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Grupo I

Lê um excerto de uma entrevista a um ator. Se necessário, consulta as notas.

“Fazer teatro é um privilégio”


Tomás Alves diz que a sua carreira de representação foi um “feliz acaso” que lhe
aconteceu na adolescência. Hoje, aos 24 anos, o teatro tornou-se a sua vida e, junta-
mente com a música, forma tudo aquilo que o faz sentir vivo. […]
Mas o Tomás não é rapaz para ficar quieto e trabalha em Cinema, Televisão e Teatro.
5 Os seus dias passam-se entre os palcos, as câmaras, as dobragens, a publicidade e algu-
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mas locuções, numa carreira que apelida de “ainda curta”, e ainda abre espaço para
um regresso aos estudos, se possível fora do país, conforme nos conta em entrevista.
O que é o teatro para ti?
É um privilégio, principalmente por poder trabalhar em várias realidades, por poder
10 ser pessoas diferentes em mundos inventados que ganham vida em palco. […]
O que sentes quando estás em palco?
É um pouco difícil descrever a sensação de estar em palco. Mas há muita adrenalina
a percorrer-nos o corpo. Para mim são raros os momentos em que eu me sinto, de ver-
dade, a acreditar na ilusão dramática, mas quando acontece parece que não sou eu que
15 estou ali. […] É quase magia. Eu tenho de convencer o público dessa ilusão. […] Essa
responsabilidade de estar em “direto”, ao vivo e a cores, faz-me sentir vivo. […]
Vives para a tua profissão? Que outros interesses/ocupações tens?
Não seria capaz de viver sem a música. Aos 7 anos recebi a minha primeira guitarra;
com 15 formei uma banda de músicas do mundo com o meu irmão – os Katharsis –
20 que durou 9 anos. Sinto a necessidade de explorar novos instrumentos – nos Katharsis
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tocava guitarra, baixo, acordeão, trombone e timple . Com ou sem projetos musicais,
com muito ou pouco trabalho enquanto ator, desejo que a música esteja sempre pre-
sente na minha vida.
Que conselhos darias aos jovens leitores que querem ser atores?
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25 Esforcem-se para isso. É claro que é preciso ter algum talento inato , disponibilidade
e vontade, mas a formação é um fator muito importante, porque nos fornece as bases
e ferramentas de palco.
Entrevista realizada por Ana Teles Teixeira em 08-03-2014, in www.maiseducativa.com
(consult. em 09-01-2017, com supressões)

1. apelida: qualifica como. 2. timple: instrumento musical de cinco cordas. 3. inato: que nasce com o indivíduo; natural.
1. Assinala com , de 1.1. a 1.6., a opção que completa cada frase de acordo com o sentido do texto.

1.1. Tomás Alves é ator, porque


a. sempre desejou isso desde a sua adolescência.
b. aconteceu algo na sua adolescência que o influenciou.
c. desejava trabalhar em cinema, televisão e teatro.

1.2. No segundo parágrafo da introdução, a entrevistadora revela que Tomás Alves


a. abandonou a escola na adolescência.
b. considera a hipótese de voltar a estudar.
c. vai estudar para o estrangeiro.

1.3. O ator diz que, quando representa,


a. por vezes se esquece de que é tudo uma ilusão.
b. nunca confunde a realidade com a ilusão do teatro.
c. não sente qualquer responsabilidade perante o público.

1.4. “Essa responsabilidade de estar em “direto”, ao vivo e a cores, faz-me sentir vivo.” [linhas 15-16]
As palavras sublinhadas significam
a. estar na televisão, num programa transmitido no momento em que ocorre.
b. estar a atuar no mesmo espaço em que o público também se encontra.
c. estar a falar diretamente para o público, vestido com roupa colorida.

1.5. Tomás Alves defende que para se ser ator


a. é preciso ter muita força de vontade e algum talento.
b. basta que se deseje muito atuar perante o público.
c. é necessário esforço, características naturais e formação.

1.6. O título da entrevista surge entre aspas para assinalar


a. o título de uma peça.
b. uma opinião do entrevistador.
c. uma citação do entrevistado.

2. “O que é o teatro para ti?” [linha 8]


Responde à pergunta que colocaram a Tomás Alves, a partir da tua experiência como espectador.
Escreve entre 25 e 30 palavras.
Grupo II

Lê, com atenção, um excerto da Cena 4 da obra Os Piratas – Teatro.

Os piratas
Cena 4

“Espaço do quarto” na penumbra como na Cena 2. O resto do palco está invisível.


Continua a ouvir-se a gritaria dos piratas e o barulho das espadas e da tempestade no mar.
Capitão: Apanhem-nas! Apanhem-nas!
Manuel surge, descendo em correria as escadas. Traz ainda o lenço vermelho atado à cabeça.
5 Manuel (Corre precipitadamente para a porta do quarto gritando): Mãe, mãe! Foge!
Manuel tenta abrir a porta do quarto, mas não consegue.
Bate desesperadamente com os punhos fechados na porta.
Manuel: Mãe, mãe! Os piratas! Depressa, depressa!
Capitão (Voz vinda do sótão): Para terra! Remem, remem, suas bestas!
10 Ruído de objetos que tombam do lado de lá da porta, dentro da casa. Passos em correria e
gritaria abafada.
Manuel: Meu Deus! Já estão cá em casa! Estamos perdidos!
Manuel atira-se para cima da cama, tapando os ouvidos com as mãos.
Manuel: É um sonho, tem que ser um sonho! Tenho que acordar, tenho que acordar! Se não
15 acordo eles levam a minha mãe!
Manuel senta-se na cama, sacudindo-se desesperadamente.
Manuel: Tenho que acordar, tem que ser um sonho, tem que ser um sonho!
Abre-se então a porta do quarto e a Mãe, assustada, entra e acende a luz.
O quarto ilumina-se. Desaparece subitamente o barulho dos piratas. Mesmo o vento e o mar só
20 se ouvem agora muito ao longe.
Mãe (Correndo para a cama): O que foi, o que foi? (Abraçando Manuel:) Tiveste um pesadelo,
não foi?
Manuel abraça com força a Mãe.
Manuel (Olhando em volta e escutando, ainda assustado): Foi um pesadelo, mãe, deve ter sido
25 um pesadelo…
Mãe (Abraçada a Manuel): Eu também tive pesadelos esta noite. Um pesadelo horrível, com
homens com espadas a entrarem pela casa dentro! (Aperta Manuel com mais força:) Deve
ter sido por causa do naufrágio, ficámos os dois muito impressionados…
Manuel: Deve ter sido, mãe…
30 Mãe: E por causa do temporal… Havias de ver a casa! Quando acordei com os teus gritos, a
porta estava aberta e o bengaleiro no chão… Parece que andou o Diabo cá em casa! Deve
ter sido o vento… O corredor está cheio de areia e tudo fora do sítio…(Afasta docemente
Manuel de si:) E tu? (Observando-o:) Estás todo molhado… (Dá de repente conta do lenço que
Manuel tem ainda atado à volta da cabeça:) E que é isso que tens na cabeça?… (Rindo:) Oh,
35 Manuel, que engraçado que estás! Pareces um pirata… Onde é que arranjaste isso?
Manuel: Depois conto-te, mãe, depois conto-te…
A Mãe tira o lenço da cabeça de Manuel e pousa-o na cama. Depois força-o ternamente a deitar-se.
Mãe: Vá, dorme… Vira-te para o outro lado e dorme, que já é muito tarde… (Aconchegando-o:)
Amanhã não vais à escola, eu vou falar com o sr. professor e peço-lhe para te mandar os
40 deveres de casa por um colega.
Manuel deita-se na cama e a Mãe aconchega-lhe os cobertores.

Manuel António Pina, Os Piratas – Teatro, Porto Editora, 2014 (págs. 43-48)

1. Assinala com , de 1.1. a 1.3., a opção que completa cada frase de acordo com o sentido do texto.

1.1. Esta cena ocorre


a. de noite, no quarto do Manuel.
b. em casa do Manuel, no sótão, durante a noite.
c. ao nascer do dia, em casa do Manuel e da mãe.

1.2. Na representação desta cena, as personagens que os espectadores veem no palco são
a. apenas o Manuel.
b. o Manuel e a mãe.
c. o Manuel, a mãe e os piratas.

1.3. A leitura das primeiras linhas desta cena revela que a cena anterior (cena 3) termina
a. com o Manuel e a mãe a jantarem e a irem para os seus quartos.
b. com o Manuel a apagar a luz do seu quarto para dormir.
c. com um ataque dos piratas, em dia de tempestade no mar.

2. Qual é o estado de espírito do Manuel? Explica, por palavras tuas, por que razão ele se sente assim.
3. De que forma a mãe tranquiliza o filho?

4. Identifica o tipo de informações contidas nas indicações cénicas transcritas no quadro.


Assinala com , na respetiva coluna, a opção correta para cada uma das indicações cénicas
transcritas.

Informações para o
Gestos ou
reações das sonoplasta luminotécnico
personagens (o responsável (o responsável
pelo som) pela iluminação)

a. “Continua a ouvir-se a gritaria dos piratas e


o barulho das espadas e da tempestade no
mar.” [linha 2]

b. “Manuel atira-se para cima da cama,


tapando os ouvidos com as mãos.” [linha
13]

c. “O quarto ilumina-se.” [linha 19]

d. “(Olhando em volta e escutando, ainda


assustado)” [linha 24]

e. “Manuel deita-se na cama e a Mãe


aconchega-lhe os cobertores.” [linha 41]

Grupo III

1. Indica a função sintática do elemento sublinhado em cada frase, escolhendo entre as funções
presentes no quadro:

predicativo do sujeito • complemento direto • complemento indireto


complemento oblíquo • complemento agente da passiva • modificador

a. O Manuel ouvia a gritaria dos piratas. ➔


b. Ele chamou a mãe desesperadamente. ➔
c. A mãe e o filho estavam muito assustados. ➔
d. A casa foi desarrumada pela tempestade. ➔
2. Escreve no discurso indireto as seguintes palavras da mãe do Manuel:

“Vira-te para o outro lado e dorme, que já é muito tarde… Amanhã não vais à escola, eu vou falar
com o sr. professor e peço-lhe para te mandar os deveres de casa por um colega.” [linhas 38-40]

3. Classifica cada uma das frases da grelha em frase simples e frase complexa.

Frase simples Frase complexa

a. Manuel surge com um lenço


vermelho na cabeça.

b. Ele corre para a porta do quarto e


chama pela mãe.

c. Esta explica-lhe que também ela


teve um pesadelo.

d. O vento e o mar só se ouvem


agora muito ao longe.

e. A mãe disse ao filho que no dia


seguinte ele ficaria em casa.

4. Classifica as palavras seguintes de acordo com o seu processo de formação, colocando-as no local
adequado das grelhas.

pirataria • cineteatro • desgostoso • capitão-de-mato • previsão


luminotécnico • bilheteira • belas-artes • repor • fingimento

Derivação Composição

prefixação
prefixação sufixação palavra + palavra(s) radical + palavra
e sufixação

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