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Na Idade média, Portugal viveu numa monarquia feudal baseada no rei, senhor dos
senhores feudais e, ainda, no senhor feudal do clero e no da nobreza.
O Reino de Portugal, “terra de Reis”, tinha um bem pessoal que se herdava juntamente
com a função régia, que se transmitia ao filho primogénito. O Rei tinha também uma Corte que
o apoiava e lhe devia fidelidade nas tarefas de defesa, na expansão e na administração do
Reino.
O rei era o mais rico dos senhores feudais. Era o chefe dos reguengos.
Este senhorialismo monárquico foi conseguido graças à Reconquista Cristã, que se
verificou de Norte para Sul. As guerras da Reconquista deram prestígio ao Rei e aos outros
senhores feudais do clero e da nobreza.
O Rei incrementou os núcleos municipais onde eram defendidas as regalias das
populações face à ambição da nobreza e do clero.
O Rei que melhor organizou o espaço português foi D. Afonso III, criando órgãos
estatais de modo a organizar administrativamente o reino.
D. Afonso III conseguiu ainda;
Uma nobreza de Corte, fiel e eficaz.
Criou órgãos de controlo da administração local
Conseguiu fontes de rendimento suficientes para garantir a sua independência
económica face ao clero e à nobreza.
Conseguiu autonomia face à Igreja.
Controlou a administração da justiça feita pelos tribunais senhoriais e concelhios.
Tudo isto mostra que o Rei tinha um papel unificador sobre o país no séc. XIII –
senhorialismo monárquico.
A centralização do poder
O fortalecimento do poder real verificou-se nos finais do séc. XII e séc. XII, que resultou
na reedificação das monarquias. A França e a Inglaterra são exemplos de centralização do
poder régio. Esta centralização só foi conseguida nos sécs. XIV e XV.
O Rei é o órgão máximo do poder público, possuindo os poderes:
Militar – Como chefe militar tinha como competências defender e dilatar a fé.
Jurisdicional – Como juiz supremo reserva para si a justiça maior, funcionando
como tribunal de apelação.
Legislativo – Era o legislador supremo, sendo este quem fazia as leis. Destas leis
destacam-se as Leis Gerais de 1211 impostas pelo rei Afonso II, que eram aplicadas
a todos, sem distinção de classe social. Algumas destas destinavam-se a combater
os privilégios senhoriais e a recuperar o património e os bens da Coroa; outras
regulamentavam questões monetárias, como a cunhagem da moeda; tabelavam os
preços, como as Leis da Almotaçaria (Afonso III); e outras encarregavam-se da
moral e dos bons costumes.
Fiscal – Era ele quem mandava cobrar impostos. Estabeleceram-se sisas gerais,
impostos sobre a compra e venda de bens, que deveriam ser pagos por todos, que
fosse o Rei, a Rainha, os senhores e o povo.
Poder sacralizado/divino – Era o responsável máximo pela manutenção da paz e da
justiça.
Os poderes do Rei/Coroa e os seus bens patrimoniais eram inalienáveis e indivisíveis,
mas face aos abusos dos senhores nobres e do clero, o Rei teve de fazer Inquirições e
Confirmações do património régio.
O funcionalismo: a Cúria Régia
O estilo Gótico
O estilo gótico ou ogival (referência aos arcos quebrados das Abóbadas), estilo
das catedrais, surgiu no Norte de França no séc. XII, perdurando até ao séc XV, muito
por iniciativa das classes mais altas (burguesia), que doavam generosas quantias de
dinheiro para o embelezamento da sua cidade, querendo que esta fosse mais bela que
as cidades vizinhas. Veio substituir o estilo românico, estilo rural e de igrejas.
Este está ligado à arquitectura religiosa das catedrais, ou seja, teve na catedral
a sua melhor expressão. Ex: Catedral de Notre-Dame, Nave Central da Igreja do
Mosteiro de Alcobaça.
Estas catedrais possuíam as seguintes características:
Elevação e verticalidade.
Exterior imponente e decorado.
Interior amplo, elevado e luminoso devido aos vitrais coloridos.
Janelas decoradas com vitrais, símbolo de luz.
Todas as construções deste género possuíam estes elementos:
Arco quebrado – Pode ser estirado em altura, independente da largura da
sua base, o que confere elevação e verticalidade.
Abóbada de cruzamento de ogivas – Composta por secções de arcos que
descarregam o peso nos ângulos onde se encontram os pilares.
Arcobotante – Compõe-se de duas partes: uma espécie de contraforte e o
estribo que apoia as paredes, possuindo como objectivo o reforço dos
pontos de pressão. Como reforço do estribo surge ainda o pináculo
As confrarias
Até ao séc. XI, a leitura e a escrita ensinadas nas escolas era privilégio quase
exclusivo de monges e clérigos. Estes estudavam em escolas inseridas nos mosteiros –
escolas monacais – que se localizavam em zonas rurais e serviam essencialmente para
preparar futuros monges. Eram verdadeiros centros de saber e possuíam livrarias
(bibliotecas).
No séc. XI organizaram-se as primeiras escolas catedrais (ou urbanas), que se
localizavam nos centros das cidades, junto das sés, e se dirigiam a um público mais
vasto: não só clérigos, mas também leigos.
Estas escolas nasceram devido às novas necessidades da economia e da
administração, adquirindo com isto os seguintes objectivos:
Formar funcionários para os tribunais e repartições públicas, como os
juristas e notários, isto é, de homens de letras que constituíam o novo
funcionalismo;
Organizar as chancelarias;
Formar homens com conhecimentos comerciais que soubessem registar as
companhias comerciais.
As grandes cidades, como por exemplo Florença, possuíam ainda escolas
privadas, espécie de escolas secundárias onde os alunos aprendiam com profundidade
Lógica, Gramática e Aritmética.
As universidades