Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2022
SO307
Aula n.º 1 – Apresentação e
considerações sobre a disciplina
Professores
Dr. Hernani Cambinda-Regente. Formando pela UCAN,
licenciou-se em 2004. É mestre em ciências Jurídico-
Civis pela Universidade Católica Portuguesa (Escola de
Lisboa). É o coordenador do departamento de ciências
jurídico-privadas. Actualmente é também professor das
disciplinas de Processo Civil II e Direito Comparado.
Dra. Margareth Nangacovie – Assistente estagiária.
Formada em Direito pela UAN, licenciou-se em 2008. É
mestre em ciências jurídicas, com especialização em
Direitos Humanos, pela Universidade Federal da
Paraíba, Brasil.
Cont.
Programa (Levar Impresso)
O nosso programa tem 5 capítulos. O primeiro capítulo é introdução
ao direito real: noção, objeto, categorias, distinção dos outros
direitos, características, localização legal. No segundo capítulo é o
mais longo, pois é ai onde são abordados os tipos de direitos reais
de gozo, o papel do registo e uma, muito breve, abordagem sobre
os direitos fundiários; segue-se o terceiro capítulo com os direitos
reais de garantia; o quarto capítulo trata dos direitos reais de
aquisição, finalizando com o quinto capítulo a matéria sobre Posse.
Avaliação
Prova de Frequência – 09 a 21 de Maio
Prova Final – A partir de 27 de Junho
Exame Oral
Exame de Recurso – Em data a anunciar
Exame Oral
Aula n.º 2 – Noção preliminar de Direitos
Reais e realidade social correspondente
Direitos Reais- uma noção preliminar de Direitos Reais é
aquela que combina a natureza privada, o carácter
absoluto, o valor patrimonial e a corporalidade das coisas.
Assim, num primeiro momento os direitos reais
compreenderão ao conjunto de regras privadas que
tratam da apropriação privada de bens e do exercício de
poderes sobre os bens apropriados.
N.B: 1. Os direitos reais tratarão dos poderes sobre as coisas
e não já dos modos de apropriação, que serão tratados
por outros ramos de direito como: Direito das Obrigações,
Sucessório, Administrativo etc.
2. Os direitos Reais não integra todas as normas que
tratam da apropriação privada de bens
Cont.
Características:
1. Natureza Privada vs Pública- o direito real situa-se no direito
privado. Direito de Propriedade do 1305º vs 95 da CRA
Crítica do Prof. Menezes Cordeiro: existe alguns direitos reais que não
são oponíveis ( CONSULAR MANUAL para saber quais)
Cont.
3. Valor Patrimonial ou Patrimonialidade: os direitos reais podem ser
avaliados pecuniariamente, ou seja, em dinheiro. Mas, o valor
financeiro não é o único valor das coisas. Ex: valor afectivo de um
bem.
4. A Corporalidade: os direitos reais tem por objecto coisas corpóreas,
ou seja, coisas ou objecto que se revelam aos sentidos ( ver, ouvir,
apalpar, cheirar e saborear).
Ex. 2118.º
Dever de pagar imposto pela titularidade ou uso de
certa coisa
Aula n.º 7 - O Problema da distinção
relativamente aos direitos de crédito.
Direitos Reais
Carácter absoluto – conferem ao seu titular um direito
absoluta que o legitima a impor aos demais (não
titulares) um dever geral de abstenção;
Imediação – os direitos reais conferem ao seu titular
um poder direito e imediato sobre as coisas objecto do
direito;
Sequela – os direitos reais conferem ao seu titular o
poder de seguir a coisa ali onde ela se encontre;
Preferência – os direitos reais conferem ao seu titular o
direito de ser pago em primeiro lugar, em relação aos
demais credores do mesmo devedor
Cont.
Direitos de Crédito
Carácter relativo – os direitos de crédito impõe
deveres inter partes, ou seja, entre as partes. Os
deveres que impõe são contra pessoas determinadas.
Mediação- os direitos de crédito conferem ao seu
titular poderes contra os devedores e apenas
mediatamente contra o objecto da relação jurídica ( a
coisa)
Sequela e preferência - o comum entendimento da
doutrina jurídica tende a afirmar que não existe
sequela ou preferência nos direitos de crédito.
Contrariedades
A verdade é que tanto os direitos reais, quanto os
direitos de crédito não são exclusivos nas suas
particularidades e características. Vejamos:
A hipoteca é um direito real de garantia, mas cujo o
titular não detém o poder directo e imediato sobre a
coisa, sem a intervenção do poder judicial
O art.º 407.º e 414.º - são exemplos claros de que
pode existir preferência nos direitos de crédito
Os meios de conservação patrimonial do credor são um
exemplo de sequela nos direitos de crédito. Ex.
Impugnação Pauliana (610.º ss), Sub-rogação ao
devedor ( art.º 606.º)
Objecto dos Direitos Reais
A definição de coisa prevista no art.º 202.º é, para
alguns autores, equívoca, uma vez que tende a
absolutizar/coisificar todo o âmbito de
objectificaçao das relações jurídicas.
Nem sempre as relações jurídicas tem por objecto
coisas, outras vezes estão em causa outro tipo de
objecto, como valores, interesses etc.
Ex. direito da família.
O que são coisas?
Coisas serão aquelas que forem pessoalmente
apropriáveis e utilizáveis para a realização de fins
concretos, ou seja, são coisa o que poderá ser
essencialmente afectados pelo direito para à
satisfação de certos objectivos ( Pedro Pais de
Vasconcelos).
Cont.
Os direitos reais tem por objecto coisas. Estas não
se restringem as coisas corpóreas. Assim, os direitos
reais incidirão sobre Coisas em sentido jurídico (
202.ª) que poderão ser:
Coisas corpóreas – art.º 1302.º
Coisas não corpóreas ( outros direitos, interesses
imateriais etc) – art.º 1303 n.º 1, n.º 1 do 666.º, 679.º
e 1439.º
Coisas que se encontrem no domínio privado do
comercio jurídico – n.º 2 do art.º 202 vs 1304.º
Domínio Privado e Domínio Público
Domínio Público
Coisas públicas
Coisas sujeitas à soberania do estado
Considerações introdutórias
Pode-se falar da propriedade em diferentes
sentidos:
Propriedade como um prototípico dos direitos reais de
gozo- significa que a propriedade é encarada como
um tipo de carácter geral, ou seja, um tipo base.
Propriedade como parte do conteúdo de qualquer
direito real de gozo.
Propriedade como objecto de um direito real.
Aspectos gerais
Prof. Rui Pinto Duarte- o direito de propriedade prescinde de
uma definição. No art.º 1305.º o legislador fixa um conteúdo
de direito de propriedade que não equivale a uma definição
Dominus
Action in rem
Rei vindicatio
Cont.
O direito de propriedade é um direito
amplo/pleno mas não ilimitado. É o direito real
máximo. A sua volta se constroem outros direitos
reais. Qualquer direito real menor coexiste com o
direito de propriedade.
Figura distinta:
Especificação – transformação de uma coisa através
do trabalho. Arts. 1336.º - 1338.º
MODOS DE EXTINÇAO
Perda da Coisa – é a sua deterioração ou
perecimento físico.
OBS. Em alguns casos os direito de propriedade
extingue-se dando lugar a outro direito- Direito de
indemnização.
Usufruto- Arts. 1480.º e 1481.º
Hipoteca – Arts. 692.º
Abandono - é o acto de deixar ou descuidar da
coisa a ponto de desvincular-se da titularidade.
Ex. Atirar a coisa na lixeira
Cont.
Renúncia- é um negócio jurídico unilateral, através
do qual o seu autor extingue um direito de que é
titular.
Pode ser
Abdicatória- e extinção do direito pura e simplesmente
Liberatória – extinção do direito a favor de alguém,
feita de modo oneroso, para obter a exoneração de
uma obrigação
Renúncia do usufrutuário – Art.º 1472 n.º 3
Renúncia do comproprietário para desobrigar-se das
contribuições para as despesas na coisa comum – Art.º 1411
TRANSMISSAO DA PROPRIEDADE
INTER VIVOS
O contrato é o principal meio de transmissão inter
vivos do direito de propriedade;
Art.º 408.º
Entretanto, a ligação entre o contrato e a
transmissão efectiva da propriedade nem sempre
acontece do mesmo modo.
Cont.
Existem três sistemas:
Sistema do título- a transmissão resulta meramente do contrato. (Princípio da
consensualidade)
Comunhão societária
Natureza Jurídica
A compropriedade e a contitularidade de créditos
são situações jurídicas isoladas;
Murar- 1356.º
Decisão judicial
Acto administrativo
Direitos e Deveres (Reg. Jurídico)
Direito de propriedade sobre a fracçao – art.º 1420.º
Direito de compropriedade sobre as partes comuns – art.º 1420.º
Direito de participar na administração do condomínio – art.º 1430.º e ss
Direito de promover reparações indispensáveis e urgentes nas partes comuns – art.º
1428.º
Dever de respeitar o destino de cada fracçao – art.º 1422.º
Direito de exigir a venda do prédio e participar na partilha do produto da venda
– art.º 1428.º
Dever de contribuir para o fundo de reserva comum
Dever de suportaras despesas necessárias à conservação da fracçao autónoma –
art.º 1424.º
Dever de contribuir para as despesas necessárias à conservação e fruição das
partes comuns – art.º 1424.º
Dever de contribuir para as despesas com obras que não sejam de mera
conservação – art.º 1426.º
Dever de efectuar um seguro contra risco de incendio do edifício – art.º 1429.º
Dever de respeitar o título constitutivo
Dever de não praticar actos ou actividades que sejam proibidas por deliberação
da Assembleia dos condóminos aprovada sem oposição – al. d n.º 2 art.º 1422.º
Dever de não prejudicar a segurança, linha arquitectónica ou o arranjo estético do
edifício – al. a n.º 2 do art.º 1422.º
Alteração do título constitutivo
O titulo constitutivo pode ser alterado desde que:
Observe o previsto no art.º 1415.º
A modificação seja feita através de escritura pública – n.º 1
do art.º 1419.º
Todos os condóminos estejam de acordo com a modificação
– n.º 1 art.º 1419.º
Assembleia de condóminos
Conselho fiscal
Administrador
Natureza Jurídica do Condomínio
Centro autónomo de imputação de efeitos jurídicos
e entidade com personalidade jurídica rudimentar
Outras formas de Org. da
Propriedade Horizontal
Sociedade
Cooperativa
O direito real de habitação periódica
O empreendimento turístico