: Direitos Fundamentais

Salvaguardar um direito

Liberdade de escolha de profissão – artº 47 para artigo 20

Não se pode restringir liberdade de expressão.....

Tem de haver esta primeira ponderação – artº 18, nº 2

O princípio da necessidade implica que só se possa restringir um direito


quando não exista alternativa menos lesiva para a salvaguarda desse direito.
Ou seja, só haverá proporcionalidade se a restrição daquele direito for
imperativa.

Exemplo – na altura da crise, o Estado português colocou em causa uma


série de direitos fundamentais dos cidadãos. O Estado teria outras
alternativas mas não eram suficientes.

Artº 59 CRP - Estamos a restringir um direito para cumprir uma série de


obrigações.

3. O estrito senso traduz-se no facto de ser proibido restringir


excessivamente o direito, podendo tão só restringi-lo no essencial para a
salvaguarda do direito ser protegido.

Dois direitos não compatíveis - necessário assegurar a concordância dos


dois direitos. Protejo um direito e admito a restrição do outro direito só até o
estritamente necessário para satisfazer o outro direito.

Interrupção voluntária da gravidez - Restrição da vida do feto


Necessário - A partir deste momento a lesão do direito era excessiva.

Acordão nº 375/2008, de 8 de Agosto

Ver constituições anotadas

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 Resumo: Direitos Fundamentais

10ª Aula - 14/11/2017:

Prof.

Estado de Emergência e Estado de Sítio – Lei 44/86 (30 de Setembro)

São casos de excepção quando ocorrem circunstâncias específicas


Estado de emergência e de sitio insidem am ambitos distintos o de sito é
mais gravoso quando se está na iminencia de um ataque de forças
estrangeiras ao nosso territorio ou quando as circunstancias socias em que a
nordem normanidade social ou contornos da nossa soberania podem ser
colocados em causa.

Não podem funcionar arbitrariamente. Podem ser aplicados na totalidade do


território ou só numa parte do mesmo. Por exemplo, no caso dos fogos da
Madeira a ilha esteve em estado de emergência e o resto do país não.

O estado de stitio é mais gravoso porque imediatamente obriga à colocação


das forças armadas na rua. No estado de emergência as forças armadas só
são chamadas se for necessária ajuda (como no caso dos fogos em 2017).

É o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas quem fica responsável por
gerir as opções estratégicas do país. O decretar destas medidas tem que ser
feito pelo PR (decreto presidencial), fazendo-o com consulta ao governo e
autorização da AR. Há circunstâncias em que pode acontecer que a AR em
tempo útil não consiga reunir a tempo para decidir. Nesse caso a comissão
permanente pode autorizar, havendo à posteriori uma ratificação por parte da
AR. Este documento não pode ter emendas, tem que ser um documento
fechado.

O estado de emergência também é grave mas diz respeito a cenários de


calamidade pública, sem a gravidade constitucional que o estado de sítio.

As garantias dos direitos dos cidadãos em cada um dos cenários, apesar de


os direitos liberdades e garantias não podem ser alterados, o estado de sitio
e de emergência podem levar à sua restrição, encurtamento o suspensão.

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 Resume: Direitos Fundamentais

Os estados de emergência e de sítio não podem funcionar de forma arbitrário


– ex: França – questionou-se a legitimidade do prolongamento indefenido do
estado de sítio .

Não se deve prolongsar muito para al+ém de prazos de 15 dias podendo ser
renovados mediante reavaliação – não está definido quantas vezes podem
ser renovados.

O cidadão deve ter sempre a noção de quanto tempo se pode prolongar.

O facto de os direitos liberdades e garantias poderem ser encurtados talnão


pode acontecer sem que o cidadão saiba por quanto tempo.

Ainda quanto aos direitos liberdades e garantias, as medidas colocadas em


marcha no ambito do estado de emergencia deve ser adequadas e
proporcionais, e apenas até que o Estado consiga controlar a situação em
causa, não as podendo proçongar para alem disso.

É também importante não referir que o estado de sitio e de emergencia não


precisam de ser aplicados à totalidade do território. A iminencia de um ataque
por terra mar e ar provavelmente implicaria um estado de sitio em todo o pais
mas a situação dos fogos, por exemplo, podem levar à aplicação do estado
de emergencia apenas nesse territorio.

Se um cidadão se sentir lesado na sua esfera juridica em relação aOs


direitos liberdades e garantias como se compensa o dano? Artº 6 da mesma
lei – os cidadão podem recorrer aos tribunais para assegurar o cumprimentos
dos seus direitos liberdades e garantias, se a conduta do estado puder ser
considerada excessiva.

Qualquer cidadão que decida não respeitar as indicações do estado


nomeadamente face as restrições dos seus direitos liberdades e garantias –
estamos perante um crime por desobediência. Exemplo violação do recolher
obrigatório – a pessoa é posteriormente alvo de processo por desobediência.

O estado de sítio é a circunstância mais gravosa em virtude de obrigar


imediatamente à colocação das forças armadas na rua – no estado de

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 Resumo: Direitos Fundamentais

emergencia elas também podem intervir mas apenas como auxilio às


circunstancias existentes.

Quando se implanta o estado de sitio todas as autoridades civis passam a


reportar as autoridades militares havendo uma prevalencia das indicações
das forças militares às forças civis. No entanto, os cidadãos podem continuar
a recorrer às intâncias habituais.

Por outro lado é o chefe do estado maior das forças armadas quem fica
responsavel or gerir do ponto de vista da segurança estrategica e tactiamente
as opções do país.

O decretar destas medidas tem de ser efectuado pelo PR, que comunica ao
país esta decisão (estado de sítio) – dectreto presidencial, com audição
prévia do governo e autorização expressa do governo.

No entanto, o legislador prevê que me caso de urgencia se a AR não se


conseguir reunir ou aprvar esta necessidade. Neste caso há uma comissão
permanente que pode deciri e aprovar esta medida. No entanto, esta decisão
terá posteriormente de ser ratificada pelo pelnário da AR, de forma a evitar
que este poder fique apenas na esfera de um elemento do Estados, órgão
político, em que todos têm de intervir.

O PR e AR já não podem aprovar declarações de estado de sítio – apenas


aprovam documentos já fechados, e após a sua aprovação já não pode ser
alterado. No entanto, após reunião entre estes órgãos e respectiva avaliaão
da situação, pode haver decisão de levantamento ou fim do estado de sitio.

O estado de emergência é menos gravoso não requrento a intervençÃo de


todos os órgãos do Governo. Por vezes para evitar alarmismos o governo
opta por um género de estado de emergência tácito, com medidas similares,
sem o formalismo que lhe é inerente.

Do ponto de vista do conteúdo e jurídico ambas as situações as normas que


os decretam têm de ser totalmente claras.

Estados de Excepção / Estado de Emergência e Estado de sítio (Lei 44/86 –

 Page 30 |
 Resume: Direitos Fundamentais

30 Setembro).
O Estado de sítio e o Estado de Emergência representam cenários concretos
de excepcionalidade que por isso mesmo consigo trazem possibilidades
jurídicas que de outro modo não se verificariam.

Desta forma isolada ou cumulativamente surgirão perante possíveis


agressões efectivas, reais, de forças estrangeiras face ao nosso território,
quando a normalidade constitucional seja posta em causa ou se verifique
uma calamidade pública.

Ainda que se preveja que alguns direitos liberdades e garantias possam por
necessidade ser reduzidos ou até mesmo suspensos, em nenhuma
circunstância podem estas reduções afectar direitos como o direito à vida, à
integridade pessoal, à capacidade da cidadania (manter actividade pol+itica,
sindical, etc), bem como a não retro-actividade da lei criminal (direito à
defesa, a um julgamento justo, etc.).

Ainda assim, quando se efectivar uma diminuição dos direitos no seu


exercício deve esta procurar cumprir escrupulosamente princípios
constitucionalmente consagrados como o da igualdade, ou da não
discriminação (em todas as suas vertentes).

É também por isto que prevê claramente o legislador que a restrição dos
direitos liberdades e garantias deve na sua duração, na sua força e na sua
aplicação temporal aplicar-se unicamente no domínio do estritamente
necessário.

Deve ainda compreender-se que ainda que cenários desta natureza tragam
sempre consigo uma instabilidade da ordem constitucional, esta não poderá
nunca afectar o funcionamento e as competências dos órgãos de soberania,
quer em território continental, quer nas regiões autónomas.

Na óptica da aplicação territorial estes estados de excepção tanto poderão


ser declarados na totalidade do território como em zonas específicas quando
a circunstância vivida não tenha de implicar toda a unidade territorial.

A sua duração prevê-se que não possa ser superior a períodos de 15 dias,

 Page 31 |
 Resumo: Direitos Fundamentais

ainda que seja possível renovar esses períodos por um ou mais iguais
períodos indefinidamente, mas mantendo sempre os 15 dias.

Na vigência destes estados de excepção, os cidadãos continuam a ter na sua


totalidade o direito a recorrer aos tribunais, com a mesma normalidade que
teriam ao abrigo dos princípios da lei geral sempre que sintam a necessidade
de pugnar, de ver ressarcidos os seus direitos liberdades e garantias que
eventualmente sintam terem sido lesados.

Quando arbitrariamente qualquer cidadão decida por sua livre iniciativa não
cumprir as indicações dotadas de força legal incorrerá necessariamente num
crime por desobediência (até ao artº 7 da Lei 44/86).

Principais traços específicos:

Especificidades do Estado de Sítio


No âmago deste estado de excepção estão sobretudo atos de inssureição
que possam pôr em causa a soberania nacional, a democraticidade da ordem
constitucional, ou ainda a integridade territorial.

Desta forma, o Estado de sítio prevê claramente a subordinação das


autoridades civis às autoridades militares podendo mesmo as segunda
substituir-se às primeiras.

Operacionalmente, a direcção militar estará sob a alçada dos chefe do


estado maior general das forças armadas, em articulação com os mais
variados comandantes gerais. Paralelamente, continuarão as instâncias
administrativas civis no pleno exercício das suas faculdades.

Especificidades do estado de emergência


O Estado de Emergência é por sua vez menos gravoso e igualmente nele,
apenas no âmbito do necessário, poderão ser restringidos os direitos
liberdades e garantias, podendo haver também um apoio das forças armadas
(não mandam).

Tanto num cenário como no outro, a declaração destes estados é feita pelo
PR depois de audição ao Governo e autorização da AR. Não podendo esta

 Page 32 |
 Resume: Direitos Fundamentais

reunir em tempo útil, poderá em seu lugar decidir a comissão permanente ,


ainda que tenha de ser ratificada pelo plenário. Formalmente esta
declaração presidencial é um decreto da mesma natureza, sendo necessário
o Governo referendar.

Havendo alteração das circunstâncias que determinaram esse mesmo


decreto, poderão as medidas até então aplicadas ser mantidas, reduzidas ou
aumentadas (artºs 8 a 12 da Lei 44/86).

11ª Aula - 15/11/2017:

Palestra do Prof. Leite de Campos – Não houve aula.

12ª Aula - 21/11/2017:

Princípio da proporcionalidade - três primeiros sub-princípios que o integram


– só há proporcionalidade quando se verificam estes três sub-princípios:
adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito.

Sub-princípicio da proporcionalidade em sentido estrito – procura-se uma


justa medida que assegure a proibição do excesso na restrição do direito.
Sendo necessário assegurar a concordância prática entre dois direitos e
estando verificada a adequação e a restriçãao de um direito, este só pode ser
restringido até à justa medida em que o outro direito se encontre
salvaguardado. V. artº 18, nº 3. A restrição nunca pode suprimir ou anular o
direito que vai ser restringido, pois o núcleo essencial não pode ser ferido = a
proibição de excesso.

Artº 18, nº 2 CRP surge a expressão “casos expressamente previstos na


CRP” (ex: casamento de um menor de 12 anos não pode casar) – restrição
do direito definido no nº 1.

Artº 24, nº 2 – interrupção voluntária da gravidez é uma lei restritiva do direito


à vida.

 Page 33 |
 Resumo: Direitos Fundamentais

Necessidade de compatibilização entre os direitos – artº 18, nº 2 aplica-se


aos direitos expressamente contidos na CRP.

4º sub-princípio é o da razoabilidade que foi reconhecido pelo Tribunal


Constitucional na sua decisão relativa à lei do orçamento de estado para
2012 (Acórdão nº 187/2013, de 5 de Abril), que previa um aumento da carga
fiscal através de uma percentagem em sede de IRS nos diversos escalões –
princípio da igualdade (foi para todos), da justificação (estado de insolvência
das contas públicas), cumpria-se o princípio da necessidade (não tinha
alternativa para gerar mais receita), da proporcionalidade em sentido restrito
(o estado diminuia as receitas dos cidadãos mas o direito de propriedade não
era posto em causa). O tribunal constitucional considerou que apenas no que
diz respeito à aplicação da lei não seria razoável (ex: de imposto sobre
5.000€ e sobre 500).

O princípio da razoabilidade proposto pelo Prof. Jorge Reis Novais atende


não só à colisão dos direitos em abstracto mas à posição jurídica subjectiva
dos titulares desses direitos, donde a proporcionalidade deverá ser verificada
na concretização da restrição ao direito.

O princípio da proporcionalidade não está consagrado na CRP nem na


declaração universal dos direitos do homem – encontramo-lo na
jurisprudência dos tribunais (V. artº 202 CRP).

V. Acordão 375/2008 – princípio da proporcionalidade. Artº 70, nº 1, f) da lei


orgânica do tribunal constitucional.

5º - subprincípio da determinabilidade (determinar / conhecer): implica que o


autor da norma restritiva do direito expresse o fundamento para a restrição
do direito, ou seja, só poderia ser restringido um direito quando fosse
garantida a percepção da intenção subjacente. Este subprincípio aproxima-se
assim do princípio da igualdade e correspondente dever de fundamentação
(proibição de arbítrio).

No âmbito do princípio da igualdade não pode haver arbítrio, não se pode


restringir ou não reconhecer determinado direito a alguém sem o
fundamentar. No âmbito da proporcionalidade, existe a possibilidade de

 Page 34 |
 Resume: Direitos Fundamentais

verificar os quatro subprincípios anteriores, e assegurar a quem interprete a


norma, os seus fundamentos.

Anuário de direito internacional.

13ª Aula - 22/11/2017:

Resolução do caso prático – Sistematização:


 Análise e descrição, exposição da matéria de facto
 Primeiro abordar os direitos que estão a ser postos em causa -
Com o despedimento é violado o direito à segurança no emprego -
artº 53 (restrição por via de garantia à segurança do emprego dos
trabalhadores – essência negativa, proibitiva, não autoriza
condutas que ponham em causa a segurança e manutenção do
emprego + artº 18, nº 1, a sociedade comercial tem de respeitar o
artº 53
 O artº 58 por seu lado, tem uma essência positiva, actuante, tem
um outro propósito: o de promover políticas de emprego -
relacionado com o artº 9, b) e d) – a natureza destes dois artigos é
diferente: o 53 tem carácter negativo ou 58 tem carácter positivo
CRP e 48.
 Que apanhou legionela e exige indemnização do Estado não
invoca o direito à saúde mas sim o direito à integridade física.
 Depois os princípios porque estes têm diferentes intensidades
consoante os direitos em causa.
 A abordagem dos princípios é diferente consoante a natureza dos
direitos.

Direito político – votar ou fazer parte das listas - participação política activa
Direito de cidadania – participar na manifestação - participação política
passiva

Princípio da equiparação – artº 15º, nº 1 e não excepcionado pelos demais


números deste artigo.

Princípio da tutela jurisdicional efectiva – artº 20

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 Resumo: Direitos Fundamentais

O facto de o tribunal negar o direito colocando em causa o artº 20 por ser um


cidadão estrangeiro em resultado do regulamento Z permite concluir que o
princípio da igualdade também está a ser posto em causa, pois constitui uma
arbitrariedade. Da mesma forma o governo da república (artº 165, 1 – b e
168, nº 1, b), poder aprovar dec-lei e não regulamentos para restrição de
direito fundamentais, em conjunto com o artº 278, nº1 - trantando-se de
direitos fundamentais, tem de estar sujeito a fiscalização preventiva da lei,
enquanto um regulamento não está, pelo que esta forma não concede
garantia de fiscalização preventiva.

Juíz artº 204.

14ª Aula - 28/11/2017:

No caso das garantias não é suficiente afirmar a existência de direitos e de


liberdades sendo necessáro haver meios e mecanismos para efectivar que
esses direitos e limberdades são cumpridos ou seja efectivados. Assim, a
principal forma para garantia dos direitos e das liberdades são os tribunais,
por referência ao princípio que também é um direito da tutela jurisdicional
efectiva correspondente ao acesso ao direito e aos tribunais (artº 20 CRP).

Decorre do artº 202 da CRP que é tarefa, incumbência dos tribunais


administrar a justiça em nome do povo e assim garantir os seus direitos e as
suas liberdades, através dos mecanismos processuais e das competências
determinadas pelo legislador.

V. artº 18 nº 1 CRP – critério de aplicabilidade dos preceitos aí referidos – a


CRP de 1933 listava uma série de direitos que não sendo efectivados não
tinham garantia (contrário – ex: liberdade de expressão).

Assím é necesesario identificar os mecanismos para impor a efectivação


destes direitos e o principal são os tribunais, ao abrigo do princípio da
separação de poderes.

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 Resume: Direitos Fundamentais

Existem diversas opções e possibilidades que os legisladores têm


determinado, não existindo um modelo único já que os modelos evoluem com
a sociedade. Em Portugal existe o tribunal constitucional tal como em
Espanha mas não existe em Inglaterra, nos EUA ou no Brasil.

É neste sentrido que se verifica a importância no que concerne ao respeito e


à tutela dos direitos fundamentais, que é uma questão juridico-constitucional.
O tribunal constitucional nos termos da CRP tem a competência específica
nas questões de matéria jurédico-constituconal (artº 221 CRP) com especial
primazia aos direitos fundamentais - v. artº 209 CRP “Para além do tribunal
constitucional...”.

O tribunal constitucional espanhol ocupa-se muito com questões políticas


nomeadamente relacionadas com os estatutos das regiões. Ultrapassadas
em Portugal essas questões políticas na década de 80, o tribunal
constitucional português passou a ocupar-se mais das questões jurídico-
políticas.

Portugal manteve assim uma tradição jurídica que vem da CRP de 1911
inspirada na constitucição brasileira de 1891 e dos EUA de 1803 (Marburry
versus Madisson). De acordo com a jurisprudência, todos os tribunais têm
competência juridico–constitucional que lhes sejam presentes. É assim que
temos esta forma de controlo e fiscalização difusa da constitucionalidade (ao
contrário da Alemanha em que a fiscalização é concentrada, pelo que só o
tribunal constitucional pode avaliar) – v. artº 204 da CRP.

Qualquer questão relativa a preceitos constitucionais ou protegidos pela


constituição como direitos fundamenteais, pode e deve ser apreciada e
decidida pelo tribunal onde decorre a acção, podendo no final recorrer ainda
ao tribunal constitucional (artº 280 CRP – V. comentário) – é necessário no
entanto primeiro respeitar o artº 204 e só depois seguir para o 280 da CRP, o
que implica que se a constitucionalidade ou inconstitucionalidade não for
invocada no tribunal em que o processo está a correr, não pode ser suscitada
ao tribunal constitucional - o que representa um compromisso entre os
modelos brasileiro e alemão. V. artºs 70, nºs 1 e 2 (semelhantes ao artº 280
CRP), 72, nº 2 da Lei Orgânica do Tribunal Constitucional (Lei 28/82 (extrair
lei actualizada).

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 Resumo: Direitos Fundamentais

Artº 13 - A/98 do livro CRP (pág 287, fundo da pág).

Pode-se desistir do direito, desistir da acção (artº 69 da lei 28/82) mas não se
pode renunciar ao direito (ou seja, nem sequer interpôr a acção), pois são
direitos indisponíveis.

V. reenvio pré-judicial (prévio ao envio judicial) para o tribunal da UE, cuja


decisão é vinculativa para os tribunais nacionais.

V. tribunal constitucional - criação advém de Kelsen, não existir o recurso de


amparo = queixa constitucional.

Artº 80, nºs 1 e 2 da lei 28/82 – todos os tribunais estão vinculados à decisão
do tribunal constitucional uma vez que a decisão tem eficácia interpares (no
próprio processo) e não eficácia enteromnes (apenas na acção em causa).
No entanto, as expressão “autos baixam” é infeliz pois apenas são devolvidos
ao tribunal em que estava, mantendo-se todos os recursos, quando o tribunal
constitucional dá razão.

Não se pode recorrer de um ato normativo para o tribunal constitucional.

O artº 281, nº3 da CRP refere que devolvidas três decisões em casos
concretos, o tribunal constitucional pode declarar a inconstitucionalidade com
força obrigatória geral da norma, ou seja está relacionado com o artº 82 da lei
28/82 em conjugação com o artº 62 da mesma lei (processo de fiscalização
sucessiva abstrata). É a excepção ao princípio de os tribunais não terem
iniciativa, em que estes artigos atribuem aos juízes do tribunal constitucional
o poder de iniciativa.

15ª Aula - 29/11/2017:

Uma lei restritiva de direitos fundamentais não é uma lei desrespeitadora de


direitos fundamentais – restringe um direito para salvaguarda de outros
direitos.

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 Resume: Direitos Fundamentais

Direitos – deveres - princípios - competências e formas de reacção

Há direitos – direitos, direitos-liberdade (ex: artº 27 = direito à liberdade e à


segurança de que esse direito não vai ser afectado) e direitos - garantia

Os nº 2 dos artºs 24 e 25 proibem o Estado de colocar em causa o


nossosdireito à vida etc.

V. pirâmide normativa de Kelsen – topo CRP, 2º Lei e DL, 3º Regulamentos


(permite a aplicabilidade das normas superiores).

V. hipótese da aula
O governo emanou, ao abrigo de uma lei de autorização legislativa, um
decreto regulamentar, de acordo com o qual os produtos alimentares
distribuidos em estabelecimentos de ensino pel estado ou por entidades
públicas deixam de ter que conter o prazo de validade e a descrição do seu
conteúdo ou ingredientes.

Dessa forma pretende-se diminuir a eventual responabilidade de entidades


públicas atenta a sua ação ser de interesse público.

Perguntam-se, Ana Maria e anacleto, que nem costumam consumir tais


produtos, quais as medidas que poderão tomar e, especificamente, se
poderão recorrer ao tribunal constitucional pela tutela de um direito que
possa estar em causa.

Podem recorrer para o Tribunal com base:


 Violação do direito à informação (artº 60, nº 1 CRP) – eventual
inclusão de ingredientes que possam ser lesivos para a saúde dos
alunos (ex: lactose para os intolerantes).
 Direito à saúde e à integridade física (artº 25, nº 1, 64, nº 1) – risco de
venda de produtos fora do prazo de validade que podem colocar em
causa a saúde das crianças.
 Cumprimento das normas europeias (violação do artº 8).
 O governo não pode utilizar um decreto regulamentar para restringir
direitos, liberdades e garantias, apenas o podendo fazer através de

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 Resumo: Direitos Fundamentais

dec-lei de autorização legislativa (165, nº 1, b), + nº 2 e 198, nº 1, b).


 Através de decreto regulamentar o PR não pode suscitar a fiscalização
preventiva da constitucionalidade – através de Dec-lei pode (artº 278,
nº 1).
 “diminuir a eventual responsabilidade de entidades públicas..” Artº 22
+ artº 9, d), 112, nº 4.
 Direito ao consumo, à vida e à integridade física que está a ser
restringido para proteger / salvaguardar outro direito
constitucionalmente protegido numa situação de direitos que estão em
conflito sob o princípio da proporcionalidade e o subprincípio de
adequação (artº 22 + artº 18, nºs 2 e 3).
 Medidas que podem tomar – recurso às associações de defesa de
consumidores (artº 60, nº3) e acção popular– geração de direitos
fundamentais, direitos difusos, como o direito ao ambiente, dos
consumidores – o interesse difuso permite-nos actuar judicialmente
mesmo sem ter uma relação próxima com o fenómeno(artº 52, nº3).
 E recurso ao TC – artº 204 – primeiro seria necessário intentar acção
no tribunal competente em razão da matéria e se este mantivesse a
aplicação da norma, seria passível de recurso (se a
inconstitucionalidade tivesse sido suscitada de forma clara, ao abrigo
180, nº1, b e artº 70, nº 2 e 4 da lei 28/82).

Começa a resolver-se o caso pela identificação do direito


Estamos a falar do direito à informação, artº 37, nº1 e nº 2 (não se aplica este
artigo porque este direito à informação é essencialmente uma informação
política, artº 60 é o correcto apesar de não ser um direito liberdade e
garantia, deste inferimos o artº 25 e 24. Ver tb artº 9º, alinea d).

O governo não pode usar um regulamento pra restringir direitos liberdades e


garantias, via artº 198, e o governo pode legislar ao abrigo do 165, nº1 b),
sob uma lei de autorização legislativa definida de acordo com o nº 2 do
mesmo artigo.

O estado é responsável, artº 22 responsabilidade das entidades públicas –


ver o princípio da proporcionalidade, restrição de um direito para proteger
outro direito, neste caso proteger a responsabilidade civil.

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 Resume: Direitos Fundamentais

Segunda parte.
 Terão legitimidade para agirem judicialmente, de acordo com o 52,
nº3
 Podem recorrer ao artº 23
 Não podem enviar para o TC diretamente. Podem recorrer ao tribunal
competente para a matéria que ao abrigo da fiscalização difusa tem
poder para analisar duma eventual inconsttucionalidade da norma
(204). Só depois, e em função da decisão deste tribunal, seria possível
o recurso para o TC. Não esquecer de referir a LOTC.

16ª Aula - 05/12/2017:

Nos relatórios comparar o princípio ou direito fundamental que estamos a


estudar com outros regimes jurídicos internacionais.

DUDH – 4º - escravatura
Artº 8 pacto internacional sobre direitos civis e políticos – Ambos os artigos
afirmam a proibição da escravatura.

A quesão que se coloca é como nós aplicamos estas normas no


ordenamento jurídico nacional. O direito não só tem que estar formalizado
como tem que poder ser efetivado. Não basta afirmar o direito – é necessário
efectivá-lo.

Fontes de Direito Internacional de direito humanitário, as quais são aplicáveis


no sistema jurídico português em consequeência do disposto no artº 8 e 16,
nº 1 da CRP.

Estas normas têm diferentes características, encontrando-se na DUDH de


1948 o registo de um conjunto de direitos cuja existência os Estados se
limitaram a reconhecer, enquanto que na Convenção Europeia de Direitos
Humanos ou nos 2 Pactos internacionais encontramos direito convencional,
ou seja, o resultado do acordo dos Estados na consagração de um conjunto
específico de direitos.

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 Resumo: Direitos Fundamentais

O Pacto Internacional dos direitos civis e políticos de 1966 foi aprovado pela
Assembleia Geral das NU tendo entrado em vigor após depósito do 35º
(país) do instrumento de ratificação do mesmo, o que ocorreu em 1976. O
artº 1 estabelece o direito à autodeterminação, questão que hoje é suscitada
por exemplo na Catalunha, havendo no próprio preâmbulo a afirmação de
que o pacto e os direitos neste previstos assentam na dignidade da pessoa
humana. É o reconhecimento do valor político de uma comunidade e de esta
poder gerir os seus próprios recursos. É neste âmbito que se deu a
autodeterminação de Timor.

Também em 1966 foi aprovado um tratado multilateral no âmbito das NU,


designado como Pacto internacional sobre os direitos económicos, sociais e
culturais, que entrou em vigor também em 1976. Neste tratado os Estados
comprometem-se a prosseguir os esforços necessários para a concessão de
direitos às pessoas singulares de matriz económica, social e cultural, como
por exemplo, o direito à educação, o direito à saúde, o direito ao trabalho ou
o direito a um padrão de vida condigno. Hoje, o número de Estados que
ratificaram este Pacto é inferior a 170, havendo Estados que embora tendo
assinado o Pacto ainda não o ratificaram.

Princípio do não retrocesso dos direitos sociais – assumido o compromisso


desses direitos (ex: pagamento do subsídio de desemprego, de meios de
saúde e de ensino tedencionalmente gratuito, etc), não pode voltar atrás,
pelo que se não tiver recursos para continuar a assegurar esses direitos tem
de os arranjar. Esta teoria tem origem no direito Alemão e através do Prof.
Gomes Canotilho desenvolveu-se nos países latinos.

O Pacto internacional sobre os direitos económicos, sociais e culturais


implica uma obrigação de acção para os Estados –um dos estados que não
assinou este pacto foi os EUA.

O Pacto internacional sobre direitos civis e políticos tem uma essência


negativa (artº 6 – direito à vida e o Estado só pode usar a pena de morte em
certas condições) enquanto o Pacto internacional sobre os direitos
económicos, sociais e culturais tem uma essência positiva– também o artº 6.
O Estado aqui tem de actuar e criar as condições necessárias, daí a
impossibilidade de serem integrados num único documento, pois têm

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 Resume: Direitos Fundamentais

essências diferentes. Como exemplo os EUA não concordam com o o Pacto


internacional sobre os direitos económicos, sociais e culturais, pois são
contra a intervenção do estado nos domínios económicos privados.

Ambos os pactos partem da mesma preocupação – princípio da dignidade da


pessoa humana, uma afirmando que o estado não o deve pôr em causa
(norma limitadora da acção do estado), outro impondo o dever de acção do
estado.

Plano dos direitos fundamentais, normas como estas – ex: proibição da


escravatura artº 4 da 1, artº 8 do Pacto internacional sobre direitos civis e
políticos). Qual o domínio de aplicação destas normas? Temos a afirmação
de um direito – podemos aplicá-lo no sistema juridico português - e que
relação se estabelece com o direito interno português (ex: no direito
constitucional, no direito internacional, etc.). Para além do direito estar
afirmado tem de ter efectividade.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem, pela sua essência integra-se


no previsto no nº 1 do artº 8 da CRP, enquanto que os 2 pactos, pelo seu
carácter convencional se integram no nº 2 do artº 8 da CRP, muito embora
qualquer destas normas possa beneficiar da previsão do nº 1 do artº 16 da
CRP, ou seja, enquanto base ou previsão de direitos em fonte de direito
internacional, sendo que, no caso da DUDH de 1948, constitui elemento de
interpretação das normas constitucionais relativas aos direitos liberdades e
garantias (artº 16, nº 2 CRP).

Em 1950 o Conselho da Europa adoptou a convenção europeia dos direitos


humanos, que entrou em vigor em 1953, sendo que a sua designação
completa é de convenção para a protecção dos direitos do homem e das
liberdades individuais. Esta convenção logo no seu início afirma o respeito
pela DUDH (de 1948), tendo como característica o estabelecimento de um
tribunal para efectivação dos direitos estabelecidos na convenção: o Tribunal
Europeu dos Direitos do Homem. Daqui resulta a preocupação pela
efectivação dos direitos pois não basta esperar que os estados respeitem os
direitos – a dependência de efectivação nos estados dos 3 outros
documentos é uma das principais críticas.

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 Resumo: Direitos Fundamentais

Os estados na convenção europeia dos direitos humanos assumem-se como


altas partes contratantes e se não cumprirem há um tribunal que vai punir os
estados, obrigando ao seu cumprimento, estabelencendo sanções ao seu
incumprimento e definindo indemnização a quem fique prejudicado pelo não
cumprimento.

Artº 20 da CRP – princípio da tutela legal efectiva. A justiça só é justa se for


contemporânea pelo que não pode demorar anos. É um princípio e um direito
assumido neste artº da constituição. Se o estado não cumprir podemos
invocar o artº 22 (Responsabilidade das Entidades Públicas ) da CRP. Outra
alternativa é o facto de o estado enquanto alta parte contratante se ter
obrigado a uma justiça equitativa e célere e ao não respeitar o estado é
condenado pelo desrespeito deste direito.

Artº 204 CRP a existência do tribunal constitucional é um mecanismo de


garantia da efectivação destes direitos. Existem muitos direitos mas a
questão é como os vamos efectivar ou garantir? Só através de um tribunal
que garanta a efectivação destes direitos – daí a importancia da convenção
europeia dos direitos do homem de 1950.

Os artº 8 e artº 16 CRP integram estas normas no ordenamento jurídicio


português, o que não acontece nos EUA. Numa acção contra o estado,
havendo outra forma de garantia acrescida, pode-se intentar a acção contra
outro tribunal (artº 22 CRP), ou levando ao tribunal europeu dos direitos do
homem.

Artº 8, nº 1 – jus cogens – nº 2 – pacta sund servanda.

Artº 6, nº 1 Convenção europeia dos direitos do homem.

 Declaração Universal dos Direitos Humanos – é apenas um


reconhecimento dos Estados (ex: direito à vida, princípio da igualdade,
etc), é anterior e superior aos Estados daí a diferente natureza desta
declaração ser diferente da naturezados Pactos em que os Estados
assumem um determinado compromisso.
 Convenção Europeia dos Direitos do Homem

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 Resume: Direitos Fundamentais

17ª Aula - 06/12/2017:

A assembleia Municipal de mora aprovou um rregulamento do qual se


destaca o seguinte:
Preocupada com o aumento do numero de cidadãos infetados no pais, todos
os funcionários da câmara devem sujeitar-se à realizaçáo de testes ao HIV,
tuberculose e hepatite. Os primeiros a realizá-los serão, por conveniẽncia de
serviço, os funcionários administrativos daquela autarquai no prazo de 15
dias. Sendo positivo o resultado dos examees tal implicará a compulsiva
reforma do trabalhador.

António, jardineiro daquela autarquai, pretende suscitar a questão junto do


TC por considerá-la atentatória de um direito fundamental seu. Pode fazê-lo?

Pode recorrer para o Tribunal com base:

 Artº 165, nº 1, d) – a Assembleia Municipal não pode aprovar este tipo


de legislação -só a AR pode aprovar legislação restritiva dos cidadãos.
 Violação do Princípio da proporcionalidade (funcionários
administrativos – arbitrariedade) e sub-princípio da adequação (3
patologias diferentes, não podem ser tratadas da mesma forma), sub-
princípio da necessidade, sub-princípio da proíbição do excesso
(possibilidade de conhecimento público e reforma compulsiva) – artº
XX CRP.
 Violação do Direito à reserva de intimidade da vida privada (artº 26, nº
1; violação do nº 2 CRP “lei estabelecerá garantias efectivas contra a
obtenção e utilização abusivas, ou contrárias à dignidade humana, de
informações relativas às pessoas” + artº 12 DUDH.
 Cumprimento das normas europeias (violação do artº 8).
 Reforma compulsiva – violação do direito à segurança no emprego e à
não arbitrariedade (artº 53 + 58, nº 1 CRP) e princípio da
proporcionalidade (artº CRP).
 Artº 9, b) – garantia dos direitos e liberdades fundamentais do Estado
+ artº 18, nº 1.
 Direito à integridade física (análises ao sangue, em virtude da

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 Resumo: Direitos Fundamentais

introdução de agulhas – artº 25, nº 1 CRP).

Medidas que pode tomar:


 Recurso ao tribunal (artº 52, nº 1 + artº 23 + 281, nº 2, d) – Provedor
de justiça CRP: esta opção não assegura o direito em concreto do
cidadão (ex: não impede a reforma compulsiva).
 Artº 20, intentar acção no tribunal competente em razão da matéria -
artº 204, 280, nº 1 b, CRP + 70, nºs 1 e 2 da lei 28/82) invocando
violação dos seus direitos fundamentais.
 E recurso ao TC –nºs 1, 2 CRP – primeiro seria necessário ter
suscitado a questão da inconstitucionalidade no tribunal competente
em razão da matéria e se este mantivesse a aplicação da decisão do
Município seria passível de recurso (se a inconstitucionalmidade
tivesse sido suscitada de forma clara, ao abrigo do artº...).

Artº 59, º 1 c), 64 – princípio da concordância prática (na hipótese de conflito


entre os direitos quem os resolve é o legislador ordinário que terá de
compatibilizar esses direitos, recorrendo ao princípio da proporcionalidade
através do princípio da concordância prática visto à luz da evolução e
dinâmica desses direitos) e tendo em vista a protecção dos outros
colaboradores.

Artº 26, nº 2 – poderiamos suscitar junto da provedoria da justiça (artº 23


CRP) inconstitucionalidade por omissão.

O direito à intimidade da vida privada é invocado directamente.

De que forma os direitos fundamentais se impõe ao legislador? Por exemplo,


no desenvolvimento de legislação laboral, que nunca pode contrariar estes
princípios da CRP.

Artºs 27 a 32 CRP são a base do código penal.

Princípio da concordância prática – ex: alteração do artº 1817 CC que


alargou o prazo para a investigação da paternidade / maternidade de 2 para
10 anos tendo em consideração a evolução ciêntífica.

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 Resume: Direitos Fundamentais

1 – identificaçao do direito.
 Estamos a falar do direito de reserva à intimidade da vida privada e à
proteção contra quaisquer formas de discriminação, artº 26, nº1, sendo
que de acordo com o nº2 deste artigo a lei estabelecerá garantias
(neste caso o nº2 não se aplica, porque é uma possibilidade para o
stado legislar, mas não diz quando nem como).
 Está a limitar o direito do artº 53 no que se refere à segurança no
emprego e à não discricionariedade.
 Está-se a limitar estes direitos para proteger o direito do artº 64, nº1
(sob o princípio da concordância prática).
 Viola o princípio da proporcionalidade, desde logo o subprincípio da
adequanbilidade. Refere uma questão nacional e qual a relação com o
município. É arbitrária e viola o princípio da igualdade. Convém
sempre avaliar os casos em função do princípio da igualdade e da
proporcionalidade.
 A câmara municipal não pode legislar, sendo esta uma matéria da
competência relativa da AR ou do governo sob lei de autorização
legislativa (165/1/b).
 O facto de ser dada uma prioridade para a realização dos exames não
viola nenhum princípio, nomeadamente o da igualdade porque não se
está a discriminr ninguem.
 António pode suscitar a constitucionalidade junto do tribunal
competente em razão da matéria (artº 20, 204 – fiscalização difusa)
para analisar a matéria e só depois da análise deste, e em função da
decisão, pode recorer para o TC para analisar (280/1/b e artº 70 e 72
do estatuto do TC).

18ª Aula - 03/01/2018:

Análise de quatro pontos num caso prático:


1. Quais os direitos em causa
2. Quais os princípios em causa
3. Orgãos competentes para a prática do acto
4. Forma de reacção

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 Resumo: Direitos Fundamentais

1. Quais os direitos em causa


 Liberdade de expressão – artº 37, nºs 1 e 2 CRP – CMC podia
impedir em edifícios públicos, não em edifícios privados.
 Liberdade de criação cultural – artº 42, nº 1 CRP
 Direito propriedade privada artº 62 (não se sabe se o infrator é
ou não o dono do prédio) – é um limite à acção dos restantes,
implicando que os outros reconheçam esse direito e o
respeitem (direito de natureza análoga – artº 17 CRP)
 Artº 78 CRP (fruição – depende da argumentação)
 Dignidade da pessoa humana pela proibição da liberdade de
expressão (à semelhança dos direitos à vida, à integridade
física, ao trabalho, etc)
 Artº 60, nº 2 – direito ao ambiente e à paisagem.

2. Quais os princípios em causa


 Princípio da proporcionalidade – aplicação de duas coimas,
valor individual das coimas, obrigatoriedade de restituição da
situação anterior, pagamento das custas das obras efectuadas
pel CM, o prazo indicado para a reposição do estado do imóvel.
 Princípio da igualdade (artº 13 CRP) face às normas aplicadas
noutras comarcas do país. – não porque a CMC não tem
competência; só teria aplicação se fosse uma norma da AR
para os munícipes de Coimbra

3. Orgãos competentes para a prática do acto


 AR – artº 165, nº 1, d), i), q) (finanças locais) CRP

 Tribunais - artº 37, nº 3 CRP (no que respeita ao direito de punir
no caso em concreto)

4. Forma de reacção
 Artº 23 + artº 281, nº 2, d) CRP - Tribunal constitucional através
do provedor da justiça
 Se a norma fosse aplicada num caso concreto, podia susciart-
se o recurso aos tribunais para obtenção da Tutela jurisdicional
dos direitos e ds princípios acma referidos – artº 20, nº 1 + artº
268, nº 4 CRP, devendo os tribunais no stermos do artº 204

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 Resume: Direitos Fundamentais

apreciar a conformidade constitucional do ato, o qual, sendo


normativo, poderá ainda ser apreciado pelo tribunal
constitucional nos termos do artº 280, nº 1 CRP
 Impugnação do ato administrativo da CMC – artº 268, nº 4 CRP

Direito à palavra (artº 26, nº 1 CRP – é um direito-direito) está no âmbito dos


direitos pessoais – está relacionado com o direito à imagem. É algo que nos
caracteriza que nos individualiza. Não tem a ver com o direito à liberdade de
expressão (direito-garantia).

Artº 266 – a norma não pode prever a actuação da administração pública


para proteger um interesse particular, uma vez que a administração pública
apenas prossegue os interesse públicos.

Princípio da concordância prática - Neste caso há colisão entre direitos –


direito à propriedade privada, com o direito à liberdade de expressã, o direito
de criação cultural e o direito à paisagem. Princípio da proporcionalidade O
direito à propriedade privada não pode ser tratado aqui, pois é salvaguardado
através do acesso à tutela jusridicional.

A restrição implica a idoneidade (é o direito correto a restringir), necessidade,


proibição do excesso. No caso da hipótese, o ato de restrição do direito é o
pagamento de uma sansão.

Em causa está o direito de propriedade – artº 62 CRP – em virtude da


sanção pecuniária, uma vez que deixa de ter o domínio sobre os montantes
aplicados na coima.

As sanções definidas apesar de adequadas, violam o princípio da


proporcionalidade, apesar de cumprir também o princípio da necessidade.

Deste caso prático resulta que a CMC (165, nº 1, b, c e d) com esta norma
viola direitos liberdades e garantias, verificando-se uma inconstitucionalidade
material na dewfinição da coima e inconstitucionalidade material por
incompetência do órgão.

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 Resumo: Direitos Fundamentais

19ª Aula - 09/01/2018:

Resolução de hipótese prática


Em 2 de Maio de 2017, perante a explosão de uma bomba numa
embarcação ao largo da ilha do Corvo nos Açores, a AR declarou o estado
de sítio em todo o território nacional, suspendendo um vasto elenco de
direitos, liberdades e garantias, entre estes as práticas religiosas da Religião
X.
Tal, porque a explosão foi reivindicada pelo movimento religioso e separatista
X, o qual pretende estabelecer na ilha do Corvo a sede dessa religião.
A AR, no âmbito do estado de sítio decidiu ainda que passaria a “Dirigir os
serviços e a actividade da administração directa do Estado, civil e militar,
superintender a administração indirecta e exercer a tutela sobre esta e sobre
a administração autónoma”.
Aprovou a Assembleia Regional dos Açores, simultaneamente, uma Lei que
restringe a liberdade religiosa naquele arquipélago, invocando o interesse
público da medida e a necessidade de salvaguarda do direito à vida, à
integridade física e à propriedade dos cidadãos.
O líder representante da Religião X pretende colocar em causa o ato
normativo da Assembleia Regional dos Açores, questionando-se se o poderá
fazer por ser cidadão estrangeiro e, igualmente, se se poderá dirigir
directamente ao Tribunal Constitucional.

1. Quais os direitos em causa


 Direito de liberdade religiosa (artº 41º CRP + declaração universal
dos direitos do homem, convenção europeia dos direitos do
homem) – o facto de o movimento separatista X ter reivindicado a
explosão não implica o envolvimento de toda a religião X
 Artº 19º, nº 6 CRP

2. Quais os princípios em causa


 Princípio da proporcionalidade – aplicação do Estado de sítio a
todo o território, violação do artº 4 da Lei nº 44/86
 Princípio da igualdade – limitação de direitos da Religião X, em
violação do artº 2º, nº 2 da Lei nº 44/86

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 Resume: Direitos Fundamentais

3. Orgãos competentes para a prática do acto


 A competência para a declaração do Estado de sítio é do PR,
depois de ouvido o Governo e com autrorização da AR (artº 10º, nº
1 da Lei nº 44/86 e artº 138º CRP

4. Forma de reacção
 Artº 23 + artº 281, nº 2, d), 280, nº + 202 e 204 + 74 CRP - Tribunal
Constitucional através do provedor da justiça
 O facto de ser cidadão estrangeiro não implica qualquer diferênça
de tratamento (artº 15º, nº 1 CRP).
 Tutela jurisdicional

Exemplos:
 França a seguir aos atentados proibiu o uso de véu e burka e de
outros símbolos da religião islâmica – os muçulmanos reagiram e a lei
caiu.
 Inglaterra a seguir aos atentados pribiu genericamente a utilização de
vestes que prejudicassem a identificação dos indivíduos e a utilização
do sistema de CCTV – a lei manteve-se.

No estado de sítio e de emergência têm um único propósito: restabelecer a


normalidade constitucional e logo que tal aconteça, o estado de sítio e de
emergência deve desaparecer (artº 19º CRP).

O artº 19 da CRP não é uma norma habilitante, que autorize, que permita ou
estabeleça o poder para o Estado. Numa situação de guerra, efectiva ou
iminente, ou de calamidade pública, o Estado actua – tal como os cidadãos
(acção directa, legítima defesa). O artº 19 é uma norma limitadora da acção
do Estado (artº 19º, nº 1 CRP). Assim, para se restaurar a normalidade
constitucional é importante o artº 18, nº 2 CRP.

O nº 8 do artº 19º CRP não se dirige ao PR, ao Governo ou à AR – dirige-se


às restantes autoridades.

Quando o texto da hipótese refere “práticas religiosas”, ou seja, rezar, ir à


igreja, fazer a Primeira Comunhão, etc. E mesmo que essa religião incluisse

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 Resumo: Direitos Fundamentais

nas suas práticas religiosas actuações ou acto ilícitos (ex: colocação de


bombas), não são as práticas religiosas que são vedadas, mas sim os actos
incluídos nessas práticas religiosas que possam constituir ilícito criminal.

Ainda no primeiro parágrafo “suspendendo um vasto elenco de direitos,


liberdades e garantias”. A declaração do estado de sítio ou do estado de
emergência não pode suspender direitos, liberdades ou garantias – artº 19º,
nº 1 CRP. O que suspende é o exercício desses direitos, liberdades e
garantias (importante para eventual ponderação de indemnização) – mas os
direitos em si não podem ser suspensos porque a sua titularidade é individual
dos cidadãos.

“A AR, no âmbito do estado de sítio decidiu ainda que passaria a “Dirigir os


serviços e a actividade da administração directa do Estado, civil e militar,
superintender a administração indirecta e exercer a tutela sobre esta e sobre
a administração autónoma.” - Nº 7 do artº 19 + 184º + 199º, d) CRP

“Aprovou a Assembleia Regional dos Açores, simultaneamente, uma Lei que


restringe a liberdade religiosa naquele arquipélago, invocando o interesse
público da medida e a necessidade de salvaguarda do direito à vida, à
integridade física e à propriedade dos cidadãos.” – artº 165º, nº 1, b) + 227,
nº 1, a) – excluí esta matéria das competências das Assembleias Regionais.

“O líder representante da Religião X pretende colocar em causa o ato


normativo da Assembleia Regional dos Açores, questionando-se se o poderá
fazer por ser cidadão estrangeiro e, igualmente, se se poderá dirigir
directamente ao Tribunal Constitucional.” – artº 15º, nº 1.

20ª Aula - 10/01/2018:

Continuação da análise da hipótese da aula anterior


O acto normativo previa as razões que fundamentavam a restrição dos
direitos. A Assembleia Legislativa Regional não tem competência para
restringir direitos fundamentais.

“Aprovou a Assembleia Regional dos Açores, simultaneamente, uma Lei que

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 Resume: Direitos Fundamentais

restringe a liberdade religiosa naquele arquipélago, invocando o interesse


público da medida e a necessidade de salvaguarda do direito à vida, à
integridade física e à propriedade dos cidadãos”. Artº 18, nº 2 CRP + 112, nº
1 – porque é que uma lei da Assembleia legislativa não pode restringir?
Porque é da exclusiva competência da AR salvo autorização ao Governo,
algumas são passíveis de aprovação de decreto-legislativo regional - artº 227
CRP.

Artº 165, nº 1b) + artºs 227, 228 CRP – é o que esclarece a questão anterior,
porque apesar do 165, nº 1, b), não é só o Governo podendo ser também
uma das assembleias legislativas das regiões autónomas.

“O líder representante da Religião X pretende colocar em causa o ato


normativo da Assembleia Regional dos Açores, questionando-se se o poderá
fazer por ser cidadão estrangeiro e, igualmente, se se poderá dirigir
directamente ao Tribunal Constitucional.”

Artº 6 CRP – Portugal é um estado unitário pelo que qualquer pretenção de


indepência de uma parcela do território seria inconstitucional. O líder religioso
estrangeiro pode dirigir-se ao Tribunal Constitucional.

Artº 15 princípio da equiparação que não é absoluto obrigando-nos a


distinfuir os direitos políticos dos restantes e os cidadãos estrangeiros que
são ou não da EU, que são de expressão portuguesa pou não etc. Assim,
primeiro é necessário identificar o direito em causa – liberdade religiosa - artº
20º o nº 5 está integrado numa norma de teor negativo, estabelece o princpio
da tutela jurisdicional efectiva e o direito de acesso aos tribunais – é uma
abordaem negativa: o estado não pode impedir. Mas prevê o que é a acção
do Estado – a lei regulará, o estado definirá…

Titularidade do direito e apreciação da constitucionalidade da norma: Não


pode recorrer directamente mas pode suscitar a inconstitucionalidade da
norma junto dos demais tribunais - Artº 20, nº 1 CRP, artº 202 (é função dos
tribunais administrar a justiça), 204 e 280, nº 1 CRP + artº 70 Lei Orgânica do
Tribunal Constitucional (nº 28/82) – a odem de referência neste caso é esta
uma vez que se evoca o princípio da tutela jurisdicional efectiva – poder
difuso (e não concentrado) e poder de recurso. A seguir fala-se do artº 23

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 Resumo: Direitos Fundamentais

(Provedor de Justiça) fiscalização sucessiva abstracta (281, nº 2, d) e artº 15º


(cidadãos estrangeiro e apátridas que também são beneficiários destes
direitos).

A utilização do artº 282, nº 2 pode colocar em causa a hipótese de defesa da


pessoa por caducidade do direito uma vez que há um prazo para o exercício
dos direitos findo o qual, se não intentarem a acção em defesa do direito o
direito fica prejudicado.

Artº 20 – exercício do direito garantia para garantir o direito-direito ou o


direito-liberdade.

Artº 27 direito-direito (à liberdade) – possibilidade do exercício de um direito


por parte do seu titular.

Artº 41 – direito-liberdade – os que asseguram a autonomia do indivíduo na


sua acão para que possa actuar sem limitação por parte dos outros

Ex: Artº 47 – direito-liberdade à escolha de profissão

Direitos-garantia permitem assegurar o respeito pelo exercício dos direitos-


direitos e direitos-liberdades.

Se a norma não limita – a CRP é uma norma limitadora do poder do Estado,


não é uma norma habilitante.

Caso Prático
O Governo da República emanou, ao abrigo de uma lei de autorização
legislativa, um decreto regulamentar de acordo com o qual as candidatas ao
ensino superior deveriam realizar exames médicos, por razões de saúde
pública.
Imagine que, para manifestar a sua indignação, a Associação Académica de
Lisboa decide lançar o movimento “Exames? Só à sanidade de quem não
respeita as alunas!”, organizando para o efeito manifeestações diárias
durante uma semana frente à Assembleia da República, na qual também
participam estudantes estrangeiros. A PSP decidiu deter estes últimos com
fundamento na não titularidade do direito à manifestção durante a aludida

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 Resume: Direitos Fundamentais

semana, período findo o qual os apresentaria a Juíz.


Mais informou a PSP que a Associação Académica de Lisboa não é titular de
direitos fundamentais.

1. Quais os direitos em causa


 Artº 25 – direito à integridade física caso sejam exames intrusivos
 Direito de reunião e manifestação – artº 45
 Direito à liberdade – artº 27
 artº 21 + 4
 Associação Académica – artºs 46 + 51 + artº 18 (entidade privada)

2. Quais os princípios em causa


 Princípio da proporcionalidade –
 Princípio da igualdade – artº 13 (exames só às alunas e
 Princípio da Universalidade – artº 12 - prisão e proibição de
manifestação dos estrangeiros - Artº 15, nº 1, artº 48

3. Orgãos competentes para a prática do acto


 Não pode ser Decreto-regulamentar tem de ser decreto-lei – artº
112, nº 6 – artº 198, nº 1, b, 278, nº 1 (garantia de fiscalização
preventiva por parte do PR).

4. Forma de reacção
 Habeas corpus – artº 31

V. artºs 9, 16, 17, 43 e 74 CRP

O princípio da igualdade é instrumental relativamente aos direitos liberdades


e garantias. Em si mesmo, a invocação do princípio da igualdade não tem
valor – já a invocação do direito à igualdade tem validade.

Da mesma forma o princípio da universalidade cuja essência é asegurar o


respeito no tratamento dos direitos.

Direito de aprender
Integridade física – artº 25 (exames médicos)

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 Resumo: Direitos Fundamentais

Artº 165, nº 1.

Exemplo de afirmação da dignidade da pessoa humana:


Artº 59, nº 1, e) – subsídio de desemprego, para assegurar a dignidade da
pessoa humana.

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