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Direito Civil

Thiago Camargo Comelli

 Código Civil Obrigatório:


 1) Relações do Direito Civil com pessoas e bens;
 Direitos Pessoais, Crédito Débito e Pessoa x Pessoa (relação negocial
entre dois indivíduos);
 2) Direitos Reais (coisas), Pessoas x Coisas; Personalidade Jurídica;
 3) Fato Jurídico e Negócio Jurídico;

 4) Divisão do Direito Civil 2 grandes ramos:


 a) Direitos não patrimoniais (extrapatrimoniais) relativos à pessoa
humana (direitos da personalidade) e Direito de Família;
 b) Direitos Patrimoniais: Direitos reais (coisas) e obrigacionais
(créditos e débitos);

 Direito das Obrigações: Direito de crédito ou Direito Pessoal, que


estabelece normas da relação jurídica entre credores e devedores;
 É de suma importância nos negócios jurídicos unilaterais/bilaterais,
contratos/obrigações, títulos de créditos (cheque, nota promissória,etc),
regulamento de tributos, contas de consumo em geral;
 Conceito por M.H. Diniz: O Direito das obrigações consiste no
complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem patrimonial,
que tem por objeto prestações de um sujeito em proveito de outro;
 Conceito por W.B. Mouteire: Obrigação é a relação jurídica, de caráter
transitório (não se perpetua), estabelecida entre credor e devedor e cujo
objeto consiste numa prestação pessoal e econômica, positiva ou
negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o
adimplemento através de seu patrimônio;
 Conceito por Álvaro Villaça Azevedo: Obrigação é a relação jurídica
transitória de natureza econômica, pela qual o devedor fica vinculado ao
credor, devendo cumprir determinada prestação pessoal, positiva ou
negativa, cujo inadimplemento permite a este executar o patrimônio
daquele para satisfação de sua interna;
 O Direito das Obrigações encontra-se ligado à vida econômica,
vinculando 2 pessoas de direito, com suas devidas capacidades (física
ou jurídicas) uma numa ponta e outra na outra, realizando um contrato
social;
 Por outro lado, os direitos reais representam diferentes classes de
bens, vinculando assim uma pessoa (sujeito de direito) a uma coisa
(bem);
 O Direito Obrigacional deve ter relevância, patrimônio. Aquilo que não
possui valor, não é regulado pelo mesmo;
 O contrato apenas precisa ser escrito quando a lei exigir (sob pena de
nulidade). Existem diversos negócios que são celebrados oralmente,
pelo silêncio, gestos, sem necessidade de grandes formalidades ou por
extenso;
 Os requisitos para o contrato encontram-se no art.104 do CC, onde
formula os negócios;
 Encontra-se ligado à autonomia da vontade (compra aquilo que deseja,
apenas). Ao assumir as devidas responsabilidades, o sujeito se encontra
obrigado a cumprir as legalidades do contrato, sofrendo as devidas
consequências em seu patrimônio caso não o faça (penhora de bens
para quitar dívida);
 São penhorados os bens quando for necessário, salvo claro os
inalienáveis por lei (bens de família, dentre outros);
 Direitos Negativos: Obrigações estabelecidas por contrato que coíbem
certas ações (não pode fazer);
 Direitos Positivos: Possibilitam a realização de certas obrigações por
contrato;

 Características do Direito Obrigacional: Disciplina as relações


jurídicas de natureza patrimonial;
 Direitos Relativos – Dirigem-se contra pessoas determinadas,
vinculando sujeito ativo (CR/Credor) e passivo, não sendo passível
“erga omnes”, pois as prestações poderão ser exigidas apenas ao
devedor (ou herdeiros até o valor montante partilhável, art.1821 CC);
 Direitos a uma prestação positiva ou negativa, exigindo um
comportamento do devedor (dar, fazer ou não fazer);
 Distinções entre os Direitos Obrigacionais e os Direitos Reais:
 Nos Direitos Obrigacionais há dualidade de sujeitos (credor e
devedor), sendo vital para a existência. Nos Direitos Reais há apenas o
sujeito, relacionando-se juridicamente com uma coisa;
 Quanto a ação, o Direito Obrigacional atribuirá para seu titular ação
pessoal contra o devedor; nos Direitos Reais, o titular possui direito à
ação real contra quem indistintamente detiver a coisa;
 Apenas pessoas vinculadas responderão ao Direito Obrigacional, o
negócio, não passando para outros que estão de fora do negócio em
questão;
 No caso de falecimento do devedor, os herdeiros não assumirão a
dívida, porém a divida será quitada tirando a devida parte da partilha de
bens, abrindo assim o inventário (que deve ser requerida pelo credor ao
juiz). Vale ressaltar que o credor deve tomar a iniciativa, sob o risco
da prescrição da dívida;
 Quanto aos Direitos Reais, é oponível contra todos, enquanto o Direito
Obrigacional é oponível apenas contra o devedor (persegue o bem,
não a pessoa);
 Direitos Reais – Absolutos;
 Direitos Obrigacionais – Relativos;

 Sistema de Garantias no Código Civil:


 Garantias Reais – Penhor, anticrese, etc. (garantias que vem por meio
de um bem).
 Garantias Fidejussórias – Aval, fiança, etc. (garantias que vem por
meio de uma pessoa, um terceiro);
 Possuem âmbito privado (requer iniciativa por parte do devedor);

 Distinções:
 Relativamente ao Objeto – O Objeto do Direito Obrigacional é sempre
uma prestação (dar, fazer ou não fazer) do Devedor; no Direito Real, o
objeto pode ser uma coisa corpórea ou incorpórea;
 Obrigações podem ser continuadas (não há data para cessar o “não
fazer/fazer), tendo fim apenas no final de um contrato em questão;
 Não há prestação no Direito Real, pode-se fruir a vontade da coisa;
 Relativo ao Limite – O Direito Obrigacional é ilimitado, sensível e
com a autonomia da vontade permitindo a criação de novas figuras
contratuais (nominados/inominados);
 Já o Direito Real não pode ser objeto de livre convenção já que está
limitado e regulamentado expressamente pela lei (art.1225);
 O Direito Obrigacional é ilimitado, desde que observadas as devidas
restrições básicas (capacidade das partes, etc.);
 Autonomia da vontade (as partes pagam caso algo ilícito aconteça,
ninguém mais fora do negócio);
 Quanto ao Direito Real, é totalmente limitado pela lei;
 Relativo a Extinção – Os Direitos Obrigacionais extinguem-se pela
inércia do sujeito, prescrevendo caso as partes não busquem o direito
pleiteado;
 Quanto aos Direitos Reais, conservam-se até que se constitua uma
situação contrária em proveito de outro titular (vender um objeto, logo
extingue-se o direito que antes possuía o vendedor detentor do objeto);
 Quanto ao Modo de Gozar os Direitos – O Direito Obrigacional exige
sempre um intermediário, que é aquele que está obrigado à prestação.
No Direito Real não existe um intermediário, sendo que o titular goza
diretamente do direito sobre a coisa, desde que ela possa estar à sua
disposição;
 Ação ou omissão (fazendo ou dando) do devedor (cumprindo
obrigação negativa);
 Sem intermediários no Direito Real, podendo assim gozar/fruir
livremente da coisa;
 Sem a possibilidade de criar tipos de direitos reais (todos encontram-se
previamente estipulados pelo Art.1225 do CC);
 A obrigação será extinta em casos fortuitos ou de força maior (salvo
esteja previamente estipulado e convencionado em contrato);
 Em Relação ao Abandono – O abandono é característico do Direito
Real, podendo o titular abandonar a coisa. No Direito Obrigacional não
pode haver o abandono do negócio;
 No Direito Obrigacional, existem obrigações que devem ser futuramente
cumpridas;
 Quanto ao Uso Capião – Pode-se afirmar que é modo aquisitivo de
Direito Real e Não Obrigacional;
 Bens Imóveis: Art. 1238 a 1244;
 Bens Móveis: Art. 1260 a 1262;
 O Uso capião seria a posse mansa e pacífica de uma propriedade de
propriedade por outrem, como se dono fosse;
 Situação na qual determinado proprietário não cuida de um bem móvel
ou imóvel;

 Categorias Jurídicas Híbridas (entre Direitos Obrigacionais e Direitos


Reais);
 Obrigações “Propter Rem”; ônus reais e obrigações com eficácia real;
 Obrigações Propter Rem (própria da coisa); é uma espécie jurídica
que fica entre o direito real e o pessoal (obrigacional), consistindo nos
direitos e deveres de natureza real que emanam do domínio do bem
(conceito por Diniz);
 Constitui direito misto, por ser uma relação jurídica na qual a obrigação
de fazer está acompanhada de um direito real, fundindo-se os 2
elementos numa unidade, que a eleva a uma categoria autônoma;
 Características Jurídicas:
 1) Vinculação a um direito real, onde o devedor é
proprietário/possuidor;
 2) Possibilidade de exoneração do devedor pelo abandono do Direito
Real, renunciando o direito sobre a coisa;
 O devedor deve dar baixa corretamente para se desfazer da coisa
(como um veículo);
 3) Transmissão por meio de negócios jurídicos, caso em que a
obrigação recairá sobre a coisa;
 No caso de transmitir um bem a outrem por meio de contrato (a
obrigação continua com a coisa);
 Continua então apenas a necessidade de saber quem será o devedor a
partir do negócio jurídico realizado (muda o sujeito, obrigação
permanece íntegra);
 Fixa pressuposto que o novo devedor conheça seus devidos ônus e
obrigações;
 Exemplos de Obrigações Propter Rem:
 1) As obrigações do condômino de contribuir para a conservação da
coisa comum (art. 1315);
 2) As obrigações do proprietário de imóvel em demarcá-lo;

 A obrigação Propter Rem é extremamente positivada em lei, interpretada


ainda pela doutrina;
 Com a doutrina, vem então os híbridos, não sendo estes encontrados
em códigos específicos;
 Propter Rem – Obrigação própria da coisa, direito real que emana do
direito obrigacional;
 É proprietário da coisa, mas possui o dever/obrigação para com outrem
por contrato;
 Exemplo: Carro (é seu, mas deve ter o pagamento do IPVA em dia),
proprietário é um devedor;
 A lei estipula quando pode haver isenções de pagamento (IPVA não
precisa mais ser pago após 20 anos);
 Isenções acontecem conforme situações (um morador de um imóvel
que era isento do pagamento de IPTU vende sua casa, logo, o novo
morador deverá pagar o IPTU, visto que a nova situação gerou a
obrigação);
 Financiamento não configura como propter rem, visto que é uma posse
precária do bem;

 Direitos Híbridos – obrigações atreladas a um bem, obrigação devida


por um credor para com a coisa;

 Objetos Híbridos:
 Ônus Reais – São obrigações que limitam, ainda que parcialmente a
fruição e a disposição da propriedade;
 Natureza Jurídica – obrigações de realizar, periódica ou reiteradamente
uma obrigação, que recaem sobre o titular de certo bem, portanto ficam
vinculados à coisa que servirá de garantia para seu cumprimento;
 Um exemplo seria a hipoteca (art. 1473/74 do CC);
 Obrigações com Eficácia Real – Terá eficácia real quando, sem perder
seu caráter de direito a uma prestação, se transmite e é oponível a
terceiro que adquira o direito sobre determinado bem;
 Exige registro em cartório; Ex. Art. 576 147/18 CC
 Art. 1418 – Garantias no que tange “negócios de gaveta”;
 Promessa de compra e venda (no final, obrigação real de transferir bem
ao comprador);
 Obrigação de transferir;

 Elementos Constitutivos da Relação Obrigacional:


 1) Elemento Pessoal ou Subjetivo:
 a) O sujeito ativo, que é o credor da obrigação; poderá ser único ou
coletivo;
 Deverá ser determinável, identificado no momento do adimplemento;
 Ex. Títulos ao portador/Promessa de recompensa (art.904/905/854 do
CC);
 Obrigações podem circular (dando assim dinamismo as rotações
negociais);
 Todos os créditos (na medida de sua natureza) podem ser
passados/transferidos sem grandes formalidades; podem ser cedidos
(ex. comprar 5 ingressos no cinema e distribui-los como quiser);
 Não muda ao credor, sendo o mesmo apenas determinável;
 Não faz diferença quem paga;
 Título ao portador (obrigação apenas de ter o saldo no banco,
estipulando que irá pagar);
 A maioria das obrigações são transmissíveis (sendo intransmissível no
caso de contratos personalíssimos);
 A certeza do credor encontra-se no título (sendo negável em caso de
título portado de má-fé);
 b) O Sujeito Passivo é aquele que deverá cumprir a obrigação, limitando
sua liberdade (dar, fazer ou não fazer);
 O devedor deverá cumprir as obrigações conforme o combinado;
 Credor pode ajuizar ação contra o devedor e fiador caso não seja
cumprido o combinado;

 2) Elemento Material: É a proteção positiva ou negativa do devedor;


 A prestação deverá ser:
 a) Licita, ou seja, conforme o direito, a moral, aos bons costumes e à
ordem pública, sobe pena de nulidade (art.166 do CC);
 b) Possível Física e juridicamente, ou seja, poder ser realizada quando a
natureza permitir e não ser proibida por lei;
 Ex: Contrair leis físico-naturais/alienar bens públicos;

 Prestação Obrigacional:
 c) Determinada ou Determinável: Quando houver a perfeita
individuação do objeto da prestação ou:
 Quando houver a individuação (for feita) no momento de seu
cumprimento mediante critérios estabelecidos no contrato ou em lei;
 Objeto com número de edição tem individualização;
 Como exemplo, podemos utilizar o caso da compra de um carro (o
comprador escolhe entre uma série de 5 carros idênticos, sendo aquele
escolhido pelo mesmo que irá ganhar individualidade por registro;
 Ao escolher personalizações, têm-se a individualização;
 Torna-se individual o bem a partir da nota fiscal;
 O comprador dá as características quando compra, individualiza;
 Obrigação deve ter valor econômico;
 Obrigações ilíquidas são aquelas nas quais não é possível estipular
valor exato, sendo necessária a liquidação;
 d) Patrimonial: Que seja suscetível de estimação econômica;

 3° Elemento: O vínculo jurídico que sujeita o devedor à relação de um


ato positivo ou negativo no interesse do credor;
 Validade/invalidade do negócio jurídico;
 Nulo ou anulável;
 Vícios de Consentimento (erro, dolo, coação) Art.158 CC
 Vício Social (fraude contra credores – art.158);

 Fontes das Obrigações:


 Fontes do Direito: Leis, costumes (ajudam a formar leis);
 Fontes das Obrigações: A leis positivadas, negócios jurídicos (art.233
e 104 CC);
 São os fatos jurídicos que dão origem aos vínculos obrigacionais, em
conformidade com as normas jurídicas, ou seja, os fatos jurídicos que
condicionam o aparecimento das obrigações;
 Espécies:
 Fontes Primárias ou Imediatas – A lei (art.104);
 Fontes Mediatas – Os fatos constitutivos das relações obrigacionais (lei
conjugada com evento + nexo causal);
 Evento – Negócio entre as partes, sendo necessário para concretizar o
fato;

 Fato Jurídico:
 Natural – Fenômeno natural sem intervenção humana;
 Humano – Voluntário (pessoa possui escolha, como num casamento,
contrato) ou involuntário (pessoa não tem escolha, como num caso
ilícito no qual a mesma tem a responsabilidade de reparar o dano,
ressarcir);
 Responsabilidade Civil Objetiva – Obrigação que vincula o
ressarcimento aos casos de risco (acidente de ônibus num trajeto, a
agência deve ressarcir as vítimas);
 Não existe o dolo/vontade, mas existe a obrigação humana involuntária
da agência de ônibus;

 2°Bimestre

 Das Modalidades de Obrigações – Art.233 e seguintes


(obrigações de dar, fazer e não fazer);
 1) Obrigação de Dar:
 1.a) Dar Coisa Certa – Existe quando seu objeto é constituído por um
corpo certo e determinado, estabelecendo entre as partes da relação
obrigacional um vínculo em que o devedor deverá entregar ao credor
uma coisa individuada;
 abrange os acessórios (carro x som automático);
 Dar: entregar uma coisa, objeto;
 Obrigação é cumprida mediante a tradição (entrega do objeto);
 Se transforma um objeto em bem inconfundível, diferente dos demais;
 Determinada as características que tornam a coisa única;
 Ex. Número de registro num chassi de carro/motor de carro/placa de
carro;
 O devedor pode tentar propor pagamento distinto para um objeto X que
deve a um credor, porém o credor em questão pode aceitar ou não
(podendo este ser beneficiado ou não com tal liquidação de dívida, visto
que em certas situações, a liquidação só pode ser feita com objeto
diferente do original);
 O credor possui o direito de receber aquilo que lhe é devido, porém o
mesmo pode aceitar uma quitação com outro objeto distinto (em razão
do devedor não poder dar a coisa certa, restitui-la);
 Coisa individuada: Carro (chassi, placa), número de série, etc.

 Da Perda da coisa Antes da Tradição:


 A) Sem Culpa – Resolve-se a obrigação para ambas as partes, que
voltam à situação primitiva. Se o vendedor já recebeu o preço da coisa
que pereceu sem culpa, deve devolve-lo com a devida correção
monetária;
 B) Com Culpa – Indenização pelo valor da coisa e perdas e danos;

 Deterioração da Coisa Antes da Tradição:


 A) Sem Culpa – Restituição do preço mais correção monetária ou
abatimento proporcional do preço
 B) Com Culpa – Recebimento da coisa no estado em que se achar mais
abatimento proporcional em preço e perdas e danos;

 1.b) Dar Coisa Incerta – Consiste na relação obrigacional em que o


objeto, indicado de forma genérica no início da relação, vem a ser
determinado mediante um ato de escolha, por ocasião de seu
adimplemento;
 Indicada ao menos pelo gênero e quantidade (facilitação assim quanto
a mensagem);
 Ex. Vender 100 (quantidade) copos (gênero);
 As partes interessadas vão estabelecer mais especificações no negócio
quanto possível (visando assim especificar com mais exatidão e dar
maior segurança);
 Partes em boa-fé conseguem afunilar melhor a obrigação incerta,
tornando-a mais clara;
 Separou e entregou, tornando assim a coisa incerta em certa;
 A escolha pertence ao devedor (no que tange ao momento da entrega
da coisa), sendo possível inverter para o credor a escolha, desde que
esteja previsto em contrato (extenso);
 O objeto entregue deve ser médio, nem melhor nem pior que o
estipulado por meio do contrato;
 Concentração – Coisa incerta se tornando certa;
 Não existe a extinção da obrigação por caso fortuito ou de força
maior, haja visto que pode ser ressarcido com dinheiro;
 É a escolha (sinônimo de concentração); Ex. 100 vacas, sendo que 10
serão vendidas para uma pessoa (logo, houve a escolha das 10 entre
100); sacas de soja, carros na concessionária (10 carros iguais,
comprador escolhendo um dentre eles, tornando assim o carro um
objeto certo);

 2°Bimestre:

 Obrigação de Fazer: Trata-se da obrigação que abrange o serviço


humano em geral, como a realização de obras ou a prestação de
serviços/fatos que tenham utilidade para o credor; Ex. Contratar um
jardineiro para limpar meu jardim;
 Atos positivos, de fazer;
 Obrigação de Fazer Fungível – É aquela que poderá ser cumprida pelo
devedor ou por terceiro a seu mando;
 Contratar um mestre de obras (os funcionários quem vão trabalhar
diretamente); mestre de obras apenas fiscaliza, sendo indiferente tal
relação de serviço para aquele quem paga o serviço em questão;
 Jardineiro coloca o filho para trabalhar em seu lugar (devido a natureza
do serviço).
 Pode ser substituído, não importando quem realiza, apenas que seja
feita conforme aquilo que fora estipulado;
 Obrigação de Fazer Infungível – É aquela que só poderá ser cumprida
pelo devedor, já que é insubstituível, ou seja, a obrigação é de caráter
personalíssimo;
 Sujeito contratado para o serviço em razão de suas características
pessoais;
 Credor contratou o serviço devido certas peculiaridades do devedor;
 Pessoas com serviços mais caros, visto a personalidade única de seu
serviço (habilidades que lhe deem renome);
 Inadimplemento da Obrigação de Fazer: Quanto a impossibilidade ou
recusa do devedor em cumprir a obrigação de fazer:
 A) Sem Culpa – Resolve-se a obrigação sem indenização, se repondo
as partes no estado anterior da obrigação (músico que fica afônico e não
pode realizar um show, por exemplo);
 B) Com Culpa – Responde o devedor por perdas e danos;

 Obrigação de Não Fazer: São aquelas em que o vendedor fica


obrigado a ser abster, mantendo-se em uma situação de omissão para
com o credor;
 Pode decorrer tanto da lei (para todos, indiretamente) quanto num
negócio privado entre as partes;
 Sempre pessoal, só podendo ser aplicado ao devedor;
 Podemos exemplificar uma obrigação de não fazer com os limites de
velocidade (num condomínio, sendo uma obrigação de não fazer
devido a um negócio privado, e numa rua, sendo regulado então por
lei);
 Podem existir exceções no que diz respeito a emergências;
 A lei possui força sobre o negócio privado (como no caso em que as
partes decidem não fazer uma obra num território entre eles, porém o
poder público decide realizar uma obra, extinguindo assim o acordo pela
superioridade do público sobre o privado);
 Inadimplemento da Obrigação de Não Fazer:
 A) Impossível Desfazimento Posterior – Responde por perdas e
danos (revelar segredo de uma marca como a Coca-Cola, por exemplo);
 B) Possível Desfazimento Posterior – Credor pode exigir o
desfazimento do que foi realizado + perdas e danos OU Perdas e danos
caso o Credor não tiver mais interesse na obrigação de não fazer;

 Obrigação Quanto ao Modo de Execução:


 Obrigação Simples – É aquela obrigação cuja prestação recai somente
sobre uma coisa (certa ou incerta) ou sobre um ato (fazer ou não fazer);
Ex. Entregar um livro.
 É apenas um ato, único. Entregou, está quitado;
 Ato simples, deixando ou não de fazer uma certa obrigação;
 Obrigações Cumulativas – Relação obrigacional múltipla, por conter
duas ou mais prestações de dar, de fazer ou de não fazer, decorrentes
da mesma causa ou do mesmo título, que deverão realizar-se
totalmente, pois o inadimplemento de uma envolve seu descumprimento
total;
 Mais de uma prestação, com prazos sucessivos e periódicos;
 Possibilidade de múltiplas prestações em prazo X (entregar certos
objetos em acordo num prazo de 30 dias);
 Credor pode se negar a receber bens devidos em partes (a lei não o
obriga a aceitar);
 Porém, pode ser convencionado pelas partes (credor aceitar aumentar
prazo ou receber em partes);
 Obrigações Facultativas – Nesta, apenas o devedor poderá optar por
cumprir o contrato ou entregar prestação diversa, não podendo o credor
reclamar;
 Possui apenas um objeto, mas o devedor pode se exonerar cumprindo
uma prestação prevista em caráter subsidiário
 Concede ao devedor a faculdade de substituir a obrigação por outra
 Não há escolha por parte do credor;
 Caso pereça o objeto único da obrigação (sem culpa por parte do
devedor) resolve-se o vínculo obrigacional;
 Obrigações Alternativas – É a obrigações que contém duas ou mais
prestações com objetos distintos, na qual o devedor se libera com o
cumprimento de uma só delas, mediante escolha sua ou de seu credor;
 Conjunção “ou”, não “e”;
 Devedor escolhe, em regra, como quitar a dívida;
 Alternativa para qual patrimônio se entregar;
 Estipula-se bens equivalentes em sua patrimonialidade;
 Vale ressaltar que a lei permite escolha do credor (caso disposto for em
extenso no contrato);
 Ex. Quitar dívida de 30 mil com um carro, moto ou jet-ski (todos valendo
30 mil);
 Liberdade absoluta nos contratos, no que diz respeito a convenção (sem
ferir com a lei);
 Caso o bem venha a perecer, não haverá extinção da obrigação, sendo
substituído o débito por outro;
 Concentração/Escolha – Momento de escolha do bem/prestação que
será entregue;
 Via de regra do devedor (salvo casos de inversão);

 Obrigações em Relação à Pluralidade de Sujeitos:


 Obrigações Divisíveis, Indivisíveis e Solidárias
 I) Obrigações Divisíveis – Na obrigação divisível cada um dos
devedores se libera do vínculo pagando a sua parte e cada um dos
credores nada mais poderá exigir, desde que receba a sua quota pois só
poderá reclamar a sua fração;
 Obrigações cuja prestação é suscetível de cumprimento parcial, sem
prejuízo de sua substância e de seu valor, de modo que, havendo
pluralidade subjetiva (de pessoas) tal obrigação se presumirá dividida
em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos forem os credores
ou devedores;
 Obrigações Indivisíveis – Nas obrigações indivisíveis, se houver
pluralidade de devedores, cada um será obrigado pela dívida toda
(art.259) sub-rogando-se nos direitos dos credores, em relação aos
outros, o que tiver pago a dívida;
 Obrigação cuja prestação só pode ser cumprida por inteiro, não
comportando sua cisão em várias obrigações parceladas distintas,
pois uma vez cumprida parcialmente a obrigação, o credor não obtém
nem uma utilidade ou obtém a que não representa a parte exata da que
resultaria do adimplemento integral;
 Na obrigação Indivisível com multiplicidade de credores, cada um
dos credores poderá exigir o débito inteiro, mas o devedor somente se
desobrigará pagando a todos conjuntamente ou a um deles, dando
caução de ratificação (art.60);
 Obrigação indivisível com multiplicidade de devedores já nasce com
a solidariedade (advinda da lei ou convenção entre as partes); Ex. 6
devedores devendo 1 touro reprodutor para um credor (em tese, cada
um do 6 deve 1 touro, sendo aquele que pagar extintor do negócio);
 Solidariedade traz vínculos entre os negociantes;
 Paga aquele que tiver patrimônio (não havendo razão em executar quem
não possui patrimônio);
 Espécies de Obrigações Indivisíveis:
 A) Física/Material – Um animal, carro (impossível dividir materialmente,
visto que se perde o valor);
 B) Legal/Jurídica – Decorre da lei, divisível materialmente, porém não
legalmente por um impedimento (terreno público);
 C) Convencional/Contratual – Advém da vontade das partes; Ex.
Entregar tais objetos em tal data (deve ser celebrado o negócio na
data);
 D) Judicial – Decisão advinda de uma decisão transitada em julgado;
Ex. Pagamento em dinheiro para pessoa que ganhou a ação;

 Obrigações Solidárias:
 1) Conceituação (M.H Diniz): É aquela em que, havendo multiplicidade
de credores ou de devedores, ou de uns e outros, cada credor terá
direito a totalidade da prestação, como se fosse o único credor, ou
cada devedor estará obrigado débito todo, como se fosse um único
devedor;
 Conceito (Caio Mário): Há solidariedade quando na mesma obrigação
concorre pluralidade de credores, cada um com direito a dívida toda,
ou pluralidade de devedores, cada um obrigado a ela por inteiro;
 Solidariedade existe pela multiplicidade de credores, nascendo da
vontade das partes ou da lei;
 Cada um deve igualmente, um podendo quitar para todos e logo depois
executar os outros devedores;
 Pessoas respondem conjuntamente;
 Deve haver causa de solidariedade;
 Quando o credor principal recebe, extingue a obrigação (cabendo ao
mesmo dividir entre os outros credores);
 Sem formalidade excessiva (simples cláusula convencional entre os
envolvidos);
 Alguns casos já nascem com a cláusula solidária pela lei;
 Objetivo - Estabelecer o tratamento da pluralidade pela unicidade, ou
seja, unificar o múltiplo;
 Natureza Jurídica – Na solidariedade, devedores e credores se unem
para conseguir o mesmo fim. Nela haverá tantas relações obrigacionais
quantos forem os credores e devedores, unidos pelo fim comum, pela
unicidade de objetos, identidade ou da prestação;
 Fontes da Obrigação Solidária:
 a) Legal – Quando prover de comando normativo expresso; Ex. Art.585
(comodato); Art. 942 (reparação de danos);
 b) Convencional ou Contratual – Quando decorrer da vontade das
partes pactuadas em contratos/negócios jurídicos;
 Na solidariedade há um feixe de obrigações oriundas da mesma fonte,
com igual conteúdo apresentando ainda comunidade sem fim;

 Características Jurídicas da Solidariedade:


 A) Pluralidade de Sujeitos Ativos e Passivos – Qualquer credor pode
receber o montante completo da obrigação;
 Caso não pague os cocredores, cabe ação judicial em cima daquele
quer recebeu o montante da dívida em questão;
 B) Multiplicidade de Vínculos – Distinto e independente aquilo que une
o credor e cada um dos cocredores e vice-versa;
 Diversos feixes entre credores e devedores, distintamente (4 credores,
mas é possível ao devedor/s pagar apenas um);
 Plena pluralidade para pagar para qualquer um dos credores;
 C) Unidade da Prestação – Cada devedor responde pelo débito todo e
cada credor pode exigi-lo por inteiro;
 Caso não seja pago, pode cobrar ou de um dos devedores ou de todos
indistintamente;
 Solidariedade não se presume, só havendo quando a lei determinar ou
quando disposto for pelas partes;
 Art.265 CC – Nasce a solidariedade da lei ou da vontade das partes;

 Solidariedade Ativa - Trata-se da relação jurídica entre credores de


uma só obrigação e o devedor em virtude da qual cada um tem o direito
de exigir deste de cumprir a obrigação por inteiro. Pagando o débito a
cada um dos cocredores, o devedor se exonera da obrigação;
 Solidariedade Passiva – Consiste na concorrência de dois ou mais
devedores, cada um com o dever de prestar a dívida toda;
 Solidariedade Mista/Recíproca – Multiplicidade de devedores e
credores;

 Obrigações quanto ao Conteúdo:


 1) Obrigações de Meio – A obrigação de meio é aquela que o devedor
se obriga tão somente a usar de prudência e diligência normais na
prestação de certo serviço para atingir um certo resultado, sem,
contudo, se vincular a obtê-lo;
 Não se exige resultado certo e determinado por parte do devedor. É
exigido ao devedor que siga de maneira pudente, com boa fé;
 Importa o “meio” da obrigação, a forma como o devedor age na
tramitação da obrigação;
 Profissional espera o bom resultado, por mais que o mesmo seja
incerto (Ex. Advogado que age corretamente no processo, porém perde
a ação devido improcedência da mesma). O Profissional não tem culpa
do resultado;
 Inadimplência do Devedor – Exige análise do comportamento do
devedor (diligência/prudência);
 Os autos do processo apontam possíveis equívocos cometidos pelo
advogado (exemplo);
 Se analisa então se houve ou não má diligência/prudência;
 2) Obrigação de Resultado – É aquela que o credor tem o direito de
exigir do devedor a produção de um resultado, sem o que se terá o
inadimplemento da relação obrigacional;
 Exige a entrega de um resultado certo e determinado;
 Inadimplemento do devedor apenas aceito em casos de força maior ou
caso fortuito;
 Exemplo: Contratos de transporte, serviços mecânicos, cirurgias
plásticas;

 Transmissão das Obrigações:


 Cessão de Crédito, Débito e Contratos;
 1) Conceito de Cessão – É a transferência negocial, à título gratuito ou
oneroso, de um direito, de um dever, de uma ação ou de um complexo
de direitos, deveres e bens, com conteúdo predominantemente
obrigatório, de modo que o adquirente (cessionário) exerça posição
jurídica idêntica à do antecessor (cedente);
 Cedente – Primitivamente dono do crédito;
 Cessionário – Novo credor (aceita cessão); não existia anteriormente
na cessão;
 Conceito de Cessão de Crédito – É um negócio jurídico bilateral,
gratuito ou oneroso, pelo qual o credor de uma obrigação (cedente)
transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionário),
independentemente do consentimento do devedor (cedido) sua posição
na relação obrigacional, com todos os acessórios e garantias, salvo
disposto em contrário, sem que se opere a extinção do vínculo
obrigacional;
 Pressupostos de Cessão de Crédito:
 A) Manifestação de vontade do cedente (credor);
 B) Aceitação expressa ou tácita do cessionário (3°, novo credor);
 O cedido (DV) não intervém no negócio;
 Base Legal/Justificativa – O direito representa, sob o prisma
econômico, um valor patrimonial, daí sua disponibilidade, podendo ser
negociado ou transferido, pois representa promessa de pagamento
futuro;
 Partes da Cessão de Crédito:
 A) Cedente.
 B) Cessionário.
 C) Cedido.
 Sugestão de pessoas, pessoas essas que eram estranhas e
desenvolvem um elo pela obrigação;
 Sucessão inter-vivos;
 Não importa a qual credor se paga, desde que o devedor pague;
 Impedimentos no que tange leis que proíbem, pela natureza da
relação ou por convenção das partes;

 3° Bimestre:

 Modalidades de Cessão de Crédito:


 Em miúdos, contrato social no qual o credor transfere seus
créditos para um terceiro (cessionário) estranho para com a
relação obrigacional de origem;
 Ressalta-se aqui que são transferidos todos os elementos da
ação, tais como juros, multas, garantias de dívidas, SALVO
EXPRESSA DISPOSIÇÃO EM CONTRÁRIO;
 Cedido (devedor na relação obrigacional) NÃO PODE se opor a
decisão, independendo a cessão de anuência do devedor;
 A) Parcial ou Total – Embora seja desconfortável, existe a possibilidade
da cessão parcial (uma bagatela dividida para diversas pessoas).
A total seria uma bagatela para apenas um indivíduo;
 B) Gratuita ou Onerosa – É possível quitar a obrigação anterior por
meio de cessão nova, fazendo assim “girar” as obrigações, resolvendo
assim pendências anteriores;
 Cessão onerosa pode quitar pendências obrigacionais ;
 Ao entregar gratuitamente, trata-se de doação;
 Uma cláusula de incedibilidade deve ser acertada no contrato, não
podendo uma das partes ceder sem acordo (antecipadamente);
 C) Convencional – Decorre da livre espontânea declaração de
vontade das partes: cedente e cessionário (3°);
 C1) Legal – Resulta da lei: Ex: Art.287 CC; imposição da lei de que se
deve haver uma cessão;
 C2) Judicial – Resulta da sentença/acórdão judicial. Ex: Partilha de
bens (separação judicial, inventário, etc.); visa criar uma compensação,
fazendo com que as partes saiam beneficiadas;

 Modalidades:
 O Cessionário correrá o risco da insolvência do devedor (cedido). Art.
296;
 D1) Cessão Pro Soluto – Ocorre quando houve a quitação plena do
débito do cedente para com o cessionário;
 O cedente (credor) responde pela EXISTÊNCIA e LEGALIDADE do
crédito, mas NÃO RESPONDE pela solvência do cedido (devedor);
 A regra do CC é o Pro Soluto (pressuposto que o contrato de cessão
seja assim, salvo disposição contrária);
 O cedente da a quitação e está quitado, sem delongas;
 D2) Cessão Pro Solvendo – Quando o cedente somente verá quitada a
sua obrigação com o 3°, o novo credor, (cessionário) quando o
devedor (cedido) efetivamente quitar a obrigação;
 Credor responde pela solvência do devedor, só estando este livre da
relação quando o mesmo realizar o pagamento;
 Pro solvendo seria um acordo no qual uma possível insolvência seria
responsabilidade do cedente/credor;
 Só efetivamente quitada a obrigação quando o cedido efetivamente
realizar o pagamento ao cessionário (condições em contrato fundadas
em futuridade e incerteza);
 Responsabilidade solidaria entre as partes (credor e
devedor/cedente e cedido);

 Objeto da Cessão:
 QUALQUER crédito, vencido ou não, que conste de um título ou não,
ajuizado ou não, DESDE QUE não se oponha (art.286 CC):
 A) A Natureza da Obrigação – São incedíveis créditos de Direito
Personalíssimo (art.11 CC) e créditos alimentícios;
 B) A Lei – Visto que não são cedíveis: Herança de pessoa viva
(art.426 CC), Créditos (já penhorados) (art.298 CC), o benefício da
justiça gratuita (Lei n°1.060/50, art.10), A Preempção (Art.520);
 C) Convenção com o devedor, pois as partes ajustaram sua
intransmissibilidade;
 Forma de Cessão: A lei NÃO EXIGE forma específica ou solene para
a realização da cessão de crédito. Ela aperfeiçoa-se com a simples
declaração de vontade do cedente e do cessionário
(art.107);

 Cessão de Débito ou Assunção da Dívida (art.299 e


seguintes):
 Generalidades – Instituto não previsto no CC 16, no entanto a
doutrina/jurisprudência o admitiam e era aceito em razão do “princípio
da liberdade das convenções”;
 Na “causa mortis” já era admitido em razão do falecimento do devedor,
até o valor do montante (e os herdeiros) art.1792;
 Implica tão somente na substituição do devedor , sobrevivendo
o vínculo obrigacional;
 Ex: Transferência de fundo de comércio e financiamento habitacional;
 Sem muita burocracia, até mesmo podendo ser realizado a cessão
verbalmente. A exceção se encontra quando tratar-se de
direito reais, pelos contratos escritos (geralmente utilizados para
escritura de imóveis);
 Os contratos mais simples já não exigem a formalidade (tal como
comprar um produto no mercado);
 Quando houver a necessidade de formas mais rebuscadas de contrato,
a lei explicitará;

 1) Cessão de Débito, Conceito - Negócio bilateral (visto que para ser


realizada, necessita de anuência do credor), pelo qual o
devedor com a anuência expressa do credor, transfere a um
terceiro os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua
posição na relação obrigacional, substituindo-o;
 Negociação na qual o débito é cedido. Destaca-se aqui que o credor
deve concordar expressamente, não podendo o devedor sair da
obrigação contratual e “jogando-a” para terceiro;
 2) Pressupostos:
 a) Exigência e validade da obrigação transferida;
 b) Substituição do devedor sem alteração do vínculo obrigacional;
 c) Concordância do credor (expressa) art.299, 1°parte e §único;

 d) Requisitos Legais:
 d.1) Capacidade das partes;
 d.2) Objeto lícito (presentes e futuros, exceto obrigações
personalíssimas);
 d.3) Forma Legal: Regra livre ou forma escrita (quando tiver bem
imóvel ou lei estipular que deve transcorrer expressamente); como
exemplo podemos citar as fianças e reservas de domínio como negócios
que precisam de forma legal escrita;
 Cessão de Crédito – CR + DV, porém credor cede para 3°
(cessionário). Pode passar de forma livre, não havendo necessidade
de concordância do DV;
 Cessão de Débito – CR + DV, porém aqui o devedor quem cede,
porém precisa de permissão do CR para transferir a obrigação ao
cessionário;

 Cessão de Contratos:
 Conceito – É a transferência da inteira posição ativa e
passiva (crédito e débito), do conjunto de direitos e obrigações de
que é titular uma pessoa, derivados de contrato bilateral já ultimado
(ponto de vista formal), mas de execução ainda não
concluída;
 Podemos exemplificar na Cessão de Locação, cessão esta na qual ao
ceder a locação para terceiro (cessionário), o locatário não apenas
cede o direito de usar e fruir o imóvel, como também a obrigação de
pagar o aluguel ao locador. Fica evidente aí as posições ativas e
passivas cedidas;
 JUNÇÃO DE CRÉDITO E DÉBITO, que não se encontra propriamente
expressa no CC;
 Contratante A pode ceder suas devidas posições (transfere créditos ou
débitos, obrigação ativa ou passiva, respectivamente) para Cessionário
3°, porém com a anuência do contratante B quanto ao débito (como já
visto anteriormente);
 Cedente (transfere sua posição contratual); Cessionário (adquire a
posição transmitida/cedida); Cedido (o outro contratante, que consente
na cessão realizada pelo cedente);
 Apenas execuções continuadas (não se aplica em contratos
imediatos, não havendo como ceder nestes casos);
 A partir da quitação de uma das partes, sobram apenas Créditos ou
Débitos (dependendo de qual lado da equação de contratantes
estivermos olhando, qual obrigação foi quitada ou não );
 Créditos não necessitam da anuência por parte de um contratante
para a cessão, apenas débito (como já visto anteriormente na
assunção de dívida);

 Natureza Jurídica – Cessão de contratos permite a circulação do


contrato na sua integralidade, possibilitando que um estranho
ingresse na relação contratual (cessionário), substituindo um dos
contratantes primitivos (qualquer um deles) assumindo TODOS os seus
direitos e deveres;
 Requisitos:
 A) Contratos Bilaterais (sinalagmáticos) de prestações
correspectivas, no qual um dos outorgantes transmite para terceiro
(como o assentimento necessário do outro contratante ) o
conjunto de direitos e obrigações que lhe advém do contrato;
 Correspectivas no que tange os efeitos, não quantidade de pessoas
propriamente ditas no contrato;
 B) Cessão Global: Depois de sua formação e antes de sua
execução de prestações continuadas;
 Não se pode ceder parcialmente, apenas globalmente;
 Ultimado – Contrato terminado/celebrado no ponto de vista
formal, porém não finalizado, seus efeitos ainda não foram
realizados;
 C) Transferência de direitos e deveres do cedente;
 D) Consentimento expresso do cedido;
 E) Exigências do art.104CC;

 Forma – Livre, exceto se houver imóveis, regra do art.108CC;


 Caso não haja matéria que recaia sobre direitos reais, se realiza o
contrato por forma de instrumento privado, de forma livre;
casos de imóveis, idem;
 Por fim, podemos concluir que a finalidade da cessão, que possui
natureza contratual, é transferir a terceiro a inteira posição de um
dos contratantes em outro contrato, de maneira BILATERAL.
 O contrato em que figurava a posição transferida, objeto da cessão,
denomina-se CONTRATO BASE;

 Do Pagamento das Obrigações (art.304/330)


 Objeto (forma), lugar e tempo;
 Pagamento Direto;
 Pagamento Indireto;
 Consignação em pagamento, sub-rogação, imputação, dação,
novação, compensação, confusão e remissão das dívidas;

 1) Pagamento em Consignação:
 A) Conceito – É o meio indireto do devedor exonerar-se do liame
obrigacional, consistente no depósito em juízo (judicial) ou em
estabelecimento bancário (extrajudicial) da coisa devida, nos
casos e formas legais;
 Por alguma razão, credor não aceita a forma de pagamento do
devedor; não aceita receber (desacordo quanto valor, lugar do
pagamento, dentre outros);
 É levado ao judicial (exonera o devedor da dívida ou então considera-
o improcedente);
 Exoneração – Serve como quitação, não fica mais obrigado a pagar
ao devedor;
 B) Natureza Jurídica – Na ação de consignação, ante a sua finalidade
específica, não se discute a validade contratual (RT 391/367, RT
390/270), nem a natureza ou substância do contrato (RT 390/267).
Todas as questões fundadas na lesividade do negócio, na alteração
de cláusula contratual, ou na existência do direito de
arrependimento;
 C) Com pagamento no CPC (art.539);
 D) Com pagamento Extra Judicial;
 E) Requisitos:
 Impossibilidade de pagamento ao credor (por motivos
adversos, tais como o mesmo residir em bairro de alta periculosidade);
 Credor incapaz, desconhecido, ausente, ou residir em lugar incerto
(335,III); dúvidas quanto a quem é o credor, se pender litígios sem o
objeto do pagamento
 F) Consignação Extrajudicial (334 CC e 539 CPC);

 Pagamento em Consignação:

 Espécies:
 A) Judicial – Cabível quando não pode ou se recusa a receber o
pagamento ou dar quitação. Quando o credor não vai e nem manda
outrem em seu lugar para receber determinada coisa. Se o credor não
for capaz de receber, for desconhecido, ou residir em lugar incerto ou de
acesso complicado. Existem dúvidas acerca de quem realmente deve
receber e também em casos que pende litígios sobre o objeto da
relação;
 B) Extrajudicial – Não há necessidade de se entrar em juízo, assim,
quando o devedor deposita o montante devido, há a cessação da
correção monetária que haveria com o inadimplemento e o
devedor deixa de estar em mora. Art.539, CPC;
 Obrigações em dinheiro;

 Efeitos da Consignação Extrajudicial:


 a) Com Recusa – Prazo de 10 dias inicialmente. Caso o montante não
seja aceito, existe a necessidade de se mover uma ação
consignando JUDICIALMENTE o pagamento. Caso não ajuizada a
ação, passado os 30 dias, é possível retirar a quantia depositada
(todavia sujeito a todos os efeitos de INADIMPLEMENCIA);
 b) Sem Recusa – Caso aceito o pagamento, as prestações
depositadas são consideradas como líquidas. O silêncio do credor
(após o prazo legal estipulado de 10 dias) é considerado como
ACEITAÇÃO;
 Para entrar com ação Judicial – 30 dias (após a não aceitação do
credor do meio extrajudicial de pagamento);

 Imputação de Pagamento (art.352):


 1) Conceito – É a indicação da dívida a ser paga quando um
devedor se encontra obrigado por dois ou mais débitos da
mesma natureza, líquidos e vencidos, A UM SÓ CREDOR, e o
pagamento não é suficiente para pagar/quitar todas as dívidas junto
ao credor;
 Indica-se um pagamento. Devedor deve mais de uma obrigação,
sendo esta fungível e da mesma espécie. Logo, o mesmo indica
qual dívida está sendo quitada com o pagamento;
 Busca-se pagar aquela na qual se tenha mais encargo;
 Havendo CAPITAL e JUROS, o pagamento imputar-se-á primeiros nos
juros vencidos, e depois aos de capital (salvo disposição em
contrário ou se o credor passar a quitação por conta do capital);
 Devedor pode escolher qual dos débitos quitar (caso todas sejam
líquidas e vencidas);
 Caso o devedor não impute, é permitido ao credor fazer a
imputação (salvo casos nos quais é provada violência ou dolo por parte
do credor). Caso nenhum dos dois faça, é permitido então ao juiz
imputar;
 Se o devedor não indicar a qual débito oferecer o pagamento, e a
quitação for omissa quanto a imputação, está se fará nas
DÍVIDAS LIQUÍDAS e VENCIDAS em primeiro lugar. Se as dívidas
forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação será
feita na mais na mais onerosa;
 A mais onerosa (em encargos gerais) é a menos onerosa ao devedor;
 2) Requisitos:
 A) Pluralidade de débitos da mesma natureza;
 B) Identidade de partes;
 C) Possibilidade de o pagamento quitar mais de uma dívida
integralmente e não for suficiente para todos;
 3) Espécies:
 A) Imputação do devedor, Art.352;
 B) Imputação de Credor, Art.353;
 C) Imputação Legal, Art.355;
 Dação em Pagamento (art.336 e seguintes):

 1) Conceito – Vem a ser um acordo liberatório, feito entre credor e


devedor em que o credor consente na entrega de uma coisa diversa
da avençada;
 2) Natureza Jurídica – Trata-se de um pagamento indireto, por ser um
acordo liberatório, com o objetivo de extinguir relação
obrigacional, derrogando princípio que obriga o devedor a
fornecer exatamente o objeto prometido (art.313 CC), por lhe permitir
com a anuência do credor, entregar coisa diversa daquela a que se
obrigara;
 3) Objeto da Ação – Bens móveis/imóveis, fatos, direitos ou
abstenções;
 4) Requisitos:
 a) Existência de débito vencido;
 b) “Animus Solvendi” (o propósito, vontade de realizar a dação;
 c) Diversidade de objeto oferecido em relação ao devido;
 d) Concordância do credor na substituição;
 5) Efeitos – Extinção da dívida, QUALQUER QUE SEJA O VALOR DO
OBJETO afetado em lugar do convencionado;

 Da Compensação (art.368 e seguintes):


 1) Conceito: Desconto que reciprocamente se faz no que duas pessoas
devem uma a outra;
 Meio especial de extinção de obrigações, até onde se equivalem, entre
pessoas que são, ao mesmo tempo, devedoras e credoras uma da
outra;
 2) Natureza Jurídica – É o meio indireto da extinção das obrigações,
até o ponto em que essas se equivalem entre pessoas que são
recíprocas e concomitantes credoras e devedoras uma da outra;
 3) Espécies:
 A) Compensação Legal – aquela prevista no CC e legislação
extravagante;
 B) Compensação Convencional – Resulta de acordo entre as partes;
 C) Judicial – Provém de decisão judicial;
 4) Efeitos – Liquidação/extinção da obrigação;

 Remissão de Dívidas:
 1) Conceito – É a liberdade efetuada pelo credor, consistente em
exonerar o devedor do cumprimento da obrigação;
 DEVE SER ACEITA pelo devedor (consentimento);
 Exigência de vontade unilateral do credor, devendo o devedor aceitar
expressa/tacitamente;
 3) Espécies de Remissão:
 A) Total ou Parcial;
 B) Expressa - Com declaração do credor (pública/particular);
 C) Tácita – Ocorre do comportamento do credor, incompatível com a
qualidade do credor, por traduzir de forma inequívoca, a intenção
liberatória. Como exemplo:
 Quando se contentar com quantidade inferior à totalidade de seu crédito;
 Quando destrói título na presença do devedor;
 Quando faz chegar ao devedor a ciência da destruição do título;

 Da Confusão:
 1) Conceito – Confusão é a aglutinação, em uma única pessoa e
relativamente a mesma relação jurídica, das qualidades de credor e
devedor por ato inter-vivos ou causa mortis, operando a extinção do
crédito;
 2) Requisitos:
 A) Unidade de relação obrigacional (mesmo crédito/obrigação);
 B) União, na mesma pessoa, das qualidades de credor e devedor;
 C) Ausência de separação dos patrimônios;

 3) Espécies:
 A) Total ou própria – toda dívida;
 B) Parcial ou imprópria – parcial do crédito/débito;

 4) Exemplos:
 A) inter-vivos – Empresas;
 B) causas mortis – sucessão hereditária;

 DIREITO POSITIVO, extingue a relação jurídica. Confusão na


personalidade jurídica;

 Do Inadimplemento Obrigacional: Art.389 e seguintes;

 1)Da Mora (art.394 e seguintes) – Considera-se em mora o devedor


que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebe-lo no
tempo/lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer;
 2) Espécies de Mora:
 A) Mora Solvendi (devedor, caput do 397) – Configura-se como mora
do devedor quando este não cumprir, e por culpa sua, a prestação
devida na forma, tempo e lugar estipuladas;
 B) Mora Acipiendi (credor, §único do 397) – Mora acipiente consistirá
na injusta recusa do credor de aceitar o cumprimento da obrigação no
tempo, lugar e forma devidos;
 C) Ambos, recíproca – Ambos os casos anteriores na mesma relação
jurídica;
 3) Mora de Devedor:
 A) Mora “Ex Re” – Ocorrerá “pleno iuri” (de pleno direito), não sendo
necessário qualquer ato ou iniciativa do credor se houver vencimento
determinado para o adimplemento da obrigação. Obrigações devem ser
LIQUIDAS E POSITIVAS;
 B) Mora “Ex Persona” – Ocorre quando não houver estipulação de
termo certo para a execução da relação obrigacional, neste caso, será
imprescindível que o credor tome certas providências necessárias para
constituir um devedor em mora, tais como a interpretação ou notificação
judicial ou extra judicial;

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