Você está na página 1de 19

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL

CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

DIREITO CIVIL IV

CURSO: DIREITO
NOME DO DOCENTE: CAROLINA CUNHA
Introdução ao Direito das
Coisas:

3
Introdução ao Direito das Coisas:

I. Conceito :

“O Direito das coisas é o ramo do Direito Civil que tem como


conteúdo relações jurídicas estabelecidas entre pessoas e coisas (tudo
aquilo que não é humano) determinadas ou determináveis”.

Flávio Tartuce (2017).

4
Introdução ao Direito das Coisas:

Os Direitos Reais são entendidos pela doutrina como uma espécie do


gênero Direito das Coisas. Os Direitos Reais estão contidos no Direito das
Coisas. São parte/espécie destes.

Direito das Coisas é, portanto, o complexo de normas que regula as


relações jurídicas relativas aos bens corpóreos suscetíveis de
apropriação pelo homem.

5
Introdução ao Direito das Coisas:
Direito das Coisas:

Divide-se em:

- POSSE (1.196 a 1203 CC)


- DIREITOS REAIS (art. 1225 CC)

Direitos Reais :
Pleno
Limitados (ou sobre coisa alheia)
6
Introdução ao Direito das Coisas:

Direito real pleno: Propriedade

Direitos reais limitados: De gozo ou fruição / De garantia

Este é o conteúdo da disciplina Direito das Coisas que


veremos neste semestre!

7
Introdução ao Direito das Coisas:

II. Distinção entre Direitos Reais e Direitos Pessoais:

a) Direito real: é o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a


coisa, com exclusividade e contra todos (erga omnes).

b) Direito pessoal: consiste numa relação jurídica pela qual o sujeito ativo
pode exigir do sujeito passivo determinada prestação (conteúdos que viram
do 4 ao 6 período)

8
Introdução ao Direito das Coisas:

Características dos Direitos Pessoais:

• Relativos (eficácia entre as partes)


• Vincula a pessoa do credor à pessoa do
devedor
• Possuem sujeito passivo determinado: devedor
• A coisa é objeto mediato da relação
• O exercício se dá pelo intermédio de outro sujeito
• Relação transitória
• Atipicidade
9
Introdução ao Direito das Coisas:

Características dos Direitos Reais:

• Absolutos (eficácia erga omnes)


• Vincula o titular à coisa
• Possuem sujeito passivo indeterminado
• A coisa é objeto imediato da relação
• O exercício se dá sem intermediários
• Relação permanente
• Tipicidade
10
Introdução ao Direito das Coisas:

III.Categorias jurídicas híbridas:

Apesar da clara distinção entre direitos pessoais e direitos reais, existem


algumas espécies jurídicas que ficam entre esses dois direitos, ou seja, entre o
direito real e o direito pessoal. Por essa razão são chamadas de “híbridas”.
É o caso das:
a) obrigações propter rem
b) ônus reais
c) obrigações com eficácia real

11
Introdução ao Direito das Coisas:

Todas as três são figuras híbridas ou ambíguas, porque, na aparência, são


um misto de obrigação (direito pessoal) e de direito real.

Vejamos cada uma delas:

a) Obrigações propter rem:

São obrigações que só existem em razão da detenção ou propriedade


da coisa. São chamadas obrigações propter rem – próprias da coisa. É uma
obrigação que provém sempre de um direito real e que, por esta razão, se
impõe sobre o seu titular ou possuidor. 12
Introdução ao Direito das Coisas:
Exemplos de obrigações propter rem:

A obrigação do condômino de contribuir para a conservação da coisa


comum (CC, art. 1.315); as obrigações do proprietário de apartamento, num
edifício em condomínio (CC, art. 1.336), de não alterar a forma externa da
fachada ou de não decorar as partes e esquadrias externas com tonalidades ou
cores diversas das empregadas no conjunto da edificação, ou, ainda, de não
destinar a unidade a utilização diversa da finalidade do prédio ou a não usá-la
de forma nociva ou perigosa ao sossego, à salubridade e à segurança dos
demais condôminos... Como se vê, em todos esses exemplos, o devedor está
ligado à obrigação devido à sua situação relativamente a um bem, do qual é
proprietário ou possuidor, de modo que, se abandonar a coisa, liberado estará
da obrigação. 13
Introdução ao Direito das Coisas:
Características das obrigações propter rem:

l) vinculação a um direito real, ou seja, a determinada coisa de que o devedor é


proprietário ou possuidor;

2) possibilidade de exoneração do devedor (desobrigá-lo) pelo abandono do


direito real ou renúncia do direito sobre a coisa;

3) transmissibilidade por meio de negócios jurídicos, caso em que a obrigação


recairá sobre o adquirente. Ex.: Caso de herança ou compra e venda. Se
alguém adquirir, por herança, uma quota de condomínio, sobre o novo
condômino incidirá a obrigação de contribuir para as despesas de conservação
da coisa. 14
Introdução ao Direito das Coisas:

Natureza jurídica das obrigações propter rem:

As obrigações propter rem, como categoria híbrida, encontram-se na zona


fronteiriça entre os direitos reais e os direitos pessoais, pois de um lado
vinculam o titular de um direito real e por outro têm caracteres próprios dos
direitos pessoais, consistindo num liame entre o sujeito ativo e o sujeito
passivo, que deverá realizar uma prestação positiva ou negativa.

É uma figura transacional entre o direito real e o pessoal, ou seja, um


artifício técnico que qualifica uma categoria jurídica que tem atributos tanto de
um como de outro. Configura um direito misto.
15
Introdução ao Direito das Obrigações:
b) Ônus reais:

Os ônus reais são obrigações que limitam a fruição ( acesso ao uso e aos
frutos) e a disposição da propriedade. Representam direitos sobre coisa alheia e
prevalecem erga omnes (contra todos). São, portanto, obrigações de realizar,
periódica ou reiteradamente, uma prestação, que recai sobre o titular de certo
bem; logo, ficam vinculadas à coisa que servirá de garantia ao seu
cumprimento.

Exemplo: hipoteca decorrente de empréstimo.

16
Introdução ao Direito das Obrigações:

Os ônus reais são obrigações que limitam a fruição e a disposição (ato de


dispor) da propriedade. Representam direitos sobre coisa alheia e prevalecem
erga omnes (contra todos). São, portanto, obrigações de realizar, periódica ou
reiteradamente, uma prestação, que recai sobre o titular de certo bem; logo,
ficam vinculadas à coisa que servirá de garantia ao seu cumprimento.

Para que exista ônus real é preciso que o titular da coisa seja realmente
devedor, sujeito passivo de uma obrigação, e não apenas proprietário ou
possuidor de determinado bem.

17
Introdução ao Direito das Coisas:
c) Obrigações com eficácia real:

A obrigação terá eficácia real quando se transmite e é oponível a terceiro


que adquira direito sobre determinado bem. Ex.: é o que acontece com a
locação quando é assegurado ao locatário a possibilidade de defender seu
direito diante do novo proprietário do bem alugado (mediante cláusula
contratual), nos termos do Código Civil, art. 576, que dispõe:

"Se a coisa for alienada durante a locação, o


adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato,
se nele não for consignada a cláusula da sua vigência
no caso de alienação, e não constar de registro"
18
FIM!
Até a próxima aula!
19

Você também pode gostar