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Posições Modernas

Teoria trinitária (Zanobini.


Sandulli, Freitas do Amaral)
Teoria do Direito Reativo 5
Teoria da Norma de 6
Proteção

A principias Conceções quanto ao modo de conceber as posições jurídicas substantivas


dos particulares:

Teoria Trinitária:

Começou por ser binária: Ou seja particular ttinha sempre uma posição substantiva de
vantagem, tendo-a através de duas modalidades/categorias /figuras de posições
substantivas - direitos subjetivos e interesses legítimos-

Segundo esta Teoria, Existe um Direito Subjetivo quando “um interesse é reconhecido
pelo OJ como, exclusivamente, próprio do seu titular por isso protegido de modo direto
e imediato”; diferentemente existe um interesse legitimo quando “um interesse é
protegido pelo ordenamento jurídico apenas através da tutela do direito subjetivo”

Daqui resulta uma conceção unitária da posição dos indivíduos, uma vez segundo esta
“os interesses legítimos constituem uma categoria de direitos subjetivos, enquanto
derivam de normas que fixam deveres e limitações À conduta da Administração pública”
(Zanobini)

Segundo Freitas do Amaral, este retoma as noções tanto de interesse legitimo como de
direito subjetivo, considerando-as figuras de direito substantivo  uma vez que tanto
na figura do direito subjetivo como na do interesse legitimo, existe sempre privado
reconhecido e protegido por lei. E PARA ELE, a diferença entre estas duas está no facto
do direito subjetivo a proteção ser direita e imediata, de tal modo que o particular tem
a faculdade de exigir à administração pública um comportamento que satisfaça
plenamente o seu interesse privado “; enquanto que no interesse legitimo, como a
proteção é legal, é meramente indireta e reflexa, o particular apenas tem a faculdade de
exigir à administração um comportamento que respeite a legalidade

Dito de forma mais simples:


O Direito subjetivo é um direito À satisfação de um interesse próprio “;
O interesse legitimo é apenas um direito à legalidade das decisões que versem sobre
um interesse próprio
Depois esta Teoria passou a trinitária, com o aparecimento dos direitos difusos que
consistem em interesses coletivos, em que o particular tem uma parcela ínfima desse interesse
coletivo, mas é protegido indiretamente por essa proteção global conferida a um bem jurídico
comum. EX: direito fundamental do ambiente – artigo 76º CRP. Resulta inicialmente de uma
proteção da linha da ordem jurídica objetiva, mas que atribui simultaneamente uma proteção
jurídica subjetiva. 

Síntese:

Particular tem sempre posição substantiva de vantagem – podendo tê-la


segundo critérios lógicos que distinguem o conteúdo de realidades jurídicas
diferentes
1. Proteção direta perante Direito Subjetivo – lei diz expressamente que
protege particulares e confere direitos subjetivos (cria a norma de proteção
à posição subjetiva de vantagem)

2. Proteção indireta perante Interesses Legítimos – deveres da


Administração que indiretamente protegem o particular. Lei estabelece um
dever de atuação da Administração que protege indiretamente o particular
conferindo-lhe uma posição subjetiva que corresponde a um interesse legítimo.
• Surgiu pelo contencioso administrativo (primeira tentativa de superar os
traumas do Direito Administrativo) e por razões práticas dos tribunais (gerais vs.
administrativos) italianos. Mas desde o séc. XIX que tem sido muito criticada e
hoje em dia já não existe.
• Dava a entender que o legislador apenas regulava o poder e que por distração
criava as posições subjetivas de vantagem nos particulares (não era intencional)
• Única diferença era o modo de criação do direito subjetivo .

o Mas, ao regular-se um dever da administração, que existe no


interesse do particular, corresponde à atribuição de um direito
subjetivo – o dever e o direito são correlatos/correspetivos
o Não há diferença quanto à realidade jurídica – os direitos que
resultam de uma norma de dever têm como conteúdo o correlato
do dever

VPS: ao regular-se os deveres da Administração, cada dever corresponde a um


direito do particular (direito a que a sua candidatura seja analisada
imparcialmente e etc.). O particular tem direitos menores sobre o conteúdo a que
corresponde aquele dever da administração. O vencedor ganha depois outro
direito (ao cargo) de natureza distinta.
Direitos têm conteúdo diferente, mas são ambos direitos – no direito civil
quando se diz que o vendedor tem o dever de entregar a coisa, não se diz
que o comprador tem apenas “interesse legítimo” na entrega da coisa, ele
tem direito a tal
3. Proteção de Interesses Difusos – a partir dos anos 70, com os novos
direitos fundamentais em que a proteção objetiva seria simultaneamente
subjetiva – criados pela CRP; situações em que o legislador protege
objetivamente um bem/interesse jurídico público e por consequência,
subjetivamente, o particular ficava protegido. Ex: Informática, Ambiente31
• Nestas dimensões jurídicas objetivas há sempre uma dimensão jurídica
subjetiva – não é pelo bem ser de todos, mas sim pela possibilidade de todos
puderem usufruir dele (existe permissão normativa para que cada um
usufrua) o Há direitos subjetivos que correspondem a situações que
simultaneamente se protege um bem objetivo e uma realidade subjetiva

A parte trinitária chega com os interesses difusos, a propósito, por exemplo,


do direito ao ambiente. Há quem diga que não existe um direito, mas
sim um interesse difuso, um interesse de todos. Mas na perspetiva do
professor, isto equivale tanto a uma proteção objetiva do direito, mas há
também o direito das pessoas a utilizarem o meio ambiente e esta utilização
pelo particular é um interesse subjetivo. Ou seja, não é por haver uma
proteção objetiva que não há a possibilidade de vir a dar origem a
direitos subjetivos dos particulares e aproveitamento do bem
ambiente.  Ex: Praia – bem publico protegido como tal, que pode dar
origem a relações jurídicas com aproveitamento de um bem – pessoas
que querem ir para as sombras da praia pagam e quem não quer não
paga

Críticas:

Critica 1: (quanto à construção Binária)

Ao regular-se um dever da administração, que existe no interesse do


particular (interesse legitimo), tal corresponde à atribuição de um direito
subjetivo – pois, o dever e o direito são correlatos/correspetivos .Ou seja,
não há diferença quanto à realidade jurídica – os direitos que resultam de
uma norma de dever têm como conteúdo o correlato do dever.

Portanto, da mesma forma que não faz sentido dizer, segundo o nosso CC, que o
“vendedor tenha o dever de entregar a coisa” e o comprador não tenha o direito”,
também não faz sentido dizer que era um interesse legítimo, porque um
dever no interesse de outrem corresponde a um direito. Ora, este
pensamento deve ser introduzido no direito administrativo. Do ponto de
vista jurídico, é exatamente igual o direito atribuído de uma forma
que o legislador lhe dá esse nome, como atribuído através de um
dever que lhe foi pedido no interesse de outrem.. Portanto, no quadro
da posição jurídica são posições simétricas.

Segundo o Vasco pereria da Silva, esta doutrina, nascida na Itália


fazia sentido no princípio, uma vez que a matéria dos direitos
subjetivos era da competência dos tribunais comuns, enquanto que os
interesses legítimos eram da competência dos tribunais
administrativos e, portanto, a repartição de competência não era
como a nossa, em que tudo o que tem haver com a administração
cabe aos tribunais administrativos, quer se trate de direitos ou de
deveres. Mas a lógica italiana é de que tudo o que estabelece direitos
é dos tribunais comuns e o que estabelece deveres é do contencioso
administrativo

A parte trinitária chega com os interesses difusos, a propósito, por exemplo,


do direito ao ambiente. Há quem diga que não existe um direito, mas sim um
interesse difuso, um interesse de todos. Tal, na perspetiva do VPS, equivale
tanto a uma proteção objetiva do direito, mas há também o direito das
pessoas a utilizarem o meio ambiente e esta utilização pelo particular é um
interesse subjetivo. Ou seja, não é por haver uma proteção objetiva que
não há a possibilidade de vir a dar origem a direitos subjetivos dos
particulares e aproveitamento do bem ambiente.  Ex: Praia – bem
publico protegido como tal, que pode dar origem a relações jurídicas
com aproveitamento de um bem – pessoas que querem ir para as
sombras da praia pagam e quem não quer não paga

TEORIA DO DIREITO REATIVO (Defendida pela doutrina espanhola (García


Denterría e Tomás Ramón Fernandez) e italiana.
Direitos são todos da mesma natureza embora possam incidir e
consubstanciar-se sobre realidades diferentes.
É tudo posições substantivas de vantagens, satisfazendo interesses
individuais, possuindo idêntica natureza ainda que podendo ter conteúdos
diferentes.
Direito de Reação – Aroso de Almeida, Rui Medeiros – particular tem o direito a
agir contra conta uma ofensa
• Particular só tem direito subjetivo a partir do momento em que há
uma lesão
•CRITICA: Confunde a relação jurídica substantiva com a relação
jurídica processual
Explica os direitos à indemnização, mas não deve confundir-se o direito do
particular que resulta da ordem jurídica (existe independente do
processo), com o direito de ele ir a juízo (estabelece-se no processo)
1
2 Critica à teoria do direito Reativo: Confunde-se o momento em que a
Ordem Jurídica, abstratamente, confere norma jurídica de vantagem com o
momento em que essa posição entra na esfera do particular e com o momento
em que o particular se coloca no âmbito de aplicação dessa norma

Esta teoria consiste então no direito de reagir contenciosamente, e portanto,


ao contrário do que dizia a doutrina binária em que eram apenas interesses
legítimos, apenas interessava o direito final, esta é unitária e por isso
confunde o direito reativo com os direitos substantivos que esse direito visa
proteger, confundido assim a relação jurídica processual com a relação
jurídica substantiva, porque em rigor no direito administrativo existem 3
relações jurídicas: uma substantiva, em que a lei estabelece os direitos e os
deveres dos particulares e da administração num concurso (se eu concorro ao
concurso existe uma relação administrativa que me dirá os meus direitos e os
meus deveres, e portanto, a lei define o que eu e a administração devemos
fazer); depois também existe a relação processual, dado que a decisão não é
tomada do “céu”, existem regras de execução e uma decisão (se houver
alguma violação destas regras ainda tenho também o direito a ir a tribunal
para defender a minha posição, sendo esse um direito mas que não esgota os
outros direitos). O problema desta teoria é incluir na reação, tudo aquilo que
vem antes desta. Apesar de o professor ter simpatia por esta teoria, defende
outra. 

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