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PROFESSOR DENIMARQUES BARROS

CONCURSO DE CRIME
REVISAO DE CLASSIFICAÇÃO DE
CRIME
 Crime consumado (delito perfeito) é aquele que atingiu
o resultado previsto no tipo penal.

De acordo com o art. 14, I, do Código Penal (CP)


 No crime consumado, existe uma congruência perfeita
entre o tipo subjetivo (dolo, entendido como intenção
dirigida a um fim) e o tipo objetivo (resultado obtido).
 o crime é consumado “quando nele se reúnem todos os
elementos de sua definição legal”.

Ex.: o homicídio é consumado com a morte da vítima;


e o furto com a retirada do bem da posse da vítima.
 No crime tentado (delito imperfeito), o agente quer
atingir determinado resultado, mas não o consegue em
decorrência de fatores que independem de sua vontade.

De acordo com o art. 14, II, do CP, o crime é tentado


“iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente”.
 Ex.: o homicídio é apenas tentado se a vítima é socorrida
após o ataque do agressor e sobrevive;
 e o furto quando o agente não consegue retirar o bem da
posse da vítima, pois esta o impede.

 O crime tentado é incongruente, pois se realiza de forma


integral apenas o tipo subjetivo (dolo), sendo que o tipo
objetivo (execução) não equivale ao resultado desejado
pelo agente.
CRIME DOLOSO

 Dolo é a conduta voluntária e intencional de alguém que,


praticando ou deixando de praticar uma ação, objetiva
um resultado ilícito ou causar dano a outrem

 Culpa é a conduta voluntária, porém descuidada de um


agente, que causa um dano involuntário, previsível ou
previsto, a outrem.
 Crime comissivo é aquele cuja conduta típica requer um
atuar positivo da parte do sujeito ativo.

 Assim, o tipo requer seja o crime praticado por um


comportamento ativo.

 São crimes praticados mediante uma ação, por uma


atividade, um comportamento atuante.
CRIME OMISSIVO
 É o crime que se perfaz pela simples abstenção do
agente, independentemente de um resultado posterior,
como acontece no crime de omissão de socorro, previsto
no artigo 135 do Código Penal, que resta consumado
pela simples ausência de socorro.

 O agente se omite quando deve e pode agir.


CRIME PRETERDOLOSO
 Em direito, caracteriza-se quando o agente pratica uma
conduta dolosa, menos grave, porém obtém um resultado
danoso mais grave do que o pretendido, na forma culposa

 Ex: um sujeito pretendia praticar um assalto porém, por


erro ao manusear a arma, acaba atirando e matando a
vítima.

Nesse caso o agente agiu com a intenção de roubar (conduta


dolosa) e por imprudência acaba matando a vítima (conduta
culposa), respondendo ele por ambos, desde que caracterize-
se pelos menos a culpa no resultado.
 CONCURSO DE CRIMES
I – Conceito.

Ocorre quando o mesmo agente, por meio de uma ou mais


ações ou omissões, pratica dois ou mais crimes, idênticos
ou não.
 O concurso de crimes pode ser :

 Material ou Real,
 Formal ou Ideal, e continuado
SISTEMAS DE APLICAÇÃO DA PENA
 O concurso de crimes dá origem ao concurso de penas.

Para a aplicação delas, são vários os sistemas, senão


vejamos:

1.Cúmulo material
2. Cúmulo jurídico
3. Absorção
4. Exasperação
SISTEMAS
A. SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL: considera que as penas dos
vários delitos devem ser somadas. Foi adotado entre nós no concurso
material ou real(art. 69, caput) e no concurso formal imperfeito(ou
impróprio) (art. 70, caput, 2ª parte),

B. SISTEMA DA ABSORÇÃO: a pena mais grave absorve a menos


grave.

c. SISTEMA DA ACUMULAÇÃO JURÍDICA: a pena aplicável não é a


da soma das concorrentes, mas é de tal severidade que atende à gravidade
dos crimes cometidos.

d. SISTEMA DA EXASPERAÇÃO DA PENA: aplica-se a pena do


crime mais grave, aumentada de um quantum determinado. Foi adotada no
concurso formal(ou ideal)(art. 70, caput ) e no crime continuado(art. 71).
III – ESPÉCIES DE CONCURSOS
O concurso de crimes(ou de penas) pode ser:

a. concurso material(art. 69);

b. concurso formal próprio ou perfeito(ou ideal) (art. 70,


caput, 1ª parte) e concurso formal imperfeito(ou
impróprio) (art. 70, caput, 2ª, parte)

c. crime continuado comum(art. 71, caput) e crime


continuado específico(art. 71,parágrafo único).
 CONCURSO MATERIAL OU REAL

I – Conceito.
Ocorre o concurso material quando o agente, mediante mais
de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não(art. 69, caput).

 Concurso material

 Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma


ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos
ou não, aplicam-se cumulativamente as penas
privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso
de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de
detenção, executa-se primeiro aquela.
Exemplo: Agente A, armado com um revólver, mata B
e depois rouba C. Neste exemplo, há duas condutas e
dois crimes diferentes (homicídio e roubo), a este
resultado com crimes diferentes atribui-se o
termo Concurso Material Heterogêneo, já para crimes
idênticos, o termo é Concurso Material Homogêneo.
II – ESPÉCIES
 DE CONCURSO MATERIAL:

a. homogêneo: quando os crime são idênticos;

b. heterogêneo: quando os crimes não são idênticos.


III – APLICAÇÃO DA PENA
No concurso material as penas são aplicadas
cumulativamente e o agente deve ser punido pela soma das
penas privativas de liberdade. É imprescindível que o juiz,
ao somar as penas, individualize cada pena antes da soma.

Exemplo: Três tentativas de homicídio em Concurso


Material. Neste caso, o magistrado deve, primeiramente,
aplicar a pena para cada uma das tentativas e, no final,
efetuar a adição. Somar as penas antes da individualização
viola, claramente, o princípio da individualização da pena,
fato que pode anular a sentença.
Na hipótese da sentença cumular pena de reclusão e detenção, a
de reclusão deverá ser cumprida primeira.

Art. 69
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido
aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos
crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata
o art. 44 deste Código.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o
condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis
entre si e sucessivamente as demais.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Insta ressaltar, no tocante a prescrição, que “o prazo
prescricional deve ser considerado separadamente
para cada uma das infrações penais”, conforme
estabelece o artigo 119 no Código Penal.
CONCURSO FORMAL OU IDEAL
 I – Conceito:
Ocorre o concurso formal(ou ideal) quando o agente,
mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes idênticos ou não.
 Requisitos:

 Uma única conduta (uma única ação ou omissão);

 Pluralidade de crimes (dois ou mais crimes praticados).

 Obs: você deve relembrar que conduta é diferente de ato.


Se “João” desfere várias facadas em “Maria” com o
intuito de matá-la, ele pratica vários atos, mas uma só
conduta.
Exemplo: X atira contra Y com a finalidade de
matá-lo. A bala atravessa o corpo de Y, atingindo
também Z. Haverá concurso de crimes,
considerando que houve a prática de dois delitos
(homicídio doloso contra Y e homicídio culposo
contra Z). Esses dois crimes foram praticados
com apenas uma conduta, logo, está presente o
concurso formal de crimes.
Concurso formal
Art. 70 (1° parte) - Quando o agente, mediante uma só ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-
lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade.

No concurso formal, uma só ação foi responsável por mais de


um crime. Por isso, em regra, as penas de cada um dos crimes não
serão somadas, mas uma delas será acrescida de uma fração
que pode variar de 1/6 a 1/2.
II - ESPÉCIES:

 O concurso formal(ou ideal) pode ser:

a. homogêneo: quando os crime são idênticos;


Exemplo: Avançar o sinal vermelho e matar duas pessoas.
Dois Homicídios Culposos.

b. heterogêneo: quando os crimes não são idênticos.


Exemplo: Avançar o sinal vermelho e matar uma pessoa e
ferir outra. Homicídio e Lesão Corporal.
 O concurso formal pode ser ainda:
a) perfeito(ou próprio): O agente produziu dois ou mais resultados
criminosos, mas não tinha o desígnio de praticá-los de forma
autônoma, ou seja, quando resulta de um só desígnio (art. 70, caput,
1ª parte);
Ex1: João atira para matar Maria, acertando-a. Ocorre que, por
culpa, atinge também Pedro, causando-lhe lesões corporais. João não
tinha o desígnio de ferir Pedro.
Ex2: motorista causa acidente e mata 3 pessoas. Não havia o
desígnio autônomo de praticar os diversos homicídios
b) Imperfeito (ou impróprio): Quando o agente, com uma única
conduta, pratica dois ou mais crimes dolosos, tendo o desígnio de
praticar cada um deles (desígnios autônomos), ou seja, quando resulta
de desígnios autônomos (art. 70, caput, 2ªparte).
Ex: Jack quer matar Bill e Paul, seus inimigos. Para tanto, Jack
instala uma bomba no carro utilizado pelos dois, causando a morte de
ambos. Jack matou dois coelhos com uma cajadada só.
Ex2: Rambo vê seu inimigo andando de mãos dadas com a
namorada. Rambo pega seu fuzil e resolve atirar em seu
inimigo. Alguém alerta Rambo: “não atire agora, você poderá
acertar também a namorada”, mas Rambo responde: “eu só
quero matá-lo, mas se pegar nela também tanto faz. Não estou
nem aí”. Rambo, então, desfere um único tiro que perfura o
corpo do inimigo e acerta também a namorada. Ambos
morrem.
Fixação da pena:
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis
ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um
sexto até metade. (1° parte).
No concurso formal, uma só ação foi responsável por mais de um crime. Por
isso, em regra, as penas de cada um dos crimes não serão somadas, mas uma
delas será acrescida de uma fração que pode variar de 1/6 a 1/2.
Ressalte-se que, segundo a jurisprudência, o fator determinante para a escolha
da fração a ser aplicada (de 1/6 a 1/2), no caso concreto, será a quantidade de
vítimas ou de crimes concorrentes:
Portanto, tendo sido praticados:
02 (dois) crimes, a fração será de 1/6;
03 (três) crimes, 1/5;
04 (quatro) crimes, 1/4;
05 (cinco) crimes, 1/3;
06 (seis) ou mais crimes, 1/2.
CRIMES IGUAIS

Exemplificar um caso de aplicação do concurso formal, nada


melhor do que aquele clássico caso do motorista que atropela e mata
03 (três) pessoas que estavam na calçada, cometendo, assim, o crime
tipificado no artigo 302 da Lei 9.503/97, três vezes, sendo
condenado a uma pena de 02 (dois) anos de detenção em cada um
dos crimes.
Vejam, com uma só ação o motorista praticou mais de um crime e,
por isso, deverá ser aplicado o concurso formal, à fração de 1/5, por
serem 03 (três) crimes, fazendo com que a pena final seja de 02
(dois) anos, 04 (quatro) meses e 24 (vinte quatro) dias de detenção.
Se fosse hipótese de concurso material, as penas dos três crimes
seriam somadas, totalizando 06 (seis) anos de detenção.
CRIMES DIFERENTES
Ainda com relação ao concurso formal, também há o caso em
que os crimes praticados não são iguais e, consequentemente,
não tem as mesmas penas, oportunidade em que a fração (1/6 a
1/2) deve ser aplicada na pena mais grave dos crimes praticados.
Utilizando o exemplo do motorista que atropela 03 (três) pessoas,
se ele tivesse causado a morte de 02 (duas) e a lesão de 01 (uma),
responderia por dois crimes do artigo 302 da Lei 9.503/97 (02 a
04 anos de detenção) e por um crime do artigo 303 da Lei 9.503
/97 (06 meses a 02 anos de detenção).
Por serem crimes diferentes, a fração de 1/5 seria aplicada na
pena mais graves dos crimes praticados, qual seja, o de
homicídio culposo.
CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO
Art. 70 - As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação
ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. (2° parte)
É importante ficar atento para o fato de que a lei visa dar uma punição
menor para aquele que pratica somente um ato e comete mais de um
crime. Isso se dá por entender que o agente visa uma só conduta, não
interessando a quantidade de delitos.

Só que o mesmo não pode ocorrer em crimes dolosos, quando da


prática de “uma só ação, mas o agente intimamente deseja os outros
resultados ou aceita o risco de produzi-los” (CAPEZ, Fernando.
Curso de Direito Penal, parte geral. São Paulo: Saraiva, 2011).
É o caso, naquele outro exemplo clássico, que Jack quer matar
Bill e Paul, seus inimigos. Para tanto, Jack instala uma bomba no
carro utilizado pelos dois, causando a morte de ambos. Jack
matou dois coelhos com uma cajadada só.

Esse é o ensinamento constante na parte final do artigo 70 do


Código Penal, referente ao concurso formal imperfeito, segundo
o qual “As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a
ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de
desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior”.
Existe tal concurso quando a conduta única, dolosa, foi
consequência de desígnios autônomos, isto é, o agente quis mais
de um resultado.” (DELMANTO, Celso…[ET AL.].
Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 317).

Segundo CAPEZ (2011), “há uma só ação, mas o agente


intimamente deseja os outros resultados ou aceita o risco de
produzi-los. Como se nota, essa espécie de concurso formal só é
possível nos crimes dolosos”.

Na hipótese do concurso formal impróprio ou imperfeito, a pena


final será aplicada da mesma forma como ocorre no concurso
material, ou seja, somando as penas de cada um dos crimes.
Por fim, o parágrafo único do referido artigo determina que “Não
poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69
deste Código”, ou seja, estabelece que a pena final, depois de
aplicada a regra do concurso formal, não pode ser maior do que
aquela que seria aplicada se fosse utilizada a regra do concurso
material (conhecido como “concurso material benéfico”).
Para exemplificar, a doutrina quase sempre utiliza a mesma
situação, qual seja: réu condenado pelo crime de homicídio (pena
mínima de 06 anos) e pelo de lesões corporais (pena mínima de 03
meses).

Art. 70
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do
art. 69 deste Código.
Segundo o concurso formal, a pena aplicada será a do crime de
homicídio, por ser a mais grave, aumentada de 1/6 (um sexto), o
que totalizará uma sanção final de 07 (sete) anos.
Todavia, se fosse aplicada a regra do concurso material (artigo
69 do Código Penal), a pena total a ser aplicada seria de 06 (seis)
anos e 03 (três) meses.
Nesse caso, a regra do concurso material é mais benéfica do que
a do formal, fazendo com que, consequentemente, se aplique a
cumulação das penas, conforme estabelecido no artigo 70 do
Código Penal.
 Fixação da pena

No caso de concurso formal imperfeito, as penas dos


diversos crimes são sempre SOMADAS.

Isso porque o sujeito agiu com desígnios autônomos


III – REQUISITOS:

A teoria subjetiva exige dois elementos:


a. unidade de conduta e pluralidade de crimes;
b. unidade de desígnios.

Para a teoria objetiva o concurso formal exige:


a. unidade de comportamento;
b. pluralidade de crimes.
O Código adotou a teoria objetiva
IV – APLICAÇÃO DA PENA:
Na aplicação das penas privativas de liberdade, o código
determina três regras.

No concurso formal perfeito (ou próprio):


a. aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou,

b. se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em


qualquer caso, de sexto a um meio.
 No concurso formal imperfeito(ou impróprio):
aplicam-se cumulativamente as penas

privativas de liberdade, não poderá exceder a que seria


cabível no concurso material(cúmulo material benéfico)
Ocorre a autonomia de desígnios(vontades) quando o
sujeito pretende praticar não só um crime, mas vários,
tendo consciência e vontade em relação a cada um deles,
considerado isoladamente
CRIME CONTINUADO

 I – Conceito.

 Ocorre o denominado crime continuado quando o


agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas
condições de tempo, lugar, maneira de execução e
outras semelhantes, devem os subsequentes ser
havidos como continuação do primeiro(art. 71, caput)
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes,
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz,
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70
e do art. 75 deste Código.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II – ESPÉCIES:

a. crime continuado comum(art. 71, caput);

b. crime continuado específico(art. 71, parágrafo único)


III – REQUISITOS:
São requisitos do crime continuado:

a. pluralidade de condutas;

b. pluralidade de crimes da mesma espécie;

c. ação continuada, deduzida dos elementos constitutivos


exteriores da homogeneidade.
Verifica-se que os requisitos são:

1. Mais de um crime da mesma espécie;


2. Mais de uma ação; e
3. Necessidade de que os crimes
posteriores, levando-se em consideração as
condições de tempo, lugar, maneira de execução,
dentre outros, sejam considerados como uma
continuação do primeiro crime.
 IV – Crimes da mesma espécie:

Crimes da mesma espécie são os previstos no mesmo tipo penal.


 No que se refere a “crimes da mesma espécie”, deve ser ressaltado
que também existem duas posições:

 Para a primeira, é necessário que os crimes estejam previstos no


mesmo tipo legal, sendo admitido ainda que diversas suas
modalidades (doloso, culposo, tentado, majorado, qualificado...).

 Segundo o outro posicionamento, “são crimes da mesma espécie os


que protegem o mesmo bem jurídico, embora previstos em tipos
diferentes. […]. Assim seriam delitos da mesma espécie o roubo e o
furto, pois ambos protegem o patrimônio”
Consideram-se crimes da mesma espécie aqueles
previstos no mesmo tipo penal. POSIÇÃO DO STJ
(dolosos ou culposos, simples ou qualificados,
tentados ou consumados) Ex: Furto simples e furto de
coisa comum. Existe outra posição de que crimes da
mesma espécie são aqueles que atingem um mesmo
bem jurídico.
Para que os crimes sejam considerados com tendo sido
praticados em continuidade delitiva, é necessário que “as
condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes” demonstrem que os demais crimes cometidos
sejam, nada mais, do que a continuação do primeiro delito.

Assim, por “condições de tempo”, podemos afirmar “ser


necessária para a configuração do requisito temporal ‘uma certa
continuidade no tempo’, ou seja, uma determinada
‘periodicidade’, que imponha ‘um certo ritmo’ entre as ações
sucessivas”, sendo que não há possibilidade de delimitar um
determinado espaço de tempo como sendo requisito para
configuração da continuidade delitiva, podendo haver variação.
Chamada conexão temporal. A lei exige condições de
tempo semelhantes, não admitindo intervalo
excessivo entre ambos.

A jurisprudência vem firmando entendimento de um


prazo não superior a 30 dias. Em crimes contra a
ordem tributária o STF já reconheceu continuidade
com intervalo temporal de até 3 meses.
Por fim, deve ser mencionado que a habitualidade criminosa afasta a
possibilidade de reconhecimento de crime continuado, tendo em vista que a
prática de reiterados crimes da mesma espécie, pelos mesmos agentes, em datas
próximas, não significa que os delitos subsequentes serão tidos como
continuação do primeiro, para os fins do artigo 71 do Código Penal.
Na realidade, em muitos casos, configura a habitualidade criminosa, que agrava
o tratamento penal dado ao infrator, mostrando-se incompatível com a
continuidade delitiva, senão vejamos o posicionamento do STJ:

HABEAS CORPUS. ARTIGOS 171, CAPUT (5 VEZES) E 171 C/C 14, II, NA FORMA DO ART. 69,
TODOS DO CP. ALEGAÇÃO DE CRIME CONTINUADO. INOCORRÊNCIA. HABITUALIDADE
CRIMINOSA. Continuidade delitiva. Criminoso que faz do crime profissão não faz jus à aplicação
do instituto. A habitualidade é incompatível com a continualidade. A primeira recrudesce, a
segunda ameniza o tratamento penal. Em outras palavras, a culpabilidade (no sentido de
reprovabilidade) é mais intensa na habitualidade do que na continualidade. Impossibilidade de
rever fatos e provas na via eleita. Ordem denegada. (HC 33891 / RJ MIN. JOSÉ ARNALDO DA
FONSECA DJ 26.04.2004)
Condições de espaço: existe divergência quanto à variação do
espaço nos crimes cometidos. Há quem entenda ser necessário
que os crimes sejam cometidos na mesma cidade; em cidades
contíguas; dentro de uma mesma região metropolitana,
socioeconômica ou sociogeográfica, ou, até mesmo,
dependendo do caso, entre cidades distantes uma da outra. Em
outras palavras, deve haver uma razoabilidade na análise
acerca das condições de espaço, não sendo razoável entender,
em regra, que crimes cometidos em locais muito distantes um
do outro possam ser considerados como praticados em
continuidade delitiva.

Admite-se quando praticados no mesmo local, em locais


próximos, em bairros distintos e até mesmo em cidades
vizinhas.
Quanto ao “modo de execução”, devem ser levados em consideração
os métodos utilizados para a prática dos crimes, de forma a
possibilitar a identificação de um padrão no modus operandi.
OBS: A variação de comparsas, segundo entendimento
jurisprudencial, impede o reconhecimento da continuidade delitiva,
pois o modus operandidos crimes é diferente, assim como ocorre com
aquele que em um crime age sozinho e no subsequente em
companhia de um comparsa.
• Também chamada de conexão modal. Os crimes praticados devem
seguir um padrão análogo em suas diversas condutas.
• Esse requisito impede que se aplique a regra do crime continuado
entre dois roubos quando um for cometido mediante violência e
outro mediante grave ameaça, ou, quando há um furto mediante
escalada e outro mediante destreza.
V – NATUREZA JURÍDICA:

 Há três teorias a respeito da natureza jurídica do crime


continuado:

a. teoria da unidade real: os vários delitos formam


crime único;

b. teoria da ficção jurídica: o legislador presume a


existência de um só crime;

c. teoria mista: vê no crime continuado um terceiro delito,


negando a unidade ou a pluralidade de violações jurídicas.
O código adotou a teoria da ficção
jurídica
VI – APLICAÇÃO DA PENA:
No crime continuado comum:

a. aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou,

b. se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em


qualquer caso, de um sexto a dois terço.
No crime continuado específico

a. aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou,

b. se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em


qualquer caso, até o triplo.
A figura do crime continuado do caput do artigo 71 do
Código penal constitui um favor legal ao agente que comete
vários delitos. Cumpridas as condições do mencionado
dispositivo, os fatos serão considerados crime único por razões
de política criminal, sendo apenas agravada a pena de um deles,
se idênticos, ou do mais grave, se diversos, à fração de 1/6 a 2/3.
O reconhecimento de tal modalidade exige uma pluralidade de
condutas sucessivas no tempo, que ocorrem de forma periódica e
se constituem em delitos da mesma espécie (ofende o mesmo
bem jurídico tutelado pela norma – não se exigindo a prática de
crimes idênticos).
É o caso do indivíduo que é preso após cometer vários
furtos, o qual agia sempre da mesma forma. A pena do furto
é de 1 a 4 anos, na hipótese da prática de 50 furtos e
aplicação da pena máxima em cada um, não seria
interessante para o Estado o cumprimento de 4x50=200 anos
de pena aplicada ao condenado, o que feriria também o
princípio da ressocialização do apenado.
Crime continuado simples – delitos idênticos – aumento
de 1/6 a 2/3.

Crime continuado qualificado – delitos diversos – pena


mais grave aumentada de 1/6 a 2/3.

2 – 1/6
3 – 1/5
4 – 1/4
5 – 1/3
6 – 1/2
7 ou mais – 2/3
 Em caso de penas de multa cominadas nos preceitos
secundários de cada crime, estas serão aplicadas
cumulativamente, mesmo no concurso formal próprio e
no crime continuado.

 Multas no concurso de crimes


Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são
aplicadas distinta e integralmente.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
DOS CRIMES ABERRANTES

São as ocasiões onde um fato típico decorre de outro, por


circunstâncias alheias a conduta do agente, sendo que alvo distinto de sua
intenção é afetado com os efeitos nefastos do delito inicial.
Em tais casos, o delinquente idealiza seu crime sobre determinada
pessoa ou coisa, o que chamamos de alvo perfeito, em razão de ser o
destino titular da infração penal promovida pelo agente.
Ocorre, que nos crimes aberrantes, de forma diversa a cogitação
pré-concebida pelo criminoso, devido a um acidente ou erro na execução,
o ato produz consequências em pessoa ou coisa alheia, que, inicialmente
afastada do desvelo do delito, passa a integrar substancialmente a relação,
tratando-se assim, do alvo acidental ou alvo imperfeito, pelo fato de vir a
ser afetada, e assim compor a relação delitiva, por imprevisto
genuinamente acidental.
Fundamental que se atente, para os três tipos de aberratio,
sendo os dois primeiros casos previstos na legislação penal, e o
terceiro, elaboração pertinente da doutrina clássica. São eles:

a) aberratio ictus (art. 73 do CP)


b) aberratio criminis (art. 74 do CP)
c) aberratio causae
Aberratio Ictus (desvio no golpe)- Art. 73 do CP

Trata-se dos casos onde o agente visando atingir uma


vítima determinada (alvo perfeito), por um erro na execução do
delito, acaba por ofender a integridade de outro indivíduo,
alienígena ao seu conhecimento (alvo acidental, ou alvo
imperfeito).
Atente-se, que o aberratio ictus, ocorre somente quando
há uma intenção de vitimar uma pessoa e, “ao invés de atingir
a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa” (Art. 73
do CP).
Há, portanto, uma restrição aos casos onde a conduta
ofensiva do agente, e o posterior crime aberrante, incidam
única e exclusivamente, sobre pluralidade de indivíduos.
Nestes casos, a legislação aponta: ainda que a consumação do
crime não se tenha operado contra o alvo perfeito idealizado
pelo agente na fase de cogitação, mas sim gerando lesão a
terceiro, responderá o criminoso como “(...) se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no
§ 3° do art. 20 deste Código.”.

A título de revista, de acordo com o § 3°, do art. 20, “O erro


quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta
de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou
qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o
agente queria praticar o crime.”
Resta clarividente, que a punição de acordo com a lei, tem
sintonia direta com a conduta do agente.

Assim, in exemplis, se X deseja atingir Y, com um tiro, o que,


entretanto não se consuma devido a um erro na execução, e
culmina em acertar Z e este vem a falecer, o delinqüente X,
deverá ser julgado pelo crime de homicídio doloso, posto que, a
morte da vítima deu-se, ainda que por via indireta, por seu
comportamento pernicioso intencional (dolo).
A aberratio ictus subdivide-se de acordo com a lesão, provocada
ou não, sobre a vítima inicial (alvo perfeito), podendo
ser, aberratio ictus com unidade simples ou aberratio ictus com
unidade complexa.

Será aberratio ictus com unidade simples, quando o delinqüente


erra na pessoa contra quem pretendia vitimar, provocando a lesão
em terceiro. Nestes casos, de acordo com o art. 73 do CP, o agente
responderá por um único crime, todavia, como já referido, o
processo acusatório será de acordo com sua conduta. Dessa forma:

1 – C intenciona matar A com um tiro de arma 38, mas devido a


um erro na execução do delito, acaba por acertar B, que devido ao
perfuramento pela ponta ogival do projétil, vem a falecer.
2- Ainda que a primeira vista trate-se de homicídio culposo, vez que C não
delegou sua intenção dolosa contra B, em vista da regra do art. 73 do
CP, C será processado pelo crime de homicídio doloso, pois a designação do
disparo decorreu de motivação dolosa, previamente concebida na fase
de cogitação do crime.

Nos casos em que, mediante o ato lesivo direcionado a um indivíduo, o


delinquente o acerta, e, por acidente ou erro no uso dos meios de
execução atinge terceiro, tem-se a caracterização do aberratio ictus com
unidade complexa.

Em tais ocorrências, de acordo com a natureza-base de crime aberrante,


ocorre igualmente o erro, entretanto, cumulativamente há ofensa ao alvo
perfeito do criminoso, bem como ao terceiro (alvo acidental), alheio aos
intentos do delinquente. Aplica-se em tais ocasiões, de acordo com a
segunda parte do art. 73 do CP, a regra da exasperação da
pena, determinada pelo trecho inicial do art. 70 do CP.
Nos termos do dispositivo legal, in verbis:

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão,


pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a
mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até
metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a
ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de
desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo
anterior. (Grifo Nosso)
Veja-se o exemplo:
1- C visa com um disparo de tiro de fuzil, matar A;
2- Após o disparo, C acerta A, sendo que a bala perfura a vítima
(alvo perfeito) do crime, e vem a atingir, ainda com potência, o
terceiro B (alvo acidental);
3- A vítima perfeita A, não resiste aos efeitos do ferimento da
bala de ponta Boat Tail (pontiaguda) do fuzil, vindo a falecer. Já a
vítima acidental B, sobrevive às lesões provocadas pela bala;
4- Assim, da regra do art. 73 do CP, o criminoso C será
acusado e processado, em síntese, pelo crime de homicídio doloso
contra A, sendo sua pena aplicada na condenação final, agravada,
em um parâmetro que varia de um sexto até a metade, a ser fixado a
partir da avaliação do juiz com base no caso concreto.
Aberratio criminis (resultado diverso do pretendido) - Art. 74 do
CP

Também nominado de aberratio delicti, consiste nas


ocasiões onde um dos alvos, principal e acidental, constitua algo
que não seja uma pessoa. Deve, pois, ocorrer um erro de re in
personam ou personam in rem, ou seja, há que haver na relação
do crime aberrante, objeto distinto de um indivíduo, para que se
configure o aberratio criminis.
Resultado diverso do pretendido
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por
acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado
diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é
previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado
pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
É possível, que o agente, no encadeamento dos atos
do iter criminis, tenha como alvo perfeito ofender uma coisa
qualquer (um carro, por exemplo), e acerte acidentalmente
uma pessoa que passeava nos arredores. Neste caso, na
equiparação dos bens jurídicos em questão, patrimônio e
integridade física, há que se voltar atenção, imperiosamente,
para a lesão que se deu em desfavor do indivíduo que por ali
passava, desdenhando-se da aplicação de repressão para a
intenção não consumada do criminoso, em danificar o bem
patrimonial, vez que de acordo com o art. 74, “quando, por
acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado
diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é
previsto como crime culposo (...).”
De forma contrária, cabe ainda no enquadramento de aberratio
delicti, os casos em que o transeunte que por ali circulava fosse
o alvo, mas em virtude de um acidente, ou erro na execução, o
ato resulta no crime de dano (art. 163 do CP), por atingir o
veículo que estava estacionado nos arredores.

Com maestria, ensina Rogério Greco:

“Numa situação inversa, quando o erro do agente varia de


pessoa para coisa, embora tenha o agente errado a pessoa que
pretendia ofender, vindo a atingir uma coisa, destruindo-a,
culposamente, para que não cheguemos a conclusões absurdas,
devemos desprezar o resultado, pois que atípico, fazendo com
que o agente responda pelo seu dolo. (...)
Tal raciocínio se faz necessário porque, caso contrário, o
simples fato de o agente ter errado a pessoa, contra quem dirigia
sua conduta a fim de causar-lhe a morte, vindo, contudo, a
destruir culposamente uma coisa, não havendo possibilidade de
ser punido pelo dano, cuja modalidade culposa não foi prevista
pelo Código Penal, conduziria a uma situação de atipicidade do
fato por ele levado a efeito, o que é de todo inconcebível.”
Por fim, há ainda o evento, onde o agente logra êxito em seu
intento delitivo de dano contra bem patrimonial, mas venha a
atingir uma pessoa, a aplicação deverá ser feita, forte na parte
final do art. 74 CP, as disposições do concurso formal,
determinado pelo art. 70 do regramento repressivo. Deverá ser
avaliado a conduta que se deva aplicar pena mais grave, e
acrescer no período de segregação imposto ao criminoso,
tempo de um sexto até a metade da condenação principal, por
força do mecanismo da exasperação da pena, resguardando-se
os casos que supliquem a aplicação do concurso material
benéfico.
Aberratio Causae (erro na consumação)

Trata-se de ocasião, onde o agente promove, em seu


entendimento, o deslinde perfeito do iter criminis, o que,
contudo, não ocorre, pois há um equivoco de interpretação do
delinquente na fase da consumação, quanto à perfeita
consecução de sua infração penal.

Em síntese, se dá quando o infrator crê já ter havido


a consumação do crime, e, passa a agir, sob sua ótica,
no exaurimento. Todavia, na realidade, a consumação não
havia ocorrido ainda, fato que, posteriormente se
consubstancia em atos posteriores do agente, entendidos por
este, como exaurimento do delito.
Exemplo clássico da doutrina é o caso em que o Psicopata, após
estrangular a vítima, e entender equivocadamente já a ter matado,
a atira em um rio, na intenção de ocultar o crime que pensara já
ter consumado. Ocorre que de fato, a vítima ainda estava viva,
desmaiada, vindo a morrer pelo afogamento, meio de execução
que não era o intencionado pelo criminoso.

Deve-se em tais casos, punir o agente de acordo com sua


conduta, sendo, portanto, no exemplo acima, o criminoso
acusado, em síntese, pela infração penal de homicídio doloso, vez
que seus atos, em algum momento, tinham o condão de assassinar
a vítima.
Limite das penas
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas
de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta)
anos. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Quando o agente for condenado a penas
privativas de liberdade cuja soma seja superior a 40
(quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao
limite máximo deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao
início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação,
desprezando-se, para esse fim, o período de pena já
cumprido.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O limite de 40 anos previsto no CP apenas se reporta ao tempo
máximo de efetivo cumprimento da pena, não podendo servir
de cotejo para a aferição de requisitos temporais necessários à
obtenção de outros benefícios legais.

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