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MAGISTRATURA E MP ESTADUAL

Direito Penal Geral


Guilherme Nucci
Data: 17/05/2012
Aula 10

RESUMO

SUMÁRIO

II – CONCURSO DE CRIMES (continuação)

II – CONCURSO DE CRIMES (continuação)

 Erro na execução – art. 73, CP1

Ocorre quando o agente por erro na execução, ao invés de atingir a pessoa que queria, acerta um
terceiro inocente. A diferença em relação ao erro sobre a pessoa (art. 20, CP) é que na “aberratio ictus” não
houve qualquer confusão mental entre as pessoas, mas apenas ocorrendo um erro na execução do crime.

Muito embora exista tal diferença, as consequências dos dois institutos é a mesma: o agente responde
normalmente pelo crime, levando-se em consideração as qualidades da vítima que queria atingir.

Por fim, caso ocorra resultado duplo, podemos falar na ocorrência do concurso formal ou ideal de
crimes do art. 70, CP.

Obs. O erro na execução traz um dos pontos do CP em que ainda há resquícios de responsabilidade
objetiva (sem dolo ou culpa) quando se fala em acidente (o acidente é fortuito).

 Erro quanto ao resultado – art. 74, CP2

Ocorre quando o agente por erro na execução, ao invés de atingir o bem jurídico desejado atinge
outro diverso. No resultado diverso do pretendido, os bens jurídicos são distintos. Ao passo que na
“aberratio ictus” os bens jurídicos são iguais.

Na verdade, no resultado diverso do pretendido o agente queria atingir uma coisa e acaba acertando
uma pessoa. No resultado diverso do pretendido, o agente responde por crime culposo, se previsto em lei.

Segundo o Prof. Fernando Capez, o art. 74 do CP só vale para a hipótese de quando o agente quer
atingir uma coisa e acerta uma pessoa. Conforme já dito, responde por crime culposo se previsto em lei; caso o
resultado for duplo deve ser aplicada a regra do concurso formal do art. 70 do CP. Por fim, o art. 74 do CP não
é aplicado quando agente quer atingir uma pessoa e por erro atinge uma coisa, lembrando que o CP não pune
o crime de dano culposo, neste caso, obviamente, o agente responde por tentativa de homicídio ou lesão
corporal (tentativa branca ou incruenta).

1
Art. 73, CP: Erro na Execução. “Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia
ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se o disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código”.

2
Art. 74, CP: Resultado diverso do pretendido. “Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém
resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo, se ocorre também o resultado pretendido,
aplica-se a regra do artigo 70 deste Código”.

MAGISTRATURA E MP ESTADUAL – 2012


Anotador(a): Maria Luiza Lima
Complexo Educacional Damásio de Jesus
 Limite de penas – art. 75, CP

O tempo máximo que alguém pode passar preso é de 30, ainda que a pena seja superior. Justificativas
para este prazo:

- Quando este limite de 30 anos foi idealizado na década de 40 a expectativa de vida girava em torno
de 50 anos.

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