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PROFESSOR(A): Profa. Me.

Luciana Correa

CURSO: Bacharelado em Direito

DISCIPLINA: Direito Penal

TEMA: Conduta: dolo e culpa

DATA:

ALUNO:

PLANO DE AULA

CONDUTA: DOLO E CULPA

1 DO CRIME DOLOSO

“O dolo é a vontade consciente de realizar um crime ou - mais tecnicamente - a

vontade consciente de realizar o tipo objetivo de um crime, também definível como saber

e querer em relação às circunstâncias de fato do tipo legal. Assim, o dolo é composto de

um elemento intelectual (consciência, ou representação psíquica) e de um elemento volitivo

(vontade, ou energia psíquica), como fatores formadores da ação típica dolosa.” (SANTOS,

2020)

1.1 Elementos

• Intelectual – Conhecimento atual das circunstâncias

• Volitivo – É a vontade, definida, como o querer realizar o tipo objetivo do delito

“Consciência e vontade são, pois, essenciais à configuração do dolo; se faltar um

desses elementos, o caso será (em princípio) de simples culpa. Assim, o conceito

Welzelniano de dolo permanece, no essencial, atualíssimo: dolo é o saber e querer a

realização do tipo.” (QUEIROZ, 2020)


2 TEORIAS

• Teoria da representação

• Teoria do assentimento

Qual adotada pelo CP? Vide art. 18, inciso I, do Código Penal. O dispositivo legal

revela que foram duas as teorias adotadas pelo Código Penal: a da vontade, ao dizer “quis

o resultado”, e a do assentimento, na expressão “assumiu o risco de produzi-lo”.

3 ESPÉCIES DE DOLO

3.1 Dolo Direto

• Dolo Direto de 1º grau: O dolo direto de 1 ° grau tem por conteúdo o fim proposto

pelo autor, também definido como pretensão dirigida ao fim ou ao resultado típico

ou como pretensão de realizar a ação ou o resultado típico. (SANTOS, 2020)

• Dolo Direto de 2º grau: O dolo direto de 2° grau compreende os meios de ação

escolhi­ dos para realizar o fim e, de modo especial, os efeitos secundários

representados como certos ou necessários (SANTOS, 2020)

3.2 Dolo Eventual: Dolo eventual é a modalidade em que o agente não quer o resultado,

por ele previsto, mas assume/aceita o risco de produzi-lo (teoria do assentimento). O

agente não quer o resultado mais grave, mas assume o risco de produzi-lo.

4 DO CRIME CULPOSO

“A culpa, no sentido de negligência, ou crime culposo constitui uma criação da

ordem jurídica. Não há crime culposo em sentido natural. O crime culposo decorre de um

processo que de imputação que tem por fundamento a realização de uma conduta que

exceda os limites do risco autorizado e se veja como penalmente relevante”(TAVARES,

2020). Trata-se de um processo de imputação especial – violação de uma norma de cuidado.

De acordo com Tavares (2020) é essencial que se tenha a delimitação teórica do crime

culposo a fim de limitar o poder punitivo do Estado, bem como a necessidade de

diferenciação entre crimes culposos e dolosos é essencial dentro de um Estado democrático


de Direito, uma vez que compete ao Direito Penal fixar com nitidez os limites e contornos

do poder punitivo estatal.

“A lei penal brasileira define o chamado crime culposo como resultado causado por

imprudência, negligência ou imperícia (art. 18 , II, CP) - na verdade, uma enumeração de

hipóteses de comportamentos culposos herdada do modelo causal, em contradição com os

funda­ mentos metodológicos do modelo final, paradigma teórico da reforma da parte geral

do Código Penal”( SANTOS, 2020)

O crime culposo consiste na conduta voluntária que realiza um evento ilícito não

querido ou aceito pelo agente, mas que lhe era previsível (culpa inconsciente) ou

excepcionalmente previsto (culpa consciente) e que podia ser evitado se empregasse a

cautela esperada.

5 ELEMENTOS

• Inobservância de um dever objetivo de cuidado

• Resultado naturalístico involuntário

• Nexo causal

• Previsibilidade

• Tipicidade

6 MODALIDADES DA CULPA

• Imprudência: o agente atua com precipitação, afoiteza, sem os cuidados que o caso

requer.

• Negligência: é a ausência de precaução.

• Imperícia: é a falta de aptidão técnica para o exercício de arte ou profissão.

7 IMPUTAÇÃO NOS CRIMES CULPOSOS

“A imputação do resultado ao autor (a) tem como pressuposto a relação de

causalidade entre a ação lesiva do dever de cuidado ou do risco permitido e o resultado de


lesão do bem jurídico e (b) tem como fundamento a realização do risco criado pela ação

lesiva do dever de cuidado ou do risco permitido e (c) como condição - pelo menos para

um setor importante da teoria - a previsibilidade do resultado” (SANTOS, 2020).

8 ESPÉCIES

• Culpa inconsciente, sem previsão ou ex ignorantia: é aquela em que o agente não

prevê o resultado objetivamente previsível. De acordo com Santos (2020):

“Imprudência inconsciente. A imprudência inconsciente define­se pela ausência de

representação da lesão do dever de cuidado ou do risco permitido - o autor não

representa a possibilidade de realização do tipo - e constitui a modalidade menos

grave de imprudência.”

• Culpa consciente, com previsão ou ex lascívia: é a que ocorre quando o agente, após

prever o resultado objetivamente previsível, realiza a conduta acreditando

sinceramente que ele não ocorrerá. De acordo com Santos (2020): “Imprudência

consciente configura-se pela representação da possibilidade de lesão do risco

permitido ou do dever de cuidado e pela confiança na evitação do resultado: o autor

representa a possibilidade de realização do tipo, mas confia na ausência do resultado

lesivo, ou porque subestima o perigo, ou porque superestima a capacidade pessoal,

ou porque acredita na sorte.”.

Qual a diferença entre dolo eventual e culpa consciente? “A imprudência consciente

caracteriza-se, no nível intelectual, pela representação da possível produção do resultado

típico e, no nível da atitude emocional, pela leviana confiança na ausência ou exclusão desse

resultado, por habilidade, atenção, cuidado etc. na realização concreta da ação; o dolo

eventual caracteriza-se, no nível intelectual, por levar a sério a possível produção do

resultado típico e, no nível da atitude emocional, por conformar-se com a eventual produção

desse resultado - podendo variar para as situações respectivas de contar com o resultado

típico possível, cuja eventual produção o autor aceita.”(SANTOS, 2020)


9 CRIME PRETERDOLOSO

“Diz-se preterdoloso (de praeter dolus, isto é, além do dolo) ou preterintencional um

crime quando, num mesmo tipo penal, conjugam-se dolo e culpa, de modo que o delito

consiste na fusão de ambos, havendo dolo no ato antecedente e culpa no Consequente.

Trata-se, portanto, de um comportamento doloso cujo resultado é punido a titulo de culpa.

Assim, por exemplo, o crime do art. 129, 3°, do CP, em que se pune a lesão corporal a título

de dolo e a morte a título de culpa, desde que “as circunstâncias evidenciem que o agente

não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo", os seja, o agente quis,

simplesmente, causar lesão (v. g., por meio de um soco), vindo, porém, a matar a vítima, tal

foi a violência do impacto. No preterdolo o resultado vai além da intenção do agente,

portanto.” (QUEIROZ,2020)

10 REFERÊNCIAS

QUEIROZ, Paulo. Curso de direito penal: parte geral. 14. ed. rev.. ampl. e atual. Salvador:
Juspodivm, 2020. v. 1.

SANTOS, Juarez Cirino dos. Direito Penal: parte geral. 9. ed., rev. atual. e ampl..
Florianópolis: Tirant lo Blanch, 2020.

SOUZA, Luciano Anderson de. Direito penal: parte geral - vol. 1/ Luciano Anderson de
Souza. « - 2. ed. rev, atual, e ampl, -- São Paulo : Thomson Reuters Brasil, 2021.

TAVARES, Juarez. Fundamentos de teoria do delito [livro eletrônico]. 2.ed. - São Paulo :
Tirant lo Blanch, 2020.

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