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PROFESSOR(A): Profa. Me.

Luciana Correa

CURSO: Bacharelado em Direito

DISCIPLINA: Direito Penal

TEMA: Lei Penal no Espaço

DATA:

ALUNO:

PLANO DE AULA

LEI PENAL NO ESPAÇO

1 LEI PENAL NO ESPAÇO

O âmbito de validade da lei penal é baseado em dois vetores fundamentais: a

territorialidade (art. 5º) e a extraterritorialidade (art. 7º). Com base neles se estabelecem

princípios que buscam solucionar os conflitos de leis penais no espaço.

De acordo com Nucci (2020): “Territorialidade significa a aplicação das leis brasileiras

aos delitos cometidos dentro do território nacional. Essa é uma regra geral que advém do

conceito de soberania, ou seja, a cada Estado cabe decidir e aplicar as leis pertinentes aos

acontecimentos dentro do seu território. Extraterritorialidade representa a aplicação das leis

brasileiras aos crimes cometidos fora do território nacional.”

“O critério da territorialidade - fundado no conceito de território, o elemento mais

característico do Estado, existente como corporação territorial segundo o Direito

Internacional Público - é a principal forma de delimitação do espaço geopolítico de validade

da lei penal na área das relações entre Estados soberanos. A soberania do Estado,

expressão do princípio da igualdade soberana de todos os membros da comunidade


internacional (art. 2°,§1°, Carta da ONU), fundamenta o exercício de todas as competências

sobre fatos puníveis realizados no território respectivo.”(SANTOS, 2020)

2 CONCEITO DE TERRITÓRIO NACIONAL E SUA EXTENSÃO

“O território é o espaço sobre o qual o Estado exerce a soberania política, constituído

pelas áreas (a) do solo, como extensão de terra contínua ou descontínua, com os rios, lagos

e mares existentes dentro do território, (b) do subsolo, como profundidade cônica do

território em relação ao centro do Planeta, (c) do mar territorial, com a extensão de 12 (doze)

milhas marítimas a partir do litoral brasileiro, (Lei 8.617/93), (d) da plataforma continental,

com a extensão de 200 (duzentas) milhas marítimas a partir do litoral brasileiro (ou 188

milhas, deduzidas as 12 milhas do mar territorial), como zona económica exclusiva (Lei

8.617/93) que incorporou a Convenção da ONU de 1982 sobre o Direito do Mar, (e) do

espaço aéreo correspondente ao conjunto do território, ainda regido pelas Convenções de

Chicago de 1944 e pela Convenção de Varsóvia de 1929, ambas sobre aviação civil

internacional.” (SANTOS, 2020)

O que é território brasileiro por extensão?

§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as

embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro

onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras,

mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo

correspondente ou em alto-mar. à Princípio da Bandeira

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou

embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no

território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar

territorial do Brasil. à Princípio da territorialidade.

2.1. Situações de extraterritorialidade: Extraterritorialidade é a aplicação da legislação

penal brasileira aos crimes cometidos no exterior, trata-se de uma situação

excepcional.
I) Incondicionada: Art. 7º, I, do CP

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

I - os crimes:

a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; à Princípio da Proteção

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território,

de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação

instituída pelo Poder Público; à Princípio da Proteção

c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; à Princípio da Proteção

d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; à Princípio da

Personalidade/ Princípio da Competência Universal

§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido

ou condenado no estrangeiro.

II) Condicionada: Relaciona-se aos crimes indicados pelo art. 7.º, II, e § 3.º, do

Código Penal.

A aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos no exterior se sujeita às condições

descritas pelo art. 7.º, § 2.º, alíneas “a”, “b”, “c” e “d”, e § 3.º, do Código Penal. Tratando-

se de extraterritorialidade condicionada, a lei penal brasileira é subsidiária em relação aos

crimes praticados fora do território nacional, elencados pelo art. 7.º, II, e § 3.º, do Código

Penal.

II - os crimes:

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; à Princípio da

Competência Universal

b) praticados por brasileiro; à Princípio da Personalidade

c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade

privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. à Princípio da

Competência Universal

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes

condições:
a) entrar o agente no território nacional;

b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;

d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a

punibilidade, segundo a lei mais favorável.

§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro

fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: à Princípio da

Personalidade

a) não foi pedida ou foi negada a extradição;

b) houve requisição do Ministro da Justiça.

3 LUGAR DO CRIME

I) Teoria da atividade

II) Teoria do resultado

III) Teoria mista ou da ubiquidade

Qual o lugar do crime?

4 REFERÊNCIAS

NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. 20. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de
Janeiro: Forense, 2020.

QUEIROZ, Paulo. Curso de direito penal: parte geral. 14. ed. rev.. ampl. e atual. Salvador:
Juspodivm, 2020. v. 1.

SANTOS, Juarez Cirino dos. Direito Penal: parte geral. 9. ed., rev. atual. e ampl..
Florianópolis: Tirant lo Blanch, 2020.

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