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Ficha de Avaliação Formativa - 10º História A

Nome: Catarina dos Santos Esteves Nº 5 Turma: 10ºH

Módulo 2 – DINAMISMO CIVILIZACIONAL DA EUROPA OCIDENTAL NOS SÉCULOS XIII A XIV – ESPAÇOS,
Duração: 50
PODERES E VIVÊNCIAS – Unidade 2 – O espaço português – a consolidação de um reino cristão ibérico
minutos

- Identifique claramente os itens a que responde.


- Todos os itens exigem a análise e/ou uso dos documentos apresentados.
- Use adequadamente o vocabulário da disciplina.

I - O país senhorial e concelhio

1.Leia e observe atentamente os documentos:

Doc. 1 – Contrato de exploração de um casal Doc. 2 – O senhorio

D. Estevã o […] abade de Alcobaça […] fazemos saber […] que


Joã o Vasco e Vicente Anes seu filho moradores de Alhandra
trazem de nó s e do dito nosso mosteiro um casal que havemos
no dito lugar de Alhandra constituídos por umas casas […] que
têm casa dianteira e celeiro, cozinha e palheiro, alpendre e
curral […] e darã o eles em cada ano de renda e pensã o do nosso
dito casal […] dois quartos de pã o […] a metade do trigo e outra
de cevada […] de dezasseis alqueires o quarto […] e de foro duas
galinhas.
«Arrendamento de terras» in José Abreu de Sousa,
Documentos de História e Geografia de Portugal, Plá tano
Editora, Lisboa, s.d., p. 38.

1. Explicite como estava organizada a exploraçã o econó mica do senhorio (docs. 1 e 2).
R: A exploração econó mica do senhorio estava organizada da seguida forma: a quintã (domínios da nobreza)
também chamada de paço por conter a morada do senhor, tinha está bulos, celeiros, moinhos, lagares e uma
porçã o diminuta de terras, a exploraçã o da quintã cabia aos escravos, servos, colonos livres dos casais que
prestavam serviços gratuitos ao seu senhor durante um certo nú mero de dias por ano, as jeiras; a granja
(domínios eclesiásticos), nelas o controle era mais apertado, ao contrá rio dos nobres , os clérigos optavam pela
exploraçã o direta das suas reservas. Para além das rendas cobradas aos caseiros, a igreja também cobrava a
dízima ( equivalente a 10% da produção bruta anual, todos deveriam pagar a dízima fossem homens do povo,
nobres ou até o pró prio rei); e os casais, para a exploraçã o destes, eram feitos contratos de arrendamento
entre senhores e colonos, também chamados de caseiros, estes contratos poderiam ser perpétuos ( durante a
vida toda) ou abranger até 3 geraçõ es. As rendas podiam ser fixas ou contemplar uma fraçã o das colheitas.

II - O País Urbano e Concelhio

1.Leia e observe atentamente os documentos:

Documento 1 – Foral de Mirandela dado por D. Dinis


Em nome de Deus Amem. Conheçam todos quantos esta carta virem e lerem [e] ouvirem que Eu D. Dinis pela
graça de deus Rei de Portugal e do Algarve […] faço carta de foro aos Juízes e [...] Concelho de Mirandela […].
Convém a saber que todos os moradores dessa vila e de seus termos deem a mim cada um deles em cada um
ano e a todos meus sucessores 20 soldos por dia de sã o Miguel de setembro. E […] querendo-lhes fazer graça
e mercê mando que tanto os da vila como os dos termos que tiverem cavalos e armas com que se bem possam
defender [...] sejam escusados do dito foro dos 20 soldos […]. Em testemunho [...] dei-lhes esta carta selada do
meu selo do chumbo. […]
Ficha de Avaliação Formativa - 10º História A
3595.pdf (cm-mirandela.pt) [consultado em 17/01/2021 – adaptado].

*soldos, moeda antiga corrente do reino.

Documento 2 – Símbolo do concelho

1. Nomeie a designaçã o atribuída aos habitantes dos concelhos.


R: A designaçã o atribuída aos habitantes dos concelhos é de vizinhos.

2. Transcreva um excerto do documento 1 que evidencie um privilégio concedido pelo rei aos homens-bons
ou cavaleiros-vilã os do concelho.
R: “E […] querendo-lhes fazer graça e mercê mando que tanto os da vila como os dos termos que tiverem
cavalos e armas com que se bem possam defender [...] sejam escusados do dito foro dos 20 soldos […].”

3. A composiçã o social dos habitantes “da “vila como os dos termos” era…
(A) igualitá ria entre todos os que pertenciam ao povo do concelho.
(B) diferenciada e hierarquizada entre os privilegiados e os cavaleiros-vilã os.
(C) dominantemente ligada aos privilegiados acima dos homens-bons.
(D) de raiz popular, assente numa hierarquizaçã o e diferenciaçã o social.
R: (A)

4. Explicite dois objetivos que norteavam a concessã o de cartas de foral pelos reis.
Um dos objetivos deve ser articulado com informaçõ es do documento 1.
R: A carta de foral era um documento que criava um concelho e definia as relaçõ es, direitos e obrigaçõ es entre
os habitantes do concelho e entre estes e o outorgante da carta. Dois dos objetivos que norteavam a concessã o
de cartas de foral pelos reis, são: a definiçã o de impostos a pagar “Convém a saber que todos os moradores
dessa vila e de seus termos dêem a mim cada um deles em cada um ano e a todos meus sucessores 20 soldos
por dia de são Miguel de setembro.” e a autonomia de uma determinada comunidade.

5. Nomeie outro símbolo concelhio, para além do representado no documento 2.


R: O símbolo concelhio é a casa da câ mara.

6. Complete o texto seguinte, selecionando a opçã o adequada para cada espaço.


No concelho, a __a)__ era o centro político-administrativo onde se localizava a __b)__. O símbolo da autonomia
judicial era o __c)__ que, erguido na praça pú blica, lembrava a importâ ncia da manutençã o da ordem, da paz e
da segurança. A governaçã o do concelho era regulamentada pela carta de foral e pelas __d)__.

a)- 4. b)-4. c)- 1. d)- 2.

1. corte 1. muralha 1. pelourinho 1. posturas senhoriais


2. sede 2. reserva 2. selo 2. posturas régias
3. reserva 3. igreja 3. castelo 3. posturas municipais
4. comuna 4. câmara 4. fórum 4. obrigações senhoriais
Ficha de Avaliação Formativa - 10º História A
7- Leia e observe atentamente os documentos.

Doc. 1 – A origem dos concelhos


Nestas condiçõ es, rodeadas de uma natureza ingrata ou ameaçadas pelos inimigos, formavam-se no interior do
país comunidades fortemente concentradas sobre si mesmas, criadoras de sistemas coletivos de defesa,
atentas à preservaçã o de laços de solidariedade para estabilizar os frá geis equilíbrios alcançados, (…) propen-
sas à violência, dotadas de có digos penais verdadeiramente cruéis.
(…) Aqui, a possibilidade de arrancar à terra variados meios de subsistência atrai homens de outras regiõ es, a
facilidade das comunicaçõ es propicia constantes transferências de pessoas e de bens, mistura as tradiçõ es
culturais, permite aos mais ousados e empreendedores triunfar sobre os fracos e abre caminho ao
individualismo.
José Mattoso, História de Portugal, vol. 2, Lisboa, Editorial Estampa, 1997.

Doc. 2 – Foral de Melgaço, 1181


Eu, Afonso (…), a vó s habitantes de Melgaço outorgo carta e escritura da minha herdade que tenho na terra de
Valadares no dito lugar de Melgaço (…) A vó s a entrego e concedo com esta condiçã o: que a edifiqueis e nela
moreis segundo o foro que me pedistes, (…). É este o teor daquele foro de Ribadá via, que cada um de vó s, por
vossas casas uma vez no ano, a mim ou a quem eu mandar, paguem um soldo (…) Quando, porém o vosso rei
vier à vila (…), lhe ofereçais seis dinheiros para a sua aposentadoria.
Foral de Melgaço, 1181.

Doc. 3 – Assembleia de vizinhos


O ponto de partida é o concilium, a assembleia de vizinhos de uma povoação reunida para tratar dos seus
interesses comuns (…). Os problemas que de início solicitam mais instantemente a intervençã o do concelho
sã o os econó micos (…).
Depressa a necessidade de fazer observar as resoluçõ es tomadas deverá ter forçado o concelho a castigar os
infratores (…) E a disciplina da povoação passaria a ser exercida por ele também (…). O concelho surge como
se fosse uma pessoa (…). Atuando, pois, o concelho como se fosse uma individualidade ú nica, diz-se que tem
personalidade jurídica.

Marcelo Caetano, História do Direito Português (1140-1495), Lisboa, Verbo, 1985.

Doc.4 – Símbolos do poder concelhio (selos de Lisboa e Porto).


7.1.Caracterize a organização e o exercício de poderes nos concelhos
medievais portugueses.

A sua resposta deve contemplar os seguintes aspetos:


a) Multiplicaçã o dos concelhos;
b) Organizaçã o do espaço citadino
c) Exercício comunitá rio dos poderes concelhios;

R: Os concelhos rurais situava situavam-se sobretudo no interior Norte e os Concelhos urbanos no Interior
Norte e um pouco por todo o país de Norte a Sul. A ação da Reconquista e o seu avanço de norte para sul
proporcionou a ocupaçã o de territó rios muçulmanos, sendo estas urbes de grande densidade populacional, a
necessidade de povoamento do territó rio, atraindo povoadores, a necessidade de organizar comunidades
preexistentes à Reconquista, o desenvolvimento do comércio e do artesanato, o apoio dos monarcas à
formaçã o de concelhos para limitar o poder senhorial, o interesse dos reis em aumentar a esfera da sua
influência, foram fatores que levaram a multiplicidade dos concelhos e a sua organização, mas também a
movimentaçã o da corte régia que impulsionou a transformaçã o de alguns agregados populacionais em urbes
de maior importâ ncia e dimensã o. A cidade medieval portuguesa destacava-se na paisagem por estar envolta
numa cintura de muralhas, esta muralha delimitava o espaço urbano, dava lhe segurança, rendimentos (pelas
portagens pagas nas suas entradas) e embelezava–a., com o crescimento demográ fico do reino e as
movimentaçõ es populacionais ditaram a construçã o de novas muralhas, que passaram a incluir no seu interior
antigos bairros extra muros, os arrabaldes, o arrabalde localizava-se fora de muros e acabou por se tornar
num local privilegiado de contacto com as populaçõ es, local dos vá rios mesteirais como sapateiros, ferreiros,
carpinteiros, calafates, entre outros, a vila que era o local central e de encontro entre habitantes, nela
localizava-se o castelo ou torre de menagem, sé ou igreja, paços do concelho, praça central onde se realizava o
mercado, moradias de mercadores e mesteirais e, por fim, o termo, este quanto mais vasto fosse maior era a
riqueza da cidade pois era o espaço que complementava as atividades econó micas, composto por campos,
hortas, florestas e baldios.
Ficha de Avaliação Formativa - 10º História A

Questão 1.1 1 2 3 4 5 6 7.1 total

Cotação 25 15 20 20 35 15 25 45 200

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