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Objecto do Direito Real

Direito real é um conjunto de princípios e regras que disciplina uma relação jurídica
entre pessoas tendo em vista bens.

Não existe relação jurídica entre pessoas e coisas. As relações são entre pessoas. Por
isso é que não se deve falar em direito das coisas.

Um segundo conceito diz que o direito real é o estudo do estado atual da propriedade.

A propriedade vai ser concebida em três estados diferentes: aparente (posse); jurídico
(propriedade); e jurídico (direito real sobre coisa alheia).

Características

Pela ótica do sujeito ativo, são as seguintes:

Oponibilidade erga omnes: é a mesma oponibilidade da lei. Isto decorre da legalidade


(só a lei obriga a fazer ou deixar de fazer qualquer coisa) e da publicidade (pelo registro
ou pela posse).

Aderência: onde quer que a pessoa vá, os bens acompanham. A aderência se inicia
como nascimento com vida. Antes do nascimento, temos direitos formais da
personalidade.

Disso decorre o direito de seqüela, com a possibilidade de reivindicar a coisa onde quer
que ela esteja.

Outra consequência da aderência é a ambulatoriedade, ou seja, as obrigações da coisa


acompanham a coisa onde quer que ela vá.

Obrigações portearem: obrigações que acompanham a coisa, independentemente do seu


titular. Na medida em que o titular transfere a coisa, ele se livra da obrigação.

A principal figura da obrigação propter rem é o abandono. Na medida em que se


abandona a coisa, abandona-se a obrigação. Se o Estado vier a arrecadar o bem, por
exemplo, terá que pagar suas dívidas condominiais.

Exclusividade: é a impossibilidade de existência de dois ou mais titulares, com o mesmo


poder, sobre o mesmo bem, no mesmo momento.
Objecto dos Direitos Reais

É fácil perceber isso na figura do usufruto: usufrutuário e nu-proprietário tem poderes


diferentes. O mesmo se diga com relação ao compromissário comprador e o promitente
vendedor e aos condôminos. Em tese, é possível inclusive o usucapião entre
condôminos, quando um deles expulsa o outro do imóvel e passa a exercer a posse
sozinho.

Pela ótica do objeto, são as seguintes:

Existência física: o objeto deve ser previamente determinado. Direito de autor não é
direito real porque não necessita de registro.

Economicidade: deve ter valor próprio. Essa é a principal diferença entre direito real e
direito da personalidade.

No vínculo obrigacional, ao contrário dos direitos reais, não há oponibilidade erga


omnes (é inter partes, em razão do acordo de vontades); não há direito de seqüela; nem
a figura da exclusividade (existe, isto sim, a figura da solidariedade). Além disso, o
objeto das obrigações é um dar, fazer ou não fazer, ou seja, é uma ficção, cujo valor é
atribuído pelas partes. Já nos direitos reais o objeto tem existência física e valor próprio.

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