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Curso de Direito
O docente
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Luanda, março de 23
Universidade Lusíada de Angola
Faculdade de Direito e de Relações Internacionais
Curso de Direito
Integrantes do grupo nº 4
Dinâmia Gourgel nº 11376620
Daimara Capacala nº 11410020
Gilson Miguel nº 11406620
Luíma Paulo nº 11411320
Luísa Domingos nº 11394620
Lucía Ribas nº 11417920
Lourena Zau nº 11087117
Valdano Gomes nº11400520---------------- Líder
Silvio Edgar nº 11406520
Surydia de Sousa nº 11466921
Kélio Eliandro nº 11376320
Luanda, março de 23
INTRODUÇÃO
Neste presente trabalho abordaremos sobre os crimes preterintencionais, antes de mais
saber que crime, é toda conduta que gera lesão penalmente relevante a um bem jurídico
tutelado pelo Estado, que esta previamente tipificado como ilícito e que determine
expressamente o conceito primário e secundário do tipo penal. O conceito de
preterintencional provém do latim praterintententionen, que significa literalmente além
do propósito. Nos códigos penais esta figura jurídica se aplica as condutas cujos
resultados não são previsíveis, mas suas consequências vão além do resultado desejado.
Há preterintencionalidade quando alguém quer prejudicar ou ferir outro, mas não prevê
as consequências de suas ações e acaba produzindo um mal maior. Assim ocorre um
homicídio pré-intencionado quando um criminoso mata uma determinada pessoa mesmo
que seu propósito original não fosse para acabar com a vida daquela pessoa.
Os crimes agravados pelos resultados podem ser definidos como aqueles tipos
legais de crime cuja a pena aplicável é agravada por causa da ocorrência de um
determinado resultado, nesses crimes está incluído o crime preterintencional Esse tipo de
crime é relevante pelo simples facto de que resultado não ser previsto e nem querido
pelo agente da infração criminal ou penal, nos termos do art.16º do código penal
angolano.
Os crimes qualificados ou agravados pelo resultado, é aquele tipo de crime em que o
agente ao exercitar o crime ele tem a intenção previa de crime, no momento da ação ou
omissão, o agente sabe o que quer, o que acontece é que o resultado do crime cometido
por ele é mais grave em relação ao que foi projectado pelo próprio agente anteriormente.
Sendo assim todo crime preterintencional será um crime qualificado pelo resultado, pois
como dito anteriormente neste tipo de crime há dolo (intenção de …) no momento da
prática do crime (ofensas a integridade física art.º 160 do código penal) e consequência
a este tipo de crime doloso ocorrendo um evento mais grave, onde o agente não tinha a
intenção de realizar no momento da prática do seu crime (agravação pelo resultado nos
termos do art.º 161 do código penal angolano)
Exemplo: O aborto pratico sem o consentimento da gestante com o resultado morte. O
aborto é doloso, querido pelo agente. Já a morte da gestante é culposa, pois o agente não
queria o resultado (morte da gestante) embora fosse previsível.
Crime Preterintencional
Na perspetiva de orlando rodrigues um crime é preterintencional quando, através da ação
criminosa o agente produz um resultado que ultrapassa a sua intenção, produzindo assim
um resultado mais grave do que desejou
O crime preterintencional esta composto por:
Conduta dolosa: a conduta do agente deve ser dolosa, ou seja, praticada
intencionalmente.
Resultado culposo: o resultado da conduta dolosa não deve ser desejada, apesar de ser
prevista ou previsível.
Para Orlando Rodrigues, o caso mais característico é o homicídio preterintencional, o
agente apenas queria ofender voluntaria e corporalmente, mais acabou por matar sem
querer. O resultado (morte) é um resultado preterintencional, isto é, que está para além
da intenção (preter = para além de).
Para melhor esclarecimento o homicídio preterintencional, ocorre quando o agente, com
dolo de executar um determinado delito, acaba executando-o, por tanto, com resultado
mais grave. Assim, o resultado mais grave, quando no querido pelo agente, agrava a pena
do delito como o caso de roubo com o resultado morte (latrocínio).
Existe uma relação causal entre os dois eventos (o desejado e o realizado). A morte foi
efeito necessário das ofensas (realizado). E há uma relação quantitativa de lesão a
interesses jurídicos iguais ou semelhantes (integridade física e vida) ou, pelo menos, uma
diferença igualmente quantitativa, de menos para mais entre o valor do evento querido e
o valor de evento realizado.
Todavia podemos apresentar vários exemplos claro de crimes preterintencionais
Exemplo prático de crime preterintencional
João, pai de Maria, é informado através da mesma que António, seu colega de escola a
estuprou. João inconformado com a situação vai atrás de António com o objectivo de
tortura-lo para que o mesmo confessasse o crime que praticou. Acontece que no meio do
seu acto de tortura sem a intenção de matar António acaba por deixar António no saco
(meio utilizado por João para torturar António), e consequentemente acaba por matar
António. Aqui temos um exemplo claro de crime preterintencional, pois num primeiro
momento a intenção (dolo) por parte de João, o objectivo principal era de cometer o crime
de tortura, porém, no decurso da sua conduta acabou por retirar a vida de António, sem
intenção de produzir tal resultado. Podemos concluir que, há dolo no antecedente e
culpa no consequente ou na consequência.
Ou ainda podemos ter a título de exemplo o caso de Manuela, que há muito estava
descontente com a infidelidade do seu marido Sílvio, para se vingar decidiu castrar o seu
marido como uma lição. Fruto do acto praticado pela Manuela culminou com a morte do
seu marido (Sílvio), reparamos que o objectivo de Manuela não era de matar o seu marido,
Numa primeira fase verificamos dolo na conduta de Manuela, e numa segunda fase
verificamos culpa como consequência da conduta de Manuela, cometendo assim o crime
de ofensa a integridade física que culminou com a morte do marido art.º161 do código
penal angolano.