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Curso LUSÍADA
de Preparação DE LISBOA
para Acesso ao
CEJ
3 de Abril de 2007
Prof. Doutor Cassiano
Reimão
(cm.reimao@fcsh.unl.pt)
Síntese
1. Introdução
2. Pensamentos/Referências
3. Objectivos e Meios para os objectivos
4. Situação actual do mundo da vida e crise da razão
5.Crise actual do sentido e exigência da reflexão ética.
6. Pós-modernidade e crise do humanismo
7. Axiologia, Ética, Moral e Deontologia
8. Bioética e questões jurídicas associadas ao princípio e ao
fim da vida.
9. Algumas conclusões e propostas
Bibliografia (complementar à referida
no DR, 2ª série, nº 13 – 18 de Janeiro de
2007 – p. 1462)
z ARCHER, L., BISCAIA, J., OSSWALD, W., Bioética,
Verbo, Lisboa, 1996.
z ARCHER, L., BISCAIA, J., OSSWALD, W., RENAUD,
M., Novos desafios à Bioética, Porto Editora, Porto, 2001,
z DUNBAR, R., A História do Homem, Quetzal Editores,
Lisboa, 2006.
z NUNES, R. e MELO, H., A ética e o direito no início da
vida humana, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 2001.
z AA. VÁRIOS, Acção Médica, “A dignidade humana”,
Julho/Setembro de 2005.
z AA. VÁRIOS, Acção Médica, “Ética e Genética”,
Abril/Junho de 2006.
Ética – Bibliografia (complementar)
z Revista Arquipélago – Nº 7 (2000)
z Temas de artigos recomendados:
z Relativismo cultural versus universalismo (pp. 57-
92)
z “Uma ética para a civilização tecnológica” (H.
Jonas)” (pp.107-128)
z Das éticas gerais às éticas aplicadas (pp. 143-
162)
z Ética, valores e acção educativa (pp. 163-176)
Introdução
z Poder saber, saber melhor
z Eternos estudantes; gostar do que já se sabe
z Equilíbrio
z Perguntar, mas não irracionalmente
z Motivação
z Não bloquear o sonho
Introdução
z Aventura do desconhecido: “Onde a Terra
acaba e o mar começa”...
z Factores de risco. Procurar chegar primeiro,
na ciência. Ser os primeiros a saber.
Atitude. Se # Quando. Persistência. Brio
profissional. Alimento do progresso.
Watson (prémio Nobel): a ciência não pode
ser conformista.
Introdução
z Cidadãos do mundo sem perder a identidade
(cidadania afectiva), sendo bons aqui.
z Prazer em saber mais
z F. Pessoa: “Das pedras dos obstáculos fazer
um castelo”
z Ética e respeito pelo próximo
z Espírito de curiosidade e de inovação
Introdução
z Pascal: O conhecimento é como uma
esfera; quanto maior, maior é o seu contacto
com o desconhecido
z Mais investigação, mais utopia.
Aprendizagem. Perseverança. Rigor
z Factores de risco
z Incerteza. Flexibilidade. Em ordem ao bem-
estar
Introdução
z Transformação da sociedade. Combate a alguns
mitos. Escola comum # Escola de escol. Escola
promotora de valores. Não abdicar dos valores
contra os poderes dominantes. Nos limites da
tolerância. Imagem identitária. Livre da política e
dos grupos de pressão. Assumir os deveres perante
a sociedade. Nobreza de sentimentos; que é o que
fica no fim dos nossos dias.
Introdução
z “A vontade e o sentimento fazem milagres”
z Indivíduo
z Quantidade
z Divertimento/Facilidade
z Competição
Oposições
Tradição Tolerância
Vivência Ciência
Crítica Sedução
Global
Participação
Local
PECADOS MORTAIS DA HUMANIDADE
CIVILIZADA ( K. Lorenz)
Homeostasia
1. Urbanização (quebra das inter-relações – biocenose)
2. Competição da Humanidade consigo própria (onde o mais
não coincide com o melhor)
3. Unidimensionalismo humano (materialização dos valores)
4. Morte (em vida) dos afectos (indiferença pelos sentimentos
alheios)
5. Quebra das tradições
6. Escravização aos mass media (julgamento e avaliação)
O homem, que é único e insubstituível, no dizer de
Unamuno, corre o risco de se trocar por um outro eu,
um eu de mercado, sujeito à oscilação dos preços
O contexto das éticas contemporâneas
A Secularização
z Com a secularização, fenómeno complexo, mas aqui analisado,
apenas, no aspecto da perda da referência do religioso, quer
para a convivência social, quer para os planos pessoais de vida,
a ética, como fundamento intramundano, passa, assim, para
primeiro plano, tornando-se numa ética da convivência, numa
ética cívica.
z Esta ética deveria encontrar uma fundamentação autónoma,
capaz de fazer com que as nossas acções não se situem na pura
arbitrariedade.
Importância e ambiguidade da ética na
sociedade actual
A Autonomia
Pluralismo
z Eleito como valor moral
z Para
Scheler, os valores são formas
materiais a priori
ÉTICA
z Ciênciaou filosofia da acção humana –
ciência categoricamente normativa dos
actos humanos, segundo a luz natural da
razão
Ética
z Éthos (etimologicamente, significa, covil dos
animais; o termo era assim utilizado nos poetas
gregos): Habitação, carácter, costume
z Para Heidegger: Morada do ser
z Sentidos:
z 1. Ordem moral ou ordem ética – totalidade do
dever moral
z 2. Estrutura fundamental das ideias morais
z 3. Conduta moral efectiva de um indivíduo ou de
um grupo
Ética
z Ética antiga: “ética da vida feliz = vida boa”
z Ética kantiana: “ética do dever”
z Habermas/K.O. Apel: “ética do diálogo
(diálogo racional, universal e livre – situado
no consenso)
z A racionalidade é a categoria ética suprema
z Virtude – hábito que inclina à prática do
bem
Ética – Lawrence Kohlberg
z Critériosde legitimidade, de racionalidade,
de universalidade e de comensurabilidade
Níveis de Ética
1. Ética vivencial
2. Ética sociológica
3. Ética filosófica
A responsabilidade não resulta do
agir,
é-lhe anterior,
determinando a própria acção.
Hans Jonas
Ética
P. Ricoeur defende:
z A primazia da ética sobre a moral
z A necessidade de a visão ética passar pelo
crivo da norma
z A legitimidade de um recurso da norma à
visão ética quando os conflitos surgem na
singularidade das situações
Ética
Dia 1
Imediatamente depois da
FECUNDAÇÃO começa o
desenvolvimento celular
As células começam a
diferenciar-se
Dr. Nilsson
Dia 8 (1ª semana)
Ocorre a IMPLANTAÇÃO
3ª SEMANA
9 Aparece a base do sistema nervoso
4ª SEMANA
9 0,5 cm de comprimento
9 O embrião tem o seu próprio grupo sanguíneo
9 Um coração primitivo já bate…
6ª SEMANA
5ª SEMANA
9Completa-se o esqueleto
9 As orelhas e o nariz vão adquirindo
forma 9Nas mãos e nos pés começam a distinguir-se
os dedos
9O cérebro já dá sinais de actividade eléctrica,
9 A energia do coração alcança 20% da evidência de que o sistema nervoso começa a
de um adulto funcionar coordenadamente
9 Distinguem-se perfeitamente as
9 Todos os sistemas do corpo
orelhas e o nariz
estão em funcionamento
ENTRE A 8ª E A 9ª SEMANAS
Religiosos (“ultimidade”)
Éticos (bem)
Estéticos (beleza)
Intelectuais (verdade)
Hedonísticos (prazer)
Práticos (tecnológicos)
Valores vitais (biológicos)
A educação deve respeitar a hierarquia dos valores e
realizar a totalidade da pirâmide
Segundo Hegel, “o belo é a expressão sensível da Ideia”
Que valores
para o 3º milénio?
Hannah Arendt
zA ética profissional implica:
z 1. Profissionalidade (Dedicação e
Competência)
z 2. Sentido social
z 3. Humanidade (Dignidade humana -
- o espírito como valor)
Eixos da Ética da Profissão
zConstruindo a sabedoria,
na percepção de que não
vivemos em vão.
Conclusões
zConscientes de que a vida
humana deve seguir as pistas do
trabalho, da justiça, do amor e
da verdade.
z Cientesde que “não há vento favorável
para quem não sabe aonde vai”.
Conclusões
zA progressão da vida
não é linear – há que
recomeçar
continuamente
Conclusões
z L´homme est à s´inventer chaque jour (Sartre)
z Ética – horizonte de plenitude – dignidade
humana, o respeito como valor, atendendo ao
“mistério” que envolve todas as coisas.
z A pessoa humana é, por natureza ética (E.
Lévinas). Há que superar o consenso (J.
Habermas).
z Drama do homem: situado na finitude, mas aberto
ao absoluto.
z Recusar ser salvos pelo número.
Conclusões
z
Sim---------------Não
(tímido) (assumido)
mais jovens menos jovens
Ponto de vista cultural
Ética
Valores
Cultura
Valores
Objectivos
2. Esquema formal da
problemática do valor
Aproximar o valor do agir
Valor Acção
Circulo hermenêutico
z Pré-compreensão
z Compreensão do todo a partir das
partes
z Compreensão das partes a partir do
todo
z Crer para compreender e compreender
para crer
A origem dos valores
1. Solução de cariz
intelectualista
A colonização
z Questão actualíssima
z Legado aristotélico
z Relançada actualmente
Ética e emergência dos
valores
z Debate:
z Dependência do homem
Ética e emergência dos
valores
– Universal
– Singular
Ética e educação
z O que é educar:
– Dar
– Transmitir
– Incumbir
z Humanizar
– Existência de valores
– Estruturação dos valores
z Globalização
z Consciencialização da sociedade
zÀs instituições educativas
compete impulsionar a
formação ética
Estratégias para a sala de aula
O professor como mentor e Tratar os alunos com carinho e respeito
modelo
Uma sala de aula acolhedora Levar os alunos a cuidar do seu projecto
de existência
Disciplina moral Usar as regras para desenvolver a
moralidade
Uma sala de aula democrática Participação dos alunos na tomada de
decisão
Ensino de valores através do Usar os conteúdos disciplinares para
currículo desenvolver a moralidade
Ensino cooperativo Ajudar os alunos a cooperarem
Sofia Rebelo
ÉTICA
Normatividade ética
ACÇÃO
¾ Daqui…
LINHAS DE PENSAMENTO
¾ Teleologia Ética
situacional
¾ Deontologia
¾ Neoliberalismo
¾ Comunitarismo
Teleologia
¾ Os deontologistas salientam os
deveres e as obrigações
¾ O dever surge como um imperativo
categórico – tu deves - que se impõe
a uma consciência moral
inteiramente livre
DEONTOLOGIA
Exemplos:
¾Asreligiões
¾Normas jurídicas
ÉTICA
SITUACIONAL
¾ Relativismo cultural
¾ Valoriza o contexto em que a acção
ou decisão tem lugar
¾ Exemplos: Castração/circuncisão
feminina – tradicional em algumas
sociedades do 3º mundo
Neoliberalismo
Kant:
“Age de tal forma que trates a
humanidade, tanto na tua pessoa como
na de qualquer outro, sempre e
simultaneamente como um fim em si
mesmo e nunca simplesmente como um
meio”
Neoliberalismo
Kant:
¾ Aristóteles, Hegel:
¾ Comungam da desconfiança na moral
abstracta
¾ Defendem a ética das virtudes e a
história da tradição
COMUNITARISMO
¾ Os comunitaristas colocam a
prioridade na forma de vida
comunitária
. Virtudes fundamentais:
Na Psicologia, ainda
enquanto estudante, a
sua maior influência foi a
obra de Piaget
Salienta-se o livro
Le Jugement morale
chez les enfants
A partir dos anos 70, com o
início do seu envolvimento
na criação de programas
curriculares de educação
moral, em cenários de
escolas secundárias,
passou a acentuar mais o
carácter social da
moralidade.
O maior contributo de
Kohlberg para o estudo
do desenvolvimento
moral foi, sem dúvida, a
sua teoria dos estádios
de desenvolvimento
moral.
Estádios de desenvolvimento moral de
Kohlberg
Estádios de desenvolvimento moral
de Kohlberg
Estádios de desenvolvimento
moral de Kohlberg
Em defesa da moral
Kohlberguiana
z «Joe deve recusar dar o dinheiro ao pai porque, enquanto pessoa tem
direitos que são tão legítimos quanto os do pai.»
Ou
z «O Joe deve recusar dar o dinheiro ao pai, porque as promessas livremente
assumidas são a base de qualquer relação social.»
- Estádio 5
A teoria do desenvolvimento moral
kohlberguiana vs morais narrativas do
movimento pós-moderno
z Para Kohlberg, a pessoa moralmente mais desenvolvida é aquela que
atinge um nível de moralidade pós-convencional – procura resolver
conflitos de interesse seguindo princípios que são reversíveis e
universalizáveis.
Legitimidade Relativismo
Universalismo Contextualismo
Racionalidade Narrativa
Comensurabilidade Incomensurabilidade
Não neutralidade vs Neutralidade
Kohlberg Morais narrativas
desejos
Últimos de realização humana a satisfazer
pela sabedoria
A Ética do futuro
=
Previsão e responsabilidade
Previsão – os efeitos da acção no presente têm uma significação ética futura (saber
preditivo, o que constitui um dever na orientação do agir).
Responsabilidade - a acção presente, antecipa e modela o futuro.
Análise da nova concepção ética à luz das características da
ética tradicional:
Sentimento
desencadeado pelo Princípio que obriga à
medo, motivador da procura do bem
acção
Medo
Sentimento, motivador Forma de conhecimento “saber Princípio que obriga à
da acção das possibilidades” procura do bem
Crítica: o argumento do medo pode criar a ideia de que a ética é um produto
do medo e tem a função de estabelecer limites à acção humana.
1º nível
A afirmação da prioridade do “ser” sobre o “não ser” dá origem à noção de
valor
=
transição da problemática da exigência do dever ser para o estatuto do valor
2º nível
Responsabilidade
Principio Virtude
1. Filosofia e Técnica
1.Filosofia e Técnica
ª O Principio Responsabilidade
… formulação de uma “nova ética” … num mundo novo
enquanto dominado pela tecnologia.
ª A Técnica
…A capacidade de o homem criar meios artificiais para
responder às suas necessidades tem sido uma constante.
ª Técnica Æ Tecnologia
…habilidade de fabricar e manusear instrumentos para a
capacidade de produzir e manipular a aplicação dos
conhecimentos científicos na transformação do real. Não
quantitativa, mas qualitativa.
Uma Ética para a Civilização Tecnológica
por M. Patrão Neves /Universidade dos Aç
Açores
1.Filosofia e Técnica
2º Aspecto importante :
A acção tecnológica interfere na esfera humana:
- sujeito passa a objecto;
- aspecto manipulador;
-Existência:
…obrigação efectiva de cuidar pelo dever das
futuras gerações e da sua obrigação de serem uma
“humanidade verdadeira”.
Ética de responsabilidade
Uma Ética para a Civilização Tecnológica
por M. Patrão Neves /Universidade dos Aç
Açores
Fundamentação:
1º Exigência da necessidade de existir, de ser;
2º Equivalência do ser e do valor ao bem e ao fim;
3º Não há ser sem finalidade.
Uma Ética para a Civilização Tecnológica
por M. Patrão Neves /Universidade dos Aç
Açores
Max Weber
“Ética da responsabilidade” - “Ética da convicção”
Consequência do agir - previsão das consequências.
Uma Ética para a Civilização Tecnológica
por M. Patrão Neves /Universidade dos Aç
Açores