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Das
Coisas
Com
AULA
1 – PERSONALISTAS / UNITARISTAS
Defende a tese de que somente podem existir relações entre pessoas, entre sujeitos de direito; Há um
vínculo pessoal entre o proprietário do bem e o sujeito passivo universal, e o objeto dessa relação é o bem.
O vínculo se estabelece de forma direta do sujeito ativo com a coisa e somente indiretamente com a
coletividade.
(GOMES, 2012, p.12) defende 3 elementos de uma relação jurídica que podem ser identificados em relação
aos direitos reais: (1) o sujeito ativo, representado pelo titular de tal direito; (2) o objeto, a coisa suscetível de
apropriação pelo homem e o (3) sujeito passivo, o qual em decorrência da característica da oponibilidade erga
omnes, seria representado pela coletividade (sujeito passivo indeterminado)
2 – REALISTA / DUALISTAS (clássica)
A relação que o proprietário tem para com seu bem é uma relação de
poder, de domínio. Relação entre sujeito e objeto (GOMES, 2012, p.11)
3 – NEGATIVISTA
Imediatidade Mediatidade
Permanente Transitório
Se exerce a propriedade.
Direitos Pessoais – Coisa determinável:
A entrega de coisa incerta pode ser contratada por exemplo. Coisa futura.
Os direitos reais sobre coisas alheias que representam uma modalidade de direitos reais –
esses tem uma tendência de permanência mas não atinge a perpetuidade – é a tendência do
restabelecimento da propriedade para o proprietário para que haja os atributos na mão do
proprietário.
Direitos Pessoais - Transitórios:
Obrigação que reúne os dois tipos de direito (pessoal e real). Trata-se de uma
obrigação (direito pessoal) em razão da coisa (direito real)
Podemos citar como exemplo o IPTU que é uma obrigação que decorre de uma
imposição do direito tributário, e é um imposto municipal.
Usamos como exemplo o IPTU mas podemos aplicar o mesmo conceito para o IPVA,
ITR e à taxa condominial apesar de não ser imposto mas está entrelaçada com o imóvel,
sendo obrigatório seu pagamento.
Limitado Ilimitado
CONCEITO DE POSSE:
A posse é um domínio fático que a pessoa exerce sobre a coisa, cabendo considerar ser um conceito
intermediário entre os direitos pessoais e direitos reais.
A posse detém de caráter híbrido e para a doutrinadora Maria Helena Diniz a posse é um direito real
como desdobramento direito de propriedade.
Falando de conceito e evolução histórica, o autor Pontes de Miranda, citado por SANTOS (2016),
mostra a distinção da concepção de posse no direito moderno e o romano, com relação a origem da posse,
dizendo que:
TEORIAS EXPLICATIVAS DA POSSE:
A teoria de Niebuhr defende a tese de que a posse surgiu com a repartição de terras
conquistadas pelos romanos, passando a ser um estado de fato protegido pelo interdito
possessório. Enquanto para Ihering a posse é consequência do processo reivindicatório.
(DINIZ, 2013. p.45 e 46, apud SANTOS NETO, 2016)
1ª) Teoria Subjetivista ou Subjetiva (Savigny): Defendida por Savigny. Essa teoria é a
junção do corpus (detenção física do bem) e do animus (elemento subjetivo, vontade de ter a coisa
como sua), pois o entendimento é de que a posse é um fato e um direito.
Para a Teoria Subjetivista ou Subjetiva podemos considerar que o locatário ou comodatário não
seriam possuidores à não haveria intenção de tornarem-se proprietários (detenção)
2ª) Teoria Objetivista ou Objetiva (von Lhering): Defendida por Ihering. Essa teoria basta
apenas o corpus, ou seja, o exercício de fato dos poderes sobre a coisa. Entende-se que a posse é um
direito. Todavia não é detenção física da coisa, mas a conduta do dono.
POSSE = CORPUS
“Para lhering, cuja teoria o nosso direito positivo acolheu, posse é conduta de dono.
Sempre que haja o exercício dos poderes de fato, inerentes à propriedade, existe posse, a não
ser que alguma norma (como os arts. 1.198 e 1.208, p. Ex.) diga que esse exercício configura
a detenção e não a posse” (GONÇALVES, 2010, p. 15 apud SANTOS NETO, 2016)
O Código Civil brasileiro adotou a teoria objetivista no Art. 1.196.
“Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou
não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.”
Na visão de Tartuce (2011, p. 717) citado por GURJÃO (2016), a adoção da teoria de Ihering é
parcial, pois há traços também da teoria de Savigny, quando se menciona o animus, como nos
arts. 1.239 e 1240 do CC.
“Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua
como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural
não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua
família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.”(BRASIL, 2002) (grifo nosso)
“Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta
metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.”(BRASIL, 2002) (grifo nosso)
“Art. 1.228 O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do
poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Gozar
Reivindicar
Usar
Dispor
Possuidor: Não tem o poder de dispor da coisa, mas pode defendê-la;
3ª) Teoria da função social da posse (Raymond Saleilles): Não basta saber do corpus mas do uso
que se faz do corpus e seu impacto sobre a coletividade.
A teoria verdadeiramente adotada teria sido a de Raymond Saleilles, em decorrência da função social
da posse e da propriedade, presentes, por exemplo, no art. 1.228, § 1º, do Código Civil, combinado
com o art. 5º, inciso XXIII da Constituição Federal (GURJÃO, 2016):
“Art. 1.228 O Proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
“Art. 5º [...]
XXIII a propriedade atenderá a sua função social.” (BRASIL, 1988).(grifo nosso)
“Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância
assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos,
senão depois de cessar a violência ou clandestinidade.” (grifo nosso)
Se a posse for considerada nos efeitos que gera, será um direito e aqui podemos citar como
exemplo o Usucapião.
2. Posse Indireta ou mediata: Exercida por meio de outra pessoa havendo mero exercício de direito.
DIRETA INDIRETA
Locatário Locador
Comodatário Comodante
Usufrutuário Nu Proprietário
Depositário Depositante
3. Posse Justa: não apresenta os vícios da violência, da clandestinidade, ou da
precariedade.
7. Posse Precária: quando tem que devolver o bem e não devolve (parece crime de
apropriação indébita).
8. Posse quanto a Boa-Fé: (princípios do CC: eticidade, socialidade e operabilidade)
- Boa-fé Subjetiva: estado psíquico que envolve crenças e/ou ignorância sobre tal ou qual estado jurídico.
- Boa-fé Objetiva: é a exigência de conduta leal dos contratantes e está relacionada com os deveres anexos
inerentes a qualquer negócio jurídico.
Exemplo: Contrato
A presunção prevista no Art. 1.201 do CC é a boa-fé subjetiva:
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo
prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.”
(grifo nosso)
9. A Posse de má-fé: é quando alguém sabe do vício mas mesmo assim pretende exercer o domínio
fático sobre a coisa à nunca possui um justo título.
Posse quanto ao título:
10. Posse com título: há uma causa representativa da transmissão da posse, via de regra um
documento escrito.
Exemplo: locação e comodato
11. Posse sem título: não há uma causa representativa da transmissão do domínio.
Exemplo: alguém acha um tesouro.
Posse quanto ao tempo: (efeitos processuais)
14. Posse ad interdicta: é a que pode ser defendida pelas ações possessórias diretas ou interditos
possessórios.
Interdito proibitório: ocorre quando o possuidor quer defender sua posse de uma agressão ou
turbação iminente, que está prestes a ocorrer. É uma ação preventiva.
Esbulho: ocorre quando o possuidor ou proprietário perde, por violência ou clandestinidade, a
posse exercida sobre um bem.
Turbação: ocorre quando existe uma limitação sobreo poder de posse de alguém, ou seja, o
detentor do bem não consegue exercer sua posse de maneira completa e tranquila.
15. Posse ad usucapionem: se prolonga por determinado lapso temporal previsto em lei. É a posse
com vistas à usucapião à mansa, pacífica e duradoura.
AULA 5 - PROPRIEDADE
Propriedade é a titularidade formal de um bem e a relação jurídica complexa formada entre o titular
de um bem e a coletividade de pessoas não proprietárias (sujeitos passivos universais)
A propriedade é diferente do domínio, uma vez que este consiste no vínculo material de submissão
direto e imediato de uma coisa ao poder do seu titular através do exercício das faculdades de usar
gozar ou fruir, dispor e reaver.
3. Perpétuo ou Irrevogável: Em regra, o direito de propriedade não se extingue pelo não uso ou
pela não fruição do bem. Isto é: a inércia não extingue o direito, para isso deve haver uma relação
jurídica contrária.
4. Elástico: o direito de propriedade pode ser distendido ou contraído quanto ao seu exercício, que é
composto daqueles 4 elementos já vistos (GRUD – Gozar, Reividicar, Usar e Dispor).
DIREITO CIVIL IV – DIREITO DAS
COISAS
Exemplo: tenho uma fazenda e cedo seu usufruto a Beltrano e por conta disso, a minha propriedade
inicialmente completa (plena) vai contrair-se apenas para a disposição (poderei dela dispor) e posse
indireta. Porém, após o término do usufruto, minha propriedade vai se distender tornando-se plena
novamente, ou seja, poderei de novo dela dispor, usa-la, gozar dela e reivindica-la.
5. Plenitude: Afirma-se que a propriedade é plena quando todos os seus atributos estão nas mãos de uma
só pessoa, não existindo sobre o bem nenhum direito real sobre coisa alheia. Ressalte-se que plenitude não
se confunde com direito ilimitado: o exercício do direito de propriedade limita-se ao interesse público e às
leis (por exemplo, função social da propriedade deve ser respeitada).
6. Direito Fundamental: a Constituição Federal consagra o direito de propriedade como direito fundamental
no artigo 5º, XXII e XIII.
Restrições ao Direito de Propriedade:
Direito de vizinhança são limitações impostas por normas jurídicas às propriedades individuais, com o
escopo de conciliar interesses de proprietários vizinhos, reduzindo os poderes inerentes ao domínio e de
modo a regular a convivência social.
Passagem forçada é o direito que tem o proprietário de prédio rústico ou urbano, que se encontra
encravado em outro, sem saída para a via pública, fonte ou porto, de reclamar do vizinho que lhe deixe
passagem.
No que se refere ao direito de tapagem, o proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer
modo o seu prédio urbano ou rural, para que possa proteger, dentro de seus limites, a exclusividade de seu
domínio, desde que observe as disposições regulamentares e não cause dano ao vizinho.
O direito de construir constitui prerrogativa inerente da propriedade o direito que possui o seu titular de
construir em seu terreno o que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.
É a ação que consiste no direito do proprietário de discutir o direito real consistente na propriedade da coisa.
E se existirem 2(dois) títulos de propriedade, o autor reivindica ser reconhecido como proprietário pelo título
A Ação Petitória é aquela em que o autor quer a posse do bem e ele assim deseja pelo fato de ser
proprietário.
São exemplos de Ação Petitória: Ação Reivindicatória, Ação de Usucapião, Ação de Imissão na
Posse e outras.
Meios de Defesa da Propriedade:
1.1– Usucapião
1.3 – Acessão
1.3.1– Ilhas
1.3.2 – Aluvião
1.3.3 – Avulsão
2.1 – Usucapião
2.2 – Ocupação
2.4 – Tradição
2.5 – Especificação