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Por serem textos fundamentais das Cortes, possuem formalidades comuns: lugar de
redação, menções expressas e nominações gerais de assistentes da reunião (monarquia,
privilegiados, representantes das cidades, burocratas da assembleia, servidores da coroa,
embaixadores estrangeiros);
Zamora chama atenção para o erro dos editores em não publicarem nas Actas de Cortes de
León e Castilla os actos de juramento y acatamiento de los sucesores de la Corona, haja
visto que umas das funções básicas (e exclusivas entre 1476-1515) das assembleias
castelhanas foi o acatamento e juramento dos sucessores da Coroa. Ainda que pese a
rigidez e reiteração expositiva de seus conteúdos, oferecem material importante sobre as
mazelas institucionais da Coroa: lugar e cronologia das reuniões, os assistentes,
mecanismos e ritmos de celebração, intervenção e papel da burocracia, protocolos
observados;
Fontes subvalorizadas e escassamente usadas pela historiografia, por não ter sido editada
juntamente com os Cadiernos de peticiones y Ordenamientos. Uma primeira aproximação
dessas fontes pode oferecer uma polarização temática, mas no que tange a reconstrução
das Cortes do período entre 1498-1502, constituem um corpo documental indispensável,
visto ser um período tido como “las cortes in Actas”, carentes de outros textos oficiais
que precisem o conteúdo das convocatórias (ZAMORA, 1991, p.19);
De sua análise, se obterão conclusões distantes das versões transmitidas pelos cronistas.
Ainda que não tenham sido reunião protocolais como indicado, são pré-desenhados
acontecimentos fundamentais para se entender os meandros da política castelhana de 1497
à revolta comunal. Como exemplo, o acatamento nas Cortes de Ocaña de 1499 demonstra
expressamente o futuro papel político de Fernando, o Católico como governador de
Castela;
No que toca as ratificações de acordo, podem ser tomadas como uma variação
documental das atas juramentais, seguindo o mesmo esquema de lugar, especificação dos
atos, presença da monarquia e burocracia superior do reino, nobreza e alto clero,
procuradores, bem como um conjunto de fórmulas para validação das matérias retificadas;
Zamora traz uma exceção, as Cortes de Madrid (1510), narração oficial que apresenta
interioridades dessa importante reunião. De modo que a relacion de hechos constitui
importante peça para reconstruir o processo organizativo das Cortes castelhanas:
procedimento de prorrogação das sessões, passos para habilitação dos procuradores,
nomeação do presidente das cortes, papel do secretário real e membros do conselho de
Castela. Ainda extremamente formais e protocolares, ajudam a compreender a totalidade
das cortes e quem a integrava;
Ainda que não se ajustando a tipologia assinalada, algumas considerações efetuadas por
procuradores das Cortes de Toro (1505) servem como material atinado ao trazido por
Zamora. Consiste num texto breve e importante por conter a aceitação do testamento de
Isabel la Catolica pelas Cortes, bem como a evidencia de incapacidade e enfermidade de
Juana e o aceite de Fernando como governador de Castela (ZAMORA, 1991, p.21);
A questão trazida por Zamora quanto a releitura dos cadernos gerais de petição é se eles
realmente refletiam, ou em que medida, as demandas citadinas e os problemas estruturais
do reino. A questão leva a dois eixos fundamentais: a escassez de cadernos gerais (dos 11
chamamentos à Cortes, apenas em 4 os procuradores obtiveram contestação de seus
requerimentos, 1476, 1506, 1512, 1515);
Em segundo lugar, ainda que numerosas matérias e demandas fossem trazidas pelos
cadernos, denota-se: Escassa polarização temática nas petições; dispersão dos objetos
demandados; desparecimento paulatino de certos aspectos conflitantes; insuficiente ou
nula presença de problemas substancias do reino;
No que toca os silêncios mais notórios nas Actas (cadernos de petición del reino):
Procuradores com isenção tributária por direito, prerrogativa legal. Representantes dos
cidadãos, isentos e com rendimentos próprios, pouca voz tiveram nos numerosos e
retirados serviços concedidos e pleiteados. Silêncio marcante das Cortes entre 1500-1515;
Subsídios concedidos desde 1500, alto volume fiscal concedido pelas Cortes, bem como
sua reiteração. Serviços dos reis católicos (especialmente entre 1503-1504) muito mais
onerosos para os representantes da população/procuradores que no reinado de Carlos I;
Onde as cortes realizaram um ataque contra o regime senhorial fora na questão das
reivindicações territoriais feitas pela alta nobreza sobre patrimônios de vereadores. Nos
cadernos gerais de 1506, solicitava-se à Coroa que não alienasse as terras e jurisdições
reais. Para Zamora, tão diminuta queixa leva a questionar se reduziam a apenas esses
protestos a atividade das Cortes sobre excessos senhoriais;
Para Zamora, é negativo, pois os cadernos gerais (diferente dos cadernos de petição
particular) são parcos pois a monarquia silenciou os protestos e os reduziu ao mínimo.
Nas petições particulares, expunham-se casos concretos de perdas de terra, vassalos e
jurisdições, fator que leva até a apelação de certas disposições testamentárias da rainha
católica para apressar devoluções de terra, ainda que Fernando barre o protesto por meio
da redação oficial das Actas de las Cortes de Burgos de 1512;
AS CORTES E OS PROCURADORES
Nenhum dos males associados aos procuradores nas Actas oficiais, silêncio
compreensível pois não se espera que os beneficiados questionassem seus
privilégios;
Segundo ZAMORA son aspectos reducidos e insuficientes para uma institución que
a los ojos de los castellanos era reducto de privilegios para ciertas oligarquias
concejiles, foco de corruptelas y que, en definitiva, poco o nada representaba el
reino (1991, p.25);
Consideradas pela historiografia como fontes de pequena monta, usados nos melhores
casos como adorno de apêndices documentais em obras de história local. Zamora
discorda, pois:
Por seus dados cronológicos, fechamento da convocação e local, facilitam a investigação
em arquivos municipais das cidades com direito a voto nas Cortes, facilitando o
conhecimento dos processos eleitorais e eleição de procuradores;
De modo que com uma minguada, mas significativa correspondência, denotam-se (no
caso de Ocaña de 1499) as fricções entre monarquia e alguns membros da nobreza e alto
clero, que usavam os chamamentos à Cortes para descordar de certas abordagens da
monarquia;
Finalidades de uso interno e burocracia própria das Cortes (revitalização do antigo cargo
de escrivão maior das Cortes). O caráter não oficial desses manuscritos se evidencia pelas
informações que nunca apareceriam em cadernos gerais de petição: salários de
procuradores, cartas para corregedores reais para unificação de poderes de procuração,
condições de concessão de serviços;
Destacam-se as edições dirigidas por Manuel Colmeiro nas Actas de las Cortes de los
Antiguos reinos de León y de Castilla (1784);
Manuscrito que recolhe documentação das Cortes desde o reinado de Juan II (Cortes de
1425) até Toledo (1502). Da época anterior aos reis católicos (entre Juan e a totalidade de
Enrique IV) a documentação se encontra polarizada em dois aspectos: Concessão de
serviços e condições impostos pelas Cortes e benefícios obtidos pelos procuradores;
No que toca a época dos reis católicos, consiste como conteúdo rico e fundamental para
aspectos das Cortes e a gênese de fenômenos institucionais dos Habsburgo: Atos de
juramento a sucessores, documentação fiscal referida a serviços da Corte, salários de
procuração, documentação e correspondência sobre as Corte,