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AULAS TEÓRICAS – DIREITOS REAIS

Aula nº1 – 20/02

Quantos aos elementos de estudo: livro do professor Oliveira ascensão; tratado de direito civil
do prof MC; um livro sobre a posse do prof MC.

Dividir o curso em uma parte geral e em uma parte especial.

O nosso código civil assentam na classificação germânica dos ramos de direito civil. Só que a
expressão direitos reais ou direito das coisas pode levar a um ramo de direito objetivo ou a um
direito subjetivo, sendo que na nossa faculdade é mais comum a designação de direitos reais e
em Coimbra de direito das coisas, sendo que normalmente se utiliza para distinguir um direito
como ramo utilizamos maiúscula quando é ramo de direito objetivo é minúscula quando se
trata de direito subjetivo.
Esta expressão de direitos reais tem a ver com coisa, sendo que a orientação dominante,
embora seja denominada pelo professor Mota Pinto que diz que os direitos reais teriam de
existir sobre uma coisa corpórea está ultrapassada. Embora alguma orientações recentes
(Bonifácio ramos) tem dito que também haveria alguma aproximação aos direitos reais em
matérias que tema haver com bens culturais sendo que é uma matéria hoje que tem a ver com
direitos reais e que em jogo já não estão coisas, que é matéria relacionada com animais, sendo
que a matéria animais vem no livro III em matéria de direitos reais.
Preceitos sobre os animais - 201º b) c); 1302/2; 1305º a); 1318º e 1323º.

O professor Bonifácio ramos sustenta também que há uma afinidade entre os direitos reais e o
cadáver – há um estudo do professor manuel Duarte gomes da silva – esboço de uma
concessão personalista do direito que é uma concessão jurídica em torno do cadáver o que
impugna esta contestação do cadáver aos direitos reais, pelo que o próprio cadáver tem uma
proteção penal. No entanto o regente diria que percebe em parte as teses do professor
Bonifácio ramos se pensarmos no caso da múmias – à medida que o tempo se vai esbatendo a
dimensão realística ou realidade vai assumindo maior importante e a dimensão personalista se
vai esbatendo, sendo no entanto uma concessão difícil de debater.
Portanto quando é que se pode debater uma fronteira entre realidade e concepção
personalista? – é um assunto muito difícil de debater.

O professor Bonifácio ramos também estabelece um paralelismo com bens ambientais que
para o regente também não é obvio; e também temos outro com o direito agrário.
Há um matéria que também esta ligada aos reais mas também com alguma acessoriedade que
é a propriedade com os recursos biológicos.

Como é que se formou o ramo de direitos reais e o direito subjetivo real? – teremos que fazer
uma análise histórica, sendo que neste aspecto mesmo os autores que não fazem estudo
histórico que têm uma visão mais positivista do direito, todos incluindo o professor Oliveira
ascensão, fizeram estudo histórica nesta matéria de direitos reais. As raízes históricas do
fenómeno encontram-se no direito romano, apesar do direito romano nunca ter conhecido a
expressão direitos reais nem direito subjetivo real. A opinião dominante é que os romanos
teriam uma vaga ideia de direito real subjetivo.

Distinguiam dois tipos de ações que estão na base da atual contraposição entre direitos de
credito e direitos reais:
 Ações pessoais: neste tipo de ações era indicada a pessoa do devedor.
 Ações reais: era dirigida contra uma coisa independentemente de quem fosse o seu
sujeito, portanto identificava-se o objeto da ação e depois o detentor da coisa podia
vir ao processo defender-se ou abandona-la, sendo que se abandona-se o agente
perdia o bem.

Parece que em Roma os direitos eram perspectivados nesta lógica das ações sendo que além
desta perspectivação havia também um principio da tipicidade das ações pelo o que acontecia
é que tínhamos primeiro uma ação (a vindicacio) que era o ato de vingar uma ofensa e depois
a actio in rem.

Aula nº2 – 27/02

Fontes do direitos reais – há dois elementos muito importantes fora do CC em matéria de


direitos reais, sendo que um não vamos estudar (código do notariado) e o código do registo
predial. Há também o regime da caça e da pesca e há ainda uma matéria que tem alguma
afinidade com os reais que tem a ver com a propriedade intelectual e a propriedade industrial
– tudo isto é objeto de diplomas específicos.

Tutela constitucional dos direitos reais -artigo 62º, 82º, 84º do CPC e 88º 17º e 18º da CRP.
Função constitucional da propriedade que teria uma função social.
O próprio tribunal constitucional tem algumas decisões a afirmar essa função social, no
entanto o regente não acha que haja nenhuma norma que afirme essa função social.
A partir do momento em que começa a afirmar a função social dos direitos começa se a
afirmar um conjunto de restrições que no fim a esfera da liberdade acaba por ser muito
condicionada. Portanto o regente considera cada vez mais moderado e considera que o direito
não é propriedade do legislador, os juristas não podem deixar de ter medo de ser uma
consciência critica.
Ao longo do séc. XIX e XX houve um caminho progressivo que se abriu não da dimensão
histórica mas sim para dar espaço à dimensão sistemática, à jurisprudência dos conceitos,
positivismo puro e duro.

Há duas possibilidade de se estudar a disciplina de direitos reais- seguida em Coimbra e na


nova; e outra seguida pelo prof. Oliveira ascensão seguida aqui nesta faculdade.

Primeira vantagem deste estudo – esta metodologia colocou os direitos reais a um nível
cientifico, devido ao prof oliveira ascensão.

Quais são as tais vantagens?


1. Parte geral e aparte especial permitem uma insipiência da evolução cientifica do
direitos reais (no tratado o prof. Menezes cordeiro faz a mesma coisa, mas apresenta
uma dimensão menos otimista desta vantagem aqui expressada e desenvolvida pelo
prof oliveira de ascensão);
O professor regente faz uma critica ao prof. Rui pinto Duarte em sentido contrario aos
mérito conhecido por Oliveira ascensão.

Regente diz que quando nos aplicamos uma norma não aplicamos somente aquela norma,
visto que quando tem lugar tem lugar em bloco e não de forma compartimentada – os direito
reais exprime justamente essa realidade. Na verdade quando nos dizemos que estamos a
aplicar uma norma estamos a convocar um conjunto de elementos do sistema e não apenas
aquele concreto texto. E portanto não devemos ficar amarrados ao principio da tipicidade dos
direitos reais e portanto este principio não deve ser um obstáculo a que na obtenção de
qualquer solução nos reais como em qualquer outro ramo do direito se convoque o sistema no
seu todo.
Rui pinto Duarte diz que do pronto de vista metodológico isso é assim mas que do pinto de
vista didático não devíamos misturar, porque iríamos cair numa abstração falsiana – regente
diz que é exatamente o contrario porque o plano didático não se pode manter insensível ao
resto, tendo que obedecer a determinadas coordenadas, tem que obedecer às coordenadoras
do processo.
Nos estruturarmos todo um fico em trono de uma ficção que não resposta ao real processo do
direito invocando genéricas consequências didáticas, o regente diria que era artificialismo que
o regente não vê justificado, sendo eu o direito esta ligado ao caso concreto justificando-se
assim a totalidade do direito a intervir. Toda a ciência jurídica é chamada a depor o próprio
pensamento dos juristas, e portanto não faz qualquer sentido dizer-se que estamos perante
uma abstração falsiana.

No que aos direitos reais diz respeito – como esta destacado no tratado no prof. Menezes
cordeiro – à medida que seja conseguida uma teoria geral nos direitos reais isso faculta um
domínio mais conseguido na matéria permitindo também alcançar e legitimar soluções novas
para os problemas jurídicos que se revelam à partida melhores no direito. A teoria geral dos
direitos reais permite perceber que a muita das normas do direito da propriedade se aplicam a
situações que ate nada tem a ver com direito da propriedade.

Por exemplo: o artigo 1344º CC estabelece os limites em profundidade e altura do direito de


propriedade. Esta norma vele para o possuidor mesmo que se entenda que a posse não é um
direito real de gozo, permite também que esta norma vale para o locatário – apesar de valer
para o direito real de propriedade vale também para quem tenha o gozo efetivo.
Isto também acontece com o artigo 1346º do CC – também esta norma é concebida para um
direito concreto, direito real da propriedade, mas vale igualmente para quem tenha o gozo
efetivo.

Estas normas têm permitido à jurisprudência construir um direito privado ao ambiente, mas há
vários estudo incluindo o do regente que com base nas normas de direitos reais têm
construído um direito privado ao ambiente – uma das coisas que se tem discutido é se o
proprietário do imóvel tem ou não direito a receber luz solar? Há casos de pessoas que tem
construído muros que retiram e fazem sombra. O próprio conteúdo do direito de propriedade
convoca o direito em modo sistemático – o principio da boa fé tem aplicação as normas dos
conflitos de direito tem aplicação – portanto tudo isto tornando explicito toda a abordagem
sistemática dos direitos reais. As múltiplas normas das relações de vizinhança entre prédios
que estão previstas no regime da propriedade ou com propriedade aplicam-se a qualquer
pessoa que tenha o gozo do imóvel.

Só que o fenómeno não é privativo do regime de direito da propriedade sendo que ainda hoje
há uma norma que manda aplicar o regime do direito de propriedade na medida que manda
aplicar este regime - tendo a assim uma função modelar.
Há normas – artigo 1547º CC certidões prediais – que prevê a extinção da servidão pelo
decurso do tempo, que corresponde ao usurcapio libertátis – permite-se concluir que esta
figura não se deve ter por especifica das servidões prediais e é generalizável e que não são
direitos reais, visto que lhes falta a característica da inerência e absolutidade (o regente não dá
o valor que a doutrina dominante lhe dá).

Esta abordagens sistemática dos direitos reais não torna legitima uma reformulação clássica
dos direitos reais visto que vigora o principio da tipicidade. Em todo caso não se obsta que
muitas das normas do tipo III se mostram aplicáveis ao direitos pessoais de gozo. Por exemplo
sucede o artigo 1339º do CC – uma das formas de aquisição dos direitos reais é a cessão, que é
a união de coisa alheia a coisa própria.

Aula nº3 – 29/02

Vantagens da parte geral dos reais:

 Percepção de que não obstante o principio da tipicidade dos direitos reais que está
consagrado no artigo 1306º a autonomia da vontade tem relevo em reais como
demonstra o regime dos títulos aquisitivos, porque a tipicidade é dos direitos que
decorrem desses títulos. Portanto a tipicidade é dos direitos não e dos negócios.
Autores que estudam os direitos reais na perspetiva só dos direitos reais típicos, prof.
Antunes Varela, a certa altura estabelecia um paralelo entre o direito da família e os
direitos reais, o que para o regente não há, visto que nos direito da família a tipicidade
é dos negócios e nos reais a tipicidade é dos direitos. Por outro lado, há normas
fundamentais em matérias de direitos reais que estão fora do livro terceiro – artigo
408º e 409º e os direitos de aquisição.
 Outra matéria em que o regente julga que a teoria geral traz vantagens, é que pode
haver direitos reais naturais – MC e regente defendem esta posição, o resto da
doutrina rejeitam esta posição. Se celebrar um contrato para jogar um jogo e quem
perder fica com o pc do outro – isto seria uma obrigação real natural. Nos termos do
artigo 1245º se o objeto da aposta é um direito real o que nos temos é um direito real
natural e portanto a teoria geral dos direitos reais também potencia a precessão disto
e dado este passo podemos estabelecer um paralelo da aquisição tabular.

Por exemplo: A vende a B um imóvel, B não regista e A aproveitando vende a C que vai
consultar o registo e vê que o registo esta incompleta a favor de A, comprando houve um
contrato de compra e venda de bens alheios o que acarreta anulabilidade. Se C compra a titulo
oneroso e de boa-fé então colocam-se questões em relação à posição de A e de B. O registo
tem efeito consolidativo a partir do momento em que C registou o direito de B exclui-se – MC
diz-se que se extingui enquanto direito civil, mas não enquanto direito real natural. Não se
extinguiu retoma a sua plenitude como direito real civil.
A critica que é feita a MC não colhe desde logo através de jogo-aposta. Admitindo esta porta
pode sempre admitir-se que estamos perante um direito real natural.

Conceito e caracterização de direito real


Há três categorias básicas a propósito do conceito real, mais tradicionais, e depois há um
conjunto de esforço mais significativos – tentativa de reconstrução do prof. Oliveira ascensão e
do prof. MC.
1. Teoria do poder direito e imediato sobre uma coisa
Quanto a esta teoria clássica esta ligada à construção de jus in ré e que foi adotado na doutrina
nacional entre outros, dos nomes grandes da civil isto a portuguesa, Guilherme Moreira. Para
além de Guilherme Moreira o professor José Tavares, o professor José Gabriel pinto coelho.

Relativamente a todas estas posições e às tentativas de reconstrução há dados que são


comuns:
 os objetos de direitos reais são sempre coisas, sendo que o professor mota pinto
admite que podem ser coisas corpóreas – esta ideia já está superada.

2. Teoria do poder absoluto


3. Teorias mistas
Direito reais – práticas
Aula nº1 – 1/02

Casos práticos do professor José Alberto vieira


Próxima aula – caso nº1 (princípios e características dos direitos reais)

Lei nº8/2022 de 10 de janeiro – altera o regime da propriedade horizontal


DL 275/93 de 5/8 – diploma que já teve sucessivas alterações

Posse e registo predial;


Para o registo predial temos o caso de 5 perguntas (caso 2); direitos de credito e direitos reais e
designadamente a posse (caso 5; 6; 10 e 11)

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Nº de telefone: 936368402

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