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2. A Tentativa
Elementos:
Tipo subjectivo:
Tipo Objectivo:
Elemento subjectivo da tentativa, que é sem dúvida o mais caracterizador da tentativa: tem-
se que só há tentativas dolosas; não é possível haver uma tentativa negligente. Isso resulta
claramente do 17.
Há que provar, primeiro, que há prática de actos de execução (não basta a prática de actos
preparatórios para haver tentativa; tem de haver o que a lei e a doutrina denominam actos
de execução. Por outro lado, também caracteriza o tipo objectivo o facto de não haver uma
consumação do crime por parte do agente. Isto por duas razões: ou porque não há resultado
(ele não se produz), ou porque, apesar de haver resultado, não podemos imputar
Nota: por regra, não se punem os actos preparatórios, a não ser que o legislador os
Exemplo: a contrafacção de moeda está prevista no 326 CP. É um acto preparatório face à
circulação de moeda falsa. O legislador resolveu criar um tipo em que se pune apenas a
contrafacção de moeda. Assim, por vezes há tipos de crime que são actos preparatórios em
São actos de execução todos aqueles que caem sob a alçada de um tipo de ilícito, e,
Exemplo: pense-se no furto com introdução em casa alheia. Esta é uma forma de furto
forem de natureza a fazer esperar que se lhes sigam actos das espécies indicadas nas
alíneas anteriores.
O que significa isto? Para já, a maior parte da doutrina interpreta esta alínea de uma
forma restritiva. Entende que não basta serem actos que, segundo a experiência
sigam) os actos das alíneas a) ou b). A maior parte da doutrina exige, além da
experiência comum, que isto seja também de acordo com o plano concreto do agente.
esperar que, imediatamente a seguir, se lhes sigam os actos das espécies indicadas
nas alíneas b) e a), de acordo com a experiência comum e de acordo com o plano
concreto do agente. É preciso, portanto, ainda comprovar que de acordo com o plano
da a).
Punibilidade:
temporais, há uma proximidade entre o ato e a lesão do bem jurídico – e, além disso,
directamente – é o chamado autor material. Em quase todas as nossas hipóteses, o que temos
estado a ver é como analisar a conduta do agente imediato, o agente material, que pratica a
acção – e, ainda, por cima, o agente singular (sozinho). Ora, há muitas formas de participar
no crime. Sempre que isso acontece entra uma figura fulcral na teoria do crime: a figura da
facto típico, temos de determinar qual o papel que essas pessoas desempenharam no
qualquer forma, a palavra comparticipação, em sentido amplo, abarca quer a autoria, quer a
comparticipação.
Docente: Chaquila Carimo C.U. Assane
2ºano; Curso de Direito; UCM- Extensão de Nacala Página 3
Direito Penal II 2021
por uma distinção importante. Nos crimes negligentes, o conceito de autoria é diferente do
participação.
>>> Crimes negligentes – é autor todo aquele que contribui causalmente para o resultado (a
negligência, para punir alguém como autor, basta provar que aquela pessoa contribuiu
teoria do domínio do facto, que a doutrina dominante utiliza para determinar quem é o
No fundo, é autor quem controla o processo causal que leva ao resultado típico. Por isso, o
facto surge como obra da sua vontade – e, numa vertente objectiva, surge fruto de uma
O nosso CP distingue formas de autoria e formas de participação. Temos de saber quais são
elas. Mas já sabemos uma coisa: em todas as formas de autoria, o sujeito tem de ter domínio
i.e., o agente, durante a execução, possui uma função relevante para a realização
através do elemento volitivo (coacção). Estas são as formas de autoria que estão no nosso
Código.
a) Instigação;
b) Cumplicidade.
Olhe-se ao art. 24. Lemos que é autor quem executa o facto por si mesmo - autor imediato,
autor material. É também autor quem executa por intermédio de outrem - autor mediato -
aqui, o autor obtém o domínio do facto porque utiliza o outro como instrumento da sua
vontade.
“Com outro ou outros” é uma referência à coautoria. Quanto à última parte, refere-se à
instigação (“e ainda quem, dolosamente, determinar outra pessoa à prática do facto, desde
que haja execução ou começo de execução”).
Pode dizer-se que se pratica o facto por intermédio de outrem quando esse outrem é
utilizado como instrumento da vontade do chamado autor mediato. Para a maior parte da
- Por erro – mas tem de ser um erro que exclua o dolo ou a culpa do executor. Não é um erro
qualquer.
- Por coacção – é outra forma de obter o domínio da vontade, mas não é uma coacção
Nas situações de autoria mediata por erro, o autor mediato induz o autor imediato em erro
Exemplo: A diz a B que o que está atrás da árvore é um veado, quando sabe perfeitamente que é C. A
induziu B em erro, e, dessa forma, conseguiu dominar a vontade de B. Chama-se a isto autoria
mediata por erro. Como é que A será punido? Eventualmente, por homicídio negligente. E B será
punido por homicídio doloso, em autoria mediata. Ele induziu B em erro sobre os elementos do facto
típico, dessa forma conseguindo obter o domínio da vontade de B. Note-se que outras situações de erro
poderão existir.
Exemplo de autoria mediata por coacção: A aponta uma pistola à cabeça de B e diz: “ou disparas
sobre C, ou dou-te um tiro”. E B dispara. Aqui, ele consegue o domínio do facto através do
Exemplo 2: três alpinistas sobem na vertical. O primeiro alpinista vira-se para o segundo e diz: “ou
cortas a corda ao terceiro alpinista, ou eu corto a corda aos dois”. B corta a corda a C. A domina a