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DIREITO DAS COISAS

1)Conceito
O direito das coisas é um conjunto de normas que regulamentam as relações
jurídicas entre pessoas em face de bens/coisas.

D. COISAS X D. REAIS
O Direito das coisas não se confunde com direitos reais, ele
tem uma configuração mais ampla que os direitos reais.
O Direito das coisas se destina a regulamentar posse,
direitos de vizinhança e direitos reais.
Os direitos reais são direitos que dependem de expressa
previsão legal.
A lista dos direitos reais está no art. 1.225 C.C

COISA X BEM
Bem abarca elementos materiais e imateriais, o termo poderia ser utilizado
quanto para identificação de elementos corpóreos quanto incorpóreos
O termo Coisa abarcaria somente realidades materiais.
A professora irá utilizar como sinônimos.

2) Direitos reais x Direitos Pessoais

2.1 Eficácia

Direitos obrigacionais são direitos de oponibilidade interpartes, são direitos de


eficácia relativa, só produzem os efeitos entre credor e devedor.
Os direitos reais são direitos de eficácia erga omnes, são direitos que podem
ser opostos a todos os membros da coletividade, eles geram para os membros
da coletividade um dever geral de abstenção.
Este dever geral de abstenção consiste no dever de não praticar nenhum ato
prejudicial, nenhum ato atentatório ao exercício do direito real pelo seu titular.

2.2 Objeto

No direito obrigacional é uma prestação de dar, fazer ou não fazer ( sujeito


ativo- credo, passivo – devedor e a prestação da relação)
O objeto é a coisa/bem nos direitos reais, os elementos da relação são:

Sujeito ativo: o titular do direito real ( proprietário/usufrutuário...)

Sujeito passivo: todas as pessoas (coletividade)

Objeto: a coisa/bem.

2.3 Exercício

Os direitos pessoais são direitos de exercício mediato. Porque o credor, sujeito


ativo, só satisfaz seus interesses mediante uma atividade do devedor, no
sentido de adimplir a prestação.

Os direitos reais são direitos de exercício imediato. É imediato porque o sujeito


ativo da relação, o titular do direito, satisfaz seus interesses através do
exercício de poder sobre o bem.

EFICÁCIA OBJETO EXERCÍCIO

DIREITOS REAIS

D. PESSOAL

Teoria Dualista/ clássica

Como os direitos reais e obrigacionais se submetem as regras e princípios


completamente distinto, preciso trata-los como distintos. É a teoria majoritária.

Teoria Unitária
Defendem a unificação entre os direitos reais e os direitos obrigacionais
- que direitos obrigacionais e reais ambos fazem parte de uma realidade mais
ampla, defendem que ambos integram o campo dos direitos patrimoniais e por
isso não haveria motivo para separar.
- o dever geral de abstenção existe tão bem nas relações de direito
obrigacional, todos aqueles que tenham conhecimento da existência de uma
relação jurídica de direito obrigacional, todos estes se abdiquem de fazer algo
prejudicial para o adimplemento da divida pelo devedor.
3) CARACTERISTICAS (PRINCIPIOS) DOS DIREITOS REAIS

3.1 – ADERÊNCIA

Há uma aderência do vínculo jurídico a uma coisa determinada.

Em decorrência dela o titular satisfaz seus interesses sem a intermediação de


outro sujeito. Exercício imediato.

3.2- ABSOLUTISMO

Obs: o absolutismo dos direitos reais não se refere ao exercício, ele se refere a
eficácia.

Os direitos reais como qualquer direito não são de exercício absoluto, nenhum
direito é de exercício absoluto. Ele encontra limites.(não posso treinar minha
banda na minha casa de madrugada- o direito de vizinhança neste caso é o
limite do direito de propriedade) Não é porque sou proprietária de uma fazenda
que posso desmatar.

3.3 PUBLICIDADE OU VISIBILIDADE

Art. 1227 Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos
entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis
dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste
Código.

Ele decorre do princípio do absolutismo, porque pelo absolutismo vou opor


todos os direitos reais a coletividade. Se todos somos devedores, devemos ter
ciência da titularidade e do direito real alheio.

- existem autores que defendem que o princípio da publicidade se aplica tanto


aos direitos reais imobiliários(bens imóveis) como também aos direitos reais
que incidem sobre bens móveis.

Quando o direito recai sobre bem imóvel – a publicidade é conferida pelo


registro. O registro ele tem uma dupla função – 1 registro que constitui o
próprio direito real imobiliário. 2- dar publicidade, todos os dados que são
lançados no cartório de registro de imóveis, são dados públicos.

O direito real imobiliário só se constitui com o registro no órgão competente do


titulo que representa a transação imobiliário.

O órgão competente é o cartório de registro de imóveis

A escritura publica é somente um exemplo de tipo representativo de transação


imobiliária.
Tipos: eu decido comprar um ap e ele tem valor superior a 30 SM, a escritura é
só o titulo que representa a transação, só se torna proprietário quando leva a
registro no cartório de registro de imóveis

Nos direitos que recaem sobre bens moveis- a publicidade é conferida pela
tradição. Existem autores que defendem que o principio so se aplica para os
direitos reais imobiliários. Porque nem toda tradição constitui a transmissão de
direito real.

3.4 AMBULATORIEDADE E SEQUELA

Aspecto passivo x Aspecto ativo


Dois lados da mesma moeda.
Mesmo princípio que se complementa.

 Ambulatoriedade - aspecto passivo do princípio


O Direito Real segue a coisa.
É em decorrência desse principio que o titular desse direito real pode exercer a
sequela.

 Sequela - aspecto ativo do princípio:


O titular do direito pode perseguir a coisa na mão de quem quer que ela esteja.

Pela sequela o titular do direito real pode seguir a coisa nas mãos de quem ela
tiver

3.5 TAXATIVIDADE

Os direitos reais são típicos?

Taxatividade não se confunde com tipicidade

Apesar dos direitos reais serem taxativos, eles não são típicos

A taxatividade está relacionada ao monopólio estatal para criação de direitos


reais, so o estado pode criar novos direitos reais
A tipicidade esta relacionada a impossibilidade de modelação, modulação do
conteúdo do direito.

Os direitos reais dentro dos limites impostos pelo legislador, eles podem ter seu
conteúdo modulado pelas partes.
Só se considera Direito Real aquele que assim estiver previsto em lei.

Depende de expressa e prévia disposição legal.

São taxativos – numerus clausus.

Não podem ser criados pela autonomia privada das partes (ao
contrario dos direitos pessoais), porque os DIREITOS REAIS SÃO DIREITOS
ABSOLUTOS (oponibilidade contra todos). Em decorrência do princípio do
absolutismo os direitos reais são direito taxativos (depende da previsão legal).

“Todos somos devedores do Direito Real alheios – DEVER GERAL DE


ABSTENÇÃO imposto a todos”.

Apesar de serem taxativos NÃO são TÍPICOS:


A tipicidade esta relacionada a impossibilidade de modelação do conteúdo dos
direitos.
Os Direitos Reais, dentro dos parâmetros (limites), podem ter seu conteúdo
modelado pelas partes. Se fossem típicos, as partes não poderiam modelar seu
conteúdo.

Ex: Usufruto é taxativo (previsto em lei), mas não é típico (pode-se ter usufruto
com ou sem caução, a depender da vontade das partes).

Art. 1.225. São direitos reais:

I - a propriedade;

II - a superfície;

III - as servidões;

IV - o usufruto;

V - o uso;

VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;

VIII - o penhor;

IX - a hipoteca;

X - a anticrese.

XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)

XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

4) Classificação dos direitos Reais

- Propriedade
 Propriedade: único direito real originário, se não existir propriedade não
é possível constituir outros direitos reais. Da propriedade outros Direitos
reais vão surgir.

Confere ao seu titular 4 poderes:

I. De uso: confere ao titular o aproveitamento da utilidade da coisa.

II. De gozo ou fruição (sinônimos): confere a percepção de frutos e a


exploração de produtos.

III. De disposição: confere a possibilidade de transformar o bem, aliena-lo e


ceder partes dos poderes a terceiros.

IV. De reivindicação: poder de reaver o bem de quem de quem quer que o


detenha ou possua indevidamente.

-Direitos sobre coisa alheia


Direitos que decorrem da decomposição dos poderes inerentes a propriedade.
Quando há a constituição, o proprietário esta cedendo uma parte de seus
poderes a terceiros.

Ex: 1225, IV – no usufruto o proprietário transmite par ao usufrutuário 2 dos 4


poderes que possui, transmite o poder de uso e gozo, permanece com os
poderes de disposição e reinvindicação.

Ex: V- no direito real de uso, o proprietário transmite para o terceiro somente 1


poder, o poder de uso e vai permanecer com os demais poderes.

Ex: VI – no direito real de habitação, o proprietário transmite um único poder, o


poder de uso. O uso transmitido é um uso condicionado a finalidade especifica
de moradia, habitação, só pode morar no bem.

A extensão depende dos poderes transmitidos pelo proprietário.

- Direitos reais de garantia

Também decorrem da decomposição dos poderes inerentes a propriedade

São constituídos para garantir o adimplemento de uma prestação. Garantir a


satisfação de uma relação jurídica de direito obrigacional.

3 modalidades:

Hipoteca: como regra recai sobre bens imóveis. (aeronaves e


embarcações se submetem a hipoteca, mesmo não sendo bens imóveis)
O bem permanece nas mãos do devedor, ele continuara exercendo
todos os poderes sobre aquele bem. O devedor transmite o poder de
disposição, mas transmite o poder de disposição condicionado,
condicionado ao inadimplemento da prestação.

Penhor: direito real que incide sobre bens móveis, o bem objeto de
penhor, não é bem penhorado (constrição judicial) e sim empenhado. O
bem, como regra, o bem ficará com o credor, nas modalidades especiais
de penhor, o bem ficará nas mãos do próprio devedor. Ex\(mod
especial): o penhor de maquina, o devedor utiliza a maquina para pagar
o próprio empréstimo.

Anticrese: é um instituto muito pouco utilizado, nela a garantia não recai


sobre o próprio bem, a garantia recai sobre os frutos do bem. Ex: contrai
um empréstimo e dou como garantia o aluguel de um imóvel que eu
tenho.
Propriedade x domínio

Institutos que andam juntos, mas não se confundem.

Propriedade: ela se caracteriza por ser uma relação jurídica entre pessoas em
face de uma coisa. Dessa relação surge o dever geral de abstenção.

Domínio: é a relação de poder do titular sobre a coisa e suas faculdades de


uso, gozo, reinvindicação e disposição. Os poderes do domínio dão conteúdo
para a propriedade. A propriedade se instrumentaliza por meio do domínio.

Quando o proprietário constitui para o usufrutuário o uso e o gozo, não há


diminuição da propriedade, não há alteração da propriedade.

Quando o proprietário cede parcela do domínio para um terceiro, a propriedade


permanece inalterada, o que diminui é o domínio.

-Direitos reais à aquisição

Art 1.225, VII

Promitente comprador do imóvel – é aquele que celebrou uma promessa de


compra e venda, é aquele que celebrou um contrato preliminar, uma promessa
de contratar.

As partes se comprometem no futuro a celebrar um contrato definitivo.

Os contratos preliminares se submetem a todos os requisitos e elementos do


contrato definitivo, salvo as questões referentes a forma.

Art 108 CC- a promessa de contratar não se submete as questões referente a


forma.

Com o registro da promessa, ele passa a opor seus direitos a todos os


membros da coletividade

Se não levo a registro tem uma relação de direito obrigacional

5) Obrigações Propter Rem

São obrigação mistas ou obrigações ambulatórias

São aquelas que não decorrem de manifestação de vontade, ou seja, elas


guardam características dos direitos reais e dos direitos obrigacionais.
Não decorre da autonomia privada das partes, são obrigações impostas ao
devedor pelo fato de ser titular de um direito real, especialmente se for titular do
direito real de propriedade.

Me torno devedora porque sou proprietária do bem.

Ex: taxa de condomínio ( não estamos diante de uma taxa, não existe natureza
de taxa, de tributo, é um rateio de despesas do condomínio) – me torno
devedora desta taxa só por ser proprietário, nada impede que o proprietário
tenha um contrato com o inquilino para que ele pague, o sindico continua
cobrando os valores do proprietário.

Recurso especial nº 1704498/SP, Rel Ministra Nancy Andrighi, Terceira turma,


julgado em 17/04/2018, Dje 24/04/2018

DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA DE COTAS CONDOMINIAIS.


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. NÃO
OCORRÊNCIA. LEGITIMIDADE DA ARRENDATÁRIA DE IMÓVEL DE FIGURAR NO POLO PASSIVO
DA DEMANDA JUNTAMENTE COM O PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL. OBRIGAÇÃO PROTER REM. 1.
Ação ajuizada em 12/03/2014. Recurso especial concluso ao gabinete em 15/05/2017.
Julgamento: CPC/73.

2. O propósito recursal é determinar se a primeira recorrida -arrendatária de imóvel - pode


figurar no polo passivo de ação de cobrança de débitos condominiais.

3. Não há que se falar em violação do art. 535 do CPC/73 quando o Tribunal de origem,
aplicando o direito que entende cabível à hipótese, soluciona integralmente a controvérsia
submetida à sua apreciação, ainda que de forma diversa daquela pretendida pela parte.

4. As despesas condominiais, compreendidas como obrigações propter rem, são de


responsabilidade daquele que detém a qualidade de proprietário da unidade imobiliária, ou
ainda pelo titular de um dos aspectos da propriedade, tais como a posse, o gozo, a fruição,
desde que esse tenha estabelecido relação jurídica direta com o condomínio.

5. Na hipótese sob julgamento, a primeira recorrida, não obstante não seja a proprietária do
ponto comercial, é arrendatária do mesmo, exercendo a posse direta sobre o imóvel. Inclusive,
é quem usufrui dos serviços prestados pelo Condomínio, não sendo razoável que não possa ser
demandada para o pagamento de despesas condominiais inadimplidas.

6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido.(REsp 1704498/SP,


TERCEIRA TURMA, DJe 24/04/2018)

Ela esta se referindo aos poderes do domínio, o mais intrigante é que o stj
reconhece que a obrigação é propter rem mas atribui a obrigação a um
individuo que não é proprietário. Não é um posicionamento majoritário.

POSSE
1.Conceito

Posse não é um direito real, mesmo estando inserida nos direitos das coisas.

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.

Os poderes inerentes a propriedade são os poderes do domínio, tem o


exercício de um dos poderes do domínio. (gozo, uso, disposição e

Todo aquele que tem o exercício de um poder do domínio é considerado


possuidor.

A Posse é um instituto autônomo à propriedade. A posse não está


necessariamente atrelada a propriedade, posso ser possuidora sem ser
titular da propriedade.

Situação Jurídica Situação de Fato

Consequências Sem consequências


jurídicas: POSSE jurídicas:
DETENÇÃO

Situação Jurídica : a pessoa que exerce um poder sobre o bem porque sou
titular de um direito real, estou exercendo o poder em decorrência de uma
situação jurídica

Situação de Fato: Na situação de fato ela se caracteriza porque não faz


diferença se tenho um titulo ou um fundamento jurídico que legitime o exercício
deste poder, tanto faz existir ou não. Ex: o locatário exerce o poder de uso, é
possuir, tem o titulo pelo contrato de locação. Um invasor exerce o poder sobre
o bem: o uso, mas ele não tem nenhum fundamento jurídico para exercer o
poder sobre aquele bem, mas ele é possuidor do mesmo jeito que o locatário.

O poder exercido que decorre de uma situação fática, pode ou não gerar
consequências no mundo jurídico, pode ou não gerar repercussões no mundo
jurídico, se esse poder gera efeitos jurídicos, estou diante da posse, se o poder
não gera nenhum efeito no mundo jurídico, eu estou diante de detenção.
Posse é o exercício de fato dos poderes de domínio, com estes exercícios
gerando repercussões jurídicas.

O maior efeito jurídico que temos é a proteção que é conferida pelo


ordenamento jurídico.

Se eu exerço posse, tenho proteção do ordenamento jurídico, se sou detentora,


não vou atrair essa proteção do ordenamento jurídico.

2. TEORIAS

2.1 Teoria subjetiva (clássica) de Savigny

Posse = corpus+ animus – P=C+A

Detenção = Corpus – D= C

Ela foi desenvolvida pelo Savigny em 1803, ele defendia que a posse so se
caracterizaria se estivessem presente 2 elementos: o corpus e o animus. O
corpus era o exercício de poder sobre o bem, o poder deveria exercer o poder
com a vontade de dono, com a vontade de dono, o animus seria esse como se
dono fosse.

Só existiria a posse se o individuo exercesse o poder sobre o bem, mas como


se fosse dono, dependia do elemento subjetivo animus de dono.

Para o savigny um locatário não seria possuidor, porque ele não exerce como
se dono fosse, porque ele paga aluguel e exerce poder de acordo com o
contrato de locação. Do mesmo modo o usufrutuário, porque ele só exerce
poder nos termos de usufruto. Um comodatário também não seria, pois ele
exerce os poderes limitado as disposições contratuais.

Para ele um invasor que se comportasse como se dono fosse, seria


considerado possuidor.

Se faltar o animus, estou diante de uma detenção, ou seja, existe apenas o


corpus, neste caso os locatários, usufrutuários... seriam apenas detentores.

A grande critica que se faz, é que ele vinculou a posse a um elemento


subjetivo, animus, mas a grande contribuição é que ele demonstrou a
autonomia da posse em relação a propriedade, conseguiu demonstrar que
posso ter posse sem ser o proprietário do bem.

2.2 Teoria objetiva de Ihering

Posse= corpus/ P= C

Detenção= corpus- excludentes / D=C-E

Obs:animus = exercício consciente


Ele defendia que a posse se caracterizava pelo exercício consciente de poder
sobre o bem, ou seja, não é necessário o animus de dono, basta que o
individuo exerça conscientemente o poder sobre o bem.

Para ele o animus é a consciência, então o animus está implícito ao corpus, ou


seja, basta exercer conscientemente poder sobre o bem, o animus é nada mais
que a consciência de exercer este poder sobre o bem.

Para ele a Posse é o exercício conscientemente de poder sobre a coisa, salvo


disposição expressa em sentido contrário. Existem situações que o legislador
reconhece que o individuo está exercendo poder sobre o bem, mas por política
legislativa, ele não considera este individuo possuidor do bem. Para o Ihering a
detenção são estas situações que exerço o poder sobre o bem, mas o
legislador excluiu isso da posse, tenho o corpus, mas o legislador não
reconhece esta situação como corpus.

Pela leitura do art. 1.996 – fica claro que não nos submetemos a posse a um
elemento subjetivo, mas tem contribuições das duas teorias.

3) DESDOBRAMENTO DA POSSE

POSSE DIRETA/INDIRETA X POSSE PLENA

3.1POSSE DIRETA OU IMEDIATA


Posse daquele (terceiro) que recebeu a apreensão física (material) do bem, em
decorrência de um direito obrigacional (celebrado contrato) ou da constituição
de um direito real. São possuidores diretos, usufrutuário, locatário..

Só se fala em posse direta, se for possível identificar a respectiva posse


indireta (a correlata posse indireta). No contrário também, só se fala em posse
indireta se identificar a direta. São posses que necessariamente tem origem em
relação de direito obrigacional ou de direito real.

 Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a
indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto
defender a sua posse contra o indireto.

 “a posse direta, não anula a indireta”


Doutrina faz menção as posses paralelas: são as posses diretas e indiretas
que coexistem pacificamente, elas existem simultaneamente em relação ao
mesmo bem. Ou seja, uma não anulará a outra.

a) Temporária: vincula no tempo a relação jurídica de direito real ou


obrigacional que lhe deu origem. Tais relações são necessariamente
temporárias. Com o fim da relação jurídica que deu causa, também terá
fim a posse direta.

Ainda que o direito real seja vitalício a posse direta é temporária. Vitaliciedade
não se confunde com extensão no tempo ad eternum, uma vez, operado o
evento morte extinta também estará a posse direta – caso do usufruto vitalício.

b) Subordinada: o exercício de poder sobre a coisa, é limitado a extensão


dos poderes do domínio transmitidos.

Ex: Aline celebra com Letícia um contrato de locação, vedando a sublocação,


só poder de uso.

3.2 POSSE INDIRETA OU MEDIATA


É a posse daquele que transmitiu (transferiu) a apreensão física do bem para
um terceiro, por ter com ele celebrado um contrato ou por ter instituído em seu
favor um direito real.

Regra: é a posse do proprietário, MAS, quando da verticalização do


desdobramento teremos um possuidor indireto que não é proprietário do bem.

3.3DEFESA DA POSSE
Sofre agressões quando outro terceiro ou outro possuidor do bem pratica algo
prejudicial ao bem.

Deve verificar se o agressor é:


a) Terceiros: tanto o possuidor direito, quanto o indireto possuem
legitimidade autônoma para tomar as medidas de proteção da posse. Ou
seja, ambos possuem legitimidade autônoma e sendo assim independe
da autorização um do outro. Nada impede de que unam esforços para
ajuizar em conjunto ação contra o terceiro invasor.

b) Possuidor direito x possuidor indireto

Pode o possuidor indireto ajuizar uma ação contra possuidor direito?

 “podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto”


Entendimento pacificado: reciprocidade, ou seja, indireto também tem direito
de defender a sua posse contra indireto.

3.4 VERTICALIZAÇÃO DO DESDOBRAMENTO DA POSSE


OU TRIPARTIPAÇÃO DA POSSE

É quando a posse que já havia sido desdobrada, sofre um novo


desdobramento.

1. A posse INDIRETA é a que se fraciona novamente – sofre novo


desdobramento
2. Terei possuidor indireto que não é proprietário do bem (exemplo: B).

4) COMPOSSE

a. Conceito
Quando duas ou mais pessoas exercem simultaneamente poderes
possessórios sobre coisa indivisa.

Mais de uma pessoa exercendo em conjunto posse sobre um determinado bem


em estado de indivisão
Ex: dois colegas alugam um apartamento, haverá entre eles uma composse.
Ambos são possuidores simultâneos sobre tal coisa indivisa.

Ex2: apartamentos = unidades autônomas de condomínios edilícios


Áreas comum: rol de entrada, espaço de lazer, etc. sobre essas áreas comuns,
todos os moradores exercem posse simultaneamente sobre a coisa.
 Requisitos essenciais para configurar composse

Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada
uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos
outros compossuidores.

a. Pluralidade de sujeitos

b. Simultaneidade de poderes possessórios


Mas nada impede que os compossuidores criem regras para utilização
simultânea do bem, ou seja, para o exercício desse posse, evitando conflitos.
Exemplo, para utilizar o salão de festa se faz necessário reserva prévia por
meio de aplicativo do condomínio.
Como forma de se evitar conflitos da utilização simultânea/conjunta do bem,
nos temos que não haveria impedimento que eles fixem regras para exercício
em conjunto de poderes possessórios sobre o bem.
A fixação de regras não põe fim a composse.
Caso os compossuidores fixem áreas sobre as quais, cada um exercera posse
com exclusividade, estará extinta a composse. Ex: 2 irmãos possuidores de
uma fazenda, se eles pactuam que cada um ira exercer posse com
exclusividade sobre determinada área da fazenda, neste caso não há
composse.

c. Coisa indivisa
Coisa em estado de indivisão
Pode ser coisa divisível como pode ser uma coisa indivisível
o Coisa indivisa é coisa indivisível?

Não, coisa indivisa: é aquela que se encontra em estado de indivisão, ou


seja, aquela que no momento não está dividida de fato. Ou seja, a coisa
indivisa, tanto pode ser coisa divisível, quanto indivisível.

Exemplo 1: Composse que recai sobre bem divisível - fazenda


2 irmãos que exercem, simultaneamente, posse sobre fazenda – neste
momento essa fazenda se encontra em estado de divisão, faticamente não
esta dividida.
Exemplo2: Composse que recai sobre bem indivisível - apartamento
2 colegas dividindo apartamento (bem que não comporta fracionamento)

Bem indivisível: não comporta fracionamento sem prejuízo ao valor


econômico, ao fim que se destina ou a sua própria natureza. Se causar
prejuízo esse bem é indivisível, em contrapartida, se puder ser fracionado
(dividido), sem nenhum desses 3 prejuízos, será um bem divisível.

COMPOSSE E CONDOMINIO

A composse É autônoma em relação ao condomínio


Não está necessariamente atrelada ao condomínio
É possível existir composse sem que tenha no caso concreto o condominio

Ex: 2 amigos que alugam um imóvel, eles são compossuidores do imóvel, mas
não existe condomínio porque não são proprietários.

4.2 Defesa da posse

Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada
uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos
outros compossuidores.

Qualquer um dos compossuidores tem legitimidade autônoma para tomar as


medidas de proteção de sua posse.

A posse dos compossuidores é a mesma, a posse não se distingue, é do


mesmo grau.

5)DETENÇÃO

Casos previstos em lei

Tanto na posse como na detenção, há exercício de poder sobre o bem.

O critério não é exercício de poder, o critério é legal. Todas as situações que


tem exercício de poder sobre o bem é posse, exceto se o legislador tiver
desqualificado este exercício como posse e qualificado como mera detenção

A posse atrai os mecanismos de defesa e a detenção não gera nenhuma


repercussão no mundo jurídico.

Ex: Caseiros de sitio,


5.1 Servidores da posse

Também chamado de fâmulos da posse ou servos da posse.

Exercem poder sobre o bem, mas seguindo ordens ou instruções do legitimo


possuidor.

Os poderes são exercidos porque guardam uma relação de subordinação com


o legitimo possuidor.

Ex: Caseiro de um sítio.

Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de


dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em
cumprimento de ordens ou instruções suas.

É executor material do direito possessório alheio

Porque exerce poder sobre o bem, mas em nome do legitimo possuidor, está
exercendo direitos possessórios alheios, não são próprios.

Ex: motorista particular.

Defesa da posse?

Somente aquele que é possuidor tem legitimidade para tomar as medidas de


defesa da posse, mas o entendimento hoje consolidado é de que esse servo da
posse, ele não tem legitimidade para propor uma ação possessória, mas
poderia no interesse do legitimo possuidor praticar atos de autodefesa ou
autotutela. Decorre do seu dever de vigilância, o bem é confiado aos cuidados
deste detentor.

Ex: vizinho mudou a cerca de lugar, neste caso o caseiro não tem legitimidade
para propor ação, mas poderia praticar ato de autodefesa ou autotutela, como
por exemplo voltar a cerca para o lugar.

5.2 Atos de permissão ou tolerância

Se eu exerço posse em decorrência de um ato de permissão ou tolerância

Quando estamos diante desse ato, o legitimo possuidor coloca o bem a


disposição deste terceiro, sem, no entanto, celebrar um negócio jurídico com
este terceiro.

São atos unilaterais, há uma autorização para utilização bem.

É muito comum em decorrência de relações previas de parentesco, amizade,


vizinhança.
A permissão eu tenho um consentimento expresso

Na tolerância eu tenho um consentimento tácito. O detentor ele tem


consciência de que se encontra sob a esfera de vigilância do legitimo possuidor

Ex permissão: autorizar meu vizinho a estacionar o veiculo dele na minha vaga


de garagem, se tivesse feito um contrato de aluguel da vaga, ele seria
possuidor da vaga, um possuidor direto.

Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim
como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão
depois de cessar a violência ou a clandestinidade.

5.3 Atos de violência ou clandestinidade

Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim
como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão
depois de cessar a violência ou a clandestinidade.

O exercício baseado em atos de violência ou clandestinidade não é posse,


quando cessar a violência ou a clandestinidade a detenção se converte em
posse.

Essa posse é uma posse viciada, é classificada como uma posse injusta, mas
é posse.

A violência se caracteriza por atos praticados mediante força e a


clandestinidade pela pratica de atos as escondidas.

A violência cessa quando materialmente deixa-se de se utilizar de força. E a


clandestinidade quando o individuo começa a praticar atos publicamente.

Ex: individuo pula o muro e se abriga em uma casa quando não tem ninguém e
sempre vai embora sem ninguém ver, ele exerce o poder as escondidas, não
dar publicidade, enquanto esta as escondidas ele é mero detentor. A partir do
momento que ele exerce esse poder publicamente, entra e sai pelo portão da
frente, com todos vendo, ele se torna possuidor.

5.4 Atuação em bens públicos

Classificação dos bens públicos:

Bens de uso comum do povo: aquele que pode ser utilizado por qualquer
membro da coletividade. Ex: rios, mares, estradas, ruas, praças...

bens de uso especial: bens afetados/destinados a execução de serviços


públicos. EX: prédio da prefeitura, do fórum...
bens dominicais: são bens desafetados, são aqueles que se submetem a
algumas regras do direito privado. ( poderiam ser representado pelo sorvete de
flocos, a parte branca são regras de direito publico e o chocolate as regras de
direito privados) – podem ser vendidos, doados, permutados. ex: terreno
municipal que a prefeitura não dá um destino.

Os bens de uso comum e especial não são objetos de posse.

Um individuo que exerce poder sobre um bem de uso comum do povo ou


especial é mero detentor.

Em relação aos bens dominicais, eles podem ser objeto de posse, mas não
poderão ser objeto de usucapião.

Nenhum bem publico pode ser sujeito a usucapião

Art. 102- os bens públicos não estão sujeitos a usucapião

Usucapião é um modo de adquirir propriedade, em que um dos requisitos


necessários é a posse.

Súmula 340 do STF. Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais,


como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.

6.CLASSIFICAÇÃO

Uma mesma posse pode ser classifica mais de uma maneira.

6.1Posse direta ou posse indireta

Posse direta ou imediata: aquele que se caracteriza quando há a transmissão


da apreensão física do bem pelo proprietário, não basta a transmissão da
apreensão física do bem, o possuidor direto deve ter recebido em razão de
uma relação jurídica previa um contrato ou constituído um direito real

Posse indireta ou mediata: por ser a posse do individuo que transmite a


apreensão física do bem com um terceiro

6.2 Posse justa e posse injusta

Posse justa é a posse que não é violenta, não é clandestina e não é precária,
posse não viciada, posse adquirida sem vicio externo, sem vicio objetivo.
Art1200

art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. (rol
taxativo- se não for violenta, clandestina ou precária, ela é uma posse justa)

Posse injusta: posse violenta, clandestina ou precária


São vícios externos/objetivos da posse: violência clandestinidade e
precariedade

Posse violenta: não é a posse exercida mediante o uso de força,


porque o art. 1208, enquanto persistir a pratica de atos de força,
eu não estou diante de posse, estou diante de detenção, só
quando cessa o uso da força que estou diante da posse violenta.
A posse violente é aquela que tem origem em um ato praticado
mediante a utilização de força.

Posse clandestina: enquanto o ato estiver as escondidas, estou


diante de detenção, a posse clandestina é somente quando o ato
está sendo praticado publicamente. Posse clandestina é aquela
que tem origem em atos praticados as escondidas

Posse Precária: é a posse daquele que se nega a oportunamente


devolver o bem. A posse se dá quando o possuidor direto do bem
nega-se a restitui-lo ao possuidor indireto no momento oportuno.
Posse direta é sempre uma posse temporária, pois se submete ao
lapso temporal da relação jurídica que tenha dado origem (a
posse direta do locatário é temporária, do usufrutuário. Essa
negativa tem que se dar no momento devido de restituição do
bem, nos termos da relação de direito obrigacional ou real.

A posse precária é caracterizada pelo abuso de confiança, pq o


possuidor precário tinha a confiança do possuidor e se nega a
devolver o bem. ex: eu sou proprietária de imóveis, se eu
soubesse que o locatário não iria devolver em momento oportuno,
eu não iria celebrar o contrato, celebrei porque acreditei que no
momento oportuno o imóvel seria devolvido. Quando este
possuidor se nega a restituir esse bem, ele estará abusando da
confiança que foi nele confiada, ele deixa de ser possuidor direto
e se torna possuidor precário, tendo uma posse injusta.

6.3 Posse de boa-fé e posse de má-fé

art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o


obstáculo que impede a aquisição da coisa.

Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de


boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite
esta presunção.

Boa-fé: posse daquele que ignora (desconhece/não ter conhecimento) do vicio


ou do obstáculo que impede a aquisição da posse. Ele acredita que se
encontra em uma situação regular de exercício de poder sobre o bem.
Posse de Má fé: aquele que tem conhecimento do vicio ou o obstáculo que
impede a aquisição da posse. É uma posse viciada.

Os vícios da posse injusta são objetivos (violência, cland......), os vícios da


posse de má-fé é um vício subjetivo(má-fé).

§ único traz uma presunção legal, aquele que tem justo titulo em mãos, atrai
para si a presunção que é um possuidor de boa-fé.

A presunção é relativa, comporta prova em contrário, não impede o interessado


faça prova de que ele tinha conhecimento da existência do vício.

É possível uma posse de boa-fé sem justo título, porque posse de boa-fé é
daquele que ignora a existência do vício, o justo título é um facilitador da prova,
porque já atrai a presunção de que é possuidor de boa fé e vai transmitir o
ônus de provar o contrario para o outro interessado. Ex: um indivíduo que
tenha adquirido um bem móvel de um terceiro, pode ser que o negocio tenha
sido pela forma oral, não tem um justo título em mãos, não tem elementos que
demonstrem que comprei um notebook de um terceiro, eu desconheço que
este notebook era produto de roubo, agora que se compro junto cm nota fiscal,
mesmo esta sendo falsa, mesmo sendo falso este justo título, atrai para si a
presunção de ser de boa-fé.

Um titulo é um elemento que representa uma causa ou um fundamento jurídico.


O justo titulo seria aquele que caso não fosse viciado, ele seria hábil para
transmitir o bem.

Ex: compra e venda lavrada com base em uma procuração falsa

Para o sistema do direito romano uma posse que foi adquirida de boa-fé assim
permanecera, mesmo que o possuidor tenha posteriormente tomado
conhecimento do vício, neste caso não é possível a convolação da posse de
boa fé em posse de má fé

Para o sistema canônico; (art 1202- adotado pelo cc): se a posse foi de boa-fé,
quando toma conhecimento do vício, ela se torna de má-fé, deste modo é
possível a convolação da posse de boa-fé em posse de má-fé. E analisado no
caso concreto, que indica ou não que o possuidor tomou conhecimento do
vício.

Existem determinadas modalidades de usucapião que exigem a posse de boa-


fé como requisito. A maior parte não exige, como regra as modalidades que
exigem, são modalidades que exigem um prazo de exercício da posse menor.
Efeitos: (responsabilidade sobre:)

Frutos e produtos:

Perda ou deterioração

Benfeitorias

Necessárias: destinadas a conservação do bem

Uteis: aumento da utilidade da coisa

Voluptuárias : para embelezar

Direito de retenção: o possuidor poderá reter o imóvel enquanto a


indenização pela benfeitoria não for paga

Possuidor de má fé Possuidor de boa fé

Se o legitimo possuidor Não responde pelos


se apresenta e toma frutos percebidos e os
medidas para retomada produtos explorados.
do bem, o possuidor de
Frutos e produtos má fé responde pelos
frutos percebidos e
pelos produtos
explorados, devendo
indenizar. Responde
também pelos frutos,
que por sua culpa
deixou de perceber

Responde pela perda Não responde pela


ou deterioração do bem, perda ou deterioração
Perda ou deterioração salvo se ele provar que do bem se não tiver
a destruição teria dado causa.
ocorrido nas mãos de
qualquer pessoa.

Somente será Tem direito a


ressarcido pelas indenização das
benfeitorias benfeitorias necessárias
necessárias. e uteis, assim como das
voluptuárias.
Ele não terá direito de
Benfeitorias retenção pelo valor Ele terá o direito de
devido pelas retenção pelo valor das
benfeitorias benfeitorias necessárias
necessárias. e úteis que tenha
realizado.
Não tem direito de
levantar as benfeitorias Ele tem o direito de
voluptuárias levantar as benfeitorias
voluptuárias.

6.4 Posse Nova e Posse Velha

Leva em conta o tempo de exercício sobre o bem,

1º Posicionamento 2º ´Posicionamento

Posse nova é a de menos de ano e Posse nova é aquela de até ano e


dia. (1 ano e 1 dia- ano e dia é a dia.( uma posse de exatos 1 ano e 1
terminologia utilizada pelo legislador). dia, na 1ª corrente minha posse é velha
e na 2º corrente ela é nova).
Posse velha é a de ano e dia ou
mais.( posse de 1 ano e 1 dia ou Posse velha é de mais de ano e dia.
mais) ex: posse há 2 anos e 15
meses.

Posse da Vítima (da agressão a Posse do agressor- ex: em outubro


posse) – ex: eu exercício posse a 5 de 2019 minha fazenda foi invadida,
meses e a fazenda foi invadida, o invasor tem uma posse nova,
nesse caso é classificada a posse da porque ainda não fez 1 ano e 1 dia.
vítima.

Ação de força nova pode ser Posse nova poderá ser perdida
proposta para defender posse nova provisoriamente. Posse velha não
ou posse velha. Ação de força velha será perdida provisoriamente.
pode ser proposta para defender
posse nova ou posse velha A posse do invasor, se ela foi
invadida em out de 2019 a posse do
invasor é nova, se a ação
possessória é nova, poderá ser
pedida liminarmente a posse.

Se a posse do agressor é velha, já


perdi o prazo para propor ação de
força nova, necessariamente a ação
será de força velha
OBS: Ação de força nova e ação de força velha

Posse nova e posse velha é diferente de ação de força nova e ação de força
velha.

Quando classifico a posse, estou diante de instituto de direito material

Quando classifico a ação, estou classificando uma ação possessória.

Ação de força nova: é a ação possessória proposta/ajuizada dentro do prazo


de ano e dia, contado este prazo da data da agressão sofrida. Ex: fazenda foi
invadida out de 2019, ajuizei ação contra o agressor, deste modo a ação
ajuizada hoje é ação de força nova.

Se submete a procedimento especial

Ação de força velha: é ação ajuizada fora do prazo de ano e dia, contado o
prazo da data da agressão sofrida;

Se submete a procedimento comum

A doutrina diverge sobre o tempo de poder sobre o bem, na ação de força nova
e velha.

Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de


posse (espécies de ações possessórias) as normas da Seção II deste
Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou
do esbulho (modalidades de agressão a posse) afirmado na petição
inicial. – ações de força nova se submetem as regras da seção 2 –
procedimentos especiais

Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o


procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.

Procedimento especial:

Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz


deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção
ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique
previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que
for designada.

Nas ações de força nova, estando devidamente instruída a petição inicial,


o juiz antes de ouvir o réu, vai expedido um mandado de proteção da posse.

No procedimento comum o juiz vai citar o réu, ouvir...


Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não
será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia
audiência dos respectivos representantes judiciais.

6.5) Posse natural e Posse Civil ( ou jurídica)

Posse natural se caracteriza pelo exercício de poder material sobre o bem. Ela
é a posse de mais fácil identificação. ( ex: posso que exerço sobre o telefone,
computador, estou materialmente exercendo poder sobre eles).

A posse civil é assim considerada por força de lei, independentemente da


pratica de atos materiais sobre o bem.

Ex: me torno possuidora por força de lei.

6.6) Posse ad interdicta e Posse ad usucapionem- Elementos

ad interdicta: aquela posse que pode ser protegida por meio das ações
possessoais, mas não conduzirá a usucapião. Ex: posse do locatário.

Ad ususcapionem – caso se prelongue no tempo poderá conduzir a usucapião


So se caracterisitca se tiver a presença dos trem elementos:
animus de dono.

AQUISIÇÃO DA POSSE
Art. 1.204 – Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o
exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Posse seria um exercício de fato dos poderes do dominio
1) Modo originário
Quando não existe relação de causalidade da posse atual e a posse
anterior.
Quando adquirido por modo originário, os vícios da posse anterior não seguirão
com a posse atual. Isso não quer dizer que a posse atual também não possa
ser viciada.
O vicio da posse atual não é um vicio da posse anterior. Mesmo que seja um
vicio de mesma natureza.
o possuidor dá inicio a uma nova posse, um novo período possessório.

Apreensão
2 formas:
Apropriação unilateral de coisa sem dono ( coisa abandonada ou coisa de
ninguém)
Ela se da também quando a coisa é retirada daquele que até então era
legitimo possuidor, sem a sua permissão. Ex: invasor
2) Modo derivado
Há uma relação de causalidade entre a posse atual e a posse anterior, há uma
relação atual entre o possuidor atual e o possuidor anterior.
Os vícios da posse anterior, seguem a posse atual.
Ex: continua uma posse violenta, clandestina...
2.1) Tradição
É a entrega da coisa
Não é toda tradição que transmitirá a posse. Ex: exemplos de detenção.
Como modo de transmissão de posse se submete a 2 requisitos:
Objetivo: entrega da coisa
Subjetivo: vontade/ intenção do tradente em transferir a posse para o
adquirente.
a) Real
é aquela entrega efetiva e material da coisa.
Mas pode ocorrer que em decorrência do volume do bem ou da sua fixação ao
solo, não é possível entregar a coisa.
b) Simbólica
se dá por um ato que traduz/representa a entrega efetiva/real do bem.
ex:entrega da chave.
c) Ficta
prevista por lei, o legislador entende que a transmissão terá ocorrido por causa
da lei
não há a entrega efetiva do bem e nem um atoo que represente
por uma ficção jurídica considero que ocorreu a entrega do bem
o objetivo é evitar sucessivas tradições reais ou simbólicas.

Comporta 3 especies:
Constituto possessório -a partir do negócio jurídico, o possuidor pleno torna-
se mero detentor do bem. Ex: autorizar o antigo possuidor permaneça na casa
após o contrato de compra e venda apenas enquanto se muda, mas agora ele
é detentor.
A posse jurídica/civil é aquela que foi adquirida por meio de uma tradição ficta.
Efeito: transmissão de posse.
e/ou
Clausula constituti
O possuidor pleno após a celebração negócio jurídico permanece na posse do
bem como possuidor direto.
Efeito: transmissão de posse e o desdobramento da posse transmitida.

Só operam seus efeitos Por meio de clausula contratual expressa o constituto


possessório e a clausula constituti. ( não é preciso constar os termos
contituto... ,basta que de para entender isso

Traditio brevi manu


O detentor ou o possuidor direto do bem, após a celebração do negocio juridico
se torna possuidor pleno do bem.
Ex: tenho um bem e autorizei alguém a morar la e após determinado tempo
celebro um contrato cm essa pessoa para transmissão do bem.

Cessão ao adquirente do direito à restituição da coisa que se encontra em


poder de terceiro
Se da quando o bem se dá na apreensão física de um possuidor direto
O fato de o bem estar nas mãos de um terceiro não impede a alteração da
titularidade da propriedade.
Quando estou diante de uma posse desdobrada, o possuidor tem o direito de
oportunamente restituir o bem ao possuidor indireto, sobre a pena de sua
posse se tornar uma posse injusta,uma posse precária.
Quando ocorre a venda e a apreensão está na mãos de terceiros, quando o
alienante cede ao adquirente o direito de se restituir daquele bem, ele esta
transmitindo a posse deste bem.
Ex; casa está alugada e eu vendo ela.
Transmite a posse indireta.

Posse e propriedade são autônomas posso ter situações que o indivíduo torna-
se proprietário e não se torna possuidor. Situações que não se opera a
tradição real, simbólica ou ficta.

Art. 1.267. Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o


transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao
adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de
terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do
negócio jurídico.(traditio..)

Torna-se possuidor quando ocorre a tradição ficta

2.2 Sucessão Causa Mortis


Se for entre vivos, estamos diante da tradição.
Continuação que o possuidor dará a posse do morto.
Principio da saizine – com a abertura da sucessão, com a morte, a posse dos
bens é transmitida para os sucessores.
Classificações:
Sucessao Singular X Sucessao universal
Na universal – quando aqueles que são chamados a receber o bem, são
chamados a receber a integralidade do pagamento ou uma cota parte ou uma
fração ideal do patrimônio. Ex: destino 1/3 dos meus bens a alguém.
Os sucessores são chamados de herdeiros
Singular- o individuo é chamado a receber um bem certo e individualizado. Ex:
destino meu carro a alguém.
Os sucessores são chamados de legatários.

Sucessão Legítima X Sucessão Testamentária.


Legitima: aquela em que os chamados a receber constam de uma lista legal
( ordem de vocação hereditária), ela estabelece em razão de uma ordem
prioritária. O legislador estabelece classes, so posso chamar uma classe
posterior se não houver integrantes na lista anterior. ( os primeiros a receber
são os descendentes...)
É sempre universal, os sucessores serão sempre herdeiros
Testamentária: decorre de manifestação previa do autor da herança através do
testamento. Não é possível testar sobre toda a integralidade do patrimônio
quem tem herdeiros necessários.
O sucessor pode ser tanto um herdeiro quanto um legatário.

Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor


com os mesmos caracteres.

Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito (


necessariamente/automaticamente )a posse do seu antecessor; e ao sucessor
singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. ( ele
pode escolher entre continuar a posse anterior, ou pode optar por não
continuar , so é concedida ao sucessor singular)

A doutrina diverge quanto a extensão da aplicação da segunda parte do


art. 1207, ela se aplica a somente a sucessão inter vivos ou ela se aplica
também a sucessão causa mortis?

1º entendimento – que a segunda parte do art. só se aplica ao


sucessor singular inter vivus, porque a sucessão na posse causa mortis
esta definida no art. 1206, porque o legislador fez menção expressa a
expressão herdeiro e legatário.

2º entendimento ( majoritário) – a segunda parte do art. 1207, se aplicaria


tanto para sucessão singular inter vivus quanto para causa mortir, o legatário
pode escolher se quer ou não somar a sua posse com a do possuidor anterior.
Efeitos para o sucessor singular optar por continuar ou por não somar sua
posse com a do possuidor anterior:

Quanto aos vícios temos divergência na doutrina

1º entendimento: caso o sucessor singular opte por não unir a sua posse a
posse do possuidor anterior, os vícios da posse anterior serão afastados. Ex: a
posse anterior era violenta, se o sucessor escolhe não continuar a posse,
aquele vicio será afastado. Defendem que a segunda parte é uma exceção de
que o vicio da posse anterior segue a atual na regra de modo derivado.

2º entendimento ( majoritário): caso o sucessor singular opte por não somar a


sua posse, o exercício desta faculdade não afastaria o vicio da posse anterior

Legatário X 2ª parte do art. 1207

Vícios X 2ª parte do art. 1207

PROTEÇÃO DA POSSE

I- Autodefesa

Por estas razoes a doutrina afirma

Legitima defesa – Turbação


Na turbação o possuidor permanece na posse do bem, ele não perde o bem
para o agressor
Ex: eu utilizo da fazenda sobre a qual tiago exerce posse para cortar caminho
para passar cm meu gado, eu agrido a posse dele, mas ele continua dono.

Desforço Imediato- Esbulho


A vitima perde a sua posse para o agressor
Ex: invadir a fazendo sobre a qual alguém esta em posse.

Requisitos:
a) Força própria
b) Reação imediata
c) Reação limitada -reação proporcional

Art. 1210 §1º


II- Ações tipicamente possessórias/ Interditos possessórios

Ação de manutenção da posse


Hipóteses que tenho turbação
Agressor pratica atos que criam obstáculos para o possuidor legitimo usufruir
da coisa

Ação de reintegração da posse


Hipóteses de esbulhos
Situações que o possuidor em decorrência da agressão perde sua posse para
o agressor.

Interdito proibitório
Hipóteses que tenho ameaça de agressão, ameaça de turbação e ameaça de
esbulho.

1. Legitimidade
Ativa: somente aquele que é possuidor ou aquele que já foi possuidor e perdeu
a sua posse em razão da agressão que sofreu.
Aquele que não é possuidor ou nunca teve a posse do bem, nunca poderá
propor uma ação possessória, mesmo que seja proprietário do bem.
Possuidor direto e indireto possui legitimidade ativa, porque o fato da posse ter
sofrido um desdobramento não desqualifica sua natureza jurídica de posse.
A posse exercida em regime de comunhão (composse) também não afasta a
legitimidade ativa.
Possuidores naturais e jurídicos possuem legitimidade ativa, não se exige uma
posse natural, ainda que nunca tenha tido a apreensão física do bem.
Passiva: o turbador, o esbulhador ou o autor da ameaça de turbação ou de
esbulho.
Também é legitimado o terceiro possuidor de má-fé. Recebe o bem, mesmo
sabendo que se tratava de uma coisa objeto de esbulho
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização,
contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Não basta alegar que não sabia que era bem esbulhado, tem que demonstrar
que diante das circunstancias do caso concreto, nenhuma apontava se tratar
de coisa esbulhada.
Se o terceiro possuidor for de boa fé, contra ele não posso ajuizar uma ação
possessória. Ele não tem legitimidade para figurar como réu da ação
possessória, mas é possível o ajuizamento de uma ação do juizo petitório
No juizo possessória a discussão central é posse,
Juizo petitório a discussão central é a propriedade, pode ate ter a proteção da
posse, mas ela é secundária, pois discute direito real. Quero o bem de volta
porque sou titular de um direito real.

2. Fungibilidade
Pela fungibilidade caso uma ação possessória seja ajuizada ao invés de
outra o juiz não estará impedido de conhecer do pedido de proteção da
posse e outorgar a medida de proteção que for mais adequada.

Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não


obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal
correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.

Só se aplica as 3 ações tipicamente possessórias

3. Caráter dúplice

as ações possessórias na são ações de natureza duplice

Ação de caráter dúplice, ao analisar o direito material controvertido, não


é possível previamente fixar quem será autor e réu da ação. Ex: ação
demarcatória- o objetivo dela é fixar um marco divisório entre imóveis
confinantes/vizinhos. Ação de extinção de condomínio

Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em


sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos
prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.

Autoriza que o reu de uma ação possessória em sede de contestação


faça um pedido de proteção a sua posse contra o autor da ação.
Não estamos diante de uma reconvenção.
As ações de natureza dúplice não comportam pedido em sede de
contestação, pois a improcedência do pedido do autor já é suficiente
para satisfazer os interesses do réu.

Quando é uma ação possessória, a improcedência do pedido do autor


não significa o reconhecimento de que a posse do réu é melhor que a
posse do autor, por isso o pedido do réu precisa estar expressamente na
contestação

Na ação de natureza dúplice a posição de contra ataque do réu


depende da natureza do direito material controvertido.

Nas possessórias a posição de contra ataque decorre da previsão do


art. 556, previsão legal.

4. Ação de manutenção da posse e ação de reintegração da posse


São trabalhadas no mesmo capitulo pelo legislador
Os requisitos são os mesmos, mas com algumas peculiaridades
Art. 561 cpc
4.1 Requisitos
a) Posse
Na manutenção da posse O autor tem que fazer prova de que tem a
posse do bem em suas mãos apesar da agressão do réu.
O de reitegração tem que fazer prova que tinha a posse e perdeu em
decorrência da agressão do reu.
Quem nunca teve posse, não se poderá valer destas ações.
b) Turbação/esbulho
O autor tem q provar q sofreu uma agressão pelo reu
Se for de manutenção tem que fazer prova da turbação

Para caracterização da turbação não se faz necessário o dano ou o


prejuízo material

Turbação direta x Turbação indireta

Turbação direta: aquela que é exercida imediatamente sobre o bem.


Turbação indireta é aquela praticada externamente, mas que repercute
sobre a coisa possuída. Ex:vizinha que intercepta um possível inquilino
do meu imovel

no caso da reitegração o autor deve provar o esbulho


c) Data da turbação ou do esbulho
Data da turbação- ação de manutenção
Data do esbulho- ação reintegração
A partir da data sera aplicado o procedimento adotado.

Esbulho pacífico : é o que decorre do vicio da precariedade( possuidor


direto se nega a devolver o bem ao possuidor indireto,o possuidor direto
se torna um possuidor precário), é essa negativa de devolução do bem
no momento oportuno.
Para definir a data, tenho que veirifcar a relação jurídica que deu
origem, se foi por prazo determinado ou prazo indeterminado.
Caso a posse direta decorre de uma relação por prazo determinado, a
data do esbulho pacifico será a data do fim da relação.
Quando for indeterminado o possuir direto sera necessário que seja
constituído em mora mediante notificação previa. A data é do prazo
fixado na notificação sem que tenha operado a devolução do bem.

d) Continuação ou perda da posse


Manutenção – autor prova que mesmo cm a agressão ele continua cm a
posse
Reintegração- em decorrência da agressão ele perdeu sua posse.

Art. 561. Incumbe ao autor provar:

I - a sua posse;

II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III - a data da turbação ou do esbulho;

IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou


a perda da posse, na ação de reintegração.

5. Interdito Proibitório

Ação que se destina aquelas situações que há uma ameaça de turbação


ou uma ameaça de esbulho, não há ainda o ato de agressão

Ação que tem caráter preventivo, a pretensão do autor é impedir que a


ameaça a sua posse se concretize.

5.1 Requisitos
a) Posse
O autor tem que fazer prova de posse atual, porque caso ele já tenha
perdido a posse, a ação adequada seria a ação de reintegração de
posse.

b) Ameaça
Provar que o reu ameaça De turbação ou esbulho
c) Justo receio
Não é qualquer ameaça que enseja a propositura desta ação, somente
a ameaça que cause um justo receio de concretização da agressão ao
possuidor. Ela tem que causar no autor um justo receio de que a
agressão se concretizará.
Se caracteriza da pratica de atos que indica/demonstra a iminência e a
inevitabilidade da agressão. Devem apontar para uma agressão que
esta preste a ocorrer e uma agressão que é certa.

Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser
molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação
ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine
ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.

Todo possuído que tenho justo receio poderá requerer o juiz que o
assegure da agressão mediante mandado proibitório e comine pena
pecuniária caso transgrida o preceito.

5.2. Cominação de pena pecuniária


Para evitar que se concretize a ameaça

6. Ações afins aos interditos possessórios


6.1 Ação de imissão na posse
Hipótese
Ação que não integra o juizo possessório, integra o juizo petitório.
Procedimento:
Comum
Era prevista no cpc de 1939, ele previa um procedimento especial para esta
açã.
O cpc de 73 ele deixa de prever expressamente esta ação, assim como é
regulamentada pelo código de 2015.

Natureza da Ação
Não se trata de uma ação possessória
É uma ação de natureza petitória
Polo ativo: Individuo é proprietário mas não é possuidor do bem e nunca foi.
Existe a participação dos cônjuges do autor e do reu
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges
pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:

I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação


que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime
de separação absoluta de bens.

§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:

I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens;

PROPRIEDADE
1)Conceito
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa,
e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua
ou detenha.
É um direito real
É um direito fundamental, previsto no art 5º da CF, que confere aos seus
titulares os poderes de uso, gozo, disposição e de reinvindicação.
Impõe aos membros da coletividade um dever geral de abstenção.
-Domínio
Propriedade e domínio são conceitos complementares, institutos que se
comunicam, mas não se confundem.
Mas o que nos temos é uma divergência na doutrina quanto a diferenciação
entre propriedade e domínio.
Temos 2 posições distintas:
1ª corrente: o direito de propriedade recai tanto sobre coisas corpóreas
quanto sobre coisas incorporeas. Quando recai sobre corpóreas, recebe a
denominação de domínio, então, entendem que a noção de propriedade é
mais ampla que o domínio, ela seria o gênero e domínio a espécie
2ª corrente ( majoritária): a propriedade é a relação jurídica entre o titular
do direito e a coletividade, esta coletividade tem o dever geral de
abstenção, dever de não praticar ato contra o direito alheio. O domínio seria
a relação de submissão imediata da coisa ao poder de seu titular. Essa
relação de submissão se instrumentaliza por meio das faculdades de uso,
gozo, disposição e reinvindicação.
2) Elementos
São justamente os poderes do dominio

2.1. Usar
Poder que atribui/concede ao titular o poder de se servir da coisa, se servir
da forma que for mais conveniente.
O poder de uso também confere ao seu titular a percepção limitada de
frutos, limitada aos frutos naturais
-Frutos naturais: são aqueles que decorrem da própria natureza da coisa.
( ex: leite da vaca).

- Não uso
a faculdade de usar, abarca também o não uso.
A pessoa pode deixar de utilizar o bem, deste que este não uso seja um
não uso atual, desde que o titular do uso mantenha o bem em condições de
lhe servir no momento que for mais oportuno, ele conserva o bem para usar
no momento adequado. Ex: Thiago tem poder de uso e utiliza-se a casa de
praia somente para comemorações das festas de fim de ano, no momento
atual não tem um uso do bem, mas ele mantem o bem para que consiga lhe
servir a qualquer tempo.
O não uso em si, não importa na perda da propriedade, salvo em 2
situações:
a) Posse de outrem
O não uso poderá acarretar a perda da propriedade,se estiver associado
a posse ad usucapione por terceiro, aquela que poderá importar,
conduzir a uso capião.

b) Art. 1.276- instituto da arrecadação pelo poder público de bem


abandonado.

Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção


de não mais o conservar em seu patrimônio,(como se caracteriza o abandono-
não se caracteriza apenas pelo não uso do bem, além deste elemento objetivo,
faz se necessária também a presença de um requisito subjetivo que é a
vontade/intenção do proprietário de não mais manter o bem em sua esfera
patrimonial) e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser
arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do
Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições.
§ 1 o O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas
circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos
depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize.

O abandono pode se operar tanto a bem moveis, quanto a bens imóveis.

Quando estou diante de um bem abandonado e que não se encontrar


nenhum terceiro exercendo posse, nesta situação o poder público
poderá arrecadar este bem, com a publicação de editais para que os
interessados possam se manifestar.

Antes dos 3 anos, o ente é possuidor, Decorridos 3 anos, o bem passara


a integrar o patrimônio do ente da federação que o arrecadou. O ente da
federação era definido a depender da natureza deste bem imóvel. Se for
urbano, ele passara a propriedade do município onde ele estiver
localizado, se for rural, ele entregará o patrimônio da união.

§ 2 o Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este


artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de
satisfazer os ônus fiscais.

Ele prevê uma presunção absoluta de abandono quando o não uso


estiver associado a cessação dos pagamentos dos tributos que incidem
sobre o bem.
Para que se fale em abandono, é pressuposto o não uso do bem, se
utilizo o bem, mas deixo de pagar tributos, não há de se falar em
abandono.

Apesar de não ter sua inconstitucionalidade declara por via própria, mas
a doutrina é praticamente unanime em se afirmar que se trata de um
dispositivo inconstitucional, por 3 razões
1- Alega-se que o §2º viola o devido processo legal, ele violaria
porque ao estabelecer uma presunção absoluta, não se
concede ao proprietário a ampla defesa e o contraditório. Por
isso o enunciado 242 da Jornada de direito civil foi criado.

Enunciado 242
A aplicação do art. 1.276 depende do devido processo legal, em que seja
assegurado ao interessado demonstrar a não cessação da posse.

2- Violação a vedação ao confisco, a vedação é uma garantia


constitucional assegurada aos contribuintes, e ela esta
prevista expressamente no art. 150 IV da CF. quando a
presunção se baseia na cessação de tributos, ele estaria
impondo a perda da propriedade particular para o poder
público.

Art. 150, IV, da Constituição

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; (aquele tributo que tem por
objetivo impor a perda da propriedade do particular para o poder público)

2.2. Gozar ou Fruir


Concede ao seu titular a percepção ampla de frutos, a exploração dos
produtos e se valer das pertenças.
Quem tem pode perceber todos os frutos da coisa, independentemente da
sua natureza (naturais, industriais e civis).
Explorar os produtos (os frutos na medida que são percebidos, comportam
renovação, os produtos não comportam renovação, eles vão se exaurindo
na medida que são explorados -ex: ouro, petróleo)
Pertenças – estão previstas no art 93 do CC, elas são bens acessórios, mas
não são partes integrantes do bem principal. Elas não se aderem ao bem
principal, não se integram a ele. (ex: moveis da casa, tratores de uma
fazenda- soa bens acessórios que não integram ao bem principal).

2.3 Dispor
É um poder de transferir, gravar e alienar o bem a um terceiro a qualquer
título.
Disposição total- se caracteriza quando há uma alteração subjetiva do
direito real de propriedade, altera a titularidade do direito real de
propriedade. (pode ocorrer de uma alienação onerosa ou de um negócio
gratuito)
Disposição parcial- decorre da instituição de um ônus real sobre o bem, de
um gravame sobre o bem, sem que a instituição acarrete a alteração da
titularidade. Ex: hipoteca.

2.4 Reaver
É o poder que o proprietário tem de reivindicar o bem das mãos de quem o
possua ou o detenha indevidamente.
É um corolário da sequela, pela sequela o titular do direito pode perseguir a
coisa nas mãos de quem ela esteja.
Não confundir ação reivindicatória com ação de reintegração da posse-
reintegração é de posse, juízo possessório, reivindicatória é ação do juízo
petitório.

3. Ação reivindicatória
O autor deve se ater aos pressupostos exigidos
3.1. Pressupostos
a titularidade do direito de propriedade
o autor da ação tem que fazer prova que é o proprietário do bem, objeto
da ação reivindicatória.
Se dá por meio de uma certidão emitida pelo cartório de registro de
imóveis competente.
Obs; tem se admitido que o promissário comprador que adimpliu todas
as prestações a que se obrigou, também pode entrar com ação
reivindicatória .
Promissário comprador é aquele que celebrou um contrato preliminar, tanto
faz se a promessa está registrada ou não. Ele não é proprietário do bem
b individualização da coisa
exigência de um
lançar as informações/elementos necessários para a completa
individualização do bem, de tal forma que ele não se confunda com nenhum
outro bem
para garantir que seja possível a execução da sentença reivindicatória, sob
pena de não conseguir depois executar
c posse injusta
posse injusta do réu
art 1201 cc- posse injusta é aquela adquirida viciosamente, maculada por
vícios objetivos externo, posse violenta, clandestina ou precária.
Para fins específicos de ação reivindicatória, a posse injusta ela tem uma
abrangência maior, não se limita a posse violenta, clandestina ou precária.
Para fins de ação reivindicatória, a posse injusta é aquela sem causa, sem
fundamento jurídico que seja capaz de respaldar o exercício do poder sobre
o bem.
3.2 Prescrição
Pode ser proposta a qualquer tempo, ela pode esbarrar na usucapião
como defesa
Sumula 237- o usucapião pode ser arguido em defesa
3.3 Legitimidade
a) Ativa: o proprietário e o compromissário
b) Passiva: possuidor injusto, o detentor e o terceiro possuidor de boa

A regra do juízo petitório é a participação do cônjuge tanto do autor,


quanto do réu na relação processual, so não integraram se forem
casados por separação de bens
Art 73 CPC

4. EXTENSÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE

Extensão vertical
Pq a horizontal ela é fixada na própria matricula do bem
Art. 1.229
Espaço aéreo e o subsolo do qual sou proprietário

- recursos minerais: exploração pelo proprietário- pertence a uniao

O proprietário do solo so pode explorar os recursos minerais do subsolo em 2


situações:
1- Por regime de concessão
2- Quando se trata de recursos minerais que serão empregados na
construção civil e não se submetam a nenhum tipo de transformação
industrial

5) Limitação ao Direito de Propriedade previstas no art. 1228 do


Código Civil
Existem outros limites fora do art 1228

5.1 Função social

Ela é uma clausula aberta que impõe ao proprietário 2 modos de agir,


um modo de agir geral e um modo de agir especifico.
Impõe ao proprietário, no exercício do seu direito, ele não ofenda os
valores, objetivos perseguidos, buscados pela comunidade onde os
bens são inseridos.

Genérico- o proprietário deveria observar os valores, objetivos,


buscados pela coletividade onde o bem esta inserido.

Especifico- para situações em que o bem for um fator de produção-


essencial para exercício de uma atividade econômica.
Art. 1228 §1º

Impõe um dever, modo de agir especifico, so é exigido quando o bem


objeto da propriedade for um fator de produção.
Para o compartilhamento dos benefícios com a comunidade

A função social da empresa decorre da própria função social da


propriedade.
5.2 Vedação aos atos emulativos

Conceito e pressupostos de configuração

Praticados pelo proprietário para causar um dano a um terceiro

§2º

O proprietário não pode causar nenhum dano à saúde, o sossego e a


segurança de seus vizinhos

Ato emulativo- exige uma conduta positiva do proprietário, eventual


omissão, ainda com proposito de causar dano, não se caracteriza como
ato emulativo. A omissão pode se caracterizar como um ato ilícito, mas
não se caracteriza como ato emulativo.

Falta de benefício, o ato não trará nenhum benefício para o proprietário.


Intenção, vontade de prejudicar terceiro.
Não se faz necessária a concretização do dano. Dano não é
pressuposto do ato emulativo.
No mínimo identificar a culpa.

Alguns doutrinadores entendem ser uma aplicação especifica do abuso


de direito, não se trata de uma aplicação especifica do abuso de direito, porque
la no abuso ele é tido como ato ilícito objetivo, para sua caracterização não é
necessário culpa, no ato emulativo se faz necessário a culpa.

5.3 Sujeição à desapropriação e à requisição


§3º

São institutos do direito publico


Porque ainda que o bem não tenha sofrido uma desapropriação e uma
requisição, todos os bens em tese estão sujeitos a isso, desde que
observado os requisitos legais para isso
A desapropriação se da por meio de um processo adm em que o poder publico
mediante uma declaração previa de necessidade publica, utilidade publica ou
interesse social impõe ao particular a perda do direito de propriedade que
incide sobre o bem, estou diante de uma imposição, não compete ao
proprietário reclamar.
Nela a perda da propriedade é imposta mediante o pagamento de justa e
previa indenização.
Requisição : se caracteriza por impor ao particular uma privação temporária do
seu bem, ou seja, na desapropriação perderá a propriedade, na requisição é
somente a privação temporária
Somente se opera nos casos de iminente perigo publico
É assegurada ao proprietário somente uma indenização posterior caso lhe seja
causado algum prejuízo.

Desapropriação – imposição da perda da propriedade


Perda mediante previa e justa indenização

Requisição
Imposição de uma restrição temporária
Pagamento de indenização posterior caso o ato tenha causado algum dano ou
prejuízo
Art 5º inciso XXV da CF

1228- § 3 o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de


desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem
como no de requisição, em caso de perigo público iminente.
5.4- Sujeição à desapropriação judicial privada
a) conceito e requisitos
identificar o instituto previsto no § 4º
desapropriação porque se trata de um instituto que a propriedade poderá ser
perdida
judicial – porque a perda da propriedade se da no bojo de um processo judicial,
enquanto a do §3º, se da no bojo de um proc. Adm.
Privada- a perda da propriedade se opera em favor de outros particulares, na
do §3º, o particular perde o seu bem em favor do poder público.

Nada tem a ver com a desapropriação do direito público


Os requisitos estão elencados no §4º:

1- Imóvel reivindicado: é o imóvel objeto de uma ação reivindicatória,


isso implica em afirmar que a desapropriação privada como matéria
de defesa em cede de ação reivindicatória
Obs: tem se admitido que esta desapropriação possa ser objeto de
uma ação autônoma que tenha como objetivo o reconhecimento da
desapropriação, não se limitando a matéria de defesa em ação
reivindicatória.

2- O imóvel tem que se caracterizar como imóvel de extensa área- o


legislador não previu o que seria extensa área, somente no caso
concreto o juiz determinara o que é uma extensa área.
3- Os particulares exerçam posse ininterrupta e de boa-fé.
4- Considerável numero de possuidores- conceito aberto, somente no
caso concreto o juiz fixará.
5- Posse exercida por mais de 5 anos
6- Realização de obras e serviços considerados pelo juiz de interesse
social e econômico relevante.

Enunciado 496(v jornada)

b)Indenização:
§ 5 o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa
indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença
como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.

Na desapropriação, ocorrera a perda da propriedade, mas ela se


dará mediante o pagamento de indenização

Há divergência quanto quem deve pagar a indenização:

1ª corrente -A indenização deve ser suportada pelos particulares, a


indenização deve ser suportada pelos próprios possuidores que se tornarão
proprietários do bem, porque não seria possível impor ao poder publico o
pagamento de uma indenização decorrente de um processo judicial do qual
o poder público não participou.
2ª corrente- a indenização deve ser suportada pelo poder público. Eles se
valem de 2 argumentos: alegam que ao que parece o instituto da desap.
Judic... será preferencialmente utilizado por população de baixa renda e se
estou diante de população de baixa renda, que não tem recursos para adquirir
onerosamente o bem, também não teria condições de arca cm a indenização,
além disso os requisitos da desapropriação se assemelham aos requisitos da
usucapião.
O instituto seria letra morta caso a indenização fosse paga pelos particulares
3ª corrente: a indenização deve ser paga pelo poder público desde de que no
contexto de politicas publicas de reforma urbana ou rural. Desde que se trate
de população de baixa renda, caso não seja, a indenização deveria ser
suportada pelos particulares.

MODOS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL


A propriedade também pode ser adquirida por um modo originário ou um modo
derivado
Modo originário: quando não há uma relação de causalidade entre a
propriedade atual e a propriedade anterior, ou seja, não existe relação previa
entre o proprietário atual e o anterior (ex: usucapião).
Modo derivado: tenho uma relação de causalidade entre a propriedade atual e
a anterior, há uma relação previa entre o proprietário atual e o anterior (ex:
registro da escritura de compra e venda).
Se eu adquiro propriedade por um modo originario, os vícios, ônus e limitações
não seguirão com a propriedade atual.
Se eu adquiro propriedade por modo derivado, todos os vícios seguirão a
propriedade atual.

3 modos de aquisição de propriedade imobiliária:


Usucapião
Registro
E a cessão

I – USUCAPIÃO
Modo originário de aquisição de propriedade, em decorrência de uma posse
que se prolonga no tempo e do preenchimento de outros requisitos legais.
Alguns doutrinadores a denominam de prescrição aquisitiva, em contraposição
a prescrição extintiva da parte geral do código civil, porque em ambas tenho o
elemento tempo, na usucapião tenho tempo como fator para aquisição de um
direito real de propriedade, na prescrição extintiva também tenho o elemento
tempo, mas como fator para extinção de um direito.
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das
causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais
também se aplicam à usucapião.
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela
ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3 o ;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou
dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de
guerra.

Causas que interrompem a contagem do prazo: ( não se aplica a integralidade


ao usucapião)
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez,
dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o
interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; (usucapião)-
prevê que o despacho do juiz ordenando a citação no bojo de um processo que
tenha por objeto aquele próprio bem imovel vai interromper a contagem de
prazo para usucapião
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em
concurso de credores; (não se aplica)
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe
reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato
que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
1) USUCAPIAO EXTRAORDINARIA – 1.238, cc

 REQUISITOS

1. Posse exercida com animus domini, de forma mansa, pacífica e


continua
Ad usucapionem- Requisito genérico

2. Temporal – posse exercida pelo prazo de 15 anos


Requisito genérico
Pode ser reduzido para 10 anos, quando o possuidor, tiver fixado sua moradia
no bem OU realizados obras; serviços de caráter produtivo no bem.

 SOMA DE POSSES
Admite-se que o possuidor atual, some ao tempo de posse do possuidor
anterior.
Será preciso que ambas as posses sejam exercida com animus domini, de
forma mansa, pacífica e continua.

2) USUCAPIÃO ORDINÁRIA – 1.242, cc

 REQUISITOS

1. Posse exercida com animus domini, de forma mansa, pacífica e


continua
Ad usucapionem - Requisito genérico

2. Temporal – posse exercida pelo prazo de 10 anos


Requisito genérico

3. Justo título e a boa fé (requisito específico da modalidade)


A prova da boa fé, não trará maiores dificuldades, pois esse terceiro requisito
não se limita a boa fé, exige-se também o justo título (título que, caso não fosse
viciado, teria o poder de transmitir a coisa)

Na modalidade extraordinária, não há presunção de boa fé. Na verdade, na


modalidade extraordinária, não é nem requisito.

 SOMA DE POSSE:
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e
incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.

Também é possível a redução do prazo ara 5 anos, trata-se de USUCAPIÃO


TABULAR

 USUCAPIÃO TABULAR (decorre da modalidade ordinária – é uma


espécia)
Decorre da redução do prazo, na modalidade ordinária, de 10 para 5 anos.

 REQUISITOS:
1. Posse exercida com animus domini, de forma mansa, pacífica e
continua
Ad usucapionem - Requisito genérico

2. Temporal – posse exercida pelo prazo de 5 anos


Requisito genérico

3. Justo título e a boa fé

4. Aquisição onerosa do bem (compra e venda)


Art. 1.242, parágrafo único
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel
houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele
tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse
social e econômico.

5. Aquisição baseada em um registro imobiliário, posteriormente


cancelado
Adquiriu onerosamente o bem e levou a registro (tornou proprietário), mas
depois foi cancelado.

6. Terceiro (possuidor) adquirente de boa fé tenha fixado sua moradia


no bem ou realizado investimentos de interesse social e
econômico.

O registro imobiliário gera, presunção de veracidade. Mas a presunção que


recai sobre o registro imobiliário é relativa, o 1.247, cc, prevê que quando o
registro imobiliário, não expressar a verdade, ele poderá ser retificado ou
cancelado. Buscando o cancelamento desse registro, o proprietário ajuíza
uma ação, se juiz reconhece a questão não esta totalmente resolvida. O
alienante (proprietário), voltará a consta na matricula do imóvel como o
proprietário, mas a questão não estará solucionada. Pois, o bem ainda
estará nas mãos do possuidor adquirente (aquele que teve o registro do seu
título cancelado). Ainda terá que ajuizar contra o terceiro adquirente, uma
ação reivindicatória. Ele tem legitimidade para propor porque voltou a ser o
proprietário do bem.

O réu, da ação reivindicatória, poderá se valer da usucapião ordinária


tabular.
“Em que pese o fato do registro imobiliário ser cancelado, já preenchi todos
os requisitos da usucapião na sua modalidade tabular”

3) USUCAPIÃO ESPECIAL

1.1. USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL (ART. 191, DA CF E ART. 1.239 DO


CC)
Conhecida também como, usucapião CONSTITUCIONAL RURAL e usucapião
PROLABORE

 REQUISITOS:

1. Posse exercida com animus domini, de forma mansa, pacífica e


continua
Ad usucapionem - Requisito genérico

2. Temporal – posse exercida pelo prazo de 5 anos


Requisito genérico

3. Possuidor não pode ser proprietário de outro imóvel, seja ele


urbano ou rural
Para essa prova negativa, basta declaração do consumidor de que não é
proprietário de nenhum outro bem imóvel.

4. Imóvel na zona rural


Ex: tenho imóvel localizado na zona urbana, mas o destino para plantio de
hortaliças. Não poderá ser usucapido através de usucapião especial rural, pois
exige que esteja localizado na zona rural. Mas pode ser usucapido, em outras
modalidade que não exige esse requisitos.

5. Bem cuja área não supere 50 equitares

6. Possuidor tem que ter tornado o bem produtivo pelo seu próprio
trabalho ou de sua família (pró-labore).
Não basta a produtividade, o elemento E TAMBÉM FIXADO SUA MORADIA
NO BEM
Requisito de forma cumulativa
 SOMA DE POSSE:

 DIVERGÊNCIAS

Corrente 1: não é possível soma de posse na modalidade especial rural.


o Essa modalidade se submete a requisitos personalíssimos (bem
produtivo pelo próprio trabalho ou por sua família e ter fixado moradia no
bem).

Corrente 2: na modalidade especial rural, também é possível soma de posse


o Função social da propriedade

o Aplicação do artigo 1.243, cc.

3.2 USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA (constitucional urbana- pq tbm esta


prevista na constituição)

Art 183 CF
Art. 1240 CC
Art 9º da lei 10.257/2001

a) Requisitos:
 Posse exercida com animus de dono, de forma pacifica, posse ad
capione
 Temporal: posse exercida pelo prazo de 5 anos
 Proprietário usucapiente não pode ser proprietário de outro bem imóvel,
seja ele urbano ou rural.
 Bastaria uma mera declaração do usucapiente de que ele não é
proprietário de outro bem imóvel.
 Nada impede que o usucapiente já tenha sido proprietário de um bem
imóvel, e que depois de conseguir a usucapião deste imóvel, ele pode
ter outro imóvel
 Bem deve estar localizado na zona urbana do município.
 Bem não pode ter área superior a 250 m²
 Possuidor deve ter estabelecido sua moradia no bem.

b) Terreno não edificado


O entendimento majoritário e de que tanto os terrenos edificados quanto os
terrenos não edificados, em qualquer espécie haveria a possibilidade de recair
a usucapião na modalidade especial urbana.
c) Calculo da área
Nem a área do terreno e nem a área da edificação podem ultrapassar
250 m².
Devo analisa-los separadamente.

d) Soma de posses
Art. 9º §3º- se o herdeiro já mora no bem, quando o individuo falecer, ele
continuará a posse desse indivíduo. No dia da morte está aberta a
sucessão do individuo.

1º entendimento: é possível a soma de posse na modalidade especial


urbana, o art. 1243 do CC teria revogado o §3º do art. 9º do estatuto da
cidade. O 1243 estabelece que é admitida a soma de posse para fins de
se preencher o requisito temporal exigidos pelos artigos que o antecede,
sendo a especial urbana prevista no 1240, o que faz com que tenha
revogado o art. 9º §3º, logo se admitiria a soma de posse não somente
para a situação descrita no §3º, defende que ela pode ocorrer de uma
forma mais ampla e não somente desta forma especifica, desde que
ambas as posses possuam as mesmas características.

2º entendimento (mais defendido, já foi motivo de jornada de direito


civil): essa modalidade não se admite que o possuidor atual some o
tempo de posse, pois esta modalidade esta prevista na constituição e
que o constituinte não prevê a soma de posse e que o legislador
infraconstitucional não poderia prever isso.

4) Usucapião Coletiva (art 10 da lei 10.257/2001)

Surge em uma necessidade social de regulamentação de áreas que não era


passível de serem regulamentadas por outras modalidades de usucapião.
A usucapião pressupõe que para adquirir a propriedade, seja possível
individualizar o bem, uma identificação pormenorizada.

Vilas,aglomerados

4.1 Requisitos

 Posse exercida de animus de dono, de forma pacifica,


 Posse exercida a mais de 5 anos
 Impossibilidade de identificação do terreno ocupado por cada um dos
possuidores - art10
 Os possuidores não poderão ser proprietários de outro bem imóvel,
então bastaria a declaração sob pena de responsabilização.
 O bem deve necessariamente estar localizado em zona urbana.
 A área total dividida pelo número de possuidores não poderá ultrapassar
250 m² por possuidor.

Hoje não basta que o bem tenha uma área superior a 250m2, hoje preciso
dividir pelo numero de possuidores e ser menor que 250.
A redação originaria exigia que os possuidores se caracterizassem como
pessoa de baixa renda, hoje não precisa ser considerado como integrante do
grupo de população de baixa renda.

Exigia que os possuidores exercessem moradia sobre o bem, esse requisito


hoje não existe mais.

4.2 Soma de posses


Não há nenhuma divergência quanto à possibilidade
Admite-se devido expressa previsão legal
Art 10 §1º

4.3 Efeito e extinção

A sentença que reconhecer a usucapião vai estabelecer o condomínio especial


(não se confunde com condomínio geral e edilício), condomínio é regime de
comunhão que recai sobre a propriedade, terei mai um proprietário deste bem.
O juiz irá atribuir frações ideais do bem, para cada um dos
proprietários.
O juiz vai atribuir igual fração independente da área do terreno que cada um
ocupa.
Salvo se os usucapientes tiverem previamente entrado em acordo, com frações
ideais distintas para cada um do possuidor.
É tido como condomínio especial pois é um condomínio indivisível, não é
passível de extinção. É possível alienar, mas só vai alienar a sua área , o
condomínio especial impede a extinção do regime de comunhão sobre a
propriedade.

As obras de urbanização tornam possível a identificação da área ocupada por


cada um dos condôminos, sendo possível a extinção do condomínio apenas
após as obras.
Após as obras precisa de deliberação favorável de no mínimo 2/3 dos
condôminos para ser possível a extinção do condomínio .

5) USUCAPIAO FAMILIAR OU PRÓ FAMILIA (art. 1240 A do CC)


Modalidade introduzida por uma lei de 2011, esta modalidade é aquela que
suscita maiores debates:

Requisitos:
 Animus de dono, forma mansa, pacifica e continua
o Alguns doutrinadores dizem não ser necessário o animus de
dono, o que a professora não concorda.
 Temporal: 2 anos de posse (menor lapso temporal exigido pelo
nosso ordenamento) -O legislador utiliza o termo posse direta de
forma equivocada no art. 1240.
 O usucapiente também não pode ser proprietário de outro bem
imóvel.
 Bem deve estar localizado na zona urbana do município
o A doutrina acredita que seja uma modalidade que se aplicaria
a imóveis rurais, mas o legislador não contempla estes
imóveis.
 O bem deve ter até 250 m²- o imóvel pode ser uma unidade
autônoma em condomínio edilício (ex: apartamento).
 Propriedade dividida com o ex cônjuge ou o ex companheiro.
o Aqui a propriedade é dividida entre os dois, sou proprietária de
uma parte e quero usucapir da parte do meu ex cônjuge, não
interessa a causa, origem da propriedade em conjunta, pode
decorrer do regime de casamento, do fato de ambos terem
adquirido em conjunto aquele bem imóvel, não faz diferença
as razoes pelas quais adquiriram o imóvel.
 O abandono do lar –
o Requisito que E.C 66/10 pois fim a discussão de culpa das
relações conjugais, não interessa quem deu causa ao fim da
relação conjugal. Quando o 1240 A, foi inserido, alguns
disseram que ele trouxe a tona as discussões sobre a culpa
nas relações conjugais, o que não é verdade

o Entende-se que este requisito deve ser analisado com cautela


e ser entendido como a saída do lar e não como uma mera
saída, esta saída do lar tem que estar acompanhado também:
Inobservância de deveres que decorrem do
próprio direito de família.
Ele negue de tal forma (nega que um dia já teve
a família), que acabe por onerar unilateralmente
aquele que permaneceu no bem (despesas de
sustento da família e as despesas do próprio
bem imóvel). Obs: se saiu do imóvel e continua
arcando com os deveres, isso não configura o
abandono, não podendo a outra parte usucapir
da sua.

 Utilização do bem para moradia.

6) AÇÃO DE USUCAPIÃO (reconhecimento judicial)


Pode escolher se buscará reconhecimento pela via judicial ou extrajudicial

6.1. Procedimento

Todas as ações de usucapião seguem procedimento comum

6.2. Natureza da sentença

 Sentença declaratória.
Não tem natureza constitutiva, o direito real de propriedade é adquirido a partir do
momento que preenche todos os requisitos da modalidade de usucapião, logo, ele o
usucapiente propõe a ação não com o objetivo de constituir seu direito, mas sim com a
intenção de ter seu direito de propriedade reconhecido – entendimento pacificado,
o que ainda se discute são os efeitos retroativos

 Efeito do registro imobiliário


Doutrina diverge quanto até que momento ira retroagir os efeitos, se seria à data do
preenchimento de todos os requisitos ou ao inicio do exercício da posse ad
usucapione.

6.3 Citação

 Além desse pedido de reconhecimento, o usucapiente deverá fazer pedido de


citação do proprietário do bem, que consta no cartório do registro do imóveis,
logo, o usucapiente tem que buscar na certidão atualizada do bem.

 Não somente o proprietário (réu) será citado, também deverá citar pessoalmente
todos os confinantes do bem (proprietários de bens imóveis limítrofes), salvo se
o bem objeto da ação de usucapião for uma unidade autônoma em condomínio
edilício (ex: apartamento) - art. 246, §3º, CPC.
Art. 246. A citação será feita:

§3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados


pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio
em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.

 Uma parte da doutrina defende que terceiros interessados continuam tendo


que ser ditado, por meio de edital (não é entendimento pacífico).

Apesar do NCPC não manter a regra, os terceiros interessados devem ser citados por
meio de edital. Argumento 1: o procedimento extrajudicial de reconhecimento de
usucapião impõe que os terceiros interessados sejam cientificados (tomaram ciência)
para manifestar interesse no pedido formulado por meio de edital publicado de grande
circulação, logo, se extrajudicial é necessária tal cientificação por edital, também
deveria ocorrer quanto ao reconhecimento judicial. Argumento 2, fulcro no art. 259,
CPC que prevê o edital, sendo assim se trata do edital publicado para cientificação
para os terceiros interessados.

 Segundo alguns entendimento, ainda deve citar os representantes da União,


Estado e Município de onde o bem estiver localizados.

6.4 Intimação
7) RECONHECIMENTO EXTRAJUDICIAL

Art. 216 – A da LRP - Lei 6.015: Lei dos registros públicos, regulamenta serventias
extrajudiciais de natureza registraria (cartório), podem ter 2 naturezas distintas:

1. Natureza de tabelionato
Não estão submetidos a LRP

1.1 Tabelionato de notas (cartório de notas)


1.2 Tabelionato de protesto de títulos e documentos

2. Natureza registraria – cartórios de registro


Submetidos a LRP

Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de


reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente
perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o
imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por
advogado, instruído com:

Perante cartório de registro de imóveis de onde o bem estiver localizado.

O pedido é realizado pelo interessado, mas necessariamente através do seu


representante (advogado). A petição redigida pelo advogado, deverá ser
instruída pelos 4 documentos elencados, abaixo.

7.1 DOCUMENTOS

I - ATA NOTARIAL lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse


do requerente e de seus antecessores, conforme o caso e suas
circunstâncias, aplicando-se o disposto no art. 384 da Lei n o 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil);
Ata notarial é um meio de prova, o tabelião de nota que a elabora goza de fé pública, logo, vai
gerar presunção de veracidade. Somente o tabelião de notas tem competência para lavrar a
ata, logo, antes mesmo de procurar um advogado, o usucapiente deverá ir ao cartório de notas
e requerer que esse tabelião lavre a ata nos termos do I. O tabelião para atestar o tempo de
posse do possuidor usucapiente, poderá se valer de qualquer tipo de prova (documentos que
comprovam que já esta exercendo posso sobre o bem há muito tempo, oitiva de testemunhas,
etc. Portanto, o primeiro documento é a ata notarial lavradas, não pelo cartório de registro de
imóveis, mas sim pelo tabelião.

II - PLANTA E MEMORIAL DESCRITIVO assinado por profissional


legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade
técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos
titulares de direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel
usucapiendo ou na matrícula dos imóveis confinantes;

A planta e o memorial descritivo, são elaborados e assinados, por professional legalmente


habilitado. O conselho de fiscalização de engenheiros; arquitetos ira assinar a planta e o
memorial descritivo. Além desses, também assinarão a planta e o memorial descritivo todos os
titulares de direitos registrados e averbados na matricula do bem.

III - CERTIDÕES NEGATIVAS dos distribuidores da comarca da


situação do imóvel e do domicílio do requerente;

O usucapiente deve apresentar certidão negativa.

Provimento 65 do CNJ, art.4, IV: esclarece quais são as certidões negativas do usucapiente:
Distribuidores da justiça estadual e federal do local da situação do imóvel usucapiendo.

o Certidão há menos de 30 dias.


o Certidões que demonstrem inexistência de ações que caracterizem oposição a posse.
o Certidões em nome do usucapiente e, se houver, dos cônjuges ou companheiros.
o Certidões em nome do proprietário do imóvel usucapiendo e, se houver, dos cônjuges
ou companheiros.

Art. 4º O requerimento será assinado por advogado ou por defensor público constituído pelo
requerente e instruído com os seguintes documentos:

IV – certidões negativas dos distribuidores da Justiça Estadual e da Justiça Federal do local


da situação do imóvel usucapiendo expedidas nos últimos trinta dias, demonstrando a
inexistência de ações que caracterizem oposição à posse do imóvel, em nome das
seguintes pessoas:

a) do requerente e respectivo cônjuge ou companheiro, se houver;

b) do proprietário do imóvel usucapiendo e respectivo cônjuge ou companheiro, se houver;

c) de todos os demais possuidores e respectivos cônjuges ou companheiros, se houver, em


caso de sucessão de posse, que é somada à do requerente para completar o período
aquisitivo da usucapião;

IV - justo título OU quaisquer outros documentos que demonstrem


a origem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o
pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel.

o “OU”, legislador quer dizer que pode ter reconhecida extrajudicialmente em qualquer
modalidades e não somente na modalidade ordinária que exige o justo título.

o Pagamentos de taxas e impostos que incidem sobre o imóvel, não são requisitos de
nenhuma modalidade de usucapião. Ocorre que tais taxas e impostos, como regra,
decorrem da titulariedade da propriedade. Logo, quando o usucapiente começa a arcar
com isso demonstra que esta exercendo posse como se dono fosse (atos compatíveis
com de proprietários).

1.2 SILÊNCIO DE TITULARES DE DIREITO

Art 216 – A (LRP)

§ 2o Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos


registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou na matrícula dos
imóveis confinantes, o titular será notificado pelo registrador competente,
pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, para manifestar
consentimento expresso em quinze dias, interpretado o silêncio como concordância.

 Caso os documentos não esteja em ordem (em conformidade com o art.216-A


e o provimento 65 do CNJ) o registrador de imóveis irá rejeitar o pedido. Mas
essa rejeição não impede que o usucapiente, posteriormente ajuíze uma ação
de usucapião, pautando-se nos mesmos fatos.
7.3. Acolhimento (rejeição) do pedido

Impugnação: juízo competente

 Se alguém manifestar oposição (impugnação) ao pedido de reconhecimento


formulado por via extrajudicial o registrador, vai remeter ao juízo competente.
O usucapiente, deverá remendar para adequar ao procedimento comum.

USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL

1. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA – ART. 1.261, cc

Requisitos:

a) Posse usucapione (animus de domínio de forma mansa, pacífica e


continua).
b) Temporal: 5 anos de posse.

Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá
usucapião, independentemente de título ou boa-fé.

2. USUCAPIÃO ORDINÁRIA – ART. 1.260, cc

Requisitos:

a) Posse usucapione (animus de domínio de forma mansa, pacifica e continua)


b) Temporal: posse de 3 anos
c) Justo título e boa-fé

Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e
incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a
propriedade.
II. REGISTRO IMOBILIÁRIO

 Contrato x Transferência de titularidade


O sistema de transmissão de propriedade de imóveis no Brasil, se aproxima do
sistema Germânico ou Alemão, pois, ambos a propriedade se dá pelo registro,
porém no germânico se tem presunção absoluta e no Brasil a presunção de
veracidade é relativa.

Mas e se distancia do Francês, uma vez que, neste o contrato já transmite a


propriedade e o registro tem finalidade apenas de dar publicidade a
transmissão.

O contrato só cria direitos e obrigações.


A transferência depende do registro do titulo que representa a transação
imobiliária.

1. PRINCIPIO DA PUBLICIDADE
Registro confere publicidade as transações imobiliárias.
Todos os dados lançados no cartório de registro de imóveis são públicos,
qualquer um pode ter acesso, porém esses acessos são conferidos por
meio do requerimento de certidões e independente de qualquer motivação.
Ou seja, o requerer a certidão o registrador não poderá exigir que a parte
solicitante apresente o motivou ou interesse na expedição daquela certidão
(pode ser por mera curiosidade).

Art. 17, da Lei 6.1015


Qualquer pessoa pode requerer certidão do registro sem informar ao oficial ou ao
funcionário o motivo ou interesse do pedido.

2. PRINCIPIO DA FORÇA PROBANTE


Presunção de veracidade
Os registros imobiliários tem força probante porque gozam de
uma presunção de veracidade, ou seja, presumo que os dados
lançados nos livros do cartório são dados verdadeiros.
É uma presunção relativa- art 1247 CC.

Registro Torrens
Modalidade especifica de registro imobiliário, é extremamente
raro.
Só se aplica a imóveis rurais, ele assume um certo caráter
contencioso, haverá a citação de todos os interessados para se
manifestarem, ele é julgado por sentença.
Ele gera uma presunção absoluta, o interessado tem que fazer
um requerimento formal ao registrador e vai instruir o requerimento com
diversos documentos referentes ao próprio imóvel rural, que estão elencados
no art. 268 da lei 6015.

3. PRINCIPIO da territorialiade
O registro deve ser realizado na circunscrição imobiliária da situação do imóvel.
Deve ser realizado no cartório de registro de imóveis de onde o bem se
encontra.
Quando tiver mais de 1 cartório, ainda sim terá competência territorial, em
imóveis localizados em determinada área da comarca.
Não confundir com o cartório de notas, os de notas, como regra, não se
submetem ao princípio da territorialidade.

4. PRINCIPIO DA LEGALIDADE
O registrador recebe o titulo da parte para registro e ele irá realizar o seu
protocolo, ele se faz por meio da prenotação.
A prenotação é o ato de ingresso formal do título na serventia registraria.
Se tudo estiver em ordem, ele vai realizar um analise do titulo e ele será
registrado.
Ao realizar a analise o registrador, pode encontrar algo que impeça o
registro e ele vai emitir a nota de devolução
4.1 Nota de devolução/ nota devolutiva
É uma pendencia, é a situação que o registrador verificou que não
está em ordem.
A nota é um instrumento formal e por escrito em que o registrador
vai indicar para a parte os motivos que o impedem de registrar
aquele título.
O registrador indica quais são as exigências a serem satisfeitas para
que o titulo possa ser registrado.
Precisa ser fundamentada, indicando os fundamentos jurídicos que o
impede de registrar aquele titulo.

Quando a parte não concorda ou não consegue cumprir, ela poderá


requerer ao registrador que ele suscite dúvida ao juízo competente.

4.2 Dúvida
Quem elabora a petição é o registrador à pedido da parte.
É um procedimento de jurisdição voluntária.
Após suscitar a dúvida, o juízo competente é o juízo da vara de
registros públicos. O próprio registrador irá cientificar as partes os
termos da dúvida que suscitou, para que a parte possa impugná-la,
já perante o juiz.
A duvida é sempre julgada por sentença em jurisdição voluntária.

Recurso
Contra a sentença proferida em procedimento de dúvida, cabe
recurso de apelação endereçado ao conselho superior da
magistratura.
 Recurso
Quem poderá interpor recurso de apelação?
Sentença de procedência, poderá interpor: a parte interessada, o MP
e, eventual, terceiro prejudicado.

Título será devolvido a parte e o registrador irá cancelar a prenotação.


Sentença de improcedência, poderá interpor: o MP, o eventual terceiro
prejudicado (a questão é se o registrador tem ou não)

O título será prontamente, registrado.

Entendimento da doutrina: registrador não poderá, pois lhe falta interesse


legitimo interpor o recurso, ele, só suscitou a dúvida em decorrência do seu
dever de ofício.

Contudo, existem os atos normativos da Corregedoria MG (provimento 260)


as Corregedorias, regulamentam determinadas questões específicas dos
cartórios, por meio da edição de atos normativos (provimento) e assim, a
Corregedoria de Minas Gerais (questão especifica) reconhece que o registrador
pode ser considerado um terceiro prejudicado, desde que faça prova do seu
interesse.

 Segundo o STJ, não cabe recurso especial contra acordão do Conselho


Superior da Magistratura, haja vista que, apesar de ter a denominação
sentença, não vai produzir coisa julgada, nem formal e nem material.

 Duvida inversa – não esta prevista na lei 6.015


Decorre de construção jurisprudencial e doutrinária. Reconhecida com
fundamento no principio constitucional da inafastabilidade da jurisdição.

A parte tem que fazer prova que requereu ao registrador que suscite duvida ao
juízo competente. Pode ocorrer que a parte tenha requerido formalmente, mas
o registrador ficou inerte. Se decorrer 15 dias, diante da omissão do
registrador, a própria parte poderá suscitar a dúvida (no juízo da vara de
registro publico. Se não houver na comarca uma vara especializada, deverá
ocorrer na vara cível.)

o Na dúvida inversa quem suscita é a parte.


Sentença de procedência: reconhece que a parte tem razão
Sentença de improcedência: reconhece que o registrador tem razão

o Também cabe recurso de apelação


o Também dirigido ao Conselho Superior da Magistratura.
o Também contra o acordão do Conselho Superior da Magistratura
não caberá recurso especial.

5. PRINCIPIO DA CONTINUIDADE
Somente se admite o registro de um titulo, se aquele que constar no titulo como
outorgante/alienante, for o mesmo que constar na matricula como proprietário.

 Determina um encadeamento cronológico, entre os lançamentos no


Cartório de Registro de Imóveis (necessariamente devera ser mantido o
encadeament0.

LRP - Art. 195 - Se o imóvel não estiver matriculado ou registrado em nome do


outorgante, o oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do título anterior, qualquer
que seja a sua natureza, para manter a continuidade do registro.

Caso: se o imóvel não estiver registrado no nome do outorgante.


O registrador, emitirá a nota de devolução, indicando que em decorrência do
principio da continuidade, não poderá registrar o contrato. “So registrarei, o
contrato de Thiago com Leticia, se antes for registrado o titulo que representa a
transação mobiliaria entre Thiago e Aline.

 O princípio da continuidade TAMBÉM se aplica aos lançamentos


(assentos) referentes as pessoas que tenham nele interesse.

Deve-se observar duas aplicações do princípio da continuidade:

1. Aplicado nos lançamentos referentes ao próprio bem imóvel


Ex: caso a cima (Thiago – Leticia – Aline)
2. Aplica aos lançamentos referentes as pessoas com interesse nesse
registro imobiliário

Ex: quando adquiri o terreno eu era casada, logo, no Livro consta que sou
casada, antes terá que averbar o divorcio, para depois registrar compra e
venda. “Só registro seu contrato de compra e venda se houver lançamento
do divorcio da vendedora, pois cronologicamente, o divorcio ocorreu ante de
tal venda.”

6. PRINCIPIO DA PRIORIDADE
Protege quem primeiro registra seu título – confere prioridade para efetivar o
registro ao título que tiver o menor número de prenotação.

A prioridade é conferida pela prenotação.

Ex: Aline, proprietária de um bem imóvel, maliciosamente, diante de interesse


de 2 pessoas, combina com cada um a lavratura da escritura pública em
Cartório de Notas diferentes. Vendeu para o Thiago, mas passados 6 meses,
verificou que ele não registrou a escritura pública, assim, vendeu novamente
para Letícia.
Se Letícia levou a registro será dela, o Thiago “senta e chora” (deverá resolver
no âmbito das obrigações). Ainda que a escritura pública tenha sido lavrada
primeiro, será que quem levou a registro. Se, coincidentemente, ambos
levarem a registro no mesmo dia, prevalecerá o número de ordem mais baixo
(art. 191).

No registro imobiliário a prioridade é conferida:


Regra (191): pelo número de prenotação mais baixo.
LRP - Art. 191 - Prevalecerão, para efeito de prioridade de registro,
quando apresentados no mesmo dia, os títulos prenotados no
Protocolo sob número de ordem mais baixo, protelando-se o registro
dos apresentados posteriormente, pelo prazo correspondente a, pelo
menos, um dia útil.

Exceção (192): escritura que tiver sido lavrada em primeiro lugar.


Deve constar, expressamente e concomitante 3 requisitos: escrituras públicas
tenham sido apresentada à registro na mesma data – lavradas na mesma data
– horário da lavratura.
LRP - Art. 192 - O disposto nos arts. 190 e 191 não se aplica às
escrituras públicas, da mesma data e apresentadas no mesmo dia,
que determinem, taxativamente, a hora da sua lavratura,
prevalecendo, para efeito de prioridade, a que foi lavrada em primeiro
lugar.

7) Princípio da especialidade

Individualização do bem no titulo que será levado a registro


Se aplica a todo e qualquer titulo que represente uma transação imobiliária que
será levado a registro
A escritura é somente um exemplo de titulo que representa uma transação
imobiliária.
Os documentos particulares, títulos particulares, também se submetem ao
principio da especialidade.
225 da lei 6015
8) Princípio da Instância
Impede que o registrador atue de ofício.
Permite que o registrador atue mediante provocação.
Esta provocação pode partir de: (art 13)
Art. 13 Salvo as anotações e as averbações obrigatórias, os atos do registro
serão praticados:
I- por ordem judicial
II- a requerimento verbal ou escrito dos interessados;
III- a requerimento do Ministério Público, quando a lei autorizar.

9) Matrícula, Registro e Averbação

Matrícula:
Antes o brasil adotava o sistema de transcrição, a cada negócio jurídico que o
bem imóvel fosse objeto, ele recebia um número distinto no cartório de imóveis,
a cada transação ele iria receber um numero diferente. Com o advento da lei
6015/73, ela institui o sistema matricial, sistema das matrículas, elas são o
elemento identificador, elemento que individualiza o bem imóvel naquele
determinado cartório de imóvel.
Com o sistema matricial temos que a matricula não se altera com os negócios
jurídicos que tenha aquele determinado bem imóvel. O número de matricula
não se altera com os negócios jurídicos.

9.1- Principio da unicidade da matricula


Cada bem terá sua respectiva matrícula, impede que o mesmo bem imóvel
tenha mais de uma matrícula.
Nenhuma matricula pode contemplar mais de um bem imóvel.
No livro de imóveis o registrador, o primeiro ato será dar aquele bem um
numero de matricula que será próprio.
Logo após o número, ele irá indicar de forma detalhada o bem imóvel, irá
indicar tamanho, local..., logo sera lançadas todas as informações por meio de
registros ou averbação.

9.2) Fusão de matrículas


Imóveis confinantes que a titularidade é da mesma pessoa
2 bens imóveis limítrofes, contíguos e são de propriedade da mesma pessoa. É
uma faculdade.
É somente uma situação fática, ex: sou proprietária de 2, em um a casa e no
outro a área de laser, não tendo nenhuma marcação, faticamente estou diante
de 1 bem imóvel, mas juridicamente estou diante de apenas 1.
O registrador vai extinguir as duas outras matriculas e criar uma nova.

9.3) Parcelamento do solo urbano


A divisão de uma leva de terra urbana poderá ser através de um loteamento
ou um desmembramento.

Lei 6766
Art. 2o. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou
desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e
municipais pertinentes.

§ 1o Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a


edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou
prolongamento, modificação ou ampliação das vias existente

Divisão em lotes com alargamento das ruas e avenidas já existentes, alteração do


sistema viário existente

§ 2o Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a


edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na
abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou
ampliação dos já existentes.

Estou diante do parcelamento de uma gleba de terra em lotes e aproveito o sistema


de circulação que já existe, sem alterá-lo.

O registrador abrirá tantas matriculas, quanto forem os lotes criados

9.4) Registro X Averbação

Art 167, I, da lei 6015 - hipóteses de registro

Art 167, II, da lei 6015 – hipóteses de averbação

A extinção de direitos se dá por meio de averbação;

Constituição de direitos se dá por meio de registro

A averbação se destina a situações que eu tenha alterações seja na situação


física do imóvel, quanto na situação.

III- ACESSÃO

Modo originário(não existe relação de causalidade entre a propriedade atual e


a anterior) de aquisição de propriedade, tudo que incorpora o bem, fica
pertencendo o seu proprietário.

1. Requisitos

I conjugação de 2 coisas que até então estavam separadas,

II Identificar o caráter acessório de uma das coisas em relação a outra.


Os dois requisitos devem estar presentes simultaneamente

Principal- acedida

Acessória- acedente

2. Espécies

Físicas ou naturais: decorre necessariamente de fenômenos naturais e


se caracterizam por serem acessões de um imóvel a outro imóvel

Modalidades:

Formação de ilhas

Aluvião

Avulsão

E álveo abandonado

Industriais: decorrem da intervenção do homem, decorre do trabalho do


homem e se caracterizam por serem acessões de um móvel para um
imóvel.

Modalidades:

Plantações

Construções

3) Acessões físicas ou naturais

3.1. Formação de ilhas

Somente por ilhas formadas por fenômenos da natureza.

a) Ilha que se forma no meio do leito do rio. – Ela será atribuída aos
proprietários ribeirinhos (aqueles que são proprietários de bens
imóveis na margem do rio, independente de caracterizar como
população de baixa renda ou não) na proporção de suas
testadas(áreas de contato do bem imóvel com o rio) até a linha que
divide o álveo ao meio.
b) Ilha que se forma entre a linha que divide o álveo ao meio e uma das
margens.

c) Ilha que se forma pelo desdobramento de um novo braço do rio – ilha


que se forma quando as águas do rio correm por outros locais
abrindo um novo braço. A ilha que se forma em decorrência de novo
braço é atribuída ao proprietário ribeirinho as custas do qual a ilha se
formou.
Obs: a doutrina critica essa terceira hipótese de formação de ilha a
inserção desta hipótese no dispositivo legal art. 1249 do CC, porque
esta hipótese não é tecnicamente uma hipótese de acessão, porque
ela não acrescenta nada, a porção de terra que resultou a ilha é um
simples desmembramento de uma área que já lhe pertencia.

Obs: com a constituição de 88, não mais existem águas particulares,


as águas dos rios brasileiros ou são de propriedade da união ou dos
estados. As vias que se formam em áreas públicas também deveriam
ser tidas como bens públicos, quando o legislador lá no art. 1249
atribui as ilhas aos proprietários ribeirinhos, estaria atribuindo posse,
uma leitura constitucionalizada deve ser utilizada para ler o artigo,
direcionando para afirmar que a atribuição das ilhas aos proprietários
é de mera posse e não de propriedade, porque desta forma consigo
fazer uma leitura constitucional do art. 1249 do CC.

3.2 Aluvião

É o acréscimo vagaroso e imperceptível as margens de um rio


Pela correnteza, os sedimentos que são aos poucos destacados de um ponto
especifico da margem é levado para outro ponto da margem.

não há pagamento de indenização para o proprietário que teve a retirada de


sedimentos de seu imóvel.

3.3 Avulsão
Força natural e violenta destaca porção de um prédio(é sinônimo de bem
imóvel) e o aloja em outro.
O acréscimo se da por uma foça violenta
Há previsão de indenização, o proprietário que recebeu a porção de terra
se torna proprietário dela se pagar a indenização
Se dentro de 1 ano ninguém reclamar, ele ira adquiri la sem pgamento de
indenização.

3.4 Álveo abandonado


Alveio é o leito do rio
Aquele leito por onde já não corre mais agua, seja porque teve um desvio
natural, secou
Sera atribuído aos proprietários ribeirinhos na proporção de suas
testadas até a linha que divide o álveo ao meio.

4.Acessões industriais ou artificiais


Art. 1253
Presume que aquela construção/plantação foi feita pelo próprio dono do
terreno e as suas custas- presunção relativa

4.1 hipóteses de afastamento da presunção


a)edifica ou planta em terreno próprio/sementes, mudas ou materiais
alheios
o proprietário vai adquirir a propriedade dos materiais, para
evitar o enriquecimento sem causa, o legislador prevê que este
proprietário terá que reembolsar o valor destes materiais se ele agiu de
boa-fé.
Se estava de ma fe, ainda que de ma fe, adquire a propriedade dos
matérias, mas além de reembolsar o valor do material, responderá por
perdas e danos

b) sementes, mudas ou materiais próprios/edifica ou planta em terreno


alheio
vai perder o material em favor do dono do terreno, se ele procedeu de
boa fe terá o direito de ser indenizado, se agiu de má-fé, ele não terá
direito a indenização e ainda poderá, caso seja conveniente para o
proprietário, ser compelido a demolir a edificação ou retirar toda a
plantação;

c) sementes, mudas ou materiais alheios/edifica ou planta em terreno


alheio.
O proprietário vai adquirir a construção ou plantação, o dono das mudas, pode
cobrar indenização do plantador, se não for possível, ele poderá cobrar a
indenização do proprietário do solo que adquiriu a plantação do terceiro.

4.2 Construção que invade solo alheio

I identificar qual é a extensão da invasão, avaliar qual é o tamanho da


área que invadi, o critério como parâmetro é de 20º parte do solo alheio,
ou seja 5% do total do terreno alheio.
II – verificar se o valor da construção é superior ao valor do terreno que
invadi
III analisar se o construtor invasor agiu de boa fé ou má-fé.

a) Porção não superior à vigésima parte do solo alheio


Art. 1258-

Se tiver de boa fé, vai adquirir a poção do solo invadido mas terá que
indenizar o vizinho.
O quanto o terreno do vizinho desvalorizou com minha construção.

CONDOMÍNIO GERAL

1. Conceito

2. Espécies

 Quanto a origem:

a)Convencional ou Voluntário
b) eventual
c)legal ou necessário: imposto por lei, decorre de lei, como consequência
do estado de indivisão da coisa.ex: condomio de cerca, muro, valas...

 Quanto a duração
a) Transitório: aquele que pode ser extinto a qualquer momento pela
vontade de qualquer um dos condôminos. É o condomínio convencional
e o condomínio eventual.
b) Permanente: é aquele que perdura/subsiste enquanto persistir a
razão/motivo da sua instituição. É o condomínio legal
3) Condomínio Voluntário
Como regra, aplica-se ao condomínio eventual as regras do condomínio
voluntario.

Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua


destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a
indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a
respectiva parte ideal, ou gravá-la.
Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da
coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o
consenso dos outros.

Direito de qualquer condômino tem de usar da coisa, é atribuído


igualmente a todos os condôminos
É o direito de uso conforme a destinação do bem.

a) Usar da coisa
destinação/posse, uso e gozo de terceiro
direito pessoal de usar, uso dos condôminos
não é possível transmitir posse ou detenção para terceiro, sem o
consentimento dos outros condôminos.

b) Reivindicar de terceiro
Decorre do poder de reaver, que é atribuído a quem é proprietário.
Ele é instrumentalizado através da ação reivindicatória.
Qualquer condômino, independentemente de sua quota parte e de
autorização dos demais condôminos poderá propor ação
reivindicatória contra um terceiro.
Contra outro condômino não é possível propor ação reivindicatória.
(poderá ser resolvida no juízo possessório)
A ação terá como objeto o bem em sua integralidade, não somente a
quota parte do condômino autor da ação.

c) Defender a posse
Independente da autorização dos demais, poderá propor ação
possessória- reintegração da posse, intertido proibitório e
manutenção da posse.
Doutrina/jurisp- so é possível a propositura de uma ação possessória
contra outro condômino se estiver diante de posse pró- diviso.

Posse pro diviso: é aquele em que são fixadas áreas sobre as quais
cada um exercera posse.
Posse pro indiviso é aquela que caracteriza composse.

d) Alhear a fração ideal ou gravá-la


O direito de alienar sua parte, encontra limite no direito de preferência.
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a
estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem
não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si
a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias,
sob pena de decadência.
Também se aplica para condomínios de coisas divisível
Igualdade de condições não se limita somente ao valor
Condômino preterido; aquele ao qual não foi dado a oportunidade de exercer o
seu direito de preferência. Poderá haver a quota parte para si, desde que
deposite a parte depositada pelo terceiro no prazo de 180 dias (se conta do
registro do contrato de compra e venda).

3.2 Deveres dos condôminos

a. Concorrer para as despesas


Os rateios são feitos proporcionalmente com a quota parte.
O condômino pode se eximir do pagamento das despesas, para isso ele
terá que renunciar a sua quota parte ou fração ideal.
Como a renuncia é ato abdicativo de direito, esta renuncia tem que ser
formal, tem que ser manifestada expressamente pelo condômino.
Alguns doutrinadores defendem que caso seja de imóvel maior de
30SM, esta renuncia deveria ser feita por escritura publica.(108 CC)

1.316

b. Responder pelas dívidas


Divida contraída por todos os condôminos
Divida contraída por um dos condominos

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