Você está na página 1de 4

PROFESSOR(A): Profa. Me.

Luciana Correa

CURSO: Bacharelado em Direito

DISCIPLINA: Direito Penal

TEMA: ITER CRIMINIS: CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

DATA:

ALUNO:

PLANO DE AULA

ITER CRIMINIS: CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. ITER CRIMINIS

Por iter criminis, ou caminho percorrido pelo crime, entende-se o conjunto de fases

que se sucedem cronologicamente no desenvolvimento do delito doloso.

a. Cogitação

b. Preparação

c. Execução

d. Consumação

Consumação x Exaurimento?

“A consumação do tipo de injusto pode ser formal e material: a consumação formal

do fato punível suficiente para aplicação da pena integral, ocorre com a realização de todos

os elementos de sua definição legal (art. 14, I, CP); a consumação material do tipo de injusto

(também conhecida como término ou exaurimento do fato) coincide, normalmente, com a

consumação formal, mas pode ser posterior: na extorsão mediante sequestro, a privação da

liberdade da vítima com o fim de obter vantagem constitui consumação formal; a obtenção

da vantagem pretendida (intenção especial do tipo) constitui consumação material - ou seja,


a consumação formal ocorre com a produção do resultado típico, mas permanece em

estado de consumação material.”(SANTOS, 2020)

2. TENTATIVA

2.1. Conceito

Existe tentativa sempre que o agente, tendo iniciado a execução do crime, não lograr

consumá-lo por circunstâncias alheias à sua vontade. A tentativa é, portanto, a realização

incompleta da infração penal, porque, embora haja a realização completa da parte subjetiva

do tipo (dolo), a parte objetiva não se perfaz plenamente, em virtude da interrupção (não

voluntária) do iter criminis. (QUEIROZ, 2020).

ATENÇÃO: Só há de se falar em tentativa em relação a crimes dolosos, não se admite

tentativa de crime doloso.

2.2. Elementos

a. Que conduta seja dolosa, isto é, que exista uma vontade livre e consciente de querer

praticar determinada infração penal;

b. Que agente ingresse, obrigatoriamente, na fase dos chamados atos de execução;

c. E não consiga chegar à consumação do crime, por circunstâncias alheias à sua

vontade.

2.3. Natureza Jurídica

A norma da tentativa é uma norma de extensão ou de ampliação da conduta. Opera-

se uma ampliação temporal da figura típica, pois com a utilização da regra prevista no art.

14, II, do Código Penal.

2.4. Consequências para fins de Aplicação de Pena.

A punibilidade da tentativa é disciplinada pelo art. 14, parágrafo único. E, nesse

campo, o Código Penal acolheu como regra a teoria objetiva, realística ou dualista, ao

determinar que a pena da tentativa deve ser correspondente à pena do crime consumado,

diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços).


“O fundamento da punibilidade da tentativa depende dos objetivos atribuídos ao

Direito Penal: a) se o Direito Penal tem por objetivo a proteção de bens jurídicos, então a

punibilidade da tentativa tem por fundamento o perigo para o bem jurídico protegido no

tipo penal, segundo a teoria do autor; b) se o Direito Penal tem por tarefa estabilizaras

expectativas normativas da população, então o fundamento da punibilidade da tentativa

seria o abalo da confiança jurídica da comunidade, segundo a teoria da impressão.”

(SANTOS, 2020).

3. CRIME IMPOSSÍVEL/TENTATIVA INIDÔNEA

3.1. Conceito

“A tentativa, como início de execução do tipo objetivo de um crime doloso, supõe

meio eficaz e objeto próprio para produção do resultado. Ação com meio ineficaz ou sobre

objeto impróprio para produzir o resultado configura tentativa inidônea (ou crime

impossível), cuja disciplina legal varia conforme a teoria incorporada na legislação. Na lei

penal brasileira, a tentativa idônea distingue-se da tentativa inidônea pelo perigo objetivo

para o bem jurídico, pelo seguinte argumento: se o resultado de lesão do bem jurídico é o

fundamento da punibilidade do fato, então a punibilidade da tentativa exige ação capaz de

produzir o resultado típico.” (SANTOS, 2020).

3.2. Elementos do crime impossível

a. início da execução;

b. a não consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente;

c. dolo de consumação;

d. resultado absolutamente impossível de ser alcançado.

São duas são as formas de crime impossível:

a. Crime impossível por INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO;

b. Crime impossível por IMPROPRIEDADE ABSOLUTA DO OBJETO;

4. REFERÊNCIAS
QUEIROZ, Paulo. Curso de direito penal: parte geral. 14. ed. rev.. ampl. e atual. Salvador:
Juspodivm, 2020. v. 1.

SANTOS, Juarez Cirino dos. Direito Penal: parte geral. 9. ed., rev. atual. e ampl..
Florianópolis: Tirant lo Blanch, 2020.

Você também pode gostar