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AULAS DE DIREITOS REAIS

2022

DR. HERNANI CAMBINDA- REGENTE


DRA. MARGARETH NANGACOVIE – ASSISTENTE

SO307
Aula n.º 1 – Apresentação e
considerações sobre a disciplina
 Professores
Dr. Hernani Cambinda-Regente. Formando pela UCAN,
licenciou-se em 2004. É mestre em ciências Jurídico-
Civis pela Universidade Católica Portuguesa (Escola de
Lisboa). É o coordenador do departamento de ciências
jurídico-privadas. Actualmente é também professor das
disciplinas de Processo Civil II e Direito Comparado.
Dra. Margareth Nangacovie – Assistente estagiária.
Formada em Direito pela UAN, licenciou-se em 2008. É
mestre em ciências jurídicas, com especialização em
Direitos Humanos, pela Universidade Federal da
Paraíba, Brasil.
Cont.
 Programa (Levar Impresso)
O nosso programa tem 5 capítulos. O primeiro capítulo é introdução
ao direito real: noção, objeto, categorias, distinção dos outros
direitos, características, localização legal. No segundo capítulo é o
mais longo, pois é ai onde são abordados os tipos de direitos reais
de gozo, o papel do registo e uma, muito breve, abordagem sobre
os direitos fundiários; segue-se o terceiro capítulo com os direitos
reais de garantia; o quarto capítulo trata dos direitos reais de
aquisição, finalizando com o quinto capítulo a matéria sobre Posse.

 Bibliografia básica ( lista inserida no programa)


Curso de Direitos Reais do Prof. Dr. Rui Pinto Duarte – Regente da
disciplina na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
Cont.
 A Disciplina
A disciplina de direitos reais foi introduzida no curriculum
de Direito em Angola, pela Faculdade de Direito da
UAN, não já no inicio em 1979, mas com a reforma
que se seguiu no plano académico em 1991/1992.
Na UCAN é ensinada desde a fundação da Faculdade
de Direito em 1999. Assim como em Portugal, o ensino
de Direito Real na UCAN está muito ligado a
sistematização do código civil, que consagra a famosa
sistematização romano-germânica do direito civil,
assente na Relação Jurídica.
Cont.

 Avaliação
Prova de Frequência – 09 a 21 de Maio
Prova Final – A partir de 27 de Junho
Exame Oral
Exame de Recurso – Em data a anunciar
Exame Oral
Aula n.º 2 – Noção preliminar de Direitos
Reais e realidade social correspondente
 Direitos Reais- uma noção preliminar de Direitos Reais é
aquela que combina a natureza privada, o carácter
absoluto, o valor patrimonial e a corporalidade das coisas.
Assim, num primeiro momento os direitos reais
compreenderão ao conjunto de regras privadas que
tratam da apropriação privada de bens e do exercício de
poderes sobre os bens apropriados.
N.B: 1. Os direitos reais tratarão dos poderes sobre as coisas
e não já dos modos de apropriação, que serão tratados
por outros ramos de direito como: Direito das Obrigações,
Sucessório, Administrativo etc.
2. Os direitos Reais não integra todas as normas que
tratam da apropriação privada de bens
Cont.
 Características:
1. Natureza Privada vs Pública- o direito real situa-se no direito
privado. Direito de Propriedade do 1305º vs 95 da CRA

2. Carácter Absoluto vs Relativo – o titular de um direito real


exerce os seus poderes em oposição a todas as demais pessoas
que não sejam titulares da mesma coisa e não apenas em
oposição a uma ou algumas pessoas. Entretanto nem todos os
direitos absolutos integram os direitos reais. Ex: Propriedade
Pública, Direitos de Autor etc.

Crítica do Prof. Menezes Cordeiro: existe alguns direitos reais que não
são oponíveis ( CONSULAR MANUAL para saber quais)
Cont.
3. Valor Patrimonial ou Patrimonialidade: os direitos reais podem ser
avaliados pecuniariamente, ou seja, em dinheiro. Mas, o valor
financeiro não é o único valor das coisas. Ex: valor afectivo de um
bem.
4. A Corporalidade: os direitos reais tem por objecto coisas corpóreas,
ou seja, coisas ou objecto que se revelam aos sentidos ( ver, ouvir,
apalpar, cheirar e saborear).

N.B Não confundir corporalidade com materialidade das coisas,


pois nem todas as coisas corpóreas são coisas materiais, no
sentido sólido. Ex. O gás, a água etc – Algumas coisas existem
noutros estados, como líquido ou gasoso. Entretanto, para estas,
o seu carácter real depende da sua capacidade de
individualização e autonomia
Cont. - Realidade social dos Direitos
Reais.
 Não integram os direitos reais as normas que tratam
da apropriação de bens por organismos do Estado;
 Não são normas de direitos reais as que impõe ou
criam obrigação administrativa para construir;
 Não são direitos reais as normas constitucionais e
infra-constitucionais que restringem os particulares de
se apropriarem de determinados bens;
 Não são direitos reais as normas de direito privado
que regulam a apropriação privada colectiva de bens
por sociedades comerciais.
Conclusao:
 Em bom rigor, os Direitos Reais aplicam-se a uma
parcela reduzida da vida social;
 Existem outros ramos de direito que concorrem na
aplicação de normas ou na regulação de situações
quotidianas relativos ao exercício de poderes sobre
bens ou coisas, como: direito Constitucional, Direito
Administrativo, Direito Fiscal etc.
Prof. Rui Pinto Duarte: os direitos reais não devem ser
estudados de forma autonomizada e tendecialmente
estanque, sob pena de não corresponder a realidade
material.
Aula n.º 3- Direitos Reais ou Direito das
Coisas?
 Os direitos reais evoluíram de conceitos e institutos
criados e desenvolvidos por juristas romanos, mas não
com o sentido que hoje lhe é atribuído;
 Existiam no direito e na doutrina romanos as categorias
actiones in rem – acções judiciais sobre coisas e
actiones in persona – acções judiciais contra pessoas.
 Na idade média duas expressões latinas traduziam o
domínio sobre uma coisa própria ou sobre uma coisa
alheia: ius in re propria e ius in re aliena. Ambas
expressam apenas apropriação sobre coisas corpóreas
em sentido material ( coisas em estado sólido).
Cont.
 A expressão Direito das Coisas tem consagração
legal no livro terceiro do Código Civil, mas não
deve ser confundida com o estatuto das coisas
previsto nos art.ºs 202º e ss do CC;
 A expressão Direito Real tem consagração
normativa no art.º 1315.º . Teremos Adoptado tal
designação em obediência a nossa tradição
romano-germânica, através de Portugal que já a
introduziu nas suas normas pelo Cod. Reg. Predial
de 1929
Como a vamos designar aqui na
UCAN?
 Não há aqui um verdadeiro problema, pois a
questão reduz-se apenas a uma sensibilidade
estética e não a um questionamento substancial ou
de conteúdo;
 Trata-se apenas, como afirma o Prof. Rui Pinto
Duarte, de uma mera convenção;
 Portanto, Direito Real ou Direito das Coisas não
faz diferença, até porque reais significa relativo às
coisas.
Aula n.º 4 Concepções de Direito Real

 Teoria Realista ou Clássica: os direitos reais


regulam a relação entre uma pessoa e uma coisa e
o poder dessa pessoa sobre a coisa.

Crítica: os direitos reais não podem exprimir essa


relação, uma vez que é inadequado falar-se de
relação entre pessoa e coisa ( sob pena de
coisificar a relação jurídica), apenas entre pessoas,
já que relação pressupõe alteridade.
Cont.
 Teoria Personalista: os direitos reais são
essencialmente poderes absolutos que se opõe à
generalidade das pessoas, daí o seu carácter erga
omnes em contraposição ao carácter relativo dos
Direitos de Crédito.

Crítica: não dá devido valor ao conteúdo do direito


real e é de certa forma artificiosa a ideia do
carácter assoluto
Cont.
 Teoria Ecclética: os direitos reais regulam a
relação entre uma pessoa e uma coisa, assim como
os poderes absolutos do titular que os opoe a
generalidade de pessoas.

Prof. Henrique Mesquita:


Aula n.º 5 – Sub-categorias de Direito
Real e o seu conteúdo
 Direitos Reais de Gozo: são aqueles que conferem ao
seu titular o poder de apropriação, de utilizar total ou
parcialmente da coisa e dela apropriar-se dos frutos
ou retirar-lhe as devidas utilidades.
 São eles:
1. Direito de propriedade- arts. 1302 e ss
2. Direito de Uso e Habitação – arts.1484 e ss
3. Direito de Superfície- arts. 1524 e ss
4. Direito de Usufruto – arts. 1439 e ss
5. Direito de Servidão – arts. 1543 e ss
Cont.

 Direitos Reais de Aquisição: são os que conferem ao seu


titular o poder de, em certas circunstancias, adquirir uma
determinada coisa com preferência sobre terceiros
 São eles:

1. Direito de Preferência com eficácia real- art. 421.º CC


2. A promessa com eficácia real – art. 413.º CC
N.B. - Situações análogas: as posições do Adquirente nos
contratos com reserva de propriedade – arts 409.º CC,
936.º CC; a posição do locatário financeiro – al. f do art.
13.º do DP n.º 64/11 de 18 de Abril ( Regulamento do
Contrato de Locação Financeira) etc,
Cont.
 Direitos Reais de Garantia: são aqueles que conferem ao seu titular o
poder sobre determinadas coisas para que possam obter o cumprimento
de uma obrigação pelo valor ou rendimento dessas coisas com preferência
sobre os demais credores do titular/titulares dessas coisas
 São eles:

1. Hipoteca- arts. 686 e ss do CC


2. Penhor – arts. 666 e ss do CC
3. Penhora- arts. 822 e 832 do CPC
4. Direito de Retenção – arts. 754 e ss CC
5. Consignação de rendimentos- arts. 656 e ss do CC
6. Privilégios Creditórios especiais- arts. 738 e ss do CC
7. Arresto – arts. 619 a 622 do CC e 406 a 411 do CPC
N.B.: A reserva de propriedade prevista no n.º 2 do art.º 936º, como
garantia do crédito.
Cont. –Critério distintivo
 Segundo o Prof. António Vieira, a distinção reside
na função de cada categoria.
 1. Atribuir a titularidade, retirar utilidades da
coisa, aproveitar e transformar a coisa –Dtos Reais
de Gozo. Art.º 1446.º, 1450.º etc.
 2.Garantir o crédito –Direitos Reais de Garantia.
Art. 666.º, 686.º etc.
 3. Conferir a possibilidade de adquirir uma coisa
ou um bem – Direitos Reais de Aquisição
Conteúdo Positivo
 A matéria do conteúdo das categorias do direito
real esta intimamente ligada às funções de cada
sub-categoria de Direitos Reais. Assim, além das
funções jurídica e económica, cada uma pode
ainda ser dessecada a partir do seu conteúdo
positivo ou negativo;
 O conteúdo positivo compreende os poderes, as
faculdades e os direitos que cada subcategoria
comporta
Cont.
 Usar – Art.º 1488.º
 Reivindicar – Art.º 1311.º e 1315.º
 Fruir
 Excluir (direito de oposição geral – erga omnes)
 Dispor- alienar, onerar e renunciar
 Alienar – transmitir gratuita ou onerosamente uma coisa.
Art.º 1305.º
 Onerar- constituição de direitos reais menores. Art.º 1444
n.º 1
 Renunciar – acto voluntário pelo qual uma pessoa perde um
direito sem o transmitir a outrem. Art.º 1411 n.º 3
Conteúdo Negativo
 Situações passivas que fazem parte do conteúdo
de determinado direito real e o delimitam
negativamente. Ex. Art.º 1347.º

 Limites – situações jurídicas exteriores ao conteúdo


do direito que desenham a fronteira entre o
exercício permitido e o proibido ou não admitido.
Ex. Art.º 334.º (abuso do direito)
Aula n.º 6 – Direito de Propriedade
vs Direitos Reais Menores
 O Direito de Propriedade é também considerado um direito
que confere ao seu titular poder pleno, em latim utiliza-se a
expressão plena in re potestas. Para alguns teóricos trata-se da
propriedade perfeita que confere ao seu titular todos os
tradicionais poderes de um direito real: usar, fruir e dispor ou
ius utendi, ius fruendi e ius abutendi;

 Direitos Reais Menores também considerados iura in re aliena


ou direito sobre coisa alheia, geralmente constituídos sobre um
direito de propriedade.
 À excepçao do direito do superficiário sobre a obra ou plantação
Cont.
 Apesar da sua limitação nos poderes a exercer:

 Os direitos reais menores gozam de autonomia na sua


base social;
 Autonomia na sua função social;

 Os poderes do titular desses direitos não estão


desagregados do direito de propriedade.
Obrigações Reais (propter rem) e
Ónus Reais
 São deveres que integram o conteúdo de um direito
real com objectivo de permitir a conservação,
fruição ou administração de uma coisa comum.
 São verdadeiros deveres jurídicos inerentes ao
conteúdo dos direitos reais;
 Não são direitos reais;
 Criam verdadeiras relações obrigacionais.
 Ex. Arts.º 1411 n.º 1, 1424 n.º 1 e 1472 n.º 1.
Cont.

 Discussão teórica: abrange todos os deveres ou


apenas os que implicam prestações positivas?

 Prof.Henrique Mesquita: não são obrigações reais os


deveres que não impliquem recurso ao conceito de
relação obrigacional.
 Ex. O dever geral de abstenção dos titulares dos prédios
servientes e algumas relações de vizinhança.
 As obrigações reais podem ser:

 Ambulatórias – quando se transmitem


automaticamente com o direito real e cujo cumprimento
implique a titularidade do direito real;
 Não ambulatórias – quando não se transmitem
automaticamente com o direito real e não implique a
titularidade do direito real.
Cont.
 Entre as obrigações reais ambulatórias e não
ambulatórias não existe um critério geral de
distinção. Mas HENRIQUE MESQUITA sugere que
para as ambulatórias sejam considerados os
deveres de facere ou prática de actos materiais na
coisa objecto de direito real.
 Não ambulatórias serão todas as demais,
nomeadamente as obrigações pecuniárias. Excepto
as que se constituem pelos pressupostos materiais se
encontrarem objectivados na coisa.
Cont.
 Onde encontrá-las:
 Dever dos comproprietários contribuírem para
despesas necessárias à conservação e fruição da coisa
comum- Art.º 1411 n.º 1
 Dever dos condóminos de contribuírem para as
despesas necessárias a conservação e fruição das
partes comuns – Art.º 1424 n.º 1
 Deveres do usufrutuário na reparação ordinária da
coisa – Art.º 1472 n.º 1
 Dever do usufrutuário consentir ao proprietário obras
ou melhoramentos na coisa – Art.º 1471 n.º 1
Cont. Ónus Reais
 É a situação jurídica real caracterizada pela
circunstância de uma coisa ( a que é objecto do
ónus) responder por uma obrigação mesmo depois
da eventual transmissão da coisa para um sujeito
diferente daquele que fora o seu titular no
momento da constituição da obrigação.

 Ex. 2118.º
 Dever de pagar imposto pela titularidade ou uso de
certa coisa
Aula n.º 7 - O Problema da distinção
relativamente aos direitos de crédito.
 Direitos Reais
 Carácter absoluto – conferem ao seu titular um direito
absoluta que o legitima a impor aos demais (não
titulares) um dever geral de abstenção;
 Imediação – os direitos reais conferem ao seu titular
um poder direito e imediato sobre as coisas objecto do
direito;
 Sequela – os direitos reais conferem ao seu titular o
poder de seguir a coisa ali onde ela se encontre;
 Preferência – os direitos reais conferem ao seu titular o
direito de ser pago em primeiro lugar, em relação aos
demais credores do mesmo devedor
Cont.
 Direitos de Crédito
 Carácter relativo – os direitos de crédito impõe
deveres inter partes, ou seja, entre as partes. Os
deveres que impõe são contra pessoas determinadas.
 Mediação- os direitos de crédito conferem ao seu
titular poderes contra os devedores e apenas
mediatamente contra o objecto da relação jurídica ( a
coisa)
 Sequela e preferência - o comum entendimento da
doutrina jurídica tende a afirmar que não existe
sequela ou preferência nos direitos de crédito.
Contrariedades
 A verdade é que tanto os direitos reais, quanto os
direitos de crédito não são exclusivos nas suas
particularidades e características. Vejamos:
A hipoteca é um direito real de garantia, mas cujo o
titular não detém o poder directo e imediato sobre a
coisa, sem a intervenção do poder judicial
 O art.º 407.º e 414.º - são exemplos claros de que
pode existir preferência nos direitos de crédito
 Os meios de conservação patrimonial do credor são um
exemplo de sequela nos direitos de crédito. Ex.
Impugnação Pauliana (610.º ss), Sub-rogação ao
devedor ( art.º 606.º)
Objecto dos Direitos Reais
 A definição de coisa prevista no art.º 202.º é, para
alguns autores, equívoca, uma vez que tende a
absolutizar/coisificar todo o âmbito de
objectificaçao das relações jurídicas.
 Nem sempre as relações jurídicas tem por objecto
coisas, outras vezes estão em causa outro tipo de
objecto, como valores, interesses etc.
 Ex. direito da família.
O que são coisas?
 Coisas serão aquelas que forem pessoalmente
apropriáveis e utilizáveis para a realização de fins
concretos, ou seja, são coisa o que poderá ser
essencialmente afectados pelo direito para à
satisfação de certos objectivos ( Pedro Pais de
Vasconcelos).
Cont.
 Os direitos reais tem por objecto coisas. Estas não
se restringem as coisas corpóreas. Assim, os direitos
reais incidirão sobre Coisas em sentido jurídico (
202.ª) que poderão ser:
 Coisas corpóreas – art.º 1302.º
 Coisas não corpóreas ( outros direitos, interesses
imateriais etc) – art.º 1303 n.º 1, n.º 1 do 666.º, 679.º
e 1439.º
 Coisas que se encontrem no domínio privado do
comercio jurídico – n.º 2 do art.º 202 vs 1304.º
Domínio Privado e Domínio Público

 Domínio Público
 Coisas públicas
 Coisas sujeitas à soberania do estado

 Coisas particulares sujeitas à soberania do Estado

 Coisas apropriadas sobre o poder da administração


Pública
Cont.
 Propriedade pública- direito de propriedade sobre
coisas incluídas no domínio público.
 Art.º 1304.º e 95.º da CRA
 Não há um principio de aplicação das regras de
direito privado à propriedade pública;
 Existe apenas uma declaração de aplicação
subsidiária de normas de direito privado à
propriedade pública.
Cont.
 Os particulares podem fazer uso privativo de bens
do domínio público. A utilização será a tÍtulo
público ou privado? Terá estrutura real ou
obrigacional?
 Al. b) do n.º 1 do art.º1267
 Al. d) do n.º 1 do art.º 688.º
Características e Princípios dos
Direitos Reais
 Oponibilidade erga omnes- os direitos reais
opõem-se a todos os não titulares. Entretanto este
traço não é privativo dos direitos reais encontram-
se também:
 nos direitos de personalidade, direitos de autor,
direitos de propriedade intelectual
 Publicidade- a existência de um direito real deve
ser facilmente conhecida.
 Actode possuir
 Onus de registar
Cont.
 Sequela – poder de seguir a coisa onde quer que ela se
encontre.
 Acão de reivindicação

 Excepto na consignação de rendimentos e nos privilégios


creditórios
 Tipicidade, taxatividade ou numerus clausus- os tipos de
direitos reais não se constituem por vontade das partes, mas
por vontade normativa ou legal.
 Art.º 1306.º n.º 1

 Atipicidade na forma de transmissão

 Maior liberdade para regular os direitos e as obrigações


das partes- art.º 1445.º
Cont.
 Elasticidade ou consolidação – os direitos reais
abrangem o máximo de utilidades que
abstractamente podem proporcionar ao seu titular.

 Especialidade ou Individualização – as coisas


objecto de direitos reais tem de ser especificadas,
ou seja, os direitos reais não podem incidir sobre
coisas genéricas.
Cont.
 Inerência ou inseparabilidade: significa que os
direitos reais nascem apenas se os seus objectos
existirem e subsistem enquanto esses objectos
subsistirem
 Arts.º 666 n.º1, 686 n.º 1 e 656 n.º 1
 Imediação ou actualidade: é a possibilidade de o
titular de um direito real exercer o seu direito e
alcançar o efeito útil do mesmo sem a intervençao
de outrem
 Coisa presente vs coisas futuras – contrato-promessa com
eficácia real
Cont.
 Compatibilidade ou exclusão: apenas podem
coexistir dois direitos reais ou mais sobre a mesma
coisa se forem compatíveis.
 Ex. pode existir sobre a mesma coisa um direito de
propriedade, um direito de usufruto e uma hipoteca
 Consensualidade: a constituição ou transmissão de
direitos reais resulta de negócio jurídico, ou seja, de
consenso entre as partes.
 Arts. 408.º, al.a) do 1317.º
 N.B. entretanto a regra da consensualidade precisa de
ser combinada com as regras próprias do registo.
Cont.
 Prevalência ou Preferência: é o poder de o titular
de um direito real impor o seu direito a todos os
sujeitos que não tenham um direito anterior
incompatível sobre a mesma coisa.
 ( CONSULTAR DR. HERNANI SOBRE PREFERENCIA
ENTRE OS DIREITOS REAIS)
Localização Legal da Matéria
 Na CRA, os artigos sobre propriedade privada-
Arts.º 37.º, 38.º, 42.º e 43.º
 No livro III do Código Civil- arts. 1251.º- 1575.º (
direitos de gozo, excepto a posse)
 No livro II referente as obrigações ( direitos de
garantia)- Arts. 666.º - 822.º do CC e 406-411 e
832 do CPC, reserva de propriedade n.º 2 do art.º
936.º;
 No livro II referente as obrigações (direitos reais de
aquisiçao) – Arts.º 413.º, 421.º. Ver também:
1409.º (preferência do comproprietário)
Cont.
 Lei de alteração ao código civil – Lei n.º 9/11 de 16
de Fevereiro
 Lei de Terras n.º 9/04 de 09 de Novembro
 Regulamento do Contrato de Locação financeira –
Decreto Presidencial n.º 64/11 de 18 de Abril
 Avisos do BNA 17 e 18/12 de 3 de Abril
 Lei do Patrimonio Imobiliário do Estado
 Lei do Inquilinato Decreto n.º 43525 de 22 de Março
de 1961
 Lai sobre arrendamento de prédios urbano n.º
47344 de 18 de Novembro 1967-
Cont.
 O Decreto Presidencial n.º 107/12 de 7 de Junho
sobre o Regime de Acesso aos Imóveis do Estado
destinados à Habitaçao na Cidade do Kilamba.
 O Decreto n.º 58/07 de 13 de Julho sobre
Regulamento de Concessão de terrenos.
 O Decreto-Lei n.º 47611 de 28 de Março- Código
de Registo Predial.
CAP II- DIREITOS REAIS DE GOZO - O direito de Propriedade

Considerações introdutórias
 Pode-se falar da propriedade em diferentes
sentidos:
 Propriedade como um prototípico dos direitos reais de
gozo- significa que a propriedade é encarada como
um tipo de carácter geral, ou seja, um tipo base.
 Propriedade como parte do conteúdo de qualquer
direito real de gozo.
 Propriedade como objecto de um direito real.
Aspectos gerais
 Prof. Rui Pinto Duarte- o direito de propriedade prescinde de
uma definição. No art.º 1305.º o legislador fixa um conteúdo
de direito de propriedade que não equivale a uma definição

 No domínio Juscivilístico privado, a propriedade é um direito


real – ius in re – que revela poderes sobre uma coisa,
defendido por uma acçao real- acçao de reivindicação. O
Prof. José Vieira fala então de:
 Dominium

 Dominus

 Action in rem

 Rei vindicatio
Cont.
 O direito de propriedade é um direito
amplo/pleno mas não ilimitado. É o direito real
máximo. A sua volta se constroem outros direitos
reais. Qualquer direito real menor coexiste com o
direito de propriedade.

 Direito de propriedade e as várias propriedades.


Existem vários tipos ou formas de propriedade,
segundo a natureza ou objecto.
Cont.
 Direito de propriedade e aproveitamento exclusivo
da coisa. Apenas a propriedade confere
exclusividade. Outros direitos reais (menores)
concorrem com a propriedade.
 Direito de Propriedade e coisa corpórea. A
propriedade geralmente obriga a entrega ou
atribuição final de certa coisa corpórea.
 Direito de Propriedade e o seu objecto. O direito de
propriedade civil tem por objecto coisas corpóreas (
Pires de Lima, Guilherme Moreira e Alberto Vieira.
 Excepto direitos de autor – Art.º 1302.º
Noção
 TEORIA DO SENHORIO (Bartolo e Pothier) – o
direito de propriedade será aquele que confere o
poder de dispor de certa coisa segundo a vontade
do seu titular, ou o direito sobre uma coisa de modo
perfeito, podendo dispor da mesma sem ser
constrangido ou proibido.
 Ius utendi, ius fruendi e ius abutendi
Cont.
 TEORIA DA PERTENÇA (WIRTH) – o direito de
propriedade consiste antes na relação de pertença
entre uma coisa e uma pessoa
 TEORIA MISTA – o direito de propriedade consiste
na relação de direito privado, pela qual uma coisa
como pertença de certa pessoa é inteiramente
sujeita à vontade desta em tudo aquilo que não
seja vedado pelo direito público ou pela
concorrência de outros direitos.
Características do direito de
propriedade
 Plenitude- o direito de propriedade abrange todos
os poderes que podem existir sobre uma coisa.
Esses poderes não são todos elencáveis gozam de
uma certa indeterminabilidade.
 Conforme o art.º 1305.º são os poderes de uso, fruição
e disposição (onerar e alienar). Além destes há
também os poderes de: transformar, reivindicar, excluir
outros do gozo da coisa, demarcar (coisas imóveis) –
art.º 1353.º e renunciar.
 Existem limites
Cont.
 Elasticidade – o direito de propriedade tende a
expandir-se até ao máximo das faculdades que
comportar.

 Transmissibilidade- o direito de propriedade é


transmissível, através deles podem ser transmitidos
direitos reais patrimoniais, sejam eles reais ou
obrigacionais.
O direito de uso e habitação é intransmissível – art.º
1488.º
Cont.
 Perpetuidade – o direito de propriedade não tem
prazo, não uso ao longo de certo decurso do
tempo. Ex. N.º 3 do art.º 298.º
 Entretanto é possível haver propriedade temporária n.º
2 do art.º 1307.º
Modos de Aquisição ( Art.º 1316.º)
 Usucapião – é a aquisição da propriedade que
resulta da manutenção da posse por certo lapso de
tempo.
 Arts. 1287.º, 1293.º e 1298
 Ocupação – é a apropriação de uma coisa sem
dono, com a intenção de a adquirir.
 Art.º 1318.º
É necessário que:
 A coisa não tenha dono ( se se souber quem é o dono, existe o dever de
restituir ou avisar n.º 1 do 1323.º e 1324.º)
 O acto de apropriação aconteça próximo do acto de apossamento
 A coisas seja móvel – Art.º 1345.º
Cont.
 Acessão – é a aquisição por incorporação de outra
coisa, pertencente a terceiro, na coisa objecto do
direito de propriedade.
 Art.º 1325.º
 Requisitos:
 Incorporação de uma coisa na outra
 Diferentes titulares das coisas unidas
 Não ser possível a separação (??)
Cont.
 A acessão pode ser:
 Natural- resulta de fenómenos naturais. Arts. 1326.º e
1327.º
 Industrial – resulta de factos ou actos humanos. Art.º
1326.º
 Mobiliária - Arts. 1333.º - 1338.º
 Imobiliária – Arts. 1339.º - 1343.º

 Figura distinta:
 Especificação – transformação de uma coisa através
do trabalho. Arts. 1336.º - 1338.º
MODOS DE EXTINÇAO
 Perda da Coisa – é a sua deterioração ou
perecimento físico.
 OBS. Em alguns casos os direito de propriedade
extingue-se dando lugar a outro direito- Direito de
indemnização.
 Usufruto- Arts. 1480.º e 1481.º
 Hipoteca – Arts. 692.º
 Abandono - é o acto de deixar ou descuidar da
coisa a ponto de desvincular-se da titularidade.
 Ex. Atirar a coisa na lixeira
Cont.
 Renúncia- é um negócio jurídico unilateral, através
do qual o seu autor extingue um direito de que é
titular.
 Pode ser
 Abdicatória- e extinção do direito pura e simplesmente
 Liberatória – extinção do direito a favor de alguém,
feita de modo oneroso, para obter a exoneração de
uma obrigação
 Renúncia do usufrutuário – Art.º 1472 n.º 3
 Renúncia do comproprietário para desobrigar-se das
contribuições para as despesas na coisa comum – Art.º 1411
TRANSMISSAO DA PROPRIEDADE
INTER VIVOS
 O contrato é o principal meio de transmissão inter
vivos do direito de propriedade;
 Art.º 408.º
 Entretanto, a ligação entre o contrato e a
transmissão efectiva da propriedade nem sempre
acontece do mesmo modo.
Cont.
 Existem três sistemas:
 Sistema do título- a transmissão resulta meramente do contrato. (Princípio da
consensualidade)

 Sistema do modo- a transmissão resulta de um negócio real abstrato autónomo


ao contrato. Negócio real abstrato- Porque a sua validade e eficácia são
independentes da validade e eficácia do contrato obrigacional (Princípio da
Separação) Acto de transmissão
 Entrega da coisa ( bens móveis)
 Inscrição no registo ( bens imóveis)

 Sistema do título e do modo- a transmissão resulta da força conjugada do


contrato e de um acto autónomo ao contrato. Acto de transmissão
 Entrega da coisa ( bens móveis)
 Inscrição no registo ( bens imóveis)
Efeitos reais dos contratos e os
terceiros
 O efeito translativo dos contratos interessa às
partes e a terceiros. Devido:

A necessidade de assegurar a certeza material e


jurídica quanto à titularidade dos bens em causa;

A necessidade de publicitar a titularidade dos bens


pela sua posse material ou pelo registo, tendo em
conta o papel da garantia de direitos de crédito para
a devida proteção jurídica à terceiros.
Aquisição a non domino
 Pode acontecer que a propriedade sobre um bem
seja transmitida por alguém que não seja o
verdadeiro titular do direito.
 Em Angola é preciso combinar as regras de direito
substantivo com as regras de direito adjectivo
relativas ao ( efeito do ) registo, dependendo do
carácter móvel ou imóvel da coisa.
 Arts.243.º e 291.º cc e arts. 6.º, 7.º, 13.º e 14.º do
Cod. Reg. Predial
N.B Princípio da proteção da confiança (França)
A COMPROPRIEDADE
 Noção: fala-se em compropriedade ou propriedade em
comum quando duas ou mais pessoas são
simultaneamente titulares do direito de propriedade
sobre a mesma coisa.
 Existe apenas um único direito de propriedade, mas vários
titulares - Art.º 1403.º
 Os direitos dos comproprietários são qualitativamente iguais
ou seja todos são titulares de um direito de propriedade, com
a plenitude de poderes que essa qualidade possibilita,
embora com limites – Arts.º 1403 n.º 2 e 1408.º
 Os comproprietários podem ser quantitativamente diferentes,
mas isso não afecta a sua qualidade – Art.º 1403 n.º 2
Regime distinto
 No direito de propriedade a renúncia ( libratória)
dá lugar a res nullis ( coisas móveis) ou fá-las
reverter para o Estado – Art.º 1345.º

 Na compropriedade a coisa reverte a favor do/os


consortes – Arts. 1409.º e 1411.º
Outras situações de contitularidade
 Contitularidade de créditos (solidariedade de
credores) – art.º 528.º

 Comunhão conjugal - regime da comunhão de bens


adquiridos- art.º 51.º do Cod. Fam.

 Comunhão hereditária (relativa a herança com mais


de um titular) –

 Comunhão societária
Natureza Jurídica
 A compropriedade e a contitularidade de créditos
são situações jurídicas isoladas;

 As demais situações representam patrimónios


autónomos compondo um conjunto de direitos e
vinculações afetados a uma finalidade especial.
Regime jurídico

 Uso da coisa comum – Art.º 1406.º


 Obrigação de contribuir para a conservação da
coisa comum- Art.º 1411.º
 Administração da coisa comum- Art.º 1407.º
 Divisão/indivisao da coisa comum – Arts.º 1412.º e
1413.º ( coisas (in) e divisíveis e limites de
fracionamento da coisa)
 Poder de dispor da quota na comunhão – Art.º
1408.º
 Direito real de preferência dos consortes – Arts.º 1409.º e
1410.º
Defesa da Propriedade
 O direito de Propriedade é um direito que não
prescreve ou seja, é imprescritível. Art.º 1313.º
Entretanto ele pode ser violado, cabendo ao seu
titular socorrer de duas vias:
 Meios Extrajudiciais- acção directa. Arts.º 1314.º e
336.º

 Meios judiciais – Acçao declarativa de condenação


(Acçao de Reivindicação) ou Acção de simples
apreciação (Positiva ou Negativa)
As limitações ao Direito de
Propriedade
 O direito de propriedade é um direito pleno mas
não é ilimitado. Os limite ao direito de
propriedade podem ser internos e externos a esse
direito.
 Arts. 1305º conj. 1308.º, 1309.º, 1310.º e 1344.º e ss
 As limitações ao direito de propriedade podem
decorrer:
 Da função social da propriedade cuja regra do abuso
do direito art.º 334.º visa prevenir excessos.
Cont.
 As limitações de Direito Público- decorrem de actos
normativos e/ou administrativos que colocam limites na
titularidade e/ou exercício do direito de propriedade.
 Nacionalização
 Confisco
 Expropriação
 Requisição
 Servidões Administrativas
 Ius Aedificandi (obras de construção e restauração que carecem de
licença de construção)
 Demarcar – art.º 1353.º

 Murar- 1356.º

 Construir ou edificar – 1360.º


Cont.
 Limites de Direito Privado- decorrem das relaçoes de
proximidade entre prédios e/ou da convivência de diversos
titulares.
 Relações de vizinhança sejam elas de contiguidade ou de
interdependência – arts.º 1344.º
 Dever de abstenção de certas condutas – art.º 1346.º
 Dever de tolerar o exercício de poder sobre determinado
prédio- art.º 1349.º
 Dever de prevenção de perigo contra prédio vizinho
 Dever de prevenir perigos resultantes de escavações- art.º
1348.º
 Dever de evitar ruína do edifício e outras construções – 1350.º
 Dever de manter ou realizar obras defensivas de águas
 Dever de participar em actividades de interesse comum
(demarcação (1353.º e 1354.º e meação de muros (1370.º)
Propriedade horizontal
 A propriedade horizontal é hoje um dos modos mais
comuns e frequentes de aquisição da propriedade
para habitação própria. Tendo em conta o
crescimento das cidades e a necessidade de
moradia, a propriedade horizontal tornou-se o meio
mais corrente de moradia, nas cidades, sobre as
mesmas tem sido constituídas hipotecas como
garantia de empréstimos bancários.
Conceito
 A propriedade horizontal reporta para
aquelas situações em que um edifício pertence
a uma pluralidade de pessoas, tendo em coda
uma poder sobre parte especifica (frações
autónomas) e todas em conjunto poderes sobre
as partes comuns.
Características
 O cód. Civil não define a propriedade horizontal,
mas é possível extrair das normas ( arts.º 1414.º,
1415.º e 1420) as características:
 Existência de frações pertencentes a diferentes proprietários
 Frações integradas no mesmo edifício mas que são independentes,
isoladas e separadas entre si
 Disposição de saída própria para uma parte comum do prédio ou
para a via pública
 Cada fracçao é objecto de um direito de propriedade individual
 As partes comuns são objecto de direito de compropriedade
 incindibilidade do direito de propriedade sobre as fracçoes e de
compropriedae sobre as partes comuns - art.º 1420 n.º 2
Natureza Jurídica
 Teoria da Pessoa Colectiva – a propriedade
horizontal refere-se a uma pessoa colectiva de
direito privado distinta da pluralidade de
proprietários individuais

 Teoria da superfície - essa teoria formulada pelos


alemães entende que a propriedade horizontal
deve estar inserida na matéria relativa ao direito
de superfície
 Teoria da Servidão – para estes autores de
nacionalidade francesa, existe na propriedade
horizontal um prédio serviente e outro prédio
dominante

 Teoria da sociedade entre os condóminos – os


condóminos estabelecem entre si relacoes de sócios
civis ou comerciais
Cont.
 Teoria da propriedade especial – existe
propriedade horizontal apenas em edifício que
podem ser divididos em apartamentos ou
instalações que podem ser exploradas de forma
independente
 Teoria da Compropriedade- trata-se de
compropriedade uma vez que o direito de
propriedade reparte-se entre vários titulares várias
e recai sobre o mesmo objecto
Cont.
 Teoria de um novo direito real de gozo- para o
professor Oliveira Ascensão trata-se efectivamente
de um novo direito real, complexo porque traduz
uma nova forma de afectar uma coisa em termos
reais, combinando figuras próximas. É a
combinação entre a propriedade exclusiva e a
compropriedade sobre as partes comuns que faz
nascer um novo direito real
Constituiçao
 De acordo com o art.º 1417.º a propriedade
horizontal constitui-se por:
 Negócio jurídico
 Usucapião

 Decisão judicial

 Acto administrativo
Direitos e Deveres (Reg. Jurídico)
 Direito de propriedade sobre a fracçao – art.º 1420.º
 Direito de compropriedade sobre as partes comuns – art.º 1420.º
 Direito de participar na administração do condomínio – art.º 1430.º e ss
 Direito de promover reparações indispensáveis e urgentes nas partes comuns – art.º
1428.º
 Dever de respeitar o destino de cada fracçao – art.º 1422.º
 Direito de exigir a venda do prédio e participar na partilha do produto da venda
– art.º 1428.º
 Dever de contribuir para o fundo de reserva comum
 Dever de suportaras despesas necessárias à conservação da fracçao autónoma –
art.º 1424.º
 Dever de contribuir para as despesas necessárias à conservação e fruição das
partes comuns – art.º 1424.º
 Dever de contribuir para as despesas com obras que não sejam de mera
conservação – art.º 1426.º
 Dever de efectuar um seguro contra risco de incendio do edifício – art.º 1429.º
 Dever de respeitar o título constitutivo
 Dever de não praticar actos ou actividades que sejam proibidas por deliberação
da Assembleia dos condóminos aprovada sem oposição – al. d n.º 2 art.º 1422.º
 Dever de não prejudicar a segurança, linha arquitectónica ou o arranjo estético do
edifício – al. a n.º 2 do art.º 1422.º
Alteração do título constitutivo
 O titulo constitutivo pode ser alterado desde que:
 Observe o previsto no art.º 1415.º
 A modificação seja feita através de escritura pública – n.º 1
do art.º 1419.º
 Todos os condóminos estejam de acordo com a modificação
– n.º 1 art.º 1419.º

Ver: art.º 20.º do DP 141/15 DE 29 DE JUNHO Regulamento


do Condomínio
Administração do condomínio
 Órgãos de administração do condomínio (art.º
1431.º):

 Assembleia de condóminos
 Conselho fiscal

 Administrador
Natureza Jurídica do Condomínio
 Centro autónomo de imputação de efeitos jurídicos
e entidade com personalidade jurídica rudimentar
Outras formas de Org. da
Propriedade Horizontal
 Sociedade
 Cooperativa
 O direito real de habitação periódica
 O empreendimento turístico

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