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PORTUGUÊS
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Professor: Classificação:
Tomei conhecimento.
O Encarregado de Educação
6.º ANO
Grupo I – Leitura e Educação Literária
Parte A
Oficina de máscaras
Lê, com atenção, o conto seguinte dos irmãos Grimm. Se necessário, consulta o vocabulário.
A Lua
Em tempos que já lá vão havia uma terra onde a noite era sempre escura e o céu
estendia-se sobre ela como um lenço negro, pois ali a Lua nunca subia e nenhuma estrela
piscava na escuridão. Na altura da criação do mundo, a luz da noite era suficiente. Uma vez,
saíram desta terra em peregrinação quatro rapazes e chegaram a um outro reino onde,
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quando à noite o Sol desaparecia atrás dos montes, havia uma esfera brilhante pendurada
num carvalho, que deitava uma luz suave em todas as direções. Devido a ela, era possível
ver e distinguir tudo muito bem, embora não fosse uma luz tão forte como a do Sol. Os
rapazes pararam e perguntaram a um lavrador, que passava por ali com o seu carro, que luz
era aquela. “Aquilo é a Lua”, respondeu ele, “o nosso prefeito1 comprou-a por três moedas e
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pendurou-a no carvalho. Tem de lhe deitar óleo todos os dias e mantê-la limpa, para que ela
não deixe de brilhar. Por isso, pagamos-lhe uma moeda por semana.”
Assim que o lavrador partiu, disse um deles: “Esta lanterna fazia-nos jeito, também lá
temos um carvalho, tão alto como este, onde a podemos pendurar. Que grande alegria
deixar de tropeçar na escuridão!” “Sabem que mais?”, disse o segundo, “precisamos de
15 arranjar um carro e um cavalo e levar a Lua embora. As pessoas daqui bem podem comprar
uma outra.” “Eu trepo com muita facilidade”, disse o terceiro, “trago-a já para baixo!” O
quarto trouxe um carro e um cavalo e o terceiro trepou pela árvore acima, fez um buraco na
Lua, passou-lhe um fio e fê-la descer. Assim que a Lua brilhante ficou dentro do carro,
deitaram-lhe um lenço por cima, para que ninguém se apercebesse do roubo. Levaram-na
20 sem problemas para a sua terra e penduraram-na num alto carvalho. Velhos e novos
alegraram-se quando a nova lanterna começou a estender a sua luz sobre os campos e os
quartos e salas se encheram dela. Os anões saíram dos seus buracos nas rochas e os
pequenos elfos, com os seus casacos vermelhos, faziam rodas nos prados.
Os quatro rapazes tratavam da Lua com óleo, limpavam a mecha2 e recebiam a sua
25 moeda semanal. No entanto, envelheceram e quando um deles adoeceu e se apercebeu de
que a morte estava próxima, ordenou que o quarto da Lua que lhe pertencia fosse levado
com ele para a sepultura. Quando morreu, o prefeito trepou à árvore e, com a tesoura da
poda3, cortou um quarto da Lua que meteu no caixão. A luz da Lua diminuiu, mas não muito.
Quando morreu o segundo, foi-lhe dado o segundo quarto e a luz mingou4. Mais fraca ficou
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ainda quando morreu o terceiro, que também levou o seu quarto e, quando o quarto homem
foi sepultado, instalou-se de novo a velha escuridão. Sempre que as pessoas saíam à noite
sem lanterna, batiam com as cabeças umas nas outras.
Porém, assim que os quartos da Lua se juntaram no inferno, os mortos, habituados à
escuridão, agitaram-se e acordaram do seu sono. Ficaram espantados por poderem ver de
35 novo: a luz da Lua chegava-lhes bem, pois os seus olhos estavam tão fracos que não teriam
podido suportar a luz do Sol. Ergueram-se, alegraram-se e retomaram os seus hábitos de
vida. Alguns deles dedicaram-se ao jogo e à dança, outros foram para as tabernas onde
pediram vinho, embriagaram-se5, vociferaram6 e lutaram e, por fim, pegaram em cacetes e
bateram uns nos outros. O barulho era cada vez maior até que, por fim, chegou ao céu.
40 São Pedro, que guarda as portas do céu, calculou que o inferno se tinha revoltado e
chamou as hostes7 celestes, que lutavam contra o maligno8, porque este e os seus
associados pretendiam assolar a morada dos abençoados. Como, porém, elas não vinham,
São Pedro montou no seu cavalo, atravessou as portas do céu e foi ao inferno. Aí sossegou
os mortos, fê-los voltar de novo à sepultura e levou com ele a Lua, pendurando-a no céu.
Jacob e Wilhelm Grimm, “A Lua”, in Contos de sempre, Porto, Porto Editora, 2004, pp. 31-35
1. prefeito: espécie de presidente da câmara; 2. mecha: fios envolvidos em cera ou combustível para manter o
lume aceso; 3. poda: de cortar ramos; 4. mingou: diminuir; 5. embriagaram-se: ficaram bêbedos; 6.
vociferaram: gritaram, berraram; 7. hostes: exércitos; 8. maligno: mal.
1. Ordena os momentos da narrativa, de 1 a 8, de acordo com a ordem com que aparecem no texto.
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2. Menciona duas características que te permitam classificar este texto como um conto popular.
3. Indica que cuidados eram necessários ter com a Lua para que ela não deixasse de brilhar.
4. “Levaram-na sem problemas para a sua terra e penduraram-na num alto carvalho.” (ll. 19-20)
4.1. Refere a reação das pessoas e dos outros seres à luz da Lua.
5. O que é que cada um dos quatro rapazes exigiu levar no momento da sua morte?
6. Identifica três hábitos de vida retomados pelos mortos no inferno depois da chegada da Lua.
7. Explica de que forma São Pedro conseguiu trazer novamente paz ao inferno.
Grupo II – Gramática
1. Observa as palavras sublinhadas na frase seguinte, classificando-as quanto à classe e subclasse.
“O quarto [irmão] trouxe um carro e um cavalo e o terceiro trepou pela árvore acima, fez um
buraco na Lua, passou-lhe um fio e fê-la descer. Assim que a Lua brilhante ficou dentro do
carro, deitaram-lhe um lenço por cima, para que ninguém se apercebesse do roubo.”
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2. Preenche a grelha com a família de palavras consoante a classe a que pertencem.
Bom trabalho!
A Professora,
Ana Raquel Silva