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E o direito civil tem de ser caracterizador nas primeiras aulas temos que tentar perceber o que
é o direito civil:
É um ramo do direito privado e dentro do direito privado é um direito geral e um direito mãe.
As nossas primeiras aulas (terça feira) serão dedicadas a tentar perceber o que é o direito civil
enquanto ramo do direito privado e depois vamos estar mais aptos porque falamos de uma
teoria geral do direito civil (porque o direito civil é amplo e por ser amplo recebe uma
generalização, etc.)
Teoria geral porque se vai aplicar a todo os ramos dentro do direito civil.
Depois isto não nos diz nada sobre o que é verdadeiramente o direito e depois vamos
caracterizar mais o direito civil e vemos que é o direito que afeta mais o ser humano (afeta-o
desde a sua vida até depois da sua morte).
Desde antes do nascimento até a sua pós-morte (ex.: profanar cadáveres, os bens dos mortos,
não podemos difamar um morto)
Durante a nossa vida o direito civil acompanha-nos diretamente no nosso dia a dia.
Quando nós saímos da civil e quisermos ir tomar uma agua nos estamos a celebrar um
contrato com quem explorar o bar ex.
Muitas vezes as pessoas pensam que o contrato envolve um papel e caneta, mas não. A cada
instante usufruimos de uma série de contrato que celebramos. O direito civil acompanha-nos o
temos que perceber o que é.
Temos que entender as circulações do CC mas isso não chega porque o CC vai mudando e os
juristas têm que se adaptar. (ex.: regime estudado nas aulas pode deixar de existir)
Mais importante do que perceber as normas é perceber o que está por de trás das normas (os
seus princípios). Portanto uma das matérias é perceber os princípios fundamentais do direito
civil podendo assim caracterizar melhor este direito.
Vamos perceber que no centro do direito civil temos um conceito chave – relação jurídico e
vamos ver a sua noção, modalidades, elementos e depois a sua estrutura interna.
Relação da vida social regfulada pelo direito mediante a atribuição a um sujeito de um direito e
a sujeição a um sujeito de um dever. ( se o antónio é credor então o bernardo é devedor – se
sou titular do direito à vida então do outro lado há aqueles que têm de respeitar esse meu
direito)
Mas o direito não é constante olhamos para a personalidade jurídica não estática mas
dinâmica com a aquisição de direitos, extinção,etc.=
Depois vamos repensar que esta relação jurídica se estrutura com vários elementos (ex.:
sujeitos) e tem que incidir sobre alguma coisa (objeto da relação jurídica) esta que tem de
surgir do facto jurídica e depois a garantia da relação jurídica.
No primeiro semestre só vamos estudar os sujeitos da relação jurídico e o resto fica para o
segundo semestro referindo só essa garantia levemente e maior parte fica para o direito
processual.
Vamos estudar nos sujeitos as pessoas singulares e coletivas e não há possibilidade de surgir
mais sujeitos da relação jurídica? No nosso tempo atual temos outras discussões como se os
animais podem ser sujeitos de direito e os algoritmos podem ser sujeitos de direito.
Anyways sobre estas duas primeiras vamos estudar muito e saber sobre a personalidade
jurídica e entender quase se ganha esta, quando cessa (ex.: com a morte e vamos os critérios
jurídicos da morte, etc.).
Vamos estudar outras situações onde o cadáver não apareceu mas as circunstância foram tais
em que não podemos duvidar que a pessoa morreu.
Vamos estudar o direito de personalidade que hoje em dia é uma matéria de relevo. Vamos
estudar a capacidade de gozo de direitos. Capacidade de exercício a capacidade de exercer os
seus direitos (adquirida aos 18 anos mas mesmo assim podem continuar a haver pessoas que
precisam algum cuidade (pessoas com doenças demenciais, etc – regime de acompanhamente
de maiores debilitados – não tirando o exercício mas que a pessoa age com uma
representação ou autorização de alguém).
Como não temos matérias práticas e aulas práticas dadas pela professor transformamos aulas
práticas de sexta em teóricas para termos tempo para tudo. À sexta teríamos às 2:15-4:15 e
depois 1h fazendo 3. Próxima semana sexta começa às 2:30 às 4:30 para ganharmos 1 horas.
As aulas práticas são excelentes mas com as práticas de DA temos uma alternativa. As práticas
não começam ainda para a semana porque não há matéria subjacente ainda para começar a
dar mais aulas.
A professora quer que as aulas sejam dialogos e que qualquer duvida que tenhamos devemos
apresentar.
Primeira vamos analisar o direito civil do ponto de vista formal e sistemático e depois material
Formal e sistemático
Se dizemos isso temos que saber desde logo a diferença entre direito público e privado
Direito público vs direito privado – clássica dicotomia mas que ao longo dos tempos esteve em
volta de alguma controvérsia e isso quer dizer que podemos ser confrontados com diversas
doutrinas que estabelecem diferentes critérios para esta distinção:
1ªteoria – teoria ou doutrina dos interesses (Não tem a haver com a jurisprudência dos
interesses)
A doutrina ou teoria dos interesses vem nos dizer que são normas do direito público aquelas
que tutelam interesses públicos. As de privado tutelam interesses particulares.
Críticas:
-O critério é simples, não obstante ele não pode ser aceite porque desde logo porque
encontramos normas de direito privado que tutelam interesses públicos (mais à frente vamos
estudar os contratos que é um acordo entre duas pessoas com vista à produção de efeitos
práticos que querem ver juridicamente ressalvado que não precisa de ser em regra
dependente de qualquer forma ao contrário do comumente acreditado – regra da liberdade
de forma. Há certas exceções em que o legislador exige uma forma – compra e venda de uma
casa por exemplo em que impõe uma celebração de um contrato através de escrito particular
autenticado ou escritura. Esta é uma norma que tutela interesses particulares e público.
-Há deternminadas normas de direito público que tutelam também ineteresses particulares
(ex.: direito penal é direito pública mas a norma do DP que impune o homicídio tutela
interesses públicos e particulares (está em tutela o bem de vida jurídica de cada um de nós)
Isto significa que o critério não nos serve. O que se tentou foi corrigir de algum modo este
critério e a correção deste determinou o surgimento de um segundo critério – surgindo a
teoria do interesse dominante/prevalecente:
Vem-nos dizer que as normas de direito público tutelam em primeira linha preferencialmente
interesses públicos e as normas de direito privado tutelam em primeira linha
preferencialmente interesses particulares. De algum modo já escapamos à crítica da primeira
teoria mas ainda assim esta teoria falha e não pode ser aceite como critério distintitvo entre
este
Críticas:
-Através da interpretação da norma podemos aceder aos interesses subjacentes da norma mas
é difícil nós hierarquizar-mos os interesses. A norma tutela-os articuladamente e
harmonizadamente e, portanto, pode ser difícil estabelecer tal hierarquia.
-Continuamos a perceber que há normas de direito privada que parece que em primeiro lugar
estão a tutelar interesses públicos se conseguíssemos estabelecer tal hierarquia (ex.: maioria
das normas imperativas (que não podem ser afastadas daqueles a quem se destina), normas
respeitantes às fundações sendo que este regime é moldado segundo um interesse público.
Chegasse à conclusão que segundo estes critérios objetivos porque têm em conta a norma não
servem.
Vamos tentar pensar noutros critérios e surgem critérios subjetivos porque atendem não ao
objeto da norma mas aos sujeitos afetados pela norma
-Encontramos normas de direito público que regulam relações em que os sujeitos estão numa
relação de paridade (ex.: relação entre estados onde estão no mesmo plano, normas que
disciplinam relações entre autarquias locais) todos estes estão no mesmo plano e são normas
de direito público.
-Há normas de direito privado que regulam relações entre sujeitos que estão numa relação de
suprainfraordenação em que o patamar não é de total igualdade (ex.: direito de trabalho, no
âmbito do direito privado especial, estabelecem-se relações que não são de paridade; no
âmbito do direito da família nós encontramos disciplinada a relação entre pais e filhos onde os
filhos têm o dever de obediência aos pais e não é portanto paritária)
É subjetivo e vai-nos dizer que as normas do direito privado são aquelas que disciplinam
relações entre particulares e as de direito público são aqueles que disciplinam as relações
entre particulares e o estado ou entre público entre si.
-Há determinadas normas que disciplinam situações em que são os particulares que se
relacionam entre si e são normas de direito público. Há situações em que os particulares se
relacionam entre si por meio de normas de direito público (ex.: normas que disciplinam os
concursos de acesso ao emprego público e permitem que os particulares se relacionem entre
si a partir do direito público)
Senão posso atender à identidade dos sujeitos para distinguir o direito e o privado vamos ter
de atender à qualidade dos sujeitos e essa é a última teoria
São normas de direito público aquelas que disciplinam as relações particulares e o estado,
particulares e outros entes públicos ou entre entes públicos entre si desde que o estado ou os
outros entes públicos surjam munidos em ius imperium (poder de imperium). Ius imperium
traduz-se no poder de emitir comandos vinculativos executáveis pela força se necessário
contra aqueles a quem se dirigem, o poder que um determinado ente tem de emitir um
comando vinculativo contra destinatários. Força não é necessariamente força bruta, mas há
mecanismo coercitivos para executar tal comando.
-Há determinadas normas que é difícil nós percebermos porque é que elas se integram no
direito público com base neste critério apesar de não haver dúvidas que são de direito público.
(normas que disciplinam a atribuição de determinados subsídios e subvenções).
Não obstante estas fragilidades deste critério parece que é acolhido no nosso ordenamento
jurídico e conseguimos percebê-lo através de alguns artigos do C.C:
-Artigo 501 do C.C O (Estado e demais pessoas coletivas públicas, quando haja danos
causados a terceiro pelos seus órgãos, agentes ou representantes no exercício de
atividades de gestão privada, respondem civilmente par esses danos nos termos em que
os comitentes respondem pelos danos causados pelos seus comissários.) – quando
alguém causa um dano a alguém a resposta do direito civil normalmente trás a obrigação
de indemnizar o sujeito danado.
O artigo 500 do C.C diz que no caso das pessoas coletivas (não age por si mas tem órgão
que age pela pessoa coletiva) também poderá ter que indemnizar o sujeito pelas ações de
seu órgão.
Se a pessoa morrer sem deixar testamentos os bens são deixados nesta ordem
Na fusão destes o estado aparece como um particular e cabe no direito privado outro
exemplo é:
-artigo 1304 do C.C (O domínio das coisas pertencentes ao Estado ou a quaisquer outras
pessoas coletivas públicas está igualmente sujeito às disposições deste código em tudo o
que não for especialmente regulado e não contrarie a natureza própria daquele domínio.)
Diz-nos que relativamente ao estado temos bens que pertencem ao domínio público do
estado e outros que não e se não pertencerem ao domínio público do estado é aplicado o
regime do código civil.
-Fruto da complexificação da vida social surgem hoje novos ramos do direito que são
integrados que por normas de direito público ou privado, ou seja, tradicionalmente
tínhamos ramos de direito público e ramos de direito privado, mas agora temos ramos de
direito vamos ter a concorrência para o compor de normas de direito público e normas de
direito privado como o direito do consumo. O direito de consumo é composto
preferencialmente por normas de direito privada, mas também por normas de direito
público.
Apesar disto devemos manter a distinção entre o direito privada e público porque é
importante do ponto de vista teórico e prático e porque?
-Porque se o problema for de regime de direito público ou privado o regime aplicável pode
ser diferente
Esta autonomia do direito privado é por vezes posta em causa por correntes que têm vindo
a falar da constitucionalização do direito privado (um impacto tão forte do direito
constitucional na relação dos privadas que chegam a ponderar a constitucionalizar o direito
privado). Quais são os índices desse impacto:
-As normas de direito civil têm que se mostrar compatíveis com a constituição (senão são
desaplicadas).
-A nossa CRP consagra no seu artigo 18 uma solução importante ao dizer que DLG são
diretamente opuníveis/invocáveis nas relações entre privados.(impacto direto ao nível do
direito privado)
(ex.: artigo 280 do C.C – (1. É nulo o negócio jurídico cujo objecto seja física ou legalmente
impossível, contrário à lei ou indeterminável.
2. É nulo o negócio contrário à ordem pública, ou ofensivo dos bons costumes.)
Para podermos concretizar este conceito geral da ordem público vamos ter que recorrer
aos princípios constitucionais – um contrato no qual uma pessao se obriga em troca de
uma determinada prestação a não casar ou não ter filhos contraiaria este ordem público e
concretizariamos esta ordem pública segundo os princípios encontrados na ordem
constitucional. O direito privado mantém então a sua intencionalidade contrariando essa
constitucionalização.
Vamos estudar mais tarde o princípio da igualdade ao nível de direito civil com um âmbito
diferente do artigo 13 da constituição pois na sua raiz o direito civil na sua raiz é
desigualitário e discriminatório. Isto no sentido onde no direito privado há liberdade e um
pode agir como quer dentro da lei podendo vender um computador a um terceiro em
detrimento do senhor B porque não gosta dele simplesmente enquanto no direito público
não pode haver nada disso. Agora se há preconceito racial, etc. há um abuso de liberdade,
etc.
Depois o C.C tem sanções próprias. Quando se viola a constituição incorre numa
inconstitucionalidade e no C.C tem os próprios.
O DC surge no direito privado geral porque em todo o direito privado surge direito civil,
antigamente era o direito de cidadãos o atual direito civil. Todo o direito era antigamente,
direito civil.
Agora nem todo o direito privado é geral agora pois há medida que se foram complexando
determinadas necessidades foram necessárias criar regras especiais que se foram
agrupando e constituindo um corpo autónomo e coesa e acabaram por formar ramos de
especialização de direito privado especiais (ex.: inicialmente todo o direito era direito de
cidadãos, direito civil mas depois a atividade mercantil começa a desenvolver-se muito e
traz exigências dos mercadores e queriam tornar tudo mais célere pelas limitações que o
direito civil normal lhes trazia e criaram regra aplicadas especialmente aos mercados e
foram se criando e agrupando até se autonomizar naquilo que hoje é o direito comercial
isto numa visão simplificada do que é o direito comercial; com a revolução industrial surge
uma classe operário suprimida e houve uma necessidade de tutelar de uma forma mais
intensa os trabalhadores e surgem regras especiais que ganham uma coerência e unidade
interna que dão origem ao direito de trabalho).
Agora deixamos de lado o direito público e observamos agora o interior do direito privado
onde temos o direito civil como direito privado geral e depois vários ramos especiais.
O direito civil como direito privado geral pode ser considerado direito mãe porque surge da
autonomização de outros ramos, mas como mãe os outros ramos de direito apesar de
autónomos sempre que há uma lacuna pode se aplicar o direito geral ou seja o direito civil.
Se o direito comercial tiver alguma coisa a dizer sobre o problema da forma diz “senão
aplica-se a regra geral do direito civil
O Direito civil trata das relações entre particulares no seu quotidiano e regula estas
relações em todas as dimensões da vida. É o ramo de direito que atinge mais
intensamente e extensamente o homem. Antes de nascer e depois de morrer-
extensamente. Atinge-nos aspetos pessoais e todas as relações negociais do quotidiano-
intensamente.
Os sujeitos que aparecem não são qualquer sujeitos. Cada um de nós para o direito civil
não é um mero indivíduo mas sim pessoa porque o direito civil coloca no centro da sua
disciplina a pessoa podemos dizer que ele não é neutro do ponto de vista axiológico.
Como materialmente se constitui o direito civil
O que é isto de ser pessoa? Durante muito tempo o homem foi considerado um mero
indivíduo, o iluminismo forjou o indivíduo. Era um na sua bolha jurídica e tudo bem desde
que não afetasse outra. Depois percebeu-se que o homem não podia ser concebido
apenas como indivíduo, mas como pessoa. Este ser de pessoa é um ser de relação onde
se diz que cada um de nós não se consegue desenvolver no seu isolamento e somos um
ser de relação e é através do outro que o eu se reconhece como inteiramente digno.
-Vai reconhecer o direito civil, o ser humano como um ser que tem uma dignidade própria
e originária;
Todas estas ideias do personalismo éticos vamos compreender melhor à medida que
estudamos.
Vamos continuar a nossa tentativa de perceber o que é o direito civil
Os princípios fundamentais que vamos estudar hoje tmabém são designados por esta
ideia de pessoa não confundir com a ideia de indivíduo. A pessoa é ela própria uma
categoria ético axiológica,
-Direito subjetivo (que vamos estudar mais tarde) – confere um poder e quando exerço um
poder exerço a minha liberdade e autonomia,
Vem dizer-nos que o sujeito é iminentemente livre no âmbito do direito privado. A primeira
coisa que temos de fazer é saber como entendemos esta liberdade porque não foi sempre
entendido do mesmo modo. Hoje concebemos a liberdade com várias dimensões. No
período iluminista era entendida como uma liberdade negativa “o sujeito não podia ser
obrigado a fazer algo que não quisesse” haveria uma restrição à liberdade sempre que
houvesse uma sobreposição heterónoma. Não havia qualquer obstáculo à sua usufruição
das necessidades, etc.
Hoje encontramos esta liberdade negativa mas também uma liberdade positiva entendida
de um modo formal – esta liberdade positiva é a possibilidade que cada um tem de optar
entre diversas alternativas de ação/de fazer as suas próprias escolhas no fundo.
Isto não chega para definir a nossa liberdade... Isto porque o direito em si não é uma pura
forma e o direito não pode admitir tudo. A liberdade que é tolerada ao nível do direito civil é
uma liberdade que tem um conteúdo ético-axiológico. Ou seja, é a liberdade não do
indivíduo que vê outro como um obstáculo mas sim a liberdade da pessoa, pessoa que só
se realiza no encontro com o outro e isto tem 2 consequências fundamentais:
A liberdade não é vista como a liberdade perante o outro mas sim a liberdade agora
envolve ela a responsabilidade.
-Direitos da personalidade (direitos sobre nós próprios e bens da nossa personalidade (ex.:
direito à vida, etc.) e há alguma margem de liberdade pois podemos limitar os nossos
direitos de liberdades através do chamado consentimento (ex.: vou cortar o cabelo e se
alguém cortar o cabelo sem a minha autorização está a praticar um ato ilícito, mas como
autorizei não). Mas vamos estudar que há limites para os limites e essa limitação fica
condicionada pelos limites da ordem pública, pelos limites dos bons costumes, e os limites
da salvaguarda da pessoa. Aqui vemos que nos limites da liberdade o sujeito pode fazer
muita mas não tudo neste domínio.
-Direito da família tem uma ampla margem de liberdade pois um pode decidir com quem e
quando quer casar, quando quiser acabar a relação de matrimónio e qual o regime de
bens. Mas depois a liberdade acaba aqui pois quando casa há certas restrições de
liberdade de estabelecimento da relação. (ex.: um pai não pode acabar com o estatuto de
relações familiares com o filho).
-Direito real (das coisas) – no âmbito dos direitos reais há uma margem de liberdade pois
podemos decidir se queremos adquirir ou não a propriedade e podemos exercer os nossos
direitos dentro de determinados limites, mas o legislador cria um princípio de tipicidade. Há
um princípio de tipicidade no que diz respeito à forma de aquisição desses direitos reais.
Só pode ser considerado direito real aquilo que o legislador considerou como tal e só
podemos adquirir direitos reais a partir das formas estabelecidas pelo legislador.
-Direito das sucessões – o direito que regula o fenómeno sucessório, o que vai acontecer
aos bens da pessoa depois da sua morte. Podemos aqui ver liberdade do sujeito para
celebrar um testamento e nesse testamento pode decidir a quem pode deixar os seus
bens, mas não tem toda a liberdade do mundo pois há um limite de bens para a disposição
sucessória e isso incorre na legítima e essa é a quota indisponível dos bens do sujeito
porque obrigatoriamente uma parte dos seus bens tem de ser atribuída aos seus herdeiros
legitimários (filhos e cônjuge).
-Direito das obrigações- o direito das obrigações incide nos direitos de crédito ou
obrigacionais (traduzem-se no poder que o sujeito tem de exigir de outro a realização de
uma prestação). Pode ser a entrega de uma coisa, a realização de uma tarefa, o
pagamento de uma quantia em dinheiro, etc. É no âmbito deste direito que a ideia de
autonomia privada se agiganta e dentro deste direito nós vamos depois confrontar-nos
com duas figuras (os negócios jurídicos unilaterais e os contratos)
Os negócios jurídicos são sempre manifestações de vontade, num ato jurídico voluntário
que visa a produção de determinados efeitos práticos sobre tutela do direito. Esta vontade
é declarada através das chamadas declarações negociais. E há determinados negócios
que são compostos por apenas uma declaração negocial ou várias no mesmo sentido.
Estes negócios jurídicos estão sujeitos a um princípio de tipicidade pois isto afeta um
sujeito e sendo unilateral (ex.: testamento) deve ser tipificado pelo legislador para não
haver abuso de liberdades.
mas isto conhece limites (ex.: Há situações em que há o dever de contratar (ex.: o
contrato de seguro de responsabilidade civil automóvel é obrigatório pois todos
aqueles que querem circular com o seu automóvel têm que celebrar este
contrario); se estivermos no âmbito nos serviços públicos essenciais (Luz, àgua,
gás) a lei 23/96 impõe a obrigatoriedade de celebração de contrato e os
prestadores de serviços não podem eximir-se à celebração deste contrato (Se
quiser energia em casa a EDP não pode recusar tal serviço); há outras situações
também onde se tem entendido que em determinados contextos em que
determinadas empresas funcionam em regime monopolistas pode haver
efetivamente um dever de celebrar contrato; em determinadas profissões liberais,
determinadamente médicos, pode haver casos onde o médico não possa recusar a
celebração do contrato de prestação de serviços médicos)
1. Os pais e avós não podem vender a filhos ou netos, se os outros filhos ou netos não
consentirem na venda; o consentimento dos descendentes, quando não possa ser
prestado ou seja recusado, é susceptível de suprimento judicial.
2. A venda feita com quebra do que preceitua o número anterior é anulável; a anulação
pode ser pedida pelos filhos ou netos que não deram o seu consentimento, dentro do
prazo de um ano a contar do conhecimento da celebração do contrato, ou do termo da
incapacidade, se forem incapazes.
3. A proibição não abrange a dação em cumprimento feita pelo ascendente.)
Diz que o senhor tem 2 filhos B e C não pode vender apartamento a B sem autorização de
C. Isto não vale para doações mas para negócios onerosos sim. O legislador fala da
compra e venda mas não da doação porque quando o pai morre os filhos são herdeiros
legitimários e cada um dos filhos terá direito a uma quota indisponível e isso pode
significar que quando é feita a partilha pos mortum vai ter em conta a doação feita em vida.
O que pode se fazer é o pai fingir que está a vender mas na verdade estava a doar e
contornar este problema na partilha e para contornar esse truque faz essa restrição a
liberdade de disposição relativamente aos netos.
Segundo limite segundo aquele que incorre dos direitos legais de preferência.
(ex.:Imaginemos que o sujeito A tem um contrato de arrendamento com o sujeito
B. A certa altura A decide que quer vender o apartamento arrendado por 100.00
euros. Em regra decide com quer que contratar essa venda mas o arrendatário tem
o direito legal de preferêncai e quando A quiser vender o apartamento tem que
comunicar a A que quer vender e as condições dessa venda podendo B preferido e
ser o comprador preferencial. A pode escolher se B não escolher preferir)
-A liberdade conformação do conteúdo do contrato. Isto quer dizer que eu posso criar
o conteúdo do contrato que quiser (artigo 405 do CC -1. Dentro dos limites da lei, as partes
têm a faculdade de fixar livremente o conteúdo dos contratos, celebrar contratos diferentes
dos previstos neste código ou incluir nestes as cláusulas que lhes aprouver.
2. As partes podem ainda reunir no mesmo contrato regras de dois ou mais negócios, total
ou parcialmente regulados na lei.)
Há normas imperativos, há normas que não podem ser afastadas das partes
Os limites impostos à liberdade do negócio jurídico referido no artigo 280 - 1. É
nulo o negócio jurídico cujo objecto seja física ou legalmente impossível, contrário
à lei ou indeterminável.
2. É nulo o negócio contrário à ordem pública, ou ofensivo dos bons costumes.)
Os limites impostos pela boa fé – boa fé é outro princípio fundamental que vamos
estudar a seguir (remissão para o próximos episódios)
Limites impostos pelos contratos de adesão (pelo recurso aos contratos de
adesão) – os contratos de adesão são uma realidade negocial cada vez mais
frequente nos nossos dias e tem dado resposta às necesisdades trementes da vida
quotidiano. Em regra para ter um contrato tem de existir uma proposta (A) e uma
aceitação um B. Entre a proposta e a aceitação costuma existir uma negociação
que permite que a conformação final do contrato resulta de uma unificação de
interesses. Há uma realdiade onde a negociação não é possívle- contratos de
adesão – contrato onde as claúsulas do contrato são redigidas de forma prévia e
unilateral limitando-se o outro sujeito a aderir ou a rejeitar. Há um sujeito que se
chama predisponente que vai elaborar as claúsulas de foram unilateral, prévia e
rígida e depois há outro sujeito que se chama aderente que se limita a aderir ou
não.
Quando estes contratos de adesão para além destas caracterísitcas anteriores
associa uma outra característica que é a generalidade diz-se que os contratos de
adesão é celebração com recurso a clásuuslas contratuais gerais. Os contratos
com operadoras, fornecedores de energia, bancos, seguradores, compras de
eletrodomésticos, digitais na net- não podemos rejeitar esta realidade porque era
impossível os bancos negociarem cada contrato mas devemos estar conscientes
dos riscos. Nós não negociamos e simplesmente aderimos ou não. Eu não
participo na modelação de contrato e a minha liberdade passa apenas por aceitar
ou não aceitar e isto comporta riscos e são 3:
1985 com o decreto de lei 486 de 85 que é uma reação a isto que foi
sucessivamente alterado mas manteve-se a estrutura importante e vai estabelecer
uma estrutura de 3 níveis controlo em resposta a estes 3 grandes riscos:
Os contratos de adesão vão portanto impor dois limites *a liberdade de contratual que é
fáctica sobre os conteúdos pois não posso modelar os contratos conforme os meus
interesses e normativas porque o predisponente controla o conteúdo do contrato de forma
rígida.
Voltando agora chegamos ao estudo do segundo princípio do direito civil que é o princípio
da Boa fé.
-Subjetivo – traduz um estado psicológico daquele que acredita que está a atuar em
conformidade com o direito, aquele que acredita que está a atuar sem levar direitos
alheiros. Esta boa fé em sentido subjetivo pode ser entendida numa perspetiva meramente
psicológico (o sujeito acredita que está... então está a atuar de boa fé e se fosse o
contrário era má fé) ou numa perspetiva etico-psicológica (o sujeito acredita que está a
atuar sem levar direitos alheios e acredita sem qualquer culpa portante está de boa fé).
Se o sujeito acreditar que está a atuar sem levar direitos alheias, mas tiver culpa que está
a levar direitos alheios já está a agir em má fé
Ex.: O artigo 291 no CC fala-nos de boa fé neste sentido subjetivo e depois vamos estudar
este artigo e percebemos que é importante. O A vendeu apartamento a B e o B vendeu
apartamento ao C. Imaginemos que o negócio entre A e B é inválido e assim o B não é
proprietário então não pode vender ao C então se o primeiro é inválido o segundo também.
A lei estabelece requisitos para proteger o C e se está protegido pode ser considerado
proprietário e um dos requisitos era que C estivesse de boa fé e que desconhecesse o
negócio entre A e B mas não desconhecer apenas mas sem culpa. Falando este artigo de
uma boa fé no sentido subjetivo numa perspetiva ético-psicológica.
-Objetivo- a boa fé neste sentido é que nos traduz o sentido da boa fé. Se estivermos no
âmbito subjetivo aquele que atua contra a boa fé está a atuar de má fé mas se estivermos
no âmbito objetivo não falamos de má fé mas sim de contrariedade ao princípio de má fé.
Este princípio da boa fé impõe que os contraentes sejam honestos, leais e corretos.
Uma nota importante: esta princípio da boa fé atua ao nível contratual mas vai um pouco
além do regime do contrato e pode ser invocado nas relações entre pessoas certas e
determinadas que não seja uma relação contratual (ex.: se o A leva o filho do B ao colégio
todos os dias não há uma relação contratual mas há um princípio da boa fé que pode ser
invocado).
Além disso o princípio da boa fé visa atuar no domínio da execução do contrato (artigo
762) mas também na fase onde ainda só há negociação entre as partes (artigo 227) e na
fase pós contratual pois mesmo depois de completar o contrato as partes continuam
vinculadas por este princípios (ex.: A trabalhou durante determinados anos numa empresa
e durante esse período apercebeu-se de vários segredos da empresa ele não deixa de
estar vinculados por esses deveres sigílio discrição e pode ser responsabilizado se vier a
revelar esses segredos)
Negativo (pode proíbir certos comportamentos (ex.: proíbe que o credor torne a
prestação do credor mais onerosa (ex.: A tem que entregar uma bicicleta ao B e o
B cria dificuldades para que a entrega se possa realizar e isso intenta sobre o
princípio da boa fé); proíbe o venire contra factum proprium (proíbe que a pessoa
vá contra o próprio comportamente, a pessoa não pode adotar um comportamento
indutor de confiança e amanhã adotar outro (ex.: determinados contratos têm de
estar sujeitos a determinada forma (ex.: A vende a B um armazem mas sobre um
contrato celebrado entre as partes e não uma escritura e assim é nulo, isso só
acontece porque A porque B convence sobre um comportamento de confiança a
celebrar esse contrato privado até porque B devia favores a A, etc. O Bernardo
começa a fazer investimento e obras no armazém e passado de uns anos António
zanga-se e invoca a nulidade do negócio e isso vem ao venire contra factum
próprio); proíbe a invocação da exceção de não cumprimento de contrato quando
falha do cumprimento seja diminuta (ex.: A paga bem a prestações paga 1000
euros e não pagou ainda 5 euros a falha é tão diminuta que não é leal tu dizeres
que não entregas por 5 euros)
A relação obrigacional deve então ser vistas como uma relação obrigacional completa
Para que tudo seja tranquilo a professora vai continuar a ligar a sala nas práticas para não
andarmos a correr de um lado para o outro com as aulas presenciais e as online.
O terceiro princípio que temos de falar é o princípio da confiança, no entanto para poder
explicar cabalmente/adequadamente o princípio e em que moldes o ordenamento jurídico
acolhe este princípio precisamos de saber mais algo sobre a responsabilidade civil
estudando primeiro um quarto princípio que é o princípio da responsabilidade.
-Pelo outro (é por ser isto que tem uma série de deveres a cumprir em relação aos outros)
– tem uma série de deveres para cumprir para salvaguarda do outro
-Perante o outro – senão cumprir esses deveres que visam salvaguardar o outro vai ter
que compensá-lo de alguma maneira e é nesta segunda dimensão da responsabilidade
que nós no cruzamos com a responsabilidade civil. ´
A responsabilidade civil surge então como um instituto que pode ser entendido como a
projeção dogmática do princípio da responsabilidade e além disso é um instituto que vai
fazer emergir uma obrigação de indemnizar. (se o A destruir o computador o A vai ter que
indemnizar e o primeiro remédio indemnizatório é a reconstituição natural (reparar o
computador)
-Responsabilidade civil extracontratual – de uma forma muito simplificada que mais tarde
percebemos que é não é muito rigorosa- é a que resulta da violação de direito absolutos
Direitos absolutos são direitos que vinculam todos os membros de uma comunidade
jurídica (ex.: o direito à vida ou o direito de propriedade são direitos absolutos – remissão
ao programa onde nos encontramos com o conceito de relação jurídica e falamos aqui de
relações jurídicas porque se digo que sou titular ao direito à vida de um lado estou eu e do
outro lado está o resto da comunidade e estou a dizer a todas as outras pessoas da
comunidade que respeitem o meu direito à vida e a mesma coisa com a propriedade pois
tenho um poder direto e imediato sobre o computador mas também tenho o direito de dizer
a toda e qualquer pessoa que posso decidir o que fazer o computador). Estes direitos têm
eficácia erga omnes (para todos)
Direitos relativos são direitos que vinculam apenas pessoas certas e determinadas (ex.: A
empresta dinheiro a B e ao emprestar dinheiro ao B o A transforma-se em credor do B e o
B em devedor de A. O A tem em relação a B o direito de crédito e este direito de crédito é
relativo porque tem o direito de exigir dinheiro mas só com B e se for pedir a C, C pode
dizer que não paga e que não tem nada a ver com isso.).
Há determinadas situações em que os autores dizem que ocorre uma situação em que há
danos mas essa situação não se consegue integrar nem na responsabilidade contratual ou
extracontratual e então nessas hipoteses falam alguns autores de uma terceira
via/modalidade. Para já não nos vamos focar nesta e primeiro vamos perceber melhor a
responsabilidade civil e isto é só para perceber que estas modalidades não são certas e
pode haver uma 3ª.
para já vamos estudar os pressupostos da responsabilidade civil e tais que não são iguais
entre as modalidades.
3 situações:
se violar direitos absolutos (o A matou o B – direito à vida – ilicitude)
quando há violação de normas legais de proteção de interesses alheios (o
que são normas legais de proteção de interesses alheios? Há
determinadas normas que não atribuem um direito subjetivo mas que
protegem diretamente determinadas pessoas/ um grupo de pessoas contra
um determinado risco e então essas normas uma vez violadas também
permitem desvelar/reconhecer a ilicitude (ex.: imaginar normas do código
da estrada – as normas do CE além de tutelaram e protegeram a boa
fluidez do tráfego visam proteger os interesses das várias pessoas que
circulam no tráfego (a vida, etc.) contra um risco ( o acidente) então a
norma que proíbe circular acima de x velocidade e por acaso esta norma já
está a proteger interesses que envolvem direitos absolutos mas há casos
em que não como nas normas de direito de concorrência pois visam a
proteção das empresas no mercado e proíbe a fixação de preços mas de
vez em quando as empresas decidem fazer um cartel (cartelização) e
estabelecer um preço e o mercado de concorrência deixa de funcionar-
estas normas podem ser consideradas normas de proteção de interesses
alheias e pode haver um grupo de indivíduos que são afetados pela
violação dessa norma e certas normas podem ser desse tipo)
Abuso do direito – sobre o abuso do direito a professora não vai dizer nada
porque não faz sentido falar disto sem saber verdadeiramente o que é o
direito subjetivo e os seus limites que um dos limites será o tal abuso de
direito. Hoje ficamos a saber que estas situações podem servir para dizer
que o ato é ilícito.
A culpa- a culpa é um juízo de censura ético-jurídico e a culpa ao nível do DC
entende-se como um desvio no comportamento, ou seja, o sujeito atuou de uma
forma e devia ter atuado de outra. Então e qual é o padrão para sabermos se devia
agir ou não de outra forma? A culpa em DC afere-se em abstrato, ou seja, (artigo
487, nº2) vai se atribuir de acordo com o padrão “bonus pater familias” – este bom
pai de família é o homem médio. Como é que naquela situação como é que teria
agido este homem mediano. E vemos se o agente concreto desviou-se ou não
desse padrão. Dentro da culpa podemos distinguir dois tipos de culpa:
Para além da assunção de uma esfera de risco de repsonsabilidade temos que confrontar
esta com outras esferas de risco de responsabilidade:
Temos desde logo que confrontar com a esfera de risco geral da vida para concluir
que o sujeito não será responsável se o seu comportamento apenas determinou a
presença do bem jurídico lesado no tempo e no espaço da lesão. (ex.: A foi para o
hospital por causa do arranhão e apanhou uma bactéria hospitalar e depois caiu da
escada. A atitude do A s´p determinou o tempo e espaço da lesão).
Temos que considerar a esfera de risco do lesado. 1º temos que considerar as
predesposições constitucionais do lesado (ex.: um lesado que é tal frágil que tem
certos deveres de cuidados consigo mesmo e temos de ponderar o
comportamento lesado e ver se é ou não um comportamento livre porque pode não
ser) (ex.: Caso do rim, a decisão da mãe aparentemente foi livre mas só
aparentemente pois estava condicionado pela atuação do médico e temos 3
critérios:
o Critério da Provocação
o Critério da Autoridade
o Défice informacional
Se o comportamento do lesado for livre temos que aplicar o artigo 570 do CC e
aplicando este artigo podemos chegar a várias conclusões – dependendo do
confronte entre o comportamento do lesado e do lesante aí pode ser limitada ou
eliminada a responsabilidade do lesante (ex.: A placa do piso escorregadio, o
sujeito não colocou a placa e o lesada apercebendo-se que o chão está molhado
põe-se acorrer)
Vamos ter que ponderar ainda a esfera de risco do lesante com a esfera de risco
de um terceiro e mais uma vez temos que ver o comportamento do terceiro é ou
não livre. Senão for livre o lesante vai ser responsável e se for livre temos que ver
até que ponto os deveres que o lesante violou tinham ou não como objetivo evitar
o comportamento desse terceiro. Em segundo lugar vamos ter confrontar e
comparar graus de culpa, perigosidade da atividade ou do comportamento e
podemos chegar à conclusão que são os dois responsáveis e nesse caso serão
solidariamente responsáveis.
Depois precisamos de esperar pelos restantes sumários. Nesta sexta a nossa aula será
transferida para as jornadas luso brasileiras da responsabilidade civil. O link vai-nos ser
dado.
Vamos então retomar as aulas. Estávamos a falar de responsabilidade civil como uma
projeção do princípio da responsabilidade no domínio do direito civil.
A responsabilidade civil enquanto instituto do direito civil conhecia mais do que uma
modalidade e começamos pela responsabilidade extracontratual:
- cumprimento defeituoso - Pinto a parede da casa do senhor mas com uma cor diferente e
deixou as paredes com umas rachas – realizou a prestação mas mal
-Pintou as paredes mas tinha que as pintar até ao 10 de outubro mas só terminou o
trbaalho no dia 31 então realizou a prestação com atraso – hipótese de mora
-Pintou as paredes de casa do senhor B não teve cuidado suficiente e não tapou o móveis
o que significa que quando pintou as paredes pintou os móveis, sofás, etc. e deixou
algumas latas de tinta à entrada e o senhor tropeçou nelas e ficou magoado- realizou a
prestaçaõ mas violou uma série de deveres de cuidado que lhe eram impostos pela boa fé
(princípio da boa fé – fazia avultar dentro da relação jurídica uma série de deveres que são
os deveres laterais) – violação positiva do contrato
Para haver responsabilidade contratual é necessário que haja danos e o tal nexo de
causalidade mas sobre estes vale o que dissemos aqui sobre a responsabilidade
extracontratual.
1. Quem negoceia com outrem para conclusão de um contrato deve, tanto nos
preliminares como na formação dele, proceder segundo as regras da boa fé, sob
pena de responder pelos danos que culposamente causar à outra parte.
-De celebração de um contrato inválido quando uma das partes deu causa a essa
invalidade
-De celebração de contratos válidos mas prejudiciais quando tenha havido violação de
deveres de informação
É necessário que haja violação (em qualquer das hipóteses) das regras impostas pela boa
fé e tem de haver culpa. A questão que se coloca é saber onde integramos esta
responsabilidade pre-contratual há quem acredite que se integre na responsabilidade
delitual (extracontratual) e outros autores entendem que ela se integra no âmbito da
responsabilidade contratual e por fim um 3º grupo de autores entendem que nós devemos
falar de uma terceira via de responsabilidade civil. Para a qual seriam reconduzidas várias
hipóteses dentre as quais esta responsabilidade pre-contratual. Não vamos desenvolver a
matéria da classificação da responsabilidade pre contratual mas temos que ter noção
nesta divergência na doutrina
Vamos falar de outro princípio fundamental do direito civil (há outros mas que vamos saltar
porque vamos tocar noutros capítulos)
Princípio da confiança
Os autores têm vincado que a ideia de confiança é essencial no nosso ordenamento
jurídico e permitimos dar uma tutela positiva e uma negativa à confiança:
-É necessário que se possa imputar a situação de confiança ao sujeito que lhe deu causa
Isto existe muito ao nível do mercado financeiro, ao nível de relações jurídicas coletivas,
etc.
Ex. Do mais simples: A e B são vizinhos e combinaram enquanto vizinhos que A daria a B
boleia todos os dias para o trabalho e não celebraram nenhum contrato por não se
quererem vincular e B confiou naquela situação e houve um dia em que A não aparece
sem aviso e frustra aquela confiança e B perde uma reunião importante. Aqui
eventualmente poderá invocar-se uma situação de responsabilidade de confiança. Como
nos disse este exemplo é quase caricato em comparação com as potencialidades desta
relação de responsabilidade por confiança.
Agora vamos dar um salto nas lições e passamos dos vários princípios que íamos dar
(personalidade jurídico, proteção da personalidade, etc. porque vamos dar isso à medida
que vamos dar as instituições). A sistematização do C.C vai ser dada de forma prática nas
aulas práticas e nós vamos entrar no segundo grande capítulo dedicado à relação jurídica.
A noção de relação jurídica é a que unifica a sistematização do C.C. Nem todos os autores
adotam esta sistematização com base na relação jurídica e falam de situação jurídica.
-Em sentido amplo – é toda a relação da vida social disciplinada pelo direito
-Em sentido estrito- é toda a relação da vida social disciplina pelo direito através da
atribuição a um sujeito de um direito e a correspondente imposição a outro sujeito de um
dever.
Esta noção permite-nos perceber que encontramos sempre dois lados-- na relação que é o
lado ativo onde encontro o direito e um lado passivo onde vou encontrar o dever.
-Sujeitos
-Tem que surgir a partir de algo- facto jurídico- é o que me faz emergir a relação jurídica e
de onde promana esta relação
-Tenho que ter uma garantia porque senão a tiver não estou perante uma relação jurídica,
posso estar numa relação de vida social ou familiar, mas não jurídica porque a garantia é o
conjunto de meios e mecanismo que o ordenamento jurídica me disponibiliza para eu
tornar efetivo o meu direito. Um elemento coercibilidade. (ex.: Se o A não quer pagar a
dívida a B, O B terá que recorrer a tribunal para que o A seja condenado ao pagamento, se
ainda não pagar assim pode propor uma ação para penhorar o património de A e o tribunal
vende os bens e esse dinheiro ganho vai para o B para liquidar a dívida.
Além destes elementos que fazem a sua estrutura externa há uma estrutura interna que jã
aludimos porque já falámos do lado passivo e ativo, mas agora temos que mergulhar nesta
estrutura para perceber o que é esse direito e o que é esse dever. Podemos ter vários
tipos de direito e dependendo do que temos fazemos corresponder diversos tipos de
dever.:
- é o direito do sujeito ativo- direito subjetivo – direito polarizado num sujeito – o direito
subjetivo começou por não existir e é uma criação tardia. Este direito não existia até ao
jusracionalismo. Como se tutelava as pessoas até lá? Protegiam-se as pessoas porque
estavam inseridas numa ordem e então a proteção que se tutelava às pessoas era
objetiva.
Esse direito subjetivo foi compreendido como um poder de vontade, poder de vontade
esse que radicava no indivíduo (era a vontade do indivíduo que estava em causa). Não
podemos esquecer que o indivíduo era aquele ser solitário, numa esfera na qual ninguém
poderia interferir e era um poder de vontade absoluto que ninguém podia intervir. Isto
levou a uma reação e o excesso de liberalismo e individualismo associado a este poder de
vontade levou a uma reação e chegou outro autor chamado Ihering que veio a definir o
direito subjetivo como um interesse juridicamente protegido.
1º- porque há interesses que são protegidos pelo ordenamento jurídico aos quais não
corresponde qualquer direito subjetivo e sabemos disso porque a propósito da
responsabilidade civil falamos de relações entre pessoas que não envolvem a atribuição
de um direito.
2º- esta definição do direito subjetivo a partir do interesse poderia conduzir a uma
funcionalização do direito subjetivo- o direito subjetivo teria que ser exercido em nome de
determinado interesse e em prossecução de um interesse.
Alguns autores foram mais longe e chegaram a negar a existência de um direito subjetivo.
Hoje são muitos os autores que propõe assunções do direito subjetivo diferentes. Mesmo
na doutrina portuguesa.
Esta noção é longa e podemos dividir em duas parte onde se separa por “ou de por um ato
de livre (...)”.
Ou seja, temos aqui um ou, conjunção, que nos mostra que estamos a falar de duas
partes. A primeira parte vai corresponder ao direito subjetivo em sentido estrito, a segunda
parte da noção vai corresponder ao chamado direito subjetivo potestativo.
-Direitos reais – têm como objeto uma coisa e afere-nos o direitos direto e imediato sobre
uma coisa (direito da propriedade) – cai sobre o princípio da tipicidade e diz-nos que só há
x existentes como por exemplo:(direito da propriedade, usufruto, uso e apropriação,
superfície, servidões prediais, direito real de habitação periódica, etc.) Se digo que tenho
direito da propriedade posso estar a exigir um comportamento negativo para não violar o
meu direito.
-Direitos de crédito- direitos a uma prestação, o direito que determinado sujeito tem a exigir
a outrém o exercício de uma prestação a si.
-Relativos (são os direitos de crédito, no caso destes direitos são relativos – no lado
passivo da relação jurídico vou encontrar uma obrigação em sentido técnico. Ex.: A é
credor e B é devedor, o B tem que pagar uma prestação). É um direito relativo porque
apenas vincula pessoas certas e determinadas e a obrigação diz-se neste caso obrigação
em sentido técnico.
Quando só tenho o poder de pretender sou titular de um direito menos plenos (quando
tenho o poder de exigir é um direito pleno).
Se do lado ativo temos um desses direitos menos plenos do lado passivo encontramos
aquilo que se chama uma obrigação natural (artigo 402 do C.CL). Diz:
A obrigação diz-se natural, quando se funda num mero dever de ordem moral ou social,
cujo cumprimento não é judicialmente exigível, mas corresponde a um dever de justiça.
Não posso exigir judicialmente a obrigação. Se o A deve dinheiro a B e não paga e B leva
a tribunal para ele pagar e se continua depois a não pagar depois pode recorrer a uma
garantia de recurso ao tribunal e tem essa força, coerção.
Outro ex.: de obrigação natural – dívidas resultantes de contrato de jogo ou aposta desde
que seja um contrato de jogo e aposta lícitos desde que não sejam ressalvados em
legislação especial.
-O jogo e aposta são ilícitos (se forem o contrato é nulo nos termos do artigo 280) e se é
nulo não gera qualquer obrigação.
-Contrato de jogo e aposta que sejam lícitos mas que não estejam explícitos em legislação
especial – nesse caso gera-se uma obrigação natural. (trouxe-se a questão do quem quer
ser milionário e saber se eles estavam ressalvados sobre legislação especial ou não e se
podiam levar a rtp a tribunal ou não para pagar o prémio)
Para além destas classificações entre absolutos relativos, plenos e pouco plenos podemos
dividir entre:
-Direitos dominiais- são direitos em que o titular do direito tem plena disponibilidade, pode
dispor livremente do objeto do seu direito (ex.: direito da propriedade é dominial porque o
titular pode livremente dispor desse direito. Pode alienar a coisa, usar a coisa como quiser,
pode, exceto se for bem protegido com regime especial, destruir a coisa)
-Direitos não dominiais – são aqueles em que o seu titular não pode dispor livremente do
objeto do direito ((ex.: Os direitos de personalidade são não dominiais porque não posso
dispor ou abdicar dos meus direitos de personalidade)
-Potestativos extintivos – são assim quando o efeito é a extinção de uma relação jurídica.
Um exemplo de um direito potestativo extintivo – direito ao divórcio – o sujeito A está
casado com B e quer por fim à relação matrimonial e pode exercer o seu direito ao divórcio
e quando o faz vai extinguir a relação patrimonial e a B o que tem de fazer? Nada. Tem de
ver extinta a relação que antes tinha.
A primeira parte dos sumários já foi disponibillizado e há medida que formos avançando
nos capítulos da matéria vão ser disponibilizados mais.
A propósito desta analisamos a estrutura interna desta e o seu conteúdo e dissemos que
havia um lado ativo (direitos) e um passivo (dever) ou uma sujeição no caso dos direitos
potestativos.
Vamos hoje continuar a analisar alguns conceitos de categorias que podem estar na
relação jurídica.
-Os direitos subjetivos são exercidos no interesse do próprio titular pelo contrário estes
direitos funcionais são exercidos no interesse de terceiros (o pai quando exerce as
responsabilidades parentais exerce no interesse do filho e não dele) daí serem funcionais
(estão funcionalizados para um determinado fim.
Estas são as duas notas de distinção e isto faz com que alguns autores considerem que os
direitos funcionais não se integrem na categoria de direito em sentido amplo e uma
categoria à parte.
Devemos entender que apesar destas diferenças há boas razões para continuarmos a
considerar que o direito funcional se integra dentro daquela categoria mais amplo do
direito subjetivo em sentido estrito.
Se no lado ativo tenho um direito funcional do lado passivo encontro deveres e sujeições
(o filho tem dever perante os pais e está sujeito às decisões do apis)
Outra noção:
Expectativa jurídica:
Não podemos confundir estas expectativas jurídicas com meras expectativas de facto (O A
tem a expectativa de vir a receber uma herança, pode ter a esperança, mas esta não lhe
confere proteção jurídica agora se disser que o A foi chamado à sucessão depois do seu
pai falecer e estamos naquele período em que parente morreu e o herdeiro ainda não
aceitou a herança então estamos aqui numa esperança jurídica, estamos num processo de
formação do direito.
Depois vamos perceber que esta noção de expectativa jurídica gera controvérsia entre
autores onde uns consideram situações como expectativa jurídica e outros não. Mais à
frente no ano vamos falar disto.
-Ónus Jurídico – traduz-se num encargo, ónus igual a encargo. É um encargo que o sujeito
tem de suportar e tem de fazê-lo para obter ou manter uma determinada vantagem. (ex.: o
A danificou o automóvel de B, B tem direito a que o A pague uma indemnização mas este
direito subjetivo à indemnização apenas se pode provar se o B provar uma série de
requisito em tribunal e por isso falamos do ónus da prova (um encargo que a pessoa tem
de suportar para efetivar o seu direito). Aquele que vê recair sobre si um dever está
obrigado a alguma coisa. Mas aquele que vê cair em si um ónus não está obrigado e não é
um dever apenas lhe cai o encargo. Se cair sobre mim um ónus, se eu não o suportar, não
me é aplicada uma sanção apenas perco uma possível vantagem.
Agora dizemos que o direito subjetivo apesar de nos dar poderes tem os seus limites. O
direito subjetivo começou por não existir e depois surge com jusracionalismo e nessa
época ele não tinha limites. Á medida que superamos essa visão de indivíduo e passamos
para a pessoa definimos limites para o direito subjetivo. Há dois limites extremamente
importantes:
-É-nos comunicados pela figura do abuso do direito- o abuso do direito está previsto no
artigo 334 do CC e diz: “É ilegítimo o exercício de um direito, quando o titular exceda
manifestamente os limites impostos pela boa fé, pelos bons costumes ou pelo fim social ou
económico desse direito.”. Algumas notas sobre o abuso do direito:
1ª fase- Naquele período inicial do direito subjetivo como era visto como direito
absoluta era difícil conceptualizar o abuso e as 1ªs tentativas de conceptualização
do abuso de direito diz-nos que eram situações onde afinal o direito não existe. Era
difícil naquela altura porquê? Imaginemos o direito de propriedade da altura... O
proprietário podia fazer tudo o que quisesse. As primeiras tentativas de
conceptualização de abuso do direito eram muito estritas com hipóteses muito
limitadas e baseasou-se em “intenção inequívoca de prejudicar terceiros” –
correspondeu a um exercício de um direito, sem qualquer interesse nisso, para
prejudicar a um terceiro. (ex. de escola: quando a pessoa constroi um muro sem
qualquer satisfação de necessidade por este só para tirar a luz ao vizinho)
2ª fase- era necessário remeter o direito a outros ordenamentos e o direito seria
sindicado por uma ordem moral
3ª fase- é a nossa fase e alteramos aqui a compreensão quanto ao direito
subjetivo. Este agora é alicerçado na pessoa e não no indivíduo. O direito subjetivo
surge no quadro de um ordenamento jurídico que é integrado não só por normas
mas também por princípios normativos. Então em que se vem a traduzir o dirieto
subjetivo? Vem-se a traduzir no exercício de um direito que formalmente se invoca
em consonância com os princípios que as alicerçam sobre pena haver uma
autonomia. Visto nisto o direito subjetivo tem determinado nele um conteúdo ético-
axiológico. O abuso do direto nesta nossa fase– quando o sujeito exerce o direito
que formalmente invoca em contradição com os princípios normativos do sistema
(ex.: A no âmbito de uma relação contratual tem o direito de resolver o contrato
(fazer cessar o contrato) e vamos imaginar que A assumiu uma determinada
postura ao nível contratual durante a vigência e agora a contravenção do princípio
da confiança assume outra postura diferente e daqui podemos detetar o abuso do
direito) – O direito continua a existir mas como está a existir está a contrariar
determinados princípios fundamentais do ordenamento jurídico.
Há situações onde a contrariedade que se verifica é entre o direito (exercício do
direito) e o fundamento ético-axiológico do fundamento desse direito. Nessas
hipóteses mais do que situações de abuso do direito podemos dizer que o direito
está ausente (ex. caricato: Cada um de nós tem o direito à autodenominação ao
nosso corpo e claro que isto tem que ser reconhecido à luz do reconhecimento
ético-axiológico que é a integridade física e depois A queria replicar um estátua
grega e tirar os seus braços. Aqui em vez de falar de abuso de poder deviamos
dizer que este direito não existe dizendo que o que o direito protege é a dignidade
do corpo humano e que tal coisa degradaria a dignidade de tal).
Vamos tocar nestes mas à medida que avançamos até porque só em concreto é que dá
para perceber melhor.
Temos analisado esta num plano estátitco onde A tem um direito e B tem um dever agora
vamos analisar num ponto de vista dinâmico porque o A não é sempre ittular de um
direitoa invocar e B o mesmo para dever.
Vamos começar isso hoje e esta é uma matéria com diversos nuances e pormenores.
Constituição de direitos
-O inverso nem sempre é verdade- nem sempre a aquisição leva com ele uma constituição
de direitos.
-Isto vamos ver tantas vezes que vamos ter facilidade de decorar e podemos decorar
como princípio “Nemo plus iuris”
-Tradução: “Ninguém pode transmitir mais direitos do que aqueles que tenha”
Este princípio conhece exceções e estas vão-se rtaduzir em situações em que a pessoa
adquire a partir de alguém que não tem legitimidade para trasmitir:
O que acontece quando A vende a B? Quando vende, por mero efeito do contrato a
transferência do direito de propriedade é feito (artigo 408 do CC) ou seja, o A vende a B e
B é proprietário mesmo que não registe. Então isto permite-nos dizer que o registo não é
condição de validade no negócio nem de eficácia inter partes (entre partes). O registo é
condição de eficácia em relação a terceiros (terceiras para efeitos de registo – são todos
aqueles que do mesmo autor ou trasmitente adquirem direitos total ou parcialmente
incompatíveis ou conflituantes sobre o mesmo objeto – esta definição é para saber com
exatidão).
Imaginemos que o A vende a B e o B não registou... Ao não registar o que acontece é que
como não registou continua a ser proprietário mas o A resolveu vender novamente aquele
apartamento ao C. Quando o faz está a fazer uma venda de coisa alheia e o 892 diz-nos
que o negócio é nulo porque é venda de coisa alheia. O que acontece é que o C registou a
aquisição do seu direito e então como o fez e como o registo não sendo conidção de
eficácia inter partes é em relação em terceiros como B e C são terceiros para efeitos de
registo significa que o B não pode opor o seu direito ao C mas o C pode fazê-lo. No fim de
tudo isto o C vai ser considerado proprietário e a isto chama-se o Efeito Central de registo
e resulta do artigo 5 do Código de registo predial.
O registo vai sanar a invalidade da venda de bem alheio só sana esta validade e mais
nenhuma. Ao sanar esta validade o registo vai trazer uma exceção ao princípio Nemo plus
Iuris.
Este efeito central do registo funciona também quando as aquisições são gratuitas (ex.: se
o A tinha doado ao B, etc.). Aplica-se mesmo que o C conhece-se toda a situação anterior
e esteja de má fé. Só pode excecionar em casos de abuso de direito. Funciona esta
proteção mesmo em título gratuito e em casos de má fé.
Artigo 291 do CC- segunda exceção- já falamos deste artigo quando falamos da boa fé em
sentido subjetivo- diz:
Artigo 291.º
(Inoponibilidade da nulidade e da anulação)
1. A declaração de nulidade ou a anulação do negócio jurídico que respeite a bens
imóveis, ou a móveis sujeitos a registo, não prejudica os direitos adquiridos sobre
os mesmos bens, a título oneroso, por terceiro de boa fé, se o registo da aquisição
for anterior ao registo da acção de nulidade ou anulação ou ao registo do acordo
entre as partes acerca da invalidade do negócio.
2. Os direitos de terceiro não são, todavia, reconhecidos, se a acção for proposta e
registada dentro dos três anos posteriores à conclusão do negócio.
3. É considerado de boa fé o terceiro adquirente que no momento da aquisição
desconhecia, sem culpa, o vício do negócio nulo ou anulável.
(ex.: A vende a B um automóvel e vamos imaginar que há uma qualquer causa que
determina que o negócio é nulo (vamos estudar isto mais à frente – nulidade) por algum
motivo e se ele é nulo não produz efeitos e significa que o B não vai adquirir direito de
propriedade e segundo princípio Nemo Plus Iuri não pode transmitir esse direito porque
não tem. Agora imaginemos que o B vende o automóvel ao C. O que a lei diz é que vamos
ter que proteger o C. A compra e venda entre B e C é nula.
Sendo os dois nulos temos uma invalidade consequencial quase como peças de dominó.
O que o artigo 291 nos vem dizer é que mediante determinados requisitos exigentes
podemos proteger o C:
-Esteja em causa um bem imóvel ou um móvel sujeito a registo
-Cadeia sujeita em transmissões
-Tem de haver um terceiro (todo aquele que inserindo numa mesma cadeia de
transmissões vê a sua posição jurídica afetada por causa de um negócio jurídico anterior)
-É necessário que o C tenha efetivamente registado a aquisição do seu direito, esta
proteção é o efeito lateral do registo e não o central.
-É necessário que tenha adquirido o bem a título oneroso.
-Tem ainda que estar de boa fé – aqui traduz-se no desconhecimento sem culpa aquilo
que estava para trás na cadeia de transmissões.
-Necessário ter decorrido 3 anos a contar da celebração do negócio inválido (A-B)
Ex.: O negócio A-B tinha sido celebrado em 2010, o C estaria protegido em 2013. Agora
imaginemos que o C tinha também doado aquele automável a D... aí não há proteção a D.
Imaginemos que o D não preenche todos os requisitos mas a verdade é que C estava
protegido a partir de 2013 e doou em 2015. Considera-se que a partir de 2013 se criou
uma barreira e tudo o que ficou para trás desaparece e C não pode ser atacado inclusive a
de doar gratuitamente e sem pena de o A poder vir reinvidicar a coisa.
A esta proteção indireta que o D recebe damos o nome de proteção inter corrente.
Aqui estamos perante uma exceção ao princípio Nemo plus Iuris porque estamos a
considerar proprietário alguém que adquire de alguém que não legitimidade para transmitir
“a non domino”.
´Começamos a estudar relação jurídica na sua dinâmica na concessão de direitos e da
aquisição de direitos tanto a originária como a derivada.
Vimos que só as derivadas ficavam limitadas pelo princípio nemo plus iuris e depois vimos
a exceção a este princípio.
Agora vamos começar à terceira exceção ao nemo plus iuris – artigo 243.
Para percebermos temos que saber alguns conceitos de matéria que só vai ser lecionada
no segundo semestre:~
-Já falamos de negócios jurídicos e de contratos e ficamos com a ideia que o contrato é
um acordo e esse acordo estabelece-se ou materializa-se através de declarações de
vontade. O negócio jurídico de que o contrato faz parte é um ato voluntário e para existir e
preciso declarações de vontade de sentido oposto mas convergentes. (ex.: A e B compra e
venda temos o A com proposta e o B a aceitar). Em regra as vontades propriamente ditas
está subjacente nas declarações ditas. Se diz que quer vender o carro por 400 euros
normalmente isso seria a vontade). Às vezes à exceções patológicas a este acordo e há
divergência entre o acordo e a vontade.
Uma dessas divergências é a simulação (ex.: A quer vender carro a B e B diz que quer
compra carro de A mas só o fazem porque querem enganar os credores de A, A tem uma
dívida, não tem como pagar a dívida e tem medo que lhe tirem o carro e vende a B, A
intenção de A de vender não é real nem a de comprar de B e a verdadeira intenção é
enganar os credores de A. Numa situação destas estamos perante um negócio simulado.
Simulação traduz-se numa divergência intencional entre a vontade (o que ser quer dizer) e
a declaração ( o que se diz). Divergência intencional essa que resulta de um acordo entre
declarante e declaratário (entre A e B) e que tem como intenção enganar terceiros e
portanto temos que ter:
-Divergência entre vontade e declaração
-Intencional
-divergência acordada entre A e B
-Como intenção enganar terceiros
Outro ponto - Qualquer negócio jurídico por ser valido ou inválido do ponto de visto
substancial e do ponto de vista formal.
A primeira coisa que tenho de pensar quando me deparo com um negócio dissimulado
tenho que pensar se e´válido ou inválido
Ex.: A finge vender carro à B, com esta compra e venda simulada quiseram vender a
doação do automóvel e premoner A e B são amantes. Quando estudámos as limitações
estamos perante uma hipótese de indisponibilidade relativa porque não é possível fazer
negócios gratuitos entre amantes e portanto é nulo segundo o artigo 242/2.
Ex.: A finge vender carro à B, com esta compra e venda simulada quiseram vender a
doação do automóvel e sim porque era uma das muitas primas que o A tinha e tinha medo
que as outras se sentissem melindradas. Neste caso o negócio simulado é nulo pelo 240
mas o negócio dissimulado pois é válido.
Temos que referir que o simulado é sempre nulo pelo artigo 240/2.
Só que há negócios que têm exigência de forma (ex.: se falarmos de compra e venda de
um apartamento é precisamos de uma escritura (270 e tal do CC)
(ex.: A fingiu vender a B um apartamento e celebrar o negócio simulado por escritura
pública e o simulado é nulo, queremos saber se o dissimulado é válido ou inválido. Não
temos dados substancialmente mas formalmente é válido ou inválido?
Há divergências na doutrina:
-Uma mais exigente- não basta que o negócio real tenha sido celebrado pela forma
legalmente exigida, é necessário que haja uma contra declaração, essa que tem de
revestir a forma legal ou seja, no fundo, era necessário que as partes fizessem um escrito
de reserva onde dissessem que “estou a doar” e que “estou a aceitar a doação”. Quando a
forma exigida é uma escritura público é difícil ter esse escrito de reserva e esse é um
problmea porque revelada logo o caráter simulado do negócio. Quando a forma é
demasiado exigente, segundo este visão, o negócio dissimulado será nulo. Há uma
exceção e mesmo estes autores mais exigentes entendem que não se deve exigir a contra
declaração quando em causa esteja a chamada simulação de preço (ex.: A declarou
vender ao B um apartamento por 100.000 euros e na realidade o que celebraram foi um
negócio jurídico de compra e venda por 200.000 euros. O negócio na verdade era de
preço mais elevado.)
-Uma menos exigente – para estes bastaria haver a escritura pública de compra e venda e
o negócio real aprovetiar-se-ia da forma do negócio simulado. Bastaria aqui a escritura
pública e esta doação aproveitava-se e seria suficiente para cumprir os requisitos formais.
Isto tem a haver com nemo plus iuris porque o artigo 243 diz-nos que:
1. A nulidade proveniente da simulação não pode ser arguida pelo simulador contra
terceiro de boa fé.
2. A boa fé consiste na ignorância da simulação ao tempo em que foram constituídos os
respectivos direitos.
3. Considera-se sempre de má fé o terceiro que adquiriu o direito posteriormente ao
registo da acção de simulação, quando a este haja lugar.
(ex.: A vendeu ao B e este é simulado e este sabemos que é nulo (artigo 240/2) com esta
compra e venda simulada queriam esconder uma simulação que é o negócio real ou
dissimulado ou então não quiseram esconder nada e apenas existia este simulado.
Imaginemos então que este dissimulado é também invalido. Imaginemos então que sendo
os dois inválidos que aquele efeito de transmissão de propriedade não ocorre e B não é
legitimo proprietário não pode transmitir dirieto de propriedade e se o B vender ao C
eventualemtne estamos perante uma invalidade consequencial porque o negócio é nulo
porque não pode transmitir direitos de propriedade.
O artigo 243 vem-njos dizer que o simulador não pode invocar a invalidade do negócio
simulado perantes terceiros.
Vamos proteger o C quando:
-Quando estiver de boa fé (quando desconhece a simulação está de boa fé) – há autores
que questionam se é só a boa fé como desconhecimento ou a boa fé sem culpa também,
No nosso caso basta o desconhecimento.
-É preciso que a nulidade seja invocada por um dos simuladores (ou A ou B).
(ex.: Imaginemos agora, e esta é agora uma especificidade da nulidade e vamos ver mais
à frente, que é possível no caso de negócios nulos que é possível que haja um terceiro a
invocar a nulidade (na inulabilidade não é qualquer pessoa a invocar) podemos entar ter
um x que é credor do A e tem um interesse em invocá-la. O que acontece aqui? Se o
credor x vem dizer que o negócio é simulado e consegue reunir a prova da simulação (que
não é fácil e vamos ver no segundo semestre). Invocando a nulidade daqueles negócios
sendo x o credor já não podemos aplicar o artigo 243 e o C não está protegido pelo artigo
243. Não podemos proteger o C? Sim podemos mas a partir do artigo 291 que estudamos.
O problema é que este é muito mais exigente e tem mais requisitos ao contrário do 243
que tem só dois requisitos).
Modificação de dirietos
A modficiação ocorre quando o direito mantendo-se o mesmo vê os seus elementos
alterar-se ou modifica-se.
Pode ser:
-Subjetiva – singifica que há uma alteração do sujeito – aquele direito tinha um titular
passa a ter outro (ex.: A vende a B, quando é isso há um fenómeno de aquisição de
direitos na esfera do B mas também modificação de direitos subjetiva)
-Objetiva – altera-se o próprio objeto do direito (ex.: Imaginemos que A obrigou-se a pintar
as paredes de casa do B, não o fez ou fê-lo imperfeitamente ou mal. O que acontece?
Este dever de prestar transforma-se num dever de indemnizar então temos aqui um direito
que se mantém inalterado na sua identidade mas que vê alterado um dos seus elementos.
Extinção de direitos
Ocorre uma extinção quando o direito desaparece e pode ser:
-Subjetiva- significa que o direito se extingue na esfera jurídica de um sujeito embora
permaneça a existir no ordenamento (quando A vende ao B e o B adquire um determinado
direito, na esfera do A o que ocorre é uma extinção subjetiva de direitos)
-Objetivo- traduz as situações em que o direito pura e simplesmente desaparece (ex.: A P
tinha um direito de propriedade sobre um computador e o computador se desfez em cinzas
e neste caso o direito de propriedade exitinguiu-se e desapareceu.) (situações especiais
no CC de extinção de direitos: Caducidade e a prescrição).
Caducidade (328 e seguintes) e Prescrição (arts 300 e seguintes) – são formas de
extinção de direitos que resultam do uso do tempo.
Não há um critério substancial para distinguir a prescrição da caducidade, no passado
houve uma tentativa de estabelecimento de um critério onde a caducidade se aplicaria
quando em causa estivessem direitos potestativos e a prescrição de crédito e é uma
distinção tendencial.
A distinção do CC é formal – sempre que o legislador indique um prazo de prescrição são
as regras de prescrição aplicadas, se o legislador aplicar um prazo e não o especificar, o
prazo é de caducidade e as regras não são exatamente as mesmas mas passam pelo
facto da prescrição ter causas de prescrição e interrupção.
Poderemos ouvir falar eventualmente da prescrição aquisitiva – é o mesmo que usucapião
tho.
Com isto chegamos ao fim de mais uma matéria e entramos no terceiro – sujeitos da
função jurídica.
Dizemos agora as pessoas singulares e coletivas mas é muito pouco e temos que
perceber o que é a personalidade jurídica.
Perosnalidaade jurídica – é a suscetibilidade para ser titular de relações jurídicas, ou seja,
a suscetibilidade de ser titular de direitos e deveres, ser um ser autonómo de relações
jurídicas.
Esta suscetibilidade que estamos a falar é uma suscetibilidade em abstrato.
Temos que deixar clara uma nota importante – a personalidade jurídica das pessoas
singulares não é absolutamente idêntica à das pessoas coletivas porque as coletivas são
criação do direito e as pessoas singulares têm uma liberdade intrínseca que se impõe ao
próprio legislador e direito ou seja, não é possível, não reconhecer personalidade jurídica
às pessoas singluares.
A personalidade jurídica das pessoas singulares traduz-se na projeção da personalidade
humana no mundo do direito.
Um doutor ainda falava de uma terceira categoria além de persoanlidade humana e
jurídica e falava de subjetividade jurídica. Este traduzir-se-à na possibilidade de ser sujeito
de direito.
Vamo-nos focar agora nas pessoas singulares
2ª questão que vamos colocar – quando começa a perosnalidade jurídica – artigo 66/1 –
1. A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com vida. – critério
que vem no cordão umbilical.
Mas o número 2 diz - 2. Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu
nascimento.
O número 2 reconhece também direitos aos nascituros e se tem direitos tem personalidade
jurídica e portanto temos um estatuto dos nascitudos.
Nascitudos (aqueles que ainda não nasceram e dividem-se entre:
-Já concebidos (os embriões já ferteis)
-Não concebidos (os projetos ainda ideia)
O ordenamento jurídico reconhece direitos aos nascitudos de natureza patrimonial e
pessoal:
-Patrimonial – os nascitudos podem receber bens em sucessão e além disso podem
receber doações. Há aqui uma diferença entre os concebidos e não concebidos.
Os já concebidos podem receber bens por sucesão legal ou por sucessão testamentária.
Os não concebidos não são chamados à sucessão mas podem receber testamentária ou
doação. Quando alguém morre há vários tipos de sucessão:
Testamentária – segundo o testamento e o que está escrito
Legal – senão houver testamento ou se for inválido
Os herdeiros legitimários não podem ser afastados do testamento e se o testamento
afastar esses herdeiras temos de reduzir aquela lista do testamento.
-Pessoal – Os nascitudos já concebidos têm direitos de natureza pessoal e os não
concebidos não faz sentido falar disso porque são uma mera ideia. Os direitos de natureza
pessoal são no fundo os dirietos de personalidade (à vida, imagem, honra, livre
desenvolvimento da personalidade, etc.)
Hà acórdãos que vêm reconhecer esse de personalidade ao nascitudo como o direito à
vida do nascitudo. Quando uma mulher é atropelado e o embreão acaba por morrer por
causa disso é precisa uma indemnização autónoma à morte do embrião.
(ex.: A é filho B, e a mão está grávida de A e B é atropelado e morto. Tem direito o A de
pedir indemnização ou a mãe por privação do livre de desenvolvimento de personalidade
por crescer privado da presença do pai.)
Outro questão: Como se explica a existência do direito à vida por parte do nascituro e ao
mesmo tempo a existência do aborto legal? Não há uma situação de conflito?
1º ex.: imaginemos que a maria está grávida e A atropela maria e com aquele
atropelamento A causa graves lesões da integridade física do embrião que vem com
graves deficiências no nascimento. Aqui há indemnização autónoma do defunto.
Atropelou A a maria com requintes de malvadez e atropelou várias vezes com a intenção
de matar a criança, num caso como este se aplicarmos o artigo 66/2 não haveria direito à
indemnização autónoma do nascitudo porque não nascia porque estava morto.
Há portanto alguns autores que defendem que este artigo só se aplica aos patrimoniais
porque há uma monte de direitos de personalidade que carecem de proteção naquele
período de gestação. Isto traz problemas:
-Aquela questão colocada. Como isto se comptabiliza no caso de existir aborto legal. O
direito penal é aquilo que se chama direito de ultima ratio. É tão intrometido na vida das
pessoas pelos efeitos graves que têm e portanto só funciona em ultima ratio. Para haver
possibilidade incriminação no direito penal é preciso dois requisitos:
E isso foi o ponto que levou aos defensores do aborto legal segundo certas condições.
Quando dizem que o aborto não é punível sobre certas circunstâncias, o legislador penal
não está a atribuir um direito ao aborto mas um retração do direito penal (porque
efetivamente é o direito ultima ratio) nessa zona. O facto do comportamento não ser ilícito
sobre o ponto de vista do direito penal não quer dizer que não seja ilícito do direito civil
(ex.: O pai que se oponha ao aborto da mãe pode pedir indemnização pela decisão da
mãe pelo direito de autodeterminação como pai e o direito à vida do filho)
Se passar um cheque sem cobertura num banco não sou criminalizada mas sou
responsabilizada e portanto o penal funciona sobre isso. Pode ser penal irrelevante mas
no civil relevante. Se o direito penal não previr aquele comportamento como crime ainda
pode ser um comportamento que gere responsabilidade civil e não penal. Senão havia
uma coordenação entre o ordenamento penal e civil e isso não existe.
Se ser nascitudo chega para ter direitos de personalidade então não faz sentido dizer que
não têm personalidade jurídica e tentam construir várias posições que defendem estes e
vamos ver as várias e qual adquirimos.
Vamos retomar a matéria neste ponto para a semana e continuaremos com o termo da
personalidade jurídica até chegarmos aos direitos de personalidade que vamos estudar na
sexta feira.
A nossa aula só vai começar às 16:30
Hoje vamos aproveitar o tempo que temos e retomar o que começamos na sexta.
Começamos a estudar os sujeitos da relação jurídico e dissemos que eram as pessoas
singulares e as coletivas,
Começamos por nos focar nas singulares mas mais importantes de quais são os sujeito é
sabero que é ser um e deparámo-nos com o personalidade jurídica e soubemos que é o
que é preciso para poder assumir direitos e deveres.
Autores dizem que não tem peronsalidade jurídica – dizem que há um fenómeno
de retroação da personalidade – aqueles direitos do nascitudo seriam
reconhecidos mas tudo se pasava quando no momento de nascimento a
personaldiade jurídica retroagisse para cobrir os outros direitos.
1º motivo contraria o princípio do personalismo ético que diz que devemos reconhecer os
direitos a todo o ser humano e pessoa e não devemos ter o conceito de pessoa sujeito a
gradações
2º motivo – esta teoria não justifica a atribuição de direitos pessoais ao nascitudo e o artigo
65 até se fala dos direitos pessoais não se aplicarem.
Há outros autores que falam de direito sem sujeito – antes dissemos que a
constituição envolve a aquisição mas o contrário não acontece. Mas para quem
reconheça a existência de direitos sem sujeito há situações onde pode haver
constituição sem aquisição. Os direitos existiriam e ficariam submetidos a uma
condição suspensiva e só mais tarde é que entrariam na titularidade de um
determinado sujeito
1ºmotivo – mais uma vez contrariamos aquele sentido do personalismo ético de onde
partimos, isto não quer dizer (fora da problemática dos nascitudos) que a categoria dos
direitos sem sujeitos não possa ser aplicada a outras situações (ex.: imaginemos um
bilhete de lotaria premiado, aquele título incorpora o próprio direito e este perde-se e está
no chão. O direito existe mas ainda não ingressou na personalidade de um sujeito. São
situações muito particulares que em nada se confundem com a hipótese dos nascitudos)
Há ainda outros autores que dizem que os nascitudes têm uma personalidade
jurídica parcial, não plena mas parcial.
Qual o problema desta teoria/posição? O problema é que a personalidade jurídica é um
conceito absoluto (vamos estudar outros conceitos a propósito dos sujeitos
nomeadamente a capacidade jurídica e dentro deste a capacidade de gozo de direitos e
de capacidade de direitos e este é que é mais amplo consoante as circunstâncias) mas a
personalidade é absoluta e vêem o artigo 66 não à luz da personalidade mas da
capacidade.
Esta personalidade jurídica vai-se depois verter naquilo que o prof. Orlando de Carvalho
designava de subjetividade jurídica. Esta subjetividade jurídica será aquela que está
contemplada no artigo 66.
Quando este fala de personaldiade jurídica fala neste sentido de subjetividade jurídica.
Então devemos pensar em relação ao nascitudos que têm subjetividade jurídica (são
sujeitos de direito) sempre que as especiais circunstâncias em que se encontrem
determinem que não faz sentido a configuração daquele momento temporal que é o
nascimento. Eles têm personalidade jurídico. No que diz respeito à vertente da
personaldiade jurídica esta é reconhecido e o momento do nascimento é fundamental mas
deixa de ser relevante sempre que as circunstâncias justificam a necessidade da tutela
desses direitos mesmo antes desse acontecimento.´
Quanto aos nascitudos não concebidos não têm personalidade porque não passam de um
mero projeto que pode vir.
Agora sabemos que a personalidade jurídica se inicia no nascimento mas existe a tutela
de direitos associados ao nascitudo.
Agora precisamos de saber quando é que a personalidade jurídica cessa. Ela cessa,
nos termos do artigo 68, com a marca. Com a morte vão-se extinguir as relações jurídicas
de natureza pessoal e as relações jurídicas de natureza patrimonial vão ser transmitidas
aos herdeiros.
Depois vamos ver mais tarde que depois da morte tutelar alguns direitos patrimoniais
segundo o artigo 71.
Fundamental é por isso sabermos quando ocorre a morte. (ex.: há necessidade de fazer
uma colheita de órgãos para uma determinada coisa e até que momento é que a pessoa é
considerada morta para poder extrair órgãos. O critério legal da morte é a chamada morte
cerebral (quando o tronco cerebral deixa de ter atividade). O critério da morte
cardiorespiratória não é válido porque está provado que isso pode ser revertido.
Presunção de Comoriência
(ex.: A é casado com B e vamos imaginar que estes têm um filho o C que está casado com
D. Imaginemos que A é proprietário de um apartamento e de um estabelecimento
comercial. Imaignemos que este A e C estavam embarcados num navio que naufragou e
foram dados como mortos e não sabemos qual morreu primeiro. Podemos fazer conjeturas
dizendo que um é mais novo sobreviveu mais tempo, etc. e nunca saberemos qual morreu
primeiro mas é relevante porque imaginemos,
1ª hipótese – A morre primeiro – herdeiras são B e C, quando se filho morre parte daquilo
que seu filho recebeu vai pertencer à B e C
2ª hipótese – C morre primeiro – Se o C morrer primeiro não tem bens e não há nenhum
problema e a seguir morre o A e quem é herdeiro aqui? O B e aqui só vai receber o B,
Portanto não é indiferente para uma certo efeito jurídico qual deles faleceu em primeiro
lugar e aí aplicamos a presunção de comoriência que diz que presumimos que faleceram
ao mesmo tempo. Se falerecem ao mesmo tempo A e C morre. Quando A morre significa
que já não existe a esfera jurídica do C e portanto só B herda.
Se a pessoa desaparece e deixa de dar notícias temos que em primeiro lugar administrar
mecanismos para administrar os seus bens. O senhor que “desaparecer” tem que se
adminsitrar os bens através de um instituto que se chama curadoria provisória (prevista no
artigo 89).
-Alguém interessado
O curador provisório:
(Termo da curadoria)
A curadoria provisória termina:
d) Pela entrega dos bens aos curadores definitivos ou ao cabeça-de-casal, nos termos do
artigo 103.º;
Neste período em que as pessoas deixa de dar notícias a reação imediata é administrar os
bens do ausente e isto está desenhado com base na ideia de que o ausente vai regressar
porque essa é a presunção mais forte e vamos ver o que acontece quando o tempo
começar a passar.
-Cinco anos com representatne legal ou procurador pode o Ministério Público ou algum
dos interessados requerer a justificação da ausência.
Cônjuges
Herdeiros do ausente
Todos aqueles que tiverem direitos sobre o bem do ausente cujo direitos estejam
dependentes da morte dele
Com a curadoria definitiva os bens do ausentes são entregues aos herdeiros mas sobre o
título de curadoria e não de transmissão de bens porque ainda há esperança para esse
retorno e é por isso que o tribunal pode exigir caução aos curadores definitivos. Não são
proprietários e apenas curadores definitivos e portanto não podem praticar qualquer ato
(artigo 94/3):
Além deste número, todo o artigo 94 se aplica também aos curadores definitivos além
dos provisórios,
Para haver declaração de morte assumida não é preciso haver curadoria qualquer e não
têm relação de precedência o mesmo da definitiva com a provisória.
Com esta declaração tem os mesmos efeitos de uma declaração de morte com a exceção
do caso que não se dissolva. Óbvio que a pessoa que fica pode requerer o divórcio mas o
casamento não se extingue porque o legislador entendeu que estaria a afetar uma relação
íntima entre pessoas.
Imaginemos que a pessoa que fica casa de novo... No Frei Luís de Sousa há uma bigamia
quase porque o primeiro casamento não se extingue... No nosso ordenamento diz que o
cônjuge casado com o ausente pode casar-se novamente e se viermos a saber que o
ausente está vivo consideramos que o primeiro casamento está extinto à data da
declaração de morte presumida não por efeito da morte mas por divórcio, (artigo 116).
Como todos os outros efeitos são equiparáveis à declaração de morte e portanto agora os
bens do ausente são entregues aos herdeiros a título de direito de propriedade e adquirem
com base na sucessão. Então o que acontece aos bens quando ele regressa?
A resolução é-nos oferecido pelo artigo 119 do CC que diz:
(Regresso do ausente)
TEXTO
1. Se o ausente regressar ou dele houver notícias, ser-lhe-á devolvido o património no
estado em que se encontrar, com o preço dos bens alienados ou com os bens
directamente sub-rogados, e bem assim com os bens adquiridos mediante o preço dos
alienados, quando no título de aquisição se declare expressamente a proveniência do
dinheiro.
2. Havendo má fé dos sucessores, o ausente tem direito a ser indemnizado do prejuízo,
sofrido.
3. A má fé, neste caso, consiste no conhecimento de que o ausente sobreviveu à data da
morte presumida.
O que acontece aos bens do ausente? São devolvidos ao ausente no estado em que se
encontra (isto significa o que? Imaginemos que A desaparece e depois declarado
presumidamente morto e tinha um apartamento, um centro comercial e a conta bancária,
quando regressa só havia os primeiros 2 e o saldo bancário tinha sido gasto em coisa, o
que temos de devolver é o apartamento e o centro comercial.
Agora numa situação onde para além do saldo bancário, o apartamento já tinha sido
vendido... Devolvemos o centro comercial e o dinheiro resultante da venda do apartamento
está numa conta bancária á ordem e é devolvido,
Agora imaginemos que com esse dinheiro tinham comprado outro apartamento e dizia na
escritura pública que o dinheiro resultava do dinheiro da outra venda era devolvido o
segundo apartamento e a isso chama-se sub-rogação do bem (há uma substituição do
bem original por outro)
Continuando...
Estamos a falar de personalidade jurídica e quando começa e acaba...
A personalidade jurídica nasceu no seio alemão...
Esta personalidade jurídica pode ser deixada de ser compreendida em termos formais e
ser considerada em termos materiais quando tal personalidade é projetada no mundo do
direito.
Este conteúdo mínimo da personalidade jurídica é-nos oferecida pelo direito de
personalidade.
O que são direitos de personalidade- são direitos que têm como objeto a própria
personalidade humana.
-Podem ter como objeto a pessoa humana nas suas múltiplas faces – direito geral de
personalidade (só um)
-Ou que tem como objeto determinados bem específicos da personalidades (direitos
especiais de personalidade) – ex.: direito à igualdade, integridade física, etc. Qualquer
bem destacado atribuido à pessoa podemos considerar direito especial de personalidade.
Direito de personalidade:
-Direito moral de autor (este direito moral de autor não é ianto e para que seja titular é
necessário que elabora uma obra de arte, literária, científica que seja oral e tenha o
mínimo de projeção – tem que a haver uma projeção da pessoa num determinado objeto e
portanto há pessoas que podem nunca chegar a ser titulares de direito de autor.
O direito de personaldiade são absolutos (beneficiam de uma proteção erga omnes - i),
inatos, gerais e abstratos, extrapecuniais (não são susceptíveis de tributação pecuniária).
Não quer dizer que os direitos de personalidade alguns não possam ter uma
intencionalidade económica (direito à imagem – essa imagem é suscétivel de exploração
económica pelo próprio titular – podemos ter contratos de cedência de imagem a uma
agência de imagem) assim como os direitos de autor em que pode ter uma exploração
económica.i
Se a pessoa morrer o direito à vida não tem uma expressão patrimonial mas quando morre
geram-se danos patrimoniais (a custa do enterro, etc.) e depois danos não patrimoniais
(sofrimento da morte, sofrimento por parte dos próprios familiares) e portanto o direito à
vida não tem uma ligão patrimonial.
Estamos também perante direitos inalianáveis e não podem ser abdicados e se o fizer está
a abdicar da sua dignidade já que são reconhecidos em nome da dignidade. Além de
serem alineanáveis também tendencialmente indisponíveis. O titular do direito não tem a
plena disposição sobre o objeto do direito – em regra o titular não pode dispor desses
direitos porém há situações em que o titular dos drieitos pode limitá-los volutanriamente.
Como?
Através de uma figura que é conhecido pelo consentimento do ofendido
Devemos ver também o art.340 do CC que nos diz que o ato lesivo do direito de outrém é
lícito desde que este tenha consentido pela lesão...
Vamos atender aos princípios normativos e vemos que o consentimento deixa de ser
válido quando põe em causa a dignidade da pessoa que é base daquele direito. O senhor
que quer cortar os braços etc. não teria consentimento válido porque contraria os
princípios da ordem pública.
-O consentimento tem que ser livre e voluntário e tem que corresponder a um ato de
vontade do sujeito e por isso pode voltar atrás a qualquer momento e por isso tem que ter
requisitos:
não pode haver qualquer coação
O consentimento tem que ser específico (consinto que violem o meu direito de
integridade física é muito abrangente e temos que consentir para um determinado
ato e tendo em conta as finalidade desse ato
isto significa também que em determinados domínios que são caracterizados por
um especial complexidade técnica o consentimento pode ter que ser acompanhado
com explicações prévias (consentimento informado) – onde isto é claríssimo é o
consentimento médico. Não basta o médico perguntar se autoriza cirurgia e neste
caso tem que explicar a finalidade, os prós e os contras desta, se é adequada e
porquê, quais os riscos que corre e o médico tem o dever desse esclarecimento,
Outro domínio onde isto também existe é o da proteção de dados e um dos
requisitos é o do consentimento e para isso é preciso certos grau de informação
para esse consentimento.
-O consentimento não tem que ser expresso – há domínios em que o consentimento tem
de ser expresso (ex.: consentimento médico explícito em certos atos, proteção de dados
em determinadas matérias tem que ser expresso) mas em geral pode ser tácito (prestado
através de atos compundentes dos quais se possa extrair com uma certa margem de
certeza que aquela corresponde à vontade do sujeito. Ex.: agora pegava num telemóvel e
tirava uma fotografia e todos percebem e fazem poses ninguém disse que sim e aceitam o
consentimento da prestação ao direito de imagem aquele comportamento pode ser
considera compundente.
Continuando nos direitos do personalidade vamos ter em atenção outro aspetos. Dissemos
que os direitos de personalidade já são tutelados antes da pessoa nascer e agora vamos
falar de outro momento (artigo 71 do CC) vem admitir a tutela dos direitos de
personalidade de pessoas já falecidas.
1º Grupo – autores que entendem que este artigo configura uma exceção à regra pela qual
a personalidade jurídica cessa com a morte e esta posição não lhe parece de aceitar e não
há nada que nos aponte para a continuidade da personalidade jurídica. Todas as relações
jurídicas cessaram e as relações patrimoniais foram transmitidas aos destinatários.
2º grupo – não são os direitos de personalidade do defunto que estão a ser protegidos
mas os dos familiares ou de alguns familiares ainda vivos. Esta também parece que não
deve ser acolhida e não porque se em causa estiverem diretamento os direitos da pessoa
sobreviva não era preciso um artigo a consagrar esses direitos e também não era
necessária a regra previsto no artigo 61.
3º Grupo – melhor para a professora- o que está em causa é a tutela de alguns bens da
personalidade do falecido, bens esses que acabam por irradiar os seus efeitos para além
da própria morte. A proteção que e´dispensada por esses bens é exercidas pelos
familiares sobrevivos. Não estamos a falar de todo e qualquer bem da personalidade nem
todo e qualquer direito da personalidade (não faz sentido tutelar o direito de vida da
pessoa já falecido mas há outros como o direito à honra, imagem, privacidade, direitos de
autor, direito à história pessoal e portanto aquilo que está em causa não é apenas a tutela
da memória que os familiares têm da pessoa mas a tutela dos próprios bens de
personalidade.
Esta tutela post mortem dos bens da peronsalidade pode gerar alguns conflitos (ex.: De
um lado o direito à investigação história e por outro lado no direito à tutela da história
pessoal e do direito à honra).
Esses conflitos vão ser estudados à medida que vão ser estudados e um elemento
importante para estes conflitos é o tempo e quanto mais tempo passar menor a
proteção/menos intensa é a tutela que vamos dispensar aos bens da personalidade da
pessoa já falecida.
Ex.: Direitos de autor durante 70 marco temporal este que não é rígido em conflito de
direitos.
Outro aspeto importante que pode ser tutelar a este nível (disse que não pode ser tutelado
a integridade física mas pode tutelada a integridade dos restos mortais ou do corpo físico e
há muita jurisprudência quanto a estes bens).
Nós na 3ª feira tivemos a nalisar alguns dos bens da perosnalidade e alguns dos quais
correspondem a direitos especiais de perosnalidade e hoje vamos continuar esta análsie a
acabá-la talvez e depois passamos à c apacidade talvez.
Outro direito:
-Privacidade – diz diretamente respeito à dignidade da pessoa e não deve deixar de ser
erconhecido pelo ordenamento jurídico e tutelado por este. Diz diretamente respeito à
personalidade humana e à sua dignidade porque o ser humano precisa de um espaço
onde esteja à vontade para desenovlver o seu eu e todas as suas dimnesões enquanto
pessoa.
Esta privacidade não se confunde porém com a privacy norte americana. Porque aquilo
que nós tutelamos no nosso ordenamento jurídico é uma dimensão informacional e no
fundo tutelamos o direito diz respeito ao poder que cada um tem de controlar os dados da
vida privada. No àmbito da common law além desta dimensão informacional tem também
uma decisional e a pessoa como ser tem o direito a ser deixado só e determinadas
decisões dizem respeito á pessoa e ninguém pode decidir por ele.
Esta dimnesão decisional não pode ser entendida nem incorporada por nós porque remete
àquele entendimento do homem isolado que rejeitamos e portanto no nosso ordenamento
só temos a dimensão informacional
Esta informacional diz que ninguém pode ter acesso a dados pessoas, da vida privada
sem a sua autorização e tutela-se auqi não só acontecimentos que ocorrem em locais
privados como também os que ocorrem em público. (ex.: A e B têm uma conversa num
local público sobre a vida privada ainda é tutelado por aquilo que dizem)
Há violação deste direito sempre que haja divulgação de factos da vida privada alheia mas
não é preciso que haja divulgação e a tomada de conhecimento sem autorização em si
mesmo já configura um atentado às privacidade.
Ao nível do direito controlamos estas informações que podem dizer respeito a: gostos,
hábitos de vida, projetos de vida, história clínica, orientação sexual, crenças ideológicas,
religiosas, etc.
A panóplia de elementos que se tutelam ao nível da privacidade é tão ampla que parte da
doutrina entende que se deve distinguir 3 esferas de privacidade:
1ª- pessoal – diz respeito a aspetos como fotografias da pessoa, animais, veículos que
conduz e diz respeito a todos aqueles elementos que fazendo parte da vida pessoal
daquele sujeito mas que facilmente podem ser casptados por alguém que tenha minimo de
contacto com a esfera da pessoa em questão. (os vizinhos sabem que automóvel
conduzimos, etc.) Dizendo respeito à vida do sujeito podem ser captados pelo mínimo
contacto)
3ª- segredo- ainda mais profunda e escondida, faz parte desta todos aqueles factos que
sejam secretos pela sua própria natureza (ex.: dados clínicos do sujeito, diários íntimos,
segredos de confisão, etc.) e são secretos pela sua natureza ou outros factos que sejam
secretas por determinação da pessoa.
Qual a importância desta análise tripartida criticado por muitos autores é preceberes que
há medida que caminhamos mais densamente nesta esferas tanto maior vai ser a
proteção que o ordenamento dispensa a este direito ao ponto de haver decisões
jurisprudenciais em portugal que recusam a consideração de um diário íntimo como
matéria de prova de crime por ser considerar como elemento da esfera de segredo ser
uma prova ilícita.
Para além de não ser lícita a tomada de conhecimento e divulgação destes factos que
dizem respeito a esfera do sujeito também não são consideradas lícitas as perseguições
(A que acompanha surrateirmente B para o trabalho, etc.) isso é perseguição e
considerando ilícita esta estamos a considerar o tal (right to be let alone) direito a estar só.
Mas este não pode ultrapassar a consideração da ilicitude da perseguição.
Os Americanos invocam esta conceção até para viabilizar práticas como o aborto.
Ainda em direito de privacidade temos exceções como os menores onde os pais podem
dependendo do grau de maturação privar esse direito de privacidade.
Outro grupo de sujeitos que muita das vezes de confronta com limitações ao direito de
privacidade são as pessoas famosas. Quanto as estas não são raros os conflitos entre o
seu direito de privacidade e o direito à informação que se invocam. (ex.: Basta pensar nas
pessoas cujos factos são divulgados nas revistas, etc.) Quanto às figuras públicas temos
que começar por pensar que têm a sua privacidade limitada e têm-no muitas das vezes
por vontade própria e maior parte das vezes procuram exposição mediática para
progressão na carreira para depois ter a sua liberdade limitada.
Esta limitação é verdade mas as esferas não são todas eliminadas:
-A esfera pessoal e privada conserva-se mas ainda é limitada e o critério de limitação será
o critério do interesse público. Admitimos que esta limitação só é lícito conforme interesse
público (saber no fundo se a informação é ou não relevante para formação da opinião
pública e pode haver factos relevantes nas vidas destas figuras). Ex.: expor a vida escolar
de um governante, ou a familia de um político que tem como bastião de princípios a família
estabelecida tradicionalmente.
Por direiot à honra cosndieramos o direito à imageo exterior que os outros têm do sujeito.
Dentro do direito à honra podemos distinguir duas vertentes:
-Social- respeito á consideração de que a pessoa goza no meio social/ no ambinete que se
insere.
2ª concenção normativa: a pessoa só pelo facto de ser pessoa merece respeito. Dentro
desta concenção podemos distinguir:
-Esfera invariáveis de honra- honra pessoal (ideia de dignidade da pessoa humana), honra
familiar (o respeito não é devido à pessoa polarizada em si mesmo mas na família a que
pertence).
-Tem de haver uma finalidade de interesse pública para a divulgação desta informação
desonrosa.
Este dois requisitos têm que ser balizados pela ideia de mínimo de dano mesmo
cumprindo as anteriores finalidades não é bem um terceiro requisito mas é mais ou menos.
(temos ainda que verificar nos acessos às informações um princípio de menor dano e os
meios para acesso à informação tem que provacar o dano mais pequeno)
Este direito ao livre desenvolvimento da personalidade no fundo traduz o poder que cada
um tem de que não seja privado das condições de pleno desenvolvimento das suas
potencialidades como pessoa.
Mas temos de ser particularmente cautelosos quanto a este direito porque tem sido
invocado diversas vezes para legitimar vários comportamentos que são otentatórios da
ideia da dignidade da pessoa.
os direitos de personalidade só podem ser invocados em obediência ou respeito pelo
fundamento múltiplo do reconhecimento desses direitos (a dignidade da pessoa humana) e
portanto não podemos invocar este direito para legitimar um comportamente que me
degrada ou danifique. Nesse caso não estou a invocar um direito mas um não-direito.
Temos que ser particularmente cautelosos nesta dimensão. (ex.: invocam este direito para
se prostituir ou para o consumo de estupefacientes, etc.)
-Responsabilidade civil – não basta que haja violação de direito de personalidade e para
alem destes todos os requisitos que estudamos sobre esta.
-Podemos lançar dano das providências a que faz referência o artigo 70/2 do CC. Pode-se
lançar mãos de providência para atenuar os efeitos dessa lesão ou para prevenir esta
(podemos estar a falar de um pedido de desculpa, desmentido, recolha de livros, revistas
ou jornais, uma proibição de contacto com a pessoa). Temos providências preventivas e
outro tipo.
Ver artigo 1601 do CC – os menores de 16 anos não têm capacidade de gozo para
casar e têm uma incapacidade nupcial portanto.
Incapacidade para perfilhar – artigo 1850 – aperfilhação (quando alguém nasce
tem um pai e uma mãe e esse vínculo biológica tem que ser estabelecido
juridicamente, como se define quem é a mãe? É quem deu à luz mas se não se
sabe quem deu à luz pode haver uma investigação mas na paternidade há a
presunção de paternidade onde é quem é casada a mulher mas senão estiver
casada ou o casado prova-se que não é filho pode haver uma prefilhação senão há
uma investigação também). Têm capacidade de aperfilhar os maiores de 16 anos,
nem maiores acompanhos ou tenham uma incapacidade mental, psicológica, etc.
no momento da perfilhação.
Capacidade de testar- 1879- são incapacitados de testar os menores ou maiores
acompanhados, etc.
Estas incapacidades de gozo significam que o sujeito não é titular da capacidade de casar,
testar ou perfilhar e estas capacidades são insupríveis (não há formas de nós as
afastarmos e alguém atuar pelo incapaz e isso diz que não existe essa faculdade mas
ainda está com o sujeito)
Quem é menor? Quem não completou ainda 18 anos de idade, a maioridade atinge-se aos
18 anos e às 24h do dia em que a pessoa faz 18 anos e portante às 0h do dia seguinte. E
estes prazos podem ser importantes no regime da maioridade.
Mas enquanto o menor é menor é titular de direitos mas não pode exercê-los e coloca-se o
problema como vamos suprir a capacidade de exercício dos menores – artigo 124 do CC.
É suprida pelo poder partenal e subsidariamente pela tutela. Esse suprimento é feito pela
via da representação legal (essa representação signifca que há determinado ou
determinados sujeitos que vão agir em nome do menor e significa que há um sujeito que
atua e que os efetios jurídicos dessa atuação se produzem na esfera jurídica do menor e
em regra os representantes legais são os pais mas há situações em que não há pais ou os
pais podem estar inibidos do poder paternal e nesse caso quem vai representar o menor é
o tutor.
O representante vai exercer os direitos de que o menor é titular e nome do menor no
entanto os pais têm algumas limitações (artigo 1889 do CC). Se o fizerem os atos são
considerados anuláveis nos termos do artigo 1993.
Quanto ao tutor está o artigo 1997 e depois o artigo 1938. Se o tutor leva a cabo este atos
podem ser nulos 1939 e depois o artigo 1940.
Agora vamos para de falar de minoridade e agora vamos distinguir de nulidade e anulável.
Quando falamos disto estamos a falar de atos inválidos e podemos ter dois tipos de
nulidade:
-Nulidade – é mais grave que a anulabilidade e essa maior gravidade projeta-se em termos
de regime
-Anulabilidade
(diferenças de regime):
-Atos nulos ou nulidade pode ser invocada a qualquer tempo (daqui a 20 anos podemos
invocar nulidade de hoje) vs Os atos anuláveis a anulabilidaed tem um prazo para ser
abolida (o prazo tem duas hipóteses – ou o legislador nos diz um prazo ou o prazo regra é
aplicado-287- um ano a contar da cessação do vício)
-A nulidade pode ser invocada por aquilo interessado (ex.: A e B celebraram um negócio
compra e venda e é nulo, quem pode invocar a nulidade? O A, o B se tiverem interesse
nisso mas podemos ter um x que é credor e também pode ter interesse em invocar a
nulidade para o bem volta à esfera jurídica do A e portanto pode ser invocado por qualquer
interessado) vs A anulabilidade só pode ser invocado pela pessoa pelo interesse da qual
ela foi estabelecida (ex.: imaginemos que esta compra e venda é anulável por erro (o B
pensava que tinha muita àgua para plantar arroz e era de sequeiro) O negócio é anulável ,
vamos dar mais tarde, só pode invocar esta no interesse da qual pessoa no qual a
anulabilidadae foi estabelecida e a anulabilidade foi no interesse de quem se engano que
foi o B que se engano) Vamos ver a propósito dos menores quem tem a eligibilidade para
pedir a anulabilidae o legislador pode dizer mas senão é critério do 287).
-A nulidade é de conhecimento oficioso (isto quer dizer que por ex. O juíz recebe a peça
processual e pode reconhecer a nulidade sem ser invocado) vs A anulabilidade não pode
ser conhecido oficiosamente e o juíz até pode perceber mas senão o invocam é como se
fosse válido.
-A anulabilidade pode ser sanada (resolvido) Como posso sanar? Dois meios (ou pelo
precurso do tempo (acaba o prazo não se faz nada) ou por confirmação (a confirmação é o
ato daquele que poderia vir a invocar a anulabilidade e vai dizer que assente de facto na
confirmação do negócio e reitera a celebração do negócio e assim sana-se a
anulabilidade.
Alínea a)-Requisitos para que o ato praticado pelo menor seja válido:
-O menor tem que ter mais de 16 anos, tem de os ter não só no momento da celebração
do negócio como também no momento em que adquiriu o bem objeto do negócio.
-O objeto do negócio tem que ser um bem que tem que ter sido adquirido pelo trabalho do
menor e aqui trabalho deve ser entendido em sentido amplo (não equivale ao exercício de
uma atividade profissional, o trabalho aqui corresponde ao despendio por mínimo que seja
de esforço físico e ou intelectual e por isso tem se considerado que o menor que adquire
num concurso de televisão um determinado prémio, se utilizar esse dinheiro ou coisas e
negociar com ele esse bem foi adquirido com o seu trabalho.
-ex.: Imaginemos que o menor se dedica à pintura e vende-as numa feira, nesse caso
falamos de negócios válidos e a intencionalidade deste artigo e ideia do legislador é no
fundo permitir que não haja um corte abrupto entre a comunidade e a minoridade e tem em
conta que há uma progressiva gradual maturação de menor e isso permite que alguns
negócios sejam realizados validamente pelo menor tendo em conta as suas
particularidades. Devemos chamar a atenção que noutros ordenamentos jurídicos o
regime da minoridade é gradual.
Relativamente aos direitos de natureza pessoal o legislador nada nos diz mas devemos
considerar que este artigo 127/1-b) pode também legitimar a prática de atos de natureza
pessoal pelo próprio menor (ex.: imaginem que é necessário dar o consentimento para a
limitação de determinados direitos de personalidade que sejam limitados é entendido que
o menor deve ser chamado a dar o seu consentimento acompanhado ou não pelos
representantes a partir que se entenda que este compreende o alcance do ato que se vai
praticar.
Falta saber o que acontece se o menor praticar um ato que não pode celebrar. Nesse caso
rege o artigo 125- vem considerar que o ato do menor são anuláveis msa diz
expressamente este artigo quem e dentro de que prazo se pode arguir a anulabilidade:
Depois entramos na capacidade de exercício e vimos que era adquirida aos 18 e vimos as
exceções
Depois vimos afinal no caso de um menor celebrar um negócio para o qual não tem
capacidade e vimos a diferença entre nulidade e anulabilidade.
Ex.: A quer comprar um carro com 16 ou 17 anos e o negócio é anulável no entanto forjou o ID
e apresentou onde consta que tem 20 anos ou utiliza toda uma espécie de artimanhas e
artifícios de forma a fazer a contraparte acreditar que é maior. Nesse caso temos o dolo do
menor- usa artimanhas e aritfícios e mentiras com vista a fazer a contraparte acreditar que ele
é maior ou emancipado e a consequência da utilização deste dolo do menor é a
impossibilidade da invocação da anulabilidade do negócio nos termos do 126.
Então e os outros sujeitos do artigo 125 que têm direito de arguir a anulabilidade... Os
herdeiros perdem essa legitimidade porque herdam esse direito do menor, quanto aos
representantes legais há dúvidas ou divergência na doutrina:
-Há autores que dizem que mantêm a eligibilidade de arguir a nulabilidade e há outros que
compreendem que estes deixam de ter essa possibilidade.
1ª- o regime da minoridade existe para proteção do menor e existe para proteger o menor
contra a sua imaturidade, irreflexão, contra a falta de ponderação na atuação ou de dilegência
e sapência na atuação de tráfego negocial. O ordenamento jurídico parece considerar que se o
menor tem a esperteza suficiente para econtrar essa artimanhas e artifícios no sentido de
enganar a contraparte isso significa que não necessitará dessa proteção que o ordenamneto
jurídico no gerla lhe confere;
2º- É fundamentla nós tutelarmos a confiança da contraparte e a contraparte que foi enganada
acreditou seriamente e de forma fundamentada que esta a negociar com um maior.
Estas duas razões fundamentam esta posição onde os representantes legais perdem essa
elegibilidade.
Agora chegamos ao 18 anos e aqui a pessoa adquire capacidade de exercício de direitos (passa
a ser maior) regra da capacidade.
a verdade é que há pessoas por algumas das suas características acabam por não ter
possibilidade de atuar no tráfego negocial sem estar sujeitas a uma grande vulnerabilidade.
Ex.: Pessoa portadora de um deficiência mental profunda, um idoso que entrou num processo
de erosão mental profunda ou uma pessoa que tem um vício em bebidas alcóolicas ou de
estupefacientes e essas pessoas precisam de proteção não no ponto de vista etário mas devido
às suas características.
o ordenamento jurídico sempre foi sensível a determinadas pessoas com certas caracterísitcas
que eram verificadas ao nível do tráfego negocial.
-Inabilitação - Além dos listados também adicionamos aqueles que dependem de consumo de
drogas ou àlcool ou pródigos (prodigar que era gastar tudo crónicamente, sofrem de habitual
prodigalidade). Têm as suas especificidades mas tem os elementos comuns com interdição. A
diferença aqui é que as situações de inabilitação eram menos graves e este mostrava-se
apenas impossibilitado de reger os seus bens e então não seria totalmente excluida a sua
capacidade de exercício mas era limitada e continuava a ter capacidade para a prática de atos
de natureza pessoal, podia celebrar negócios morti causa (produz efeitos apenas pós-morte
(ex.: testamento)) (vamos ver o que é isto depois) diferente do inter vivos (produz efeitos em
vida). O inabilitado podia ainda celebrar negócios de mera administração.
Não tinha capacidade de exercício para a prática de atos de disposição.
Atos de administração vs atos de disposição-
Negócios de mera administração- são negócios que não involvem uma alteração do capital
nem do rendimento ou seja, são negócios que não potenciam grandes ganhos mas não
também não envolvem o risco de grandes perdas. (ex.: se vender as maçãs do quintal da
minha casa, comprar depois adubo para adubar a minha àrvore ou pedrinhas para fazer um
caminho para a àrvore, estou a fazer negócios de acordo com o rendimento do bem)
Negócios de disposição – pelo contrário são negócios que envolvem uma alteração do
património e do capital. Podem gerar grandes ganhos mas são suscétiveis de gerar grandes
perdas. (ex.: vender e comprar um computador)
Essa incapacidade não era suprida por uma representação legal mas por outro instituto que é a
assistência. O inabilitado não tem um tutor como um interdito mas um curador a assisti-lo e
isso significa que inabilitado praticava o ato mas para fazê-lo era preciso consentimento do seu
curador. Ao contrário dos menores onde o representante legal substituia o menor ou interdito
no caso dos inabilitados eles eram assistido. Em regra onde não diria que se aplica inabilitação
aplica-se a interdição-
-Impunham uma restrição desmedida à capacidade de exercício. Esta crítica não parece tão
válida porque a restrição era feita em nome da salvaguarda do sujeito.
isto gerou um movimento para alteração deste regimes e a lei 49/2018 veio revogar o regime
de inabilitação e interdição e veio introduzir o regime de acompanhamente de maiores e com
este tentamos elevar ao máximo possível a capacidade de exercício do sujeito e vamos ver em
que ter termos (artigo 138 e seguintes).
para que seja decretada uma medida de acompanhamento são precisos 2 pressupostos e
depois alia-se a este um 3º:
2º- esta capacidade de cumprir plena e pessoal os deveres tem que resultar (artigo 138) de
razões de saúde, deficiência ou do comportamento do sujeito.
Na saúde integra-se o quê? Todas as patologias de ordem física, psíquica e mental e com isto
nós temos uma mais valia ou de certo modo temos alguma flexibilidade quanto ao regime
antigo porque não ficamos prezos à anomalia psíquica. De notar que já anterior regime o
jurista não tinha que ficar preso a uma conceção estritamente médico daquilo que é anomalia
psíquica.
Nas deficiência inclui-se qualquer handicap física, aquelas habituais situações de surdez,
mudez e cegueira integram-se aqui (alguns autores mostram-se críticos desta solução dizendo
que estes têm mais autonomia do que antes teriam pelos novos meios de acessibilidade
presentes e podem ter uma vida perfeitamente normal e há condições hoje em dia que levam
a essa grau de autonomia mas não parece crítica válida porque o facto da maioria seja assim
não quer dizer que não possa haver um caso onde essa autonomização não tenha ocorrido. O
facto desta previsão existir não afeta aqueles que não precisam mas pode ajudar aqueles que
sim).
Quanto ao comportamento do próprio sujeito inclui o que? Temos que ver o comportamento
no ponto de vista moral, do bom costume, etc.? Não, isso seria na inabilitação com o consumo
excessivo de bebidas alcóolicas, predigaridade mas aqui pensamos ir mais longe porque, ao
contrário dos antigos regimes que eram rígicos nesse princípio de tipicidade nestes casos
tirando certos casos analógicos que ainda asssim eram difíceis, agora consideramos além dos
da inabilidade consideramos quaisquer vícios como ir ao casino todos os dias e pode necessitar
um acompanhamento.
Voltando ao regime dos maiores acompanhamos vimos que a maior flexibilidade dos
acompanhamentos é compensada pela menor rigidez do conteúdo do acompanhamento. Não
sabemos à priori o que podia e não podia fazer. Não sabemos o que “um sujeito maior
acompanhado implica” porque as medidas de acompanhamento são muito variáveis e são
moldadas em concreto pelo juíz em função das especificidades e necessidades do maior. Há
apenas um regra qeu é que a medida do acompanhamento tem que se limitar ao necessário
além do seu caráter de ultima ratio.
A ideia é potenciar a autonomia e capacidade de exercício do sujeito até ao máximo.
dependendo do caso concreto o juíz pode decretar várias coisas previstas no artigo 145,nº2 do
CC:
Artigo 145.º
Âmbito e conteúdo do acompanhamento
TEXTO
1 - O acompanhamento limita-se ao necessário.
2 - Em função de cada caso e independentemente do que haja sido pedido, o tribunal pode
cometer ao acompanhante algum ou alguns dos regimes seguintes:
a) Exercício das responsabilidades parentais ou dos meios de as suprir, conforme as
circunstâncias;
b) Representação geral ou representação especial com indicação expressa, neste caso,
das categorias de atos para que seja necessária;
c) Administração total ou parcial de bens;
d) Autorização prévia para a prática de determinados atos ou categorias de atos;
e) Intervenções de outro tipo, devidamente explicitadas. (pelo juíz)
3 - Os atos de disposição de bens imóveis carecem de autorização judicial prévia e
específica.
-----
Isto significa que se analisarmos o nº2 do artigo 145,
O que são negócios da vida corrente: negócios que fazem parte da vida ordinária jurídica.
-Ele mantém a sua capacidade de fazer negócios da vida jurídica.
-Exercício de direitos pessoais;. (ligaram-me aqui e perdi-me)
Primeira nota- do elenco de direito pessoais a que tem direito de exercer mas este elenco
não esgota todos os direitos contemplados
Segunda nota- algumas hipóteses previstas no artigo 147/2 não configuram verdadeiros
direitos subjetivos mas que qualificamos como qualificamos como qualidade jurídica
primária
Terceira nota- esta previsão desta capacidade de exercício dos maiores acompanhados a
alguns direitos correspondem também ao alargamento da sua capacidade de gozo em
algumas situações... Ex.: interditos por anomalia psíquica não podia casa ou perfilhar mas
agora a regra é que podem.
Quarta nota- a capacidade para o exercício destes direitos pessoas pode ser limitada ou
excluída por decisão judicial.
Vamos ter situações em que um maior acompanhado tem um represetante legal e outro
em que tem um assistente.
Chamando atenção ao 145 nº3 diz que 3 - Os atos de disposição de bens imóveis
carecem de autorização judicial prévia e específica. Este número tem suscitado profundas
críticas e este artigo não existia no ano de projeto do código civil e foi excerto quando a
questão se debatia na AR e os que habitaram este número não tinham grande visão global
do ordenamento jurídico globalmente considerado e tentarma proteger o maior
acompanhado mas causaram dificuldades causando repetição de coisas subentendidas no
CC.
Aqui os atos de disposiição de bens imóveis mas de quem? Não pode ser do maior
acompanhado porque ou ele precisa de assistência e autorização para esse atos ou não
precisa de ajuda e tem capacidade.
Segunda hipótese é os atos imóveis serem do acompanhante para protegê-lo do
acompanhado e é bom de certa forma mas o problema é que o regime de
acompanhamento segue o regime de tutela e nós até dissemos que os representantes
seguem certas regras e já chegávamo á mesma solução com o artigo 1889 e 1938 do CC
com o regime da tutela.
2ª crítica a este nº3- não percebe porque se fala de atos de disposição de bens imóveis e
não outros e reparamos que hoje me dia há outros atos que envolvem muitos mais riscos e
maiores quantias pecuniárias e valor patrimonial mais elevado que é por exemplo dos
bens mobiliários das ações e obrigações.
3ªcrítica – este nº3 refere aos atos de disposição de bens imóveis nas hipóteses em que o
acompanhado precisa de autorização do acompanhante ou seja, hipóteses de assistência
e não representação. Aqui não é preciso porque o controlo desta autorização já ocorre da
vontade do acompanhado. Além disso temos outros controlo da atuação do acompanhante
e resulta do artigo 150 do CC e diz que este deve abster-se de agir em conflito de
interesse com o acompanhado e tem consequência no artigo 261 do CC. Este artigo fala
do negócio consigo mesmo.
Concedo o poder a alguém para celebrar negócio jurídico por mim e essa pessoa resolve
vender o meu apartamento em meu nome e compra o apartamento em nome de si mesmo
e para celebrar o negócio consigo mesmo. Há exceções mas em regra este é anulável e
nesta hipóteses havendo um conflito de interesses entre o acompanhante e o
acompanhado devem ser considerado anuláveis segundo os critérios do negócio consigo
mesmo.
É possível que o acompanhado não respeite a decisão do juíz na sentença e pratique
determinados atos dos quais não tem capacidade e qual é a valor. Ele tem capacidade
para todos aqueles não especificados na sentença. No caso de não a ter os negócios são
anuláveis mas temos que ter em conta vários momentos porque enquanto a minoridade
resulta numa incapacidade de exercício ipso factu aqui falamos de incapacidades de
exercício que exigem a intervenção do tribunal e podemos ter os requisitos mas sem a
sentença não poderam ser considerados maiores acompanhados e portanto não é a
caracterísitcas da pessoa que lhe dá o estatuto como os menores e temos que ter em
conta 3 momentos:
-Atos posteriores ao registo do acompanhamento – depois do decreto judicial e registo
desta medida de acompanhamento.. Estes aqui são anuláveis e para já ficamos aqui e
depois vamos quem e dentro de que prazo.
-Momento que vai desde o anúncio do processo até ao registo do acompanhamento-
identifcado como de pendência da ação. Foi plubicitado o início do processo e depois o
registo- Quid iuris? Os atos são anuláveis mas é necessário que se verifiquem dois
requisitos:
1º -necessário que seja efetivamente decretada a medida de acompanhamento
2º- necessário que os atos se mostrem prejudiciais ao acompanhado e esta
prejudicialidade deve ser aferida no momentoda prática do ato e deve ser aferida tendo em
conta o momento da prática do ato. Ex.: A vende ações à cotação do mercado no mês de
agosto e durante este mês vendeu e se as vendeu significa que as vendeu ao preço
corrente de mercado e não sofreu qualquer prejuízo e qualquer pessoa nas suas
circunstâncias da altura teria celebrado um bom negócio depois a ver validade do negócio
as ações valem muito mais e comparativamente era um mau negócio e todas as
valorizações ou desvalorizações ao ato de aferência da validade não são importantes e
devemos considerar o momento,
-Atos anteirores ao anúncio do processo de acompanhamento. – artigo 154/3 diz que aos
atos anteriores ao início do processo aplica-se o regime de capacidade acidental (artigo
257)
O que consideramos é que o ato é anulável desde que verificados determinados
requisitos:
1º- necessário que no momento da prática do ato o sujeito estivesse efetivamente privado
das suas capacidades cognitivas(pensamento) ou volitivas (vontade).
2º-é necessário que essa incapacidade que se tem de verificar no momento em que
praticou o ato essa situação tem que ser conhecida da contraparte ou então tem que ser
notória. É notória quando o homem médio/de comum diligência poderia ter notado.
-Noutro tipo de situações a sanção será a ineficácia- ainda não estudámos as outras
hipóteses mas já falámos da representação legal e depois iamos falar da representação
voluntária.
Para haver representação voluntária é preciso eu dar os meus poderes a alguém e se
alguém tentar fazer um negócio por mim sem minha autorização será ineficaz e portanto
não produz efeito na minha esfera.
Ao contrário da incapacidade a ilegitimidade visa tutelar terceiras.
Com as incapacidades protegemos por exemplo incapacidade por minoridade o menor
quando restringimos a capacidade de exercício do maior para o proteger. As
incapacidades são feitas para estimar o sujeito das suas debilidades e não discriminar
niguém.
No caso das ilegitimidades o objetivo é proteger terceiros. Podemos falar de uma panóplia
de ilegitimidade mas vamos destacr uma que são as:
há uma série de atos que dizem respeito a bens móveis que só podem ser praticados com
o consentimento do outro cônjugo e sem essa é anulável 1687 do CC. Este artigo 1682
tem que ser conjugado com 1678 porque é este que nos diz qual dos cônjuges tem a
administração de que bens.
Artigo 1678.º
(Administração dos bens do casal)
TEXTO
1. Cada um do cônjuges tem a administração dos seus bens próprios.
2. Cada um dos cônjuges tem ainda a administração:
a) Dos proventos que receba pelo seu trabalho;
b) Dos seus direitos de autor;
c) Dos bens comuns por ele levados para o casamento ou adquiridos a título gratuito
depois do casamento, bem como dos sub-rogados em lugar deles;
d) Dos bens que tenham sido doados ou deixados a ambos os cônjuges com exclusão da
administração do outro cônjuge, salvo se se tratar de bens doados ou deixados por conta
da legítima desse outro cônjuge;
e) Dos bens móveis, próprios do outro cônjuge ou comuns, por ele exclusivamente
utilizados como instrumento de trabalho;
f) Dos bens próprios do outro cônjuge, se este se encontrar impossibilitado de exercer a
administração por se achar em lugar remoto ou não sabido ou por qualquer outro motivo, e
desde que não tenha sido conferida procuração bastante para administração desses bens;
g) Dos bens próprios do outro cônjuge se este lhe conferir por mandato esse poder.
3. Fora dos casos previstos no número anterior, cada um dos cônjuges tem legitimidade
para a prática de actos de administração ordinária relativamente aos bens comuns do
casal; os restantes actos de administração só podem ser praticados com o consentimento
de ambos os cônjuges..
A regra é que cada um gere os bens próprios e os bens em cônjuges e os bens comuns
deles gerem juntos. O nº2 diz algumas exceções.
Para além disso temos que perceber quando é que os bens são comuns ou não e vamos
pressupor o regime de bens que vigora dentro do casal havendo 3 possíveis regimes:
-Se nada for dito entre os cônjuges o regime supletivo é da comunhão de adquiridos
(segundo este previsto no 1721 e seguintes) são bens próprios de cada um cônjugues os
bens que cada um leve para o casamento e os bens que adquiram depois da celebração
do casamento a título gratuito ou através de sucessão. (ex.:M e A casa. M no momento em
que casa era proprietária de um apartamento e A de uma casa e automóvel.. Cada um
morre e deixa em testamento uma quinta, esta quinta é bem próprio de M, Imaginemos
que um amigo de A doa em vida 500.000 euros... esse dinheiro é do A prórpio. Tudo o que
adquiram depois do casamento tudo o que adquiram a título oneroso são bens comuns.
-Porém os cônjugues podem celebrar uma convenção ante-nupcial e nesta podem optar
por oturos dois regimes:
Comum geral de bens (1732 e seguintes) – neste regime a regra é que todos os
bens são comuns quer os que tinham no momento em que se casaram ou nos que
venham a adquirir mas há x que são incomunicáveis que são aqueles previstos no
1733 e seguintes.
Regime da separação de bens – aqui cada um conserva o domínio e fruição dos
bens que tenha ou que venha a adquirir (1735 e seguintes)
Precisamos de saber se os bens são próprios e comuns até para saber se pode alienar ou
não os bens ou se precisa de consentimento.
Se os bens forem imóveis aplicam o 1782-A este aparecem assim porque o CC tinha uma
numeração e depois na revisão foram postos e para não mudar a numeração do início ao
fim eles fazem estes artigos com letras até ao fim.
Este artigo vem exigir o consentimento de ambos os Cônjugues para a alienação,
arerndar, oneração de bens imóveis próprios ou comuns, E ainda para alienação,
oneração ou destacação de estabelecimento comercial comum.
Só não é necessário o consentimento de ambos se entre eles vigorar o regime da
separação de bens. Independentemento do regime de bens mesmo que vigora este
regime referido será sempre necessário o consentimento de ambos se o objeto imóvel for
a casa de morada de família.
A propósito da morada de cada de família podemos ver no 1682b.
Se houver violação deste consentimento antes referido a sanção será também aquela
prevista no artigo no 1687 ou seja os negócios são anuláveis.
Prazo:
-6 meses a contar do conhecimento mas nunca depois de decorridos 3 anos, Temos que
ver qual é a data que o cônjugue ficou a saber e pode arguir mas nunca depois de 3 anos.
Agora vamos passar às pessoas coletivas...
O que são pessoas coletivas, quando estudamos pessoas singulares foi fácil de perceber
as pessoas coletivas são organizações constitu´dias por uma coletividade de pessoas ou
por uma massa de bens que estão adstritos á prosseguição de determinados interesses
comuns ou coletivos à qual o ordewnamento jurídico atribui uma personalidade jurídica.
Organização:
A massa de bens refere aquilo das instituições onde x pessoa afeta determinado
património á fundação que vai prosseguir objetivos de finalidade pública.
-1º resposta-Savingy- para ele as pessoas coletivas eram pura ficção pura fictio.
-2ª resposta- depois de Savigny surge Otto von Gierke- que considerava que as pessoas
coletivas tinham uma existência ótica e concebia estas como um verdadeiro organismo-
ele era o defensor das teorias organicistas.
Há multiplas razões para nos afastar de ambas as respostas e o que devemos considerar
de facto é que as pessoas coletivas são uma criação do direito e surge justificadas pela
existência de um determinado extrato e por isso mesmo o estudo destas pessoas passa
pela análise pelos dois elementos que integram estas pessoas e permitem a constituição
destas pessoas. Vamos perceber como se integram as pessoas coletivas e quais os
elementos que constituem e compõem as pessoas coletivas.
1º- elemento pessoal – o elemento pessoal está presente num determinado tipo de
pessoa coletiva que são as corporações – estas caracterizam-se efetivamente por
terem como elemento relevante o elemento pessoal (se lembrarmos a definição
que a pessoa apresentou as corporações representam a pessoa coletiva por um
grupo de pessoas... não quer dizer que o património não seja relevante mas o que
significa é que o que marca a pessoa na essência do regime é ser esta
coletividade d epessoas – neste grupo de corporações estão as
associações(associados) e as sociedades (sócios)
2ºelemento patrimonial – traduz a tal massa de bens que são adstritos à
prossecução de determinadas aitivdades e é um elemento determinante e
marcante no caso das fundações. Obviamente que isto não signifca que na
fundação não há pessoas ou a vontade do fundador não seja importante mas o
que e preciso saber é que o que marca aqui as coisas é o bem
3º elemento teleológico- diz respeito ao fim, isto é, as pessoas coletivas têm um
determinado fim que justificará a existência de necessidade de criação da pessoa
coletiva. É através da consideração do fim que se determinará a amplitude de
capacidade de gozo das pessoas coletivas. Diz respeito ao fim e pode dizer que
pode haver a necessidade de criar a pessoa coletiva. Este fim é relevantíssimo
para esse propósito. Vamos estudar mais tarde que é relevantíssimo pois é a partir
da consideração de fim que vamos determinar a extensão da capacidade de gozo
da pessoa coletiva. Elas não têm a mesma capacidade de gozo e está capacidade
funcionalmente. Certas coisas a entender:
1º O fim tem de obedecer ao artigo 280 do CC e este artigo faz referência aos
requisitos de validade do objeto jurídico que estudámos antes. Também aqui a
finalidade da pessoa coletiva obedece a este requisitos.
2º O fim tem de ser comum ou coletivo – porque dizemo isto? No caso das
sociedades isso é imposto pelo artigo 994 do CC. O Artigo 494 tem como epígrafo
pacto leonino e diz que é nula cláusula que exclui o sócio dos lucros e atividades,
etc. Este artigo 994 proíbe o chamado pacto leonino e pro+ibe que haja um acordo
nos termos do qual um sócio ou vários deixa de participar nos lucros ou perdas da
sociedade e vemos que no caso das sociedades que tem uma finalidade lucrativa
tem que ser comum aos sócios.
No caso das fundações este caráter comum resulta da acumulação do 157 e 178.
No regime das fundações percebemos que estas fundações têm que ter
necessariamente uma finalidade de utilidade social e quer dizer que este é um fim
coletivo.
No caso das associações não temos propriamente um artigo do qual resulte o
caráter coletivo do qual resulte o fim da pessoa coletiva mas essa exigência vem
da própria natureza da associação que diz que o fim tem que ser comum.
4º elemento intencional – este elemento traduz-se na intenção de criar um ente
jurídico autónomo. Esta intenção tem que estar necessariamente presente mas
como sabemos que existe? Sabemos que existe porque na base da criação das
pessoas coletivas está um negócio jurídico:
No caso das associações temos um ato de constituição da associação
No caso das fundações temos o ato de instituição da fundação
No caso das sociedades temos um contrato de sociedade
Há determinadas realidades que se aproximam da pessoa coletiva mas que não
têm personalidade jurídica porque fala este elemento intencional e é o caso das
comissões especiais (artigo 199 do CC - ex.: Comissão construída para executar
um plano de socorro ou uma festa, estas comissões especiais não têm
personalidade jurídica por falta deste elemento), ou as fundações de facto
(estamos perante uma fundação de facto quando um indivíduo pretende criar ou
manter uma determinada obra de utilidade pública mas sem pertender constituir o
vínculo jurídico correspondente – ex.: A é abastado e resolve afetar parte do
património para uma causa de utilidade pública ao fazê-lo está a criar e manter um
obra de utilidade social mas não prentede fazer um vínculo jurídico correspondente
e quer dizer que a qualquer momento pode deixar de financiar o projeto), outro
caso são fundações fiduciárias (estas existem quando um sujeito dispõe de parte
do seu património a favor de uma pessoa coletiva já existente para a realização de
um qualquer ato de benificiência)
5º elemento organizatório – a pessoa coletiva é desde logo uma organização então
este elemento é essencial. A pessoa coletiva quando criada precisa de
determinados órgãos, estruturas, organização e regras funcionamento e todos
estes elementos fazem parte deste aspeto organizatório. Todo este regulamento
está previsto nos estatutos da pessoa coletiva que são necessários a esta.
A pessoa coletiva precisa ainda de uma determinada sede para que possa ser
constituída.
Todos estes subelementos integram os substratos mas podemos tê-los e não ter
pessoa coletiva porque é preciso o elemento de reconhecimento que permite
elevar à categoria de sujeito para o direito este substrato havendo diversos tipos
de reconhecimento.
Normativo- se resultar diretamente da lei. Dentro deste podemos ter dois subtipos
de reconhecimento
o Incondicionado- aquele que resultando da lei se basta com a verificação
dos elementos do substrato e a lei faz atribuir personalidade jurídica a
partir de que reune os elementos do substrato. Este tipo de
reconhecimento não vigora no nosso ordenamento jurídico.
o Condicionado- resulta também da lei (normativo) mas para além de se
reunirem os elementos do substrato é necessário que se verifique ou que
se cumpra algum requisito ou requisitos adicionais impostos por lei. Esta
forma de reconhecimento vigora entre nós para as associações e para as
sociedades. No caso das associações – artigo 168 do CC:
Artigo 168.º
Forma e comunicação
TEXTO
No caso das sociedade- temos um contrato de sociedade ou pacto social e depois temos
necessariamente o registo.
No caso das fundações – temos um ato de instituição da fundação. Este ato pode ser um
ato entre vivos (o fundador ainda está vivo) ou pode ser um ato mortis causa (pode ser
feito por testamento).
Se for feito por um ato entre vivos tem que constar de escritura pública. O ato de
instituição torna-se irrevogável a partir do momento em que é requirido o reconhecimento.
Os herdeiros não podem revogar a instituição embora estejam protegidos pelas regras
próprias da sucessão primárias podendo reduzir a qunatidade de recursos para a
situação.Se for mortis causa é irrevogável logo que o sujeito morra.
depois temos uma autoridade administrativa que vai controlar não só a legaldiade como
também a oportunidade (controlo à cerca de conseguir prosseguir ou não determinados
fins da fundação e se os bens demasiado pequeno para o fim a criação é negado)- artigo
188.
-Associações – são pessoas coletivas de direito privado que têm utilidade pública, fim
desinteressado ou fim ideal ou económico não lucrativo (ex.: Associação de defesa de
direitos das crianças (fim desinteressado), promoção de desporto x (fim ideal), associação
com fim económico mas que não seja lucrativo.) São pessoas coletivas, de direito privado,
de utilidade público e fim desinteressado.
-Fundações
-às sociedades civis sob forma comercial (as que não têm forma comercial em regra não
tem personalidade jurídica)
Continuando…
A propósito das pessoas singulares não dificuldade por que em regra é o princípio da
plenitude dos direitos mas com as coletivas não será assim e não seram titulares de todos
os direitos e todos os deveres e a estes propóstio há duas direções na doutrina
portuguesa:
-um diz que a capacidade de gozo das pessoas coletivas é genérica embora sofra
limitações
-Aquele que decorre da natureza das coisas – reparar o n~2 diz que se excetuam os
direitos inseparáveis da personalidade singular e há certos direitos que não fazem sentido
à pessoa coletiva (ex.: direito à vida, a casar, integridade física) e há determinados direitos
que são inseparáveis da personalidade humana e estão naturalmente excluídos da
capacidade de gozo dos coletivos. Estudámos os direitos de personalidade e são
infindáveis de cada um de nós sendo alguns bens mantido pos mortem mas apesar dessa
ligação estreita há determinados direitos de personalidade que podem ser titular pessoas
coletivas porque há determinados desses direitos cuja proteção poderá ser essencial para
a prossecução dos fins da pessoa coletiva (ex.: direito à honra – ex.: jornal x faz artigo a
dizer que empresa trafica drogas em vez de fabricar bolos e neste caso é uma ofensa à
honra da pessoal coletiva e a sua imagem externa além da imagem das pessoas
singulares desta e a afirmação deste facto pode gerar danos gravíssimos a estas
pessoas).
Outra pertença de direitos absolutos é a responsabilidade civil e o jornalista pode ser
responsável civilmente perante essa pessoa coletiva, esta indemnização em regra (sendo
para singular ou coletiva) temos danos patrimoniais e não patrimoniais mas com as
pessoas coletivas temos uma situação especial e não podem ser indemnizadas por danos
não patrimoniais porque estas não sofrem angústias, etc. e não tem estrutura psicológica
para desenvolver este tipo de sentimentos negativos que depois se avaliem
pecuniariamente)
-2ª limitação – as pessoas coletivas não são titulares de direito e obrigação que estejam
vedados por lei (docorre das proibições legais) há uma série de direitos que podem ser
excluídos pelo próprio legislador.
A doutrina aqui deverge e:
-Há autores (o da funcionalizada) que entendem que sempre que haja uma vedação legal
estamos perante uma situação de incapacidade.
-Os outros dizem que é um problema de ilegalidade
-Há uns que entendem que este princípio não faz hoje sentido nem tem aplicação prática
(ex:: Estudos do doutor Menezes Cordeiro) Argumentos para sustentar esta posição:
-Arguemtno dogmático – este não tem aplicação prática porque em rigor diz o Doutor não
haverá nenhum ato qwue esteja radicalmente excluída da capacidade de gozo das
pessoas coletivas. Sabemos que as sociedades comerciais têm como finalidade a
obtenção de lucro para ser distribuído pelos sócios e pelo seu escopo lucrativo. Apesar
disso vamos ver que há determinadas doações realizadas por estas sociedades (lei do
mecenato que gera empobrecimento)
O que devemos considerar? Faz sentido falar deste princípio pela razão há pouco
apresentada… as pessoas coletivas são criadas pelo direito, o direito atribui-lhes
personalidade jurídica a um determinado substrato em nome de uma finalidade que integra
esse mesmo substrato e por isso dissemos que esse elemento teológico ser importante
para falarmos deste tipo de pessoas.
Se a pessoa coletiva é admitida por prosseguir x fins faz sentido que só posso partir os
atos necessários ou que sejam para prosseguir esse fim. É esse princípio à luz da
intencionalidade destas pessoas.
Este princípio depois tem que ser compreendido com maleabilidade e vamos apresentar
alguns critérios para podermos saber mobilizar este princípio das especialidade do fins:
-Se estamos a falar de capacidade de gozo falamos de categorias de atos e não de atos
em concreto.
-É verdade que quase nenhuma categoria está a priori excluída da capacidade de gozo
das pessoas coletivas mas isso não quer dizer que não haja certas categorias de atos que
estejam vedados a certos tipos de pessoas coletivas (ex. mais paradigmático disto: o caso
dos negócios gratuitos tendo em conta as sociedades comerciais – qualquer sociedade
comercial tem como finalidade a obtenção de lucro para distribuição entre sócios (mas no
direito comercial já duvidam desta finalidade mas não importa) os negócios gratuitos
envolvem sempre um empobrecimento e portanto em regra estes negócios gratuitos
afetam o escopo lucrativo e isso resulta do artigo 6 do código das sociedades comericiais
(simplesmente não podemos ser formalistas e portanto apesar de podermos olhar para
cateogorias de atos quando nos é colocado o problema de saber (a pessoa x pode ou não
praticar o ato) temos que olhar para o ato na sua conformação concreta para saber se em
concreto ele pretençe ou não à categoria de atos em que abstratamente se integra – ou
seja, temos que olhasr para o ato especificamente praticado para saber se em concreto
pertence ou não à categoria de atos em que se abstratamente se integraria – isto quer
dizer que as sociedades comerciais não podem celebrar doações mas o que devemos
entender é que imaginando que a sociedade comercial praticou uma doação remuneratória
(oferece computador ao melhor funcionário) aparentemente estamos perante um negócio
gratuito mas este aparentemente gratuito tem ainda uma finalidade lucrativa porque no
fundo quer incentivar não só aquele funcionário mas todos os outros para poderem atingir
o prémio de produtividade no final do ano. Quem fala disto, fala de uma determinada oferta
de um grupo de clientes que se destacou ao longo do ano ou a uma dessas empresas de
doação mas consegue lançar no mercado uma imagem de marca para atrair mais
clientes). Temos que olhar para o ato para categorizá-lo em concreto.
O mesmo é o contrário e ver num ato que normalmente em abstrato era oneroso mas não
obstante em concreto se venha a mostrar um negócio que se deve excluir desses
negócios onerosos e contraria o escopo daquela sociedade (ex.: uma sociedade decide
vender ao filho de um dos sócios maioritários um apartamento de luxo por um valor mais
baixo apesar de ser oneroso tem notas de gratuitidade que permite excluir do escopo
-Quando dizemos que este princípio deve ser visto de forma maleável significa que
devemos considerar válidos aqueles negócios necessários mas também aqueles que
sejam convenientes e devemos apenas considerar excluídos da capacidade de gozo
aquele que contrariam abertamente a finalidade da pessoa coletiva (ex.: um associação de
festa recreativa (tem como finalidade promover e fomentar as atividade ligadas à festa
recreativa e esta sem finalidade resolve investir parte dos lucros que teve em
determinados produtos financeiros (ex.: ações na bolsa de valores) aqui não temos uma
contrariedade do princípio de especialidade do fim porque a associação está à procura de
ter mais lucros para a festa… O mesmo uma associação de leitura que queira explorar um
bar não viola este princípio porque encontra uma fonte de receita para financiar os seus
fins. Quando falamos deste princípio estamos a falar do fim da pessoa coletiva e não o
objeto desta. Esta situação entre fins e objetos pode ter uma linha muito ténue. Nas
sociedades é fácil porque o fim é obtenção de lucros e podemos ter uma que se dedica à
hotelaria, automóvel, etc. todas elas têm objeto diferente e fim comum e a sociedade pode
ir além do seu objeto não pode é contrariar o seu fim.
No caso das associações esta decisão nem sempre é clara… A regra é que esta pode ir
para além do seu objeto (a tal da literatura pode explorar o bar (expandir o objeto) mas não
contrariar o fim. Mas se houver contrariedade aberta do objeto da pessoa coletiva haverá
ao fim também.
Ex.: Associação que promove vida saudável e depois resolve explorar um fast food… Aqui
não estamos para além do objeto mas também a contrariar este fim com este fim ideal ou
altruístico). O fim é em finalidade para que a pessoa foi constituída, o objeto é a atividade
que a pessoa pratica. No caso das associações de fim ideal ou altruístico pode ser muito
ténue porque posso ir muito além do objeto sem contrariar o fim mas se contrariar
abertamente o objeto estou a contrariar também o fim.
Quid iuris? Se esta praticar um ato que contraria este princípio – esse ato deve ser
considerado nulo (conjugação entre artigo 160 com o 294). 294:
Artigo 294.º
(Negócios celebrados contra a lei)
TEXTO
Os negócios jurídicos celebrados contra disposição legal de carácter imperativo são nulos,
salvo nos casos em que outra solução resulte da lei.
Este implica um dupla remissão se a responsabilidade com que tivermos a lidar for uma
extracontratual vamos aplicar à responsabilidade civil das pessoas coletivas o artigo 500
do CC.
Se for responsabilidade contratual vamos aplicar o artigo 800 do CC e a estrutura do artigo
500 e 800 são completamente diferente e aquilo que vaomos estudar primeiro é a
responsabilidade extratual contratual das pessoas coletivas e depois a contratual.
Outras notas:
-O sujeito pode ter atuado intencionalmente e pode ter atuado contra as instruções da
pessoa coletiva. Tem-se entendido porém que a pessoa coletiva só deve ser responsável
se o sujeito atuou intencionalmente e contra as instruções que recebeu para prosseguir
interesses da PC e não próprios.
Considera-se de facto que permitir a responsabilidade da PC qunado o sujeito prossegue
interesse próprios significa lesar demasiado longe essa responsabilidade havendo uma
exceção (ex.: O sujeito atuou intencionalmente e contra as instruções da pessoa coletiva,
que o sujeito prosseguiu interesses próprios mas que o sujeito beneficiou da imagem de
credibilidade que lhe foi comunicada pela pessoa coletiva. Nessa hipótese entende-se que
deve haver responsabilidade da pessoa coletivadire) – o exemplo de escola é o do caixa
de banco que recebe um maço de notas para depositar e em vez de o fazer fica com o
dinheiro para si, agiu intencionalmente, prosseguiu interesses próprios mas podemos dizer
que é levar demasiado longe a responsabilidade mas beneficiou da imagem da PC e se
não estivesse no quadro da PC ninguém lhe dava provavelmente o maço. O mesmo de um
funcionário de uma sociedade que instala câmaras segurança em casa e têm chave a
mais em caso de emergência imaginemos que o sujeito entra em casa de x e furta tudo lá,
está a usar essa imagem da PC para poder entrar em casa.) Se estes pressupostos todos
estiverem preenchidos é responsável singular que agiu e a coletiva e a responsabilidade
ntre a coletiva e a singular é uma responsabilidade solidária.
O que é a responsabilidade solidário (em direito de obrigações vamos estudar as
obrigações solidárias e as conjuntas e vamos então ver a solidária);
Ex.. Imaginemos que a empresta dinheiro a B e a C 2000 euros. Estas obrigação é
conjunta e significa que quando A quiser cobrar aquele dívida tenho demandar
simultaneamente B e C 1000 cada um e ele tem que demandar conjuntamente B e C.
No nosso caso a obrigação é solidária – temos aqui o A que é o lesado e o A pode pedir a
indemnização (de 2000 euros) como é uma responsabilidade solidária ele pode exigir 2000
euros de B, da pessoa coletiva ou então pode exigir os 2000 euros em simultânea da
pessoa coletiva+B e não vai ter direito a 4000 mas sim 2000 conjunto obviamente. Mas
pode pedir a totalidade daquilo que tem direito a um, a outro ou aos dois. Ele pode
escolher e é indiferente mas o que acontece na prática é (imaginemos uma sociedade,
aqui a responsabilidade vai funcionar como uma espécie de garantia porque os
funcionários em princípio não tem o dinheiro mas como beneficiou a PC também é
responsável. Nota: Fiador não é responsabilidade solidária e tem regime próprio.
O que acontece? A partir do momento em que a PC pagou a indemnização o A lesado
desaparece da história qual é o problema? O problema no âmbito das relações internas
(entre a pessoa coletiva ou o titular do órgão agente ou funcionário) O que acontece é que
imaginando que a PC pagou e não teve culpa nem instruções erradas, etc e a culpa
detetou-se na pessoa singular e neste caso a PC tem direito de regresso (tem o dirieto de
exigir o reembolso de tudo aquilo que lhe pagou). Imaginemos que houve também culpa
da parte da PC (ex.: Exigiu através da administração que o funcionário trabalhasse 24
horas por dia e não ligou a cenas de segurança e feriu a alguém e nesse caso aplicamos o
artigo 497/2 do CC.
Dissemos que os pais não podem vender aos filhos por lei sem o consentimento dos
outros 877 do CC (a tem dois filhos b e c e quer vender a b mas necessita para tanto da
autorização da C para que seja válido o negócio e C não dá a autorização e imaginemos
que o B constitui uma soceidade unipessoal por quotas, ou seja, constroi uma sociedade
comercial pessoa coletiva em que ele é o único sócio e vamos imaginar que A vende
aquele imóvel não ao bernardo mas à sociedade comercial que tem como único sócio
aquele filho a quem não podia vender. A relação jurídica não é com o filho e não cai na
alçada do 877 mas aqui o que está a ser abusado é esta pessoa coletiva para contornar
uma proibição legal e nestas situações chamamos de abuso da personalidade coletiva e
sobre estas situações podemos levantar a pessoa coletiva e consideramos que a relação
se imputa ao sócio e não à sociedade. Este exemplo é muito simples mas podem ser mais
complexos.
É preciso perceber este problema e perceber que há duas perspetivas para abordar este
problema:
-subjetivista – exige como requisitos para esta desocnsideração uma situação de abuso,
que se verifique a intencionalidade e a intenção de obter um fim ilícito.
-objetivista- é necessário para poder levantar esta personalidade coletiva é necessário que
a separação pesosal e patrimonial inerente à pessoa coletiva se mostre em contradição
com intencionalidade do reconhecimento dessa personalidade. Nesta perspetiva objetivista
não era necessária a intenção mas bastava que se verificava esta essa conrtadição entre
a mobilização que se faz da personalidade coletiva e a razão de reconhecimento desta
personalidade.
Com isto chegamos ao fim dos sujeitos da relação jurídica mas vamos dar sobre dois
problemas atuais:
-Se os animais devem ou não ser vistos como sujietos para o direito
Estas duas questões não se colocam no plano do direito constituído mas no direito a
constituir e os animais vamos dar que são considerados como objetos da relação jurídica e
agora ao menos já não visto como coisas como antigamente.
Esta alteração foi feita no CC e deixaram de ser vistos como coisas e são vistos como
objetos da relação jurídica e do direito real e patrimonial e a pergunta coloca-se no que
virá a ser.
Podem ou não ser visitos como sujeitos de direitos os animais?
-Os animais não têm a mesma dignidade que se reconhece ao ser humano, Vimos que o
reconhecimetno da personalidade jurídica resultada necessariamente da inerente
dignadade ética do rser humano e isto não ocorre por referência aos animais.
Há um autor chamado Tom Regan que vem defender que os animais devem ser vistos
como um fim em si mesmo e seriam portadores de um valor intrínseco e portanto teriam ou
dever-lhes-iam ser reconhecidos direitos como são reconhecidos ao homem e teriam esse
mesmo valor intrínseco do ser humano porque tal como este são capazes de um grua de
inteleg~encia, memória, gerar empatia, etc. e o autor mostra-se incapaz de estabelecer
diferenciações entre os próprios animais.
Problema desta perspetiva é que mostra ser incapaz de estabelecer um critério de
ajuizamente quando está em causa conflitos de diferenciação e como diferenciamos o cão
que gera empatia a todos nós da barata que gera repulsa.
Esta perspetiva esquece-se que a dignidade do ser humano não resulta das caracterísitca
onteológicas mas sim axiológicas e acaba por conduzir à própria degradação do ser
humano e ao esvaziar essa dimensão axiológica do ser humano acaba por comparar
homem e animal.
Outra perspetiva é a de Peter Singer, é um ator que filia nas correntes utilitaristas e coloca
no centro da sua reflexão o princípi oda igualdade só que para ele a igualdade deve ser
igualdade na consideração dos interesses. Nessa medida homens e animais estariam
equiparados porque todos eles têm interesse em não sofrer.
Onde estabelecemos a decisão entre os seres sencientes (capazes de sentir dor) e
aqueles que não o fossem e chegar a algumas considerações engraçadas:
-Não é possível usar animais na alimentação do próprio homem exceto as galinhas que
não têm noção da própria dor. Quando a professora leu isto pelo primeira vez achou
estranho mas depois foi-lhe explicado que as galinhas são dos animais mais estúpidos.
-Admite o infanticídio até determinada idade porque não têm consciência da dor.
-Admite a eutanásia e até a não voluntária de pessoas deficientes por não terem
consciência da dor.
Esta perspetiva choca totalmente com a matriz ético-axiológica de que partimos para
alicerçar todo o ordenamneot jurídico e portanto podemos voltar às nossas considerações
preliminares e que os animais não são sujeitos de direitos.
Mas isso não quer dizer que as pessoas não podem mal tratar os animais (as pessoas
quando houve que estes não têm dirietos pensam que querem maltratar-los mas não é
isso e o homem tem deveres perante os animais que têm 1 de 3 finalidades:
1º salvaguarda dos interesses de certos homens (ex.: proprietário do próprio animal que às
vezes até explora o animal para ganhar dinheiro)
Tendo em conta estas caraterísticas determindaos autores teorizam (até por temas ligados
à responsabilidade civil) deivam personificar este alogritmos e deviam ser vistos como
sujeitos de direito).
2º- os autores anunciam a possibilidade de fazer uma espécie de scan ao cérebro de ser
humano e transferir a network cerebral do cérebro para um computador mais poderoso
que nós e assim atingiria-se a imortalidade como avatar num sítio digital e atingiria-se um
plano sobrehumano.
Há um autor que trabalha na google que diz que está pronto em 2030 e 2040 mas depois
há autores que dizem que não é possível dizendo que não há compatibilidade entre
hardware e software e as sinápses não sobrevivem.
A inteligência artificial é mais inteligente mas não consegue atingir determinadas
dimensões do ser humano que tem um dimensão semântica. A máquina interrelaciona os
dados para criar novos mas não sabe o que são e não distingue bem ou mal,etc. e não
tem acesso a essa dimensão semântica e só vê dados e não sabe o significado dele.
O anúncio dessa miscinação existe e para alguns autores dizem que haverá uma fusão
entre a máquina e o homem e outros dizem que a máquina supera o homem e merece
personalidade jurídica.
Outros autores dizem mesmo que a máquina não atinja este desenvolvimento temos outra
personalidade objetividade à pessoa coletiva e como se atribui a estas poderá se atribuir
aos algoritmos e o que devemos dizer sobre isto:
Há um autor alemão Ray (Raymond) Kurzweil que diz que poder haver uma
titularidade parcial no que toca à titularidade dos dados criados depois
Por enquanto a resposta irá ser que não faz sentido atribuir personalidade jurídica
aos algoritmos.