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Prof.

Paulo Afonso de Oliveira Junior


Conceito
“Direito das coisas é o complexo de normas
reguladoras das relações jurídicas referentes ás coisas
suscetíveis de apropriação pelo homem. Tais coisas
são, ordinariamente, do mundo físico, porque sobre
elas é que é possível exercer o poder de domínio.”
Clóvis Beviláqua

“O Direito das coisas visa regulamentar as relações


entre os homens e as coisas, traçando normas tanto
para a aquisição, exercício, conservação e perda do
poder dos homens sobre esses bens como para o meio
de sua utilização econômica”
Maria Helena Diniz

Prof. Paulo Afonso de Oliveira Jr.


Regulado pelo Código Civil no livro III da parte
especial.

Arts. 1.196 a 1510.

Posse: Classificação; Aquisição; Efeitos e Perda;

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Reais:

• Propriedade: aquisição da propriedade imóvel e móvel; perda


da propriedade; direito de vizinhança; condomínios;
multipropriedade e propriedade resolúvel e fiduciária.

• Gozo e Fruição: superfície; servidão; usufruto; uso; habitação;


direito do promitente comprador; concessão de uso especial
para fins de moradia, concessão de direito real de uso, direito
real de laje.

• Garantia: penhor; hipoteca e anticrese.

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Direitos Reais X Direitos Obrigacionais
Direitos pessoais de cunho
Direitos reais
patrimonial
Relações jurídicas entre uma pessoa (sujeito ativo) e
Relações jurídicas entre uma pessoa (sujeito ativo –
uma coisa. O sujeito passivo não é determinado, mas é
credor) e outra (sujeito passivo – devedor).
toda a coletividade.

Princípio da publicidade (tradição e registro). Princípio da autonomia privada (liberdade).

Efeitos inter partes. Há uma tendência de ampliação


Efeitos erga omnes. Os efeitos podem ser restringidos.
dos efeitos.

Rol taxativo (numerus clausus), segundo a visão Rol exemplificativo (numerus apertus) – art. 425 do CC
clássica, que ainda parece prevalecer – art. 1.225 do CC. – criação dos contratos atípicos.

Os bens do devedor respondem (princípio da


A coisa responde (direito de sequela).
responsabilidade patrimonial).
Caráter transitório, em regra, o que vem sendo
Caráter permanente. mitigado pelos contratos relacionais ou cativos de longa
Instituto típico: propriedade. duração.
Instituto típico: contrato.

Fonte: TARTUCE, Flávio. Direito Civil : Direito das Coisas.


13ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021.
Princípios norteadores dos direitos reais

• Princípio da aderência, especialização ou inerência

Princípio que dá ao direito das coisas um vínculo direto entre a


coisa e o sujeito, um vinculo de senhorio que inclusive
independe da existência de um sujeito passivo determinado.

O direito real adere à coisa e o acompanha


independentemente da modificação de seus proprietários.

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• Princípio do absolutismo

O direito real tem um poder direto e absoluto sobre a coisa,


tornando-se oponível contra todos (erga ommes), que devem
abster-se de molestar o titular do direito.

Deste o direito romano já se dizia: O direito real adere a coisa


com a letra ao corpo.

Deste princípio nascem os chamados direito de sequela que é o


direito do titular de perseguir a coisa independente de seu
possuidor ou detentor e o direito de preferência que dará ao
crédito hipotecário ou pignoratício .

Prof. Paulo Afonso de Oliveira Jr.


• Princípio da publicidade ou da visibilidade

Sendo indeterminado o sujeito passivo dos direitos reais, ou


seja, sendo eles oponíveis a todos indistintamente, é
necessário que estes direitos observem o princípio da
publicidade.

Os direitos reais sobre imóveis devem ser registrados no


Cartório de Registro de Imóvel enquanto a publicidade dos
direitos reais sobre móveis se dá pela chamada tradição (arts.
1226 e 1227)

Princípio da publicidade é o corolário do princípio do


absolutismo.

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• Princípio da taxatividade ou numerus clausus

Só existem direitos reais criados por lei, seu rol é taxativo e não
pode particulares criarem outras modalidades de direitos reais.

No art. 1225 do CC encontraremos a taxatividade dos direitos


reais.

Os incisos XI e XII foram acrescidos pela lei 11.481 de 2007 e o


incisos XIII pela lei 13.465 de 2017.

Deste princípio ainda nasce o princípio da tipicidade, que nos


diz que os direitos reais taxativamente existentes são aqueles
contidos na lei segundo a forma lá prevista.

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• Princípio da perpetuidade

O direito real de propriedade é perpétuo, não se perde pelo


não uso, mas somente pelos meios e formas legais como a
desapropriação, usucapião, renúncia, abandono etc.

Na realidade o princípio da perpetuidade não é absoluto, é


claro que os direitos reais podem se extinguir, mas como regra
os mesmos nascem com uma perenidade maior do que dos
direitos obrigacionais que por sua própria natureza nascem
para serem extintos pelo próprio cumprimento da obrigação,
podendo inclusive prescrever, caso não sejam exercidos em
determinado prazo.

Prof. Paulo Afonso de Oliveira Jr.


• Princípio do desmembramento

Os direitos reais sobre coisas alheias, como o usufruto ou o uso,


por exemplo, apesar de mais estáveis que os direitos
obrigacionais, são também transitórios, pois na realidade se
desmembram de um direito-matriz que é a propriedade.

Com a sua extinção, teremos a consolidação de tais direitos na


mão do proprietário nascendo assim o princípio da
consolidação que é o princípio contrário ao do
desmembramento.

Prof. Paulo Afonso de Oliveira Jr.


Bibliografia Consultada
 FARIAS, Cristiano Chaves de; e ROSENVALD, Nelson. Direitos Reais. 7
ed. Rio de Janeiro : Lumen Juris, 2011.
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado: Contratos
em Espécie e Direito das Coisas. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
 GONÇALVES, Carlos R. Direito Civil Brasileiro: Direito das Coisas. v.5.
Disponível em: Minha Biblioteca, (18th edição). Editora Saraiva, 2023.
 MACHADO, Costa (organizador); CHINELLATO, Silmara Juny
(coordenadora). Código Civil Interpretado: artigo por artigo,
parágrafo por parágrafo. 5 ed. Barueri, SP: Manole, 2012.
 TARTUCE, Flávio. Direito Civil : Direito das Coisas. 15ª ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2023.

Prof. Paulo Afonso de Oliveira Jr.

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