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Direito das Coisas

Conceito de Direito das Coisas

Segundo Clóvis Beviláqua ( 2003 , p . 9 ) , o direito das coisas seria " o complexo das
normas reguladoras das relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação
pelo homem " .

Na visão de Flávio Tartuce ( 2017 , p . 2 ) , " O Direito das coisas é o ramo do Direito
Civil que tem como conteúdo relações jurídicas estabelecidas entre pessoas e coisas
( tudo aquilo que não é humano determinadas , ou mesmo determináveis " .

Evolucao e tese subsequentes

Teoria do poder directo( tese clássica ou realista)

A evolução subsequente da categoria e conceito de direito real (ux in re) deu-se a partir
do inicio do séc. XVII sob os influxos do iluminismo, de base racionalista.

No quadro do Jusracionalismo o direito real, e dentro dele, a propriedade, surge como


expressão patrimonial da pessoa, do Homem, centro e fim do Direito. O primeiro
movimento codificador exprime esta ideologia de coisas no art. 544, do Code Napoléon
(Código Civil francês de 1804) O direito real e, então definido, como o direito
subjectivo que atribui um poder directo sobre uma coisa. Através dele é facultado ao
respectivo titular o gozo da coisa, sem a necessidade de colaboração ou prestação de
outrem. O direito explica-se e basta-se na ligação entre o sujeito e o bem.

Apesar da sua simplicidade, ou talvez por isso mesmo, esta construção teve e mantém
defensores. Na doutrina portuguesa actual destacam-se HENRIQUE MESQUITA &
PENHA GONÇALVES .

Em HENRIQUE MESQUITA permanece a visão do direito real como uma relação de


soberania ou domínio sobre uma coisa, estabelecida directamente entre o sujeito e esta.

De igual modo também para PENHA GONÇALVES através do direito real uma coisa
fica normativamente subordinada a certa pessoa, sem necessidade de colaboração
alheia. Isto corresponde à atribuição de um poder jurídico de aproveitamento directo de
certa coisa, ou seja, das utilidades que esta proporciona ". Este poder jurídico, para além
de directo, ainda é inerentemente: a situação de vantagem que proporciona
especialmente pelo ordenamento jurídico, que assegura uma fixação à coisa, a torna
potencialmente insensível face a novas situações (de fato ou de coisa, venham a ser) a
constituição-se posterior mente. Sua natureza o direito real, assim todos, é oponível
sem que haja uma relação jurídica.

Teoria do poder absoluto (tese moderna ou personalista)

2.2.1. Exposição

I. A partir da segunda metade do séc. XVIII as correntes racio nalistas começam a ter
expressão concreta na Alemanha, diferente da que tiveram em França. Tratou-se do
movimento da Pandectística, de reva lorização do direito romano bebido nas Pandectas.

Esta tendência evolui, no séc. XIX, no sentido de se produzirem conceitos rigorosos e


abstractos que servissem a lei. O projecto ideológico era conferir à ciência do direito os
caracteres que as ciências naturais, ditas positivas, apresentavam.

Se estas tinham no facto o seu elemento básico, o mesmo se deveria passar com o
Direito por via do conceito de facto jurídico. Sobre eles assentariam os conceitos de
acto jurídico, negócio jurídico e relação jurídica. Passava, assim, a vigorar um diferente
paradigma na ciência do direito.

Este programa ideológico concretizou-se nos códigos da segunda geração codificadora.


Estes tiveram como modelo o Burgeliches Gesetzbuch (BGB)-Código Civil alemão de
1898, e o respectivo modo de arrumação das matérias em Parte Geral, Direito das
Obrigações, Direito das Coisas, Direito da Família e Direito das Sucessões.

A relação jurídica foi consagrada nesta classificação como o conceito pelo qual se
explicam e ao qual se reconduzem os direitos subjetivos, tendo no fato, objecto, sujeito
e garantia dos seus elementos", Por isso, também através dela se explicaria a relação
entre o titular do direito real e os restantes direitos sujeitos à ordem jurídica: o real ma-
se numa relação jurídica absoluta entre o titular-pólo activo- e os anúncios restantes
sujeitos à ordem jurídica - pólo passivo. ou gozo de uma coisa, estes são titulares de
dever universal de obrigação ou obrigação universal, cujo condo é uma abstenção de
atos de perturbação do gozo da coisa. o centro desta construção deixa de ser a coisa,
mas tam bém não passa a ser a pessoa. O centro desloca-se, sim, para o vínculo entre os
polos activo e passivo da relação jurídica absoluta, traduzido no dever universal de
respeito.

Numa primeira formulação, este é o dever universal de respeito sobre toda e qualquer
pessoa conhecida ou que somos. Numa formulação posterior, mais restrita, abrange
apenas as pessoas que possam interferir com gozo da coisa num dado momento, ainda
que desconhecidas.

Na primeira formulação o sujeito está em relação com todo o mundo; na segunda está
em relação com um círculo de sujeitos determinado pela possibilidade de afectarem o
gozo da coisa ainda que não estejam individualmente determinados.

Exemplo: A, aluno, dirige-se à Faculdade de Direito levando debaixo do braço; ele é o


pólo com activo de uma relação as pessoas que com ele se vão cruzando, ainda que não
reparam nos livros, sobretudo, apesar de A nunca vir a saber quem são e vice-versa.

23. Teses eclécticas - breve referência

1. Faça-se, ainda, uma referência sumária às teses eclécticas ou mistas sobre o conceito
de direito real. Estas doutrinas procuram ultrapassar as dificuldades das teses clássica e
moderna, retirando de cada o seu melhor.

Postulam que o direito real tem uma dupla face: externa, traduzida na relação passiva
universal, e interna, no poder do titular sobre coisa, poder esse jurídico, e não de fato.

Em Portugal, HENRIQUE MESQUITA e MOTA PINTO, entre outros, conte-se entre


os seus seguidores ". Escreve MOTA PINTO: "O defeito da teoria clássica era pura e
simplesmente negar o aspecto inter-subjetivo e acentuar apenas o poder direito e
imediato sobre a coisa", mas uma "posição personalista (...) que procurasse não dar
relevância à posição do titular sobre a coisa, que se reduzisse ao chamado lado externo
(sic), (...) também seria incorrecta ou insuficiente por não levar em conta o tipo de
poderes exercíveis sobre a coisa. Há aqui um lado interno (sic) que não pode ser
descoberto. O direito real terá, pois, um lado externo e um lado interno...".

II. Estas teses somam de outras posições, sem que daí resulte uma posição
qualitativamente diversa. Pelo contrário, eles são os mesmos vicios apontados juntos às
teses que pretendem conciliar - no caso, à relação absoluta e ao poder jurídico sobre a
coisa Naquilo que apresenta de original, e que é a admissível de relações jurídicas com
lado interno, falham, pois a ideia de rosto interno de uma jurídica dirigida a um bem, é
relação à relação-subjetiva de cola boração própria do conceito de conceito.

Características dos direitos reais

Depois de fixar o conceito de direito real , há que passar a analise das características do
mesmo.

Oponibilidade erga omnes

A oponibilidade erga omnes impõe à coletividade um dever geral de abstenção . Em


decorrência dessa característica , devem as outras pessoas se abster de interferir no
exercício de poderes do titular de um direito real sobre a coisa objeto deste . Tal
característica é o que explica o fato de tais direitos serem exercidos contra todos , não
importa se contra pessoa natural , pessoa jurídica de direito privado ou de direito
público .

Direito de sequela ( jus persequendi )

A sequela decorre do princípio da aderência , tendo em vista que o direito real adere à
coisa , estabelecendo um vinculo que não se desliga dela . O direito de sequela decorre
da oponibilidade erga omnes , haja vista que o titular do direito real pode exercer o seu
direito contra qualquer pessoa , reivindicando a coisa de quem quer que a detenha .

Exclusividade

A característica da exclusividade decorre do fato de não ser possível a incidência de


dois ou mais direitos reais de igual conteúdo , ao mesmo tempo , sobre o mesmo bem A
publicidade quanto à constituição de tais direitos se dá por meio da tradição , quando o
seu objeto é um bem móvel , e por meio do registro do título no Cartório de Registro de
Imóveis , quando o seu objeto é um bem imóvel . Pode haver vários titulares , mas
apenas um direito Nada impede que recaiam dois ou mais direitos reais , ao mesmo
tempo e sobre o mesmo bem , de conteúdos diferentes

Preferência

A preferência é característica predominante em relação aos direitos reais de garantia ,


conferindo ao titular do direito real de garantia o privilégio de ter o seu crédito satisfeito
prioritariamente , em detrimento do titular de um crédito de natureza real pessoal ,

Taxatividade dos direitos reais e princípio numerus clausus

Assim , por sua inserção no regime de ordem pública , os direitos reais são de
enumeração taxativa , numerus clausus , ou seja , em número determinado na
legislação , em rol pormenorizado constante no art . 1.225 do Código Civil .

Classificação

Os direitos reais classificam-se :

1. Quanto a propriedade do bem;


1.1. Sobre coisas alheia
1.1.1. Gozo ou fruição;
1.1.2. De garantia;
1.1.3. De aquisição ;
1.2. Sobre coisa própria .

2. Quanto aos poderes do titular:


2.1. Limitados ;
2.1.1. Jus in re aliena;
2.2. Ilimitados;
2.2.1. Jus em re propria ;

DIREITOS REAIS E DIREITOS PESSOAIS

Não há que se confundir direitos reais e direitos pessoais . Abaixo pode – se


constatar a diferenciação principal entre as duas classes :
 Quanto ao objeto , no campo do direito real , é corpóreo ( em
regra ) . No campo pessoal ou obrigacional , é indeterminado até a
satisfação do crédito e em regra , é incorpóreo ( uma prestação , um
serviço , uma omissão ) .
 Quanto à forma de violação , nos direitos reais , ela ocorre por ação (
invasão , por exemplo ) . Nos direitos pessoais , por omissão ( deixar
de pagar a dívida , por exemplo ) .
 Quanto à duração , os direitos reais são permanentes , enquanto os
pessoais são temporários .
 Quanto à usucapibilidade , os direitos reais são usucapíveis e os
direitos pessoais não .
 Quanto ao sujeito passivo , no campo dos direitos reais , este é toda
a sociedade , pois eles são erga omnes . Já nos direitos pessoais ,
somente o devedor é o sujeito passivo .
 No que tange a tipicidade , os direitos reais necessariamente são
típicos , enquanto os pessoais são atípicos , podendo ser criados
espécies próprias pelas partes . Vigora , quanto aos direitos
pessoais , a regra numerus apertus .

PRINCÍPIOS REGEDORES DOS DIREITOS REAIS

O primeiro principio a se registrar é o Princípio da aderência ,


especialização ou inerência . Tem – se , neste sentido , que a relação
tratada por este campo do Direito é entre o sujeito e a coisa . Não há
sujeito passivo , como ocorre com os direitos pessoais .

Já o Princípio do absolutismo traz a oponibilidade erga omnes- contra


todos – que venham ameaçar ou efetivamente prejudicar o titular do
direito real . Existem inclusive , o direito de seqüela , ou seja , direito de
perseguir a coisa em poder de quem quer que ela esteja e dele reivindicá
– la .

Pelo Princípio da publicidade ou da visibilidade percebe – se que , em


relação a imóveis , os direitos reais só são adquiridos após a transcrição
no competente Cartório de Registro de Imóveis . No tocante a móveis ,
somente a efetiva tradição do bem . Já que podem ser arguidos contra
qualquer um – vide principio acima – todos devem ter conhecimento da
existência do direito real , e a publicidade vem para tal fim .

O Princípio da taxatividade faz com que os direitos reais existentes


sejam somente os enumerados na lei . No Brasil , tal ocorre no artigo
1225 do Código Civil em vigor . O Principio da Tipicidade impõe que o
direito real , para ser invocado , deve estar previsto em lei . Não há
direito real sem lei anterior que o defina .

Princípio da perpetuidade prega que a propriedade é perpetua não se


perdendo pelo não uso . Ou seja , a propriedade não prescreve nem decai
. Somente é perdida pelas formas legalmente previstas , como
usucapião , compra e venda desapropriação etc .

O Principio da exclusividade quer dizer que duas pessoas não ocupam


o mesmo espaço jurídico . Não pode haver dois direitos reais , de igual
conteúdo , sobre a mesma coisa . No caso do usufruto , por exemplo : O
usufrutuário tem direito aos frutos , enquanto o nu – proprietário
conserva o direito à substância da coisa .

Princípio do desmembramento prevê que , sobre uma mesma coisa ,


podem ser exercidos vários direitos reais , por sujeitos diferentes . Por
exemplo , um pode ter a propriedade , outro pode ter o usufruto e outro
direito de servidão .

Os Direitos Reais no Código Civil de 1966

Génese e entrada em vigor em Moçambique

Os trabalhos para a produção de um novo código civil tiveram o seu início na década
de 40. A doutrina dominante passara a ser a da relação jurídica . A Pessoa era
subalternizada , passando a ser apenas um elemento dessa relação . Ao mesmo tempo ,
adoptou - se a sistematização . dita , germânica como sistema externo do novo código :
Parte Geral , Obrigações , Reais , Família e Sucessões . Os Direitos Reais são colocados
num livro próprio - o Livro III - com o título Direito das Coisas , ocupando a paisagem
do Código dos arts. 1251 a 1575.

No Preambulo da Portaria nr 22 869, de 4 de Setembro de 1967, ressalvavam – se , nos


termos permitidos pelo art . 3. N . 2 CC , os “ usos e costumes legalmente reco nhecidos
, e só na medida em que a lei admite a sua observância “ . E ainda tambem se
salvaguardaria “ a diversa legislação privativa de natureza civil das provincias
ultramarinas quando traduza interesses superiores . situações enraizadas nas tradições
locais ou condicionalismos próprios que convém respeitar “ , Segundo o art . 3. ° , n.º 2
do mesmo diploma essa legislação seria a “ emanada pelos órgãos legislativos
metropolitanos ou provinciais “ que , no caso , vigorasse em Moçambique Deste modo ,
alguns regimes do Código Civil relevantes para os direitos reais nunca vigoraram em
Moçambique . A saber :

a . o regime do arrendamento , quer rural – arts . 1064. A 1082. Quer urbano – arts .
1083.º a 1119 , - em virtude da preexistência de legislação em Moçambique
( Regulamento do Inquilinato ) ;

b. o regime da parceria pecuária – arts . 1121. A 1128.º - sujeito , em Moçambique , às


disposições que regulavam o arrendamento rural ( art . 10.º da Portaria )

Por outro lado , continuou a vigorar a regulamentação relativa às terras.

Arrumação no Código Civil

A matéria que se trata no Livro III é , primordialmente , a dos direitos reais de gozo
“ , arrumados em títulos exclusivos .

Assim , e sucessivamente , estão regulados : a posse ( Título I – arts . 1251. A 1301. ) , a


propriedade ( Titulo II – arts . 1302. A 1438. ) , incluindo – a compropriedade ( arts .
1403. A 1413 . ) e a propriedade horizontal ( arts . 1414. A 1438. ) , o usufruto e o uso e
habitação ( Título III- arts . 1439 a 1490), a enfiteuse ( Título IV arts . 1491 , a 1523.
" ) ; a superficie ( Titulo V- arts . 1524. a 1542. ) e as servidões prediais ( Título VI - art
1543. a 1575. " ) .

Acoplados , e incidentalmente , descobrem - se no seio destes grandes grupos de normas


dedicadas aos direitos reais de gozo , previsões normativas de direitos reais de
aquisição , nomeadamente , de direitos de pre ferência .
Assim , deu - se preferência aos proprietário de terrenos confinantes . de área inferior à
unidade de cultura , entre si ( art . 1380. ) , ao comproprietário na venda ou dação em
cumprimento da quota ( art . 1409. ) , a enfiteuta na venda ou dação em cumprimento do
domínio directo ( art . 1501. , al . d ) ) , ao proprietário do solo na venda ou dação em
cumprimento do direito de superficie ( art . 1535.º. n . ° 1 ) , ao proprietário do prédio
onerado na venda e dação em cumprimento do prédio dominante ( art . 1555. , n . ° 1 ) .

Mais raramente , outros direitos de aquisição , que são direitos de preferência , se


acham no Livro III , como o direito de afastamento da ser vidão pelo proprietário de
quintas muradas , quintais , jardins ou terrenos adjacentes a prédios urbanos ( art .
1551.º , n.º 1 ) . II . Mas o regime dos direitos reais no Código Civil está longe de se
esgotar no Livro III . Assim , duas das mais importantes previsões de direitos reais de
aquisição encontram - se já no livro dedicado ao Direito das Obrigações . A saber : a
promessa com eficácia real ( art . 413. ° ) e o direito de preferên cia voluntário ( pacto
de preferência ) com eficácia real ( art . 421.9 ) , É também em sede de Obrigações , no
capítulo das Garantias Espe ciais das Obrigações , que encontramos , ao lado das
garantias pessoais civis caução ( arts . 623. ° e ss . ) , e fiança ( arts . 627 e ss . ) - , o
elenco de direitos reais de garantia ou garantias reais . Esse elenco é integrado pela
consignação de rendimentos ( arts . 656.º a 665.º ) , penhor ( arts . 666. ° a 685. ) ,
hipoteca ( arts . 686. a 732.º ) , privilé gios creditórios ( arts . 733.º a 753 ) e direito de
retenção ( arts . 754. ° a 761. ) .

Mesmo em sede da Realizacao coativa da prestacao encontramos um direito real de


garantia constituido judicialmente- a penhora- ou que, pelo menos, tem uma natureza –
art. 822, n 1.
SUBSEÇÃO IV Lei reguladora das coisas

Artigo 46. Direitos reais


1. O regime de posse, propriedade e demais direitos reais é definido pela lei do Estado
em cujo território as coisas se encontrarem situadas.

2. Em tudo o que respeita à transição ou transferência de direitos reais sobre coisas em


trânsito, são estas haviidas situadas no país do destino.

3. A regime de transporte e transferência de direitos sobre o serviço de matrícula são


reguladas

pela lei do país onde a matrícula foi efectuada.

Artigo 47. Capacidade para constituir direitos reais sobre coisas ou divertir deles

É igualmente definido pela situação da coisa a capacidade para constituir direitos reais
sobre coisas imóveis ou para deles, desde que essa assim o determinar; de contrário, é
aplicável a lei pessoal.

Artigo 48.° Propriedade intelectual

1. Os direitos de autor são regulados pela lei do lugar da primeira publicação da obra e,
não foram publicados, pela lei pessoal do autor, sem prejuízo do disposto na legislação
especial.

2. A propriedade industrial é regulamentada pela lei do país da sua criação.

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