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Tão importante no Direito Penal, o conceito de DOLO, deve estar sempre presente na
cabeça do advogado Criminalista. Pois, quem conhece e sabe trabalhar com ele, pode
minorizar e auxiliar a vida de muitos clientes.
Cabe ao criminalista conhecer a fundo essa modalidade , servindo de trunfo na sua luta
diária profissional.
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" Diz-se o crime doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
lo."
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O código Penal no seu art. 18, I aceitou a Teoria da Vontade, complementada pela Teoria
do assentimento não aceitando a Teoria da Representação.
- a consciência da conduta;
- a vontade de realizar a conduta criminosa.
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No dolo direto, o agente visa produzir um evento certo. Vontade voltada em uma só
direção. Ex: Ticio atira contra Paulo para mata-lo.
Exemplo: O agente atira para ferir ou para matar. Devendo o agente ser imputado pelo
crime mais grave, pois sua vontade projetou- se para esse sentido.
No dolo eventual, o agente não quer propriamente o resultado, entretanto assume o risco de
produzi-lo. Ele prevê a hipótese de produzir o resultado e mesmo assim realiza a conduta,
aceitando e assumindo o risco de produzi-lo.
Nessa situação nota-se que o agente não quer o resultado, caso contrário o dolo seria direto.
O agente que realiza a conduta na dúvida sobre se o resultado ia ou não verificar-se,
responde pelo dolo eventual.
Existe porém uma sutil divisória entre dolo eventual e a culpa consciente, pois em ambos
sobressai um ponto comum: a previsão do resultado.
No dolo eventual o agente diz consigo mesmo: " seja como for, de no que der, em qualquer
caso não deixo de agir".
O código equiparou o dolo direto e o dolo eventual. O dolo direto e o dolo alternativo estão
compreendidos na expressão " quis o resultado " ( art. 18, I, 1º parte ) enquanto o dolo
eventual é abrangido pela expressão " assumiu o risco de produzi-lo ( art. 18, I, 2º parte ).
Em regra, os delitos admitem o dolo direto e o dolo eventual. Em certos casos, o tipo legal
exige a certeza sobre determinada circunstância, excluindo o dolo eventual. Não admitem o
dolo eventual os seguintes delitos:
Calúnia, na modalidade propalar r divulgar ( art. 138, inciso 1 º receptação ( art. 180 caput
), conhecimento prévio de impedimento ( art. 237 ) circulação de moeda falsa ou alterada
recebida de boa fé ( art. 289, inciso 2 º ) denunciação caluniosa ( art. 339 ) etc.
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Dolo de dano é quando o agente quer e assume o risco da lesão de um bem ou interesse
juridicamente protegido. É exigido para os crimes de dano, que são aqueles cuja
consumação depende da efetiva lesão do bem jurídico.
Dolo de perigo é quando o agente quer ou assume o risco de expor a perigo bens ou
interesses juridicamente protegidos. Ele não assume o risco de produzir a lesão efetiva do
bem jurídico. No dolo de perigo, há vontade de expor o bem jurídico a probabilidade do
dano. É preciso observar que a superveniência do resultado lesivo pode transmitir o crime
doloso de perigo em crime culposo de dano.
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Dolo genérico é verificado nos tipos penais em que a vontade do agente se esgota com a
prática da conduta objetivamente criminosa. Exemplo " matar alguém ( art. 121, CP )
No Dolo Específico são projetados tipos penais que exigem do agente uma finalidade
particular, que ultrapasse os limites do fato material. Ex. " raptar mulher honesta para fim
libidinoso". ( CP art. 219 ). Ele auxilia ( dolo específico ) a diferenciar um delito de outro.
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Verifica-se o dolo geral quando o agente, supondo ter produzido o resultado visado, realiza
nova conduta com finalidade diversa, sendo que esta é que acaba efetivamente produzindo
o evento do início desejado.
Um individuo depois de haver golpeado outro, e supondo erroneamente que este já está sem
vida, atira o presumido cadáver em um rio, vindo a verificar-se, pela autópsia, que a morte
ocorreu por afogamento, e não em conseqüência da lesão anterior. O erro sobre o nexo
causal não exclui o dolo, devendo o agente responder pelo resultado ainda que este não se
verifique de acordo com a que foi inicialmente projetado.
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DOLO ANTECEDENTE – ( inicial ou preordenado ) é o que subsiste desde o inicio da
execução do crime. Esse dolo é suficiente para fixar a responsabilidade criminal do agente.
DOLO SUBSEQUENTE – Ocorre quando o agente, tendo empreendido uma ação com
intuito honesto, passa, em seguida, a proceder com ma-fé e pratica um crime. Ex. Indivíduo
vem a saber que a cédula com que em boa-fé pagou o seu credor é falsa, e nao cuida de
substitui-la, mantendo-se reticente.
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Dolo de propósito é o que resulta de certo grau de reflexão sobre a prática de conduta
criminosa. São delitos cometidos mediante premeditação, que se caracterizam pelo
intervalo de tempo, mais ou menos longo, entre a idealização do crime e a sua efetiva
execução.
DOLO DE ÍMPETO - é quando o agente executa o crime sobre efeito do impulso de paixão
ou extraordinária excitação de ânimo, de modo que não há hiato temporal entre a resolução
criminosa e a prática do crime. Ele funciona como atenuante genérica dos crimes cometidos
sobre influencia de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima ( CP, art. 65, II, c,
última parte )
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Essa classificação relaciona-se com as qualidades dos motivos do crime. O motivo pode
exasperar a pena concreta ( ex. motivo fútil ) ou ameniza-la ( ex. motivo de relevante valor
moral ou social ). Na verdade os motivos, por via de regra, nada tem a ver com dolo. Podem
ser morais, sociais ou anti-sociais, graves ou fúteis. Agravam ou diminuem a pena: mas
deixam intacto e íntegro o mesmo dolo.
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É o dolo que não precisa ser demonstrado no caso concreto. E evidente que não existe dolo
presumido, pois o direito penal moderno não se compactua com a denominada
responsabilidade objetiva.
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Exemplo: desejando eliminar o desafeto, o sujeito coloca uma bomba-relógio no avião onde
a vítima devia viajar. A morte de outros passageiros do avião é uma conseqüência
obrigatória do meio empregado para alcançar o seu objetivo.
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No direito Civil, o dolo tem o significado de engano. É um erro provocado pela má-fé
alheia. Funciona como causa da anulação do ato jurídico, dando ainda ensejo a ação de
indenização por perdas e danos. Já o dolo penal exprime a intenção criminosa.
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A intensidade do dolo, que se gradua conforme a firmeza da vontade criminosa, não deve
influenciar a dosagem da pena-base. Cumpre recordar que o dolo não se confunde com os
motivos do crime.
Bibliografia:
Direito Penal, parte geral: volume1/ Flavio Augusto Monteiro de Barros. – São Paulo:
Saraiva, 1999.