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Lesão corporal
Nesse contexto, importa frisar-se que, pela dicção do art. 19, do CP,
em não havendo culpa (caso furtuíto ou força maior) na produção do resultado mais
grave, o agente não será responsabilizado por este, significa dizer que apenas
responderá por seu dolo (crime o qual quis produzir), sem a incidência da
qualificadora.
Nesse caso, o agente só responde pela lesão corporal, haja vista que
não teria previsibilidade quanto a existência da pedra causadora da morte de seu
desafeto, portanto, não sendo o fato previsível, inexiste culpa, e não havendo culpa,
o agente responde exclusivamente pelo dolo (lesões corporais).
Todavia, há crimes onde esse raciocínio não é válido, pode haver lesão
ao bem jurídico consequente independentemente de ser necessária a lesão ao bem
jurídico antecedente. É o caso do aborto seguido de morte da gestante (art. 125 e
126 combinados com o art. 127 in fine, do CP).
Por fim, cumpre lembrar que se não houver, por parte do agente, culpa
no resultado agravante, este responde pelo delito o qual desejou praticar (seu dolo),
sem a incidência da agravante.