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Tipos de DF e DH:
De um lado temos os direitos de liberdade e do outro os direitos sociais,
esta é a grande divisão dos DF como é a grande divisão dos DH, pois,
mesmo em termos esquemáticos, quando nós olhamos para o direito
internacional há dois grandes textos de direito humanos no plano
universal, global, mundial, que são dois pactos, um é o pacto de direitos
civis(pessoais) e políticos, e do outro lado outro pacto com a mesma data,
feito em conjunto, negociado em conjunto mas são dois pactos/tratados,
que é o pacto internacional de direitos económicos sociais e culturais,
portanto no plano internacional não há nenhuma dúvida sobre essa
divisão que é a divisão básica desta matéria. Tentou-se fazer um único
pacto e não se conseguiu ou pelo menos se preferiu perante aos factos
que se estavam a apresentar, fazer dois pactos para quem quisesse
assinava apenas um e quem quisesse assinava os dois, porque muitos
estados não têm direitos sociais, e se fizessem um só tratado se corria o
risco de alguns estados não querem fazer parte, ou vincular-se a esses
pactos porte também tinham direitos sociais. No plano interno da
constituição portuguesa a divisão também é obvia só que a CRP tem
alguns desvios e, portanto, fica menos claro, mas de um modo geral a CRP
também tem essa divisão mas não é tão rigorosa.
A constituição portuguesa tem uns desvios tem uns intorces e assim fica
menos claro, mas a constituição PT também tem essa divisão dos direitos
fundamentais, de um lado tem os direitos de liberdades e garantias, e do
outro os direitos sociais econômicos e sociais, o que q acontece é que na
CRP essa divisão não é tão rigorosa, porque dentro dos DLG há alguns que
são direitos sociais, isso acontece porque ao legislar quiseram proteger
aqueles direitos sociais e a forma de os proteger era dar-lhes um regime
mais protetor que o é o regime que tem os DLG pois são mais difíceis de
restringir, suspender, não podem ser retirados da CRP numa revisão
constitucional, esse é o regime dos DLG o que se pensou foi colocar alguns
direitos sociais na mesma área para adquirem essa proteção é por essa
razão que essa divisão não é igual a do direito internacional, mas ainda
assim percebe-se que de um lado está um tipo de direitos e do outro
outros. A diferença essência passa pelas características acima
mencionadas dos direitos F. , nós atribuímos essas características a
totalidade dos DF e dos DH mas na verdade é que são sobretudo os DLG
que têm essas características como o direito ser subjetivo, os direitos
sociais não as têm ou têm menos porque são direitos muito mais
exigentes, sobretudo no plano dos recursos financeiros pois para esses
direitos existirem o estado precisa de recursos e muitos, depois há
questões filosóficas, que o próprio estado mesmo tendo recursos não quer
ter direitos sociais, como é o caso do EUA pois para haver direitos
fundamentais a sério os impostos têm de ser muito elevados como é na
Dinamarca e Finlândia por exemplo, é um modelo de impostostos muito
elevado, mas em contrapartida têm um estado social em que as pessoas
têm todos os serviços gratuitos (saúde, educação…) depois temos o
modelo liberal que é o modelo americano não pagam quase impostos
nenhuns e não têm esses serviços, estes são pagos são dois regimes muito
diferentes, mais direitos sociais mais impostos, menos direitos sociais
menos impostos. Enquanto que os direitos de liberdade são direitos que
nós não podemos contornar, ou deixar de ter, não dá para imaginar um
estado de direitos fundamentais ou DH que não os tenha, já os direitos
sociais, há estados que entendem que devem ter há estados que não, é
uma construção filosófica, maioritariamente hoje as soluções
encaminham-se para a existência de direitos sociais mas na maior parte
dos estado fica apenas escrita no papel como por exemplo nos países que
foram colônias portuguesas, os direitos sociais estão escritos nas
constituições, mas na prática não se vê aplicado, portanto, há diferenças
entre ter o direito social na constituição e a sua efetividade. Para efetivar
os DLG exigem-se menos custos comparando com os direitos sociais, são
direitos com natureza diferente, e é por isso que as constituições
tecnicamente não podem dizer exatamente o mesmo, na aparência temos
o mesmo tipo de tratamento, mas depois quando vamos ver com detalhe
percebemos que não é assim ex: na CRP há dois três artigos essenciais a
dividirem esse direito, art.18° art.19º e o art. 288° do quando olhamos
para eles vemos que o que está lá escrito em bom rigor não é direitos
fundamentais, estão na parte dos DLG(vinculam as entidades públicas e
privadas, têm aplicabilidade direta, não precisão de leis ordinárias, só
podem ser restringidos, condicionados quando esteja em causa a defesa
de outro direito, só podem ser suspensos em caso de estado de sítio ou
estado de emergência, os DLG não podem ser revistos no sentido da
ablação, da redução da sua respetiva extensão muito menos no sentido da
sua iluminação, esse é o regime dos DLG. Os direitos sociais não têm
regime nenhum na constituição em nenhum ponto da constituição se diz
que eles são vinculativos, que têm aplicabilidade direta, que não podem
ser livremente restringidos, que não podem ser livremente suspensos, e
que art. 288º se diz que não podem ser retirados da constituição numa
revisão constitucional, portanto nós temos dois mundos, em que um há
uma preocupação extrema por parte da constituição para proteger os DLG
e depois vemos um relativo desinteresse na parte dos direitos sociais, e é
o que acontece no direito internacional. O que é considerado um grande
problema dos DF e DH nos dias de hoje porque vivemos uma época mais
“socializante”, mais preocupado com esse tipo de direitos, portanto a
componente liberal hoje está mais ausente, mas não desapareceu
completamente.
Essa tripartição Direitos () Liberdades () Garantias (é instrumental dos
direitos e das liberdades, portanto, quando temos esta expressão na
Constituição, há mecanismos que se destinam a salvaguardar, propiciar o
exercício desses direitos e dessas liberdades). O Regime dos direitos são
iguais aos regimes das liberdades e o regime das liberdades é igual ao das
garantias.
Hierarquia e prevalência dos Direitos Humanos e dos
Direitos Fundamentais
A divisão essencial é entre aqueles que defendem que por trás dessa
aparente diferença de regime na verdade escondesse a unidade dos
direitos fundamentais, ou seja a constituição num teria dito, teria dito o
contrário, mas a verdade é que teríamos ali direitos fundamentais que
tudo visto com muito cuidado se conseguiria reconduzir tudo a um regime
comum é que por trás esconde um regime comum (tese unitária). Apesar
do que a constituição diz, ou contrária a mesma essa doutrina consegue
juridicamente defender isso.
Há outra posição absolutamente oposta que é dizer que: Não só não são
parecidos, como os direitos sociais não são direitos, não chegam ao
patamar dos direitos, ou seja, um DF tem de ser um direito subjetivos, os
direitos sociais não são direitos subjetivos, são menos que direitos
subjetivos. São essas as duas posições que se confrontam.
O resto da doutrina tem posições intermedias entre estes dois, mas
mesmo não há sequer duas que são iguais porque umas são mais viradas
para um e outras para o outro. No fundo as teses intermedias dizem que a
constituição tem dois tipos de direitos completamente diferentes são
completamente diferentes, portanto recusa a primeira tese, mas ao
mesmo tipo diz que são direitos, portanto recusa a segunda tese, logo fica
no meio.
Problemas da 1ª tese:
-O estado pode não ter recursos e se não tem recursos não há direitos. Se
se entender que os direitos vêm da constituição já não se pode fazer desta
maneira.
Problemas da 2ª tese
As teses intermedias são mais fáceis de perceber estão neste meio. Cada
autor tem uma posição.
A primeira tese entende que os direitos sociais só podem crescer não pode
haver retrocesso de direitos sociais, ou seja, se a lei consagra esses direitos
criar e dar os direitos, depois não pode retirar das pessoas não pode voltar
atrás.
Se defendermos que os direitos sociais podem ser criados ou não criados
de uma forma, mais extensa ou menos extensa pelo legislador, também
tem que entender que nalguns casos o legislador quererá ir mais longe e
noutros mais perto.
Se defendermos a construção do não retrocesso dos direitos sociais
também apagamos a democracia. Essa construção talvez faça sentido para
quem defende um sistema político menos democrático, porque o contrário
não seria possível.
Para quem, defende uma democracia é difícil defender essa tese, tem de
se deixar aos partidos, as pessoas ao povo, a liberdade de decidir alguma
coisa
A conceção do não retrocesso que esses autores defendem como Jorge
Reis Novais e a professora Cristina Queiroz leva-nos a um problema
complicado.
O prof. Defende que possa haver a regressão, que os direitos podem ser
criados, retirados, eliminados, podem crescer mais, podem crescer menos,
podem ter retrocesso e não apenas em função de haver dinheiro ou não,
em função de as pessoas querem que assim seja ou de quererem o
contrário.
Estas teses são muito contraditórias entre si, mas podemos defender o
que quisermos por não estar regulada certa parte na constituição.
O problema da constituição:
Aparentemente quando olhamos para a constituição parece social, mas na
verdade não é, pois, o regime dos direitos sociais não concretiza nada,
nem a aplicabilidade direta, não são vinculativos, podem ser livremente
restringidos, podem ser suspensos sem estado de sítio ou emergência, a
constituição não impede a sua eliminação numa revisão constitucional, a
constituição também não defende. Na essência aquilo que a constituição
traz, obriga, constitui, é relativamente pouco.
Há certas construções que têm efeitos, como nos tribunais e essa é uma
delas.
São direitos que têm grandes afinidades com os DLG mas em termos de
organização, localização sistemática estão espalhados pelas constituição
como antes do catalogo, antes do art. 24º já encontramos art. de natureza
análoga , na parte da organização económica, na parte da organização do
poder politico e na parte da garantia da constituição, são em termos de
natureza iguais aos DLG o problema não é saber o que são e sim quais são,
e se chegarmos a conclusão que são direitos de natureza análoga
aplicamos o art. 17º que diz que é aplicado o regime dos DLG. Juntamos o
18º com 17º. A questão é que como os DNA estão deslocados, espalhados
pela constituição, como é que chegamos a conclusão se um direito é ou
não de natureza análoga, temos de partir da própria noção de direito de
natureza análoga e ai começa a dificuldade, porque a constituição não tem
um tipo homogéneo de direitos de um lado e um tipo homogéneo de
direitos do outro lado, ou seja, quando olhamos para o direito
internacional e há um tratado internacional sobre direitos de liberdades de
um lado separado, e do outro separado daquele, um tratado sobre direitos
sociais, portanto temos uma divisão ao meio, não temos nenhuma
confusão, ou são direitos de liberdade ou são direitos sociais. A
constituição não faz isso, chama a todos de DLG e dentro destes tem os
direitos de liberdade pessoais, os direitos de liberdade políticos e os DLG
dos trabalhadores qual é o problema direitos liberdades e garantias dos
trabalhadores já não são direitos são uma omissão pela razão óbvia que
eles são direitos sociais que forma ali enxertados, porque têm um regime
mais favorável portanto é mais difícil alterá-los é mais difícil restringi-los é
mais difícil porventura eliminá-los da Constituição sendo direitos
liberdades e garantias têm o regime dos outros direitos liberdades e
garantias que é um regime muito favorável por isso é que eles estão. Agora
se nós queremos ir a procura de direitos análogos a aquilo temos o
problema da categoria não ser uma categoria homogénea são análogos a
quê é? porque são direitos negativos ou porque são direitos positivos?
onde é que está analogia? tem que escolher uma das 2 coisas a
Constituição não nos dá critério nenhum ou seja, a única forma de apesar
de tudo se conseguir chegar a alguma conclusão é dividi-los, assim sendo
há 3 tipos de direitos de natureza análoga: direitos de natureza análoga
aos direitos pessoais; direitos políticos de natureza análoga; direitos que
são análogos aos direitos dos trabalhadores. É difícil fazer essa separação
porque os direitos têm muitas características, e para cada direito que
aparece na constituição temos de ver quais são as características e se se
enquadram nos DLG. A consequência dessa divisão é que há quem
entenda que certos direitos são direitos de natureza análoga e há quem
entenda que não.
Esta não é a solução ideal o facto de cada autor ter a sua lista traz
problemas, aos destinatários dos direitos e aos tribunais, pois não
sabemos o que os tribunais vão seguir, pois depende da divisão que cada
um acha mais correta, assim a segurança jurídica é colocada em causa. O
problema é que se é considerado um direito análogo, vai ter um regime
ótimo dos DLG que os dá certas garantias e seguranças que os outros
direitos não têm, o que pode depois não ser justo na tomada de decisões
quando um juiz vai considerar e o outro vai considerar que não é direito
análogo, assim já não é aplicado o regime dos DLG e a sua segurança. O
tribunal constitucional tem 90% dos casos em sede de fiscalização
concreta é o 288º da CRP que está em causa, que funciona em sede de
recurso de um tribunal qualquer, e qualquer matéria, desde que ofenda
um direito fundamental. Por isso é que se diz que o tribunal constitucional
é um tribunal de direitos fundamentais.