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E​SCOLA​ B​ÁSICA​ F​ERREIRA​ ​DE​ C​ASTRO 2020/2021 AGRUPAMENTO

DE ESCOLAS
Nome:​ __________________________________________________________ FERREIRA DE CASTRO
N.º:​ ____ Turma:​ ____ Data: ___ / ___ / ____
Português –6 º ano
Professor: _______________________ Enc. Educ. _______________________ 1º semestre (adaptado)

Domínio(s) avaliado(s)

Leitura / Educação Literária ⬜


Apreciação:

Não revelas Revelas algumas Revelas muitas


Descritores
dificuldades dificuldades dificuldades

Ler textos com características narrativas e expositivas


de maior complexidade, associados a finalidades
várias.

Compreender o sentido global de um texto.

Tirar conclusões, justificando-as.


LEITURA E EDUCAÇÃO LITERÁRIA

1. Lê o texto seguinte e consulta as notas de vocabulário, se necessário.

​Texto A - ​ ​Histórias para crianças


Todos os estudos reconhecem que as crianças que, desde cedo, convivem
com as rimas infantis, lengalengas, trava-línguas, canções, adivinhas e todos
os demais géneros de literatura oral tradicional, com relevo para os contos do
5 maravilhoso, são sempre mais capazes intelectualmente do que aquelas que
crescem à margem desse convívio.
Trata-se de textos que, desde cedo, contribuem para a educação estética​1
da criança, ao ajudarem a definir e a apurar a sua sensibilidade. E porque a
sensibilidade é o motor da inteligência, bem pode assim esta ser
10 impulsionada desde o berço.
De todos os textos, merecem atenção especial os contos tradicionais
narrados às crianças. Sejam contos de fadas (ou do maravilhoso), sejam
contos de animais, do Ogre​2 estúpido, de usos e costumes ou outros contos,
eles excitam sempre o espírito. A criança, ao ouvi-los, aprende a saber
15 escutar, a saber conhecer o outro, a saber divertir-se no seio do grupo, a
aceitar e a compartilhar os códigos nele vigentes​3​. Tudo isto para além de
toda uma riqueza intemporal de mensagens culturais que se revelam muito
valiosas no crescimento de qualquer ser humano.
Contos tradicionais, Alexandre Parafita
http://alexandreparafita.blogspot.pt

Vocabulário:
1​
Estética ​- Sentimento que a beleza desperta em nós.
2​
Ogre ​- Criatura imaginária assustadora, devoradora de homens.
3​
Vigentes ​- Que está em vigor.
2. Ordena as ideias sequencialmente, pela ordem que aparecem na narrativa.

___ Além de tudo, os contos ainda transmitem uma mensagem cultural rica e intemporal.

___ Todos os contos, sejam de que tipo forem, estimulam o espírito das crianças.

___ Os textos tradicionais ajudam a apurar a sensibilidade das crianças.

___ Ao ouvir contos tradicionais, a criança aprende muito.

___ Os textos que merecem mais atenção são os contos tradicionais narrados às
crianças.

_​1​_​ O contacto das crianças com a literatura tradicional favorece o seu

desenvolvimento intelectual.

3. O adjetivo «intemporal» (linha 12) significa

⬜ ​a) que não muda ao longo do tempo.

⬜ ​b) que não se pode medir.

⬜ ​c) que não se pode localizar no espaço.

⬜ ​d) que não se pode identificar.


4. Na frase «a sensibilidade é o motor da inteligência» (linhas 6-7), «motor»
significa

⬜ ​a) o que ajuda a desenvolver.

⬜ ​b) o que dá movimento.

⬜ ​c) o que faz deixar de trabalhar.

⬜​ d) o que faz ouvir.

5. Lê, atentamente, o texto seguinte. Se necessário, consulta o vocabulário.

​Texto B​ - ​A Lua

Em tempos que já lá vão havia uma terra onde a noite era sempre
escura e o céu estendia-se sobre ela como um lenço negro, pois ali a Lua
nunca subia e nenhuma estrela piscava na escuridão. Na altura da criação
5 do mundo, a luz da noite era suficiente. Uma vez, saíram desta terra em
peregrinação quatro rapazes e chegaram a um outro reino onde, quando à
noite o Sol desaparecia atrás dos montes, havia uma esfera brilhante
pendurada num carvalho, que deitava uma luz suave em todas as direções.
Devido a ela, era possível ver e distinguir tudo muito bem, embora não
10 fosse uma luz tão forte como a do Sol. Os rapazes pararam e perguntaram
a um lavrador, que passava por ali com o seu carro, que luz era aquela.
“Aquilo é a Lua”, respondeu ele, “o nosso prefeito comprou-a por três
moedas e pendurou-a no carvalho. Tem de lhe deitar óleo todos os dias e
mantê-la limpa, para que ela não deixe de brilhar. Por isso, pagamos-lhe
15 uma moeda por semana.”
Assim que o lavrador partiu, disse um deles: “Esta lanterna fazia-nos
jeito, também lá temos um carvalho, tão alto como este, onde a podemos
pendurar. Que grande alegria deixar de tropeçar na escuridão!” “Sabem
que mais?”, disse o segundo, “precisamos de arranjar um carro e um
20 cavalo e levar a Lua embora. As pessoas daqui bem podem comprar uma
outra.” “Eu trepo com muita facilidade”, disse o terceiro, “trago-a já para
baixo!” O quarto trouxe um carro e um cavalo e o terceiro trepou pela
árvore acima, fez um buraco na Lua, passou-lhe um fio e fê-la descer.
Assim que a Lua brilhante ficou dentro do carro, deitaram-lhe um lenço por
25 cima, para que ninguém se apercebesse do roubo. Levaram-na sem
problemas para a sua terra e penduraram-na num alto carvalho. Velhos e
novos alegraram-se quando a nova lanterna começou a estender a sua luz
sobre os campos e os quartos e salas se encheram dela. Os anões saíram
dos seus buracos nas rochas e os pequenos elfos, com os seus casacos
30 vermelhos, faziam rodas nos prados.
Os quatro rapazes tratavam da Lua com óleo, limpavam a mec​ha​1 e
recebiam a sua moeda semanal. No entanto, envelheceram e quando um
deles adoeceu e se apercebeu de que ​a morte estava próxima, ordenou
que o quarto da Lua que lhe pertencia fosse levado com ele para a
35 sepultura. Quando morreu, o prefeito trepou à árvore e, com a tesoura
da poda, cortou um quarto da Lua que meteu no caixão. A luz da Lua
diminuiu, mas não muito. Quando morreu o segundo, foi-lhe dado o
segundo quarto e a luz mingou. Mais fraca ficou ainda quando morreu
o terceiro, que também levou o seu quarto e, quando o quarto homem
40 foi sepultado, instalou-se de novo a velha escuridão. Sempre que as
pessoas saíam à noite sem lanterna, batiam com as cabeças umas nas
outras.
Porém, assim que os quartos da Lua se juntaram no inferno, os mortos,
habituados à escuridão, agitaram-se e acordaram do seu sono. Ficaram
45 espantados por poderem ver de novo: a luz da Lua chegava-lhes bem, pois

os seus olhos estavam tão fracos que não teriam podido suportar a luz do
Sol. Ergueram-se, alegraram-se e retomaram os seus hábitos de vida.
Alguns deles dedicaram-se ao jogo e à dança, outros foram para as
tabernas onde pediram vinho, embriagaram-se, vociferaram​2 e lutaram e,
50
por fim, pegaram em cacetes e bateram uns nos outros. O barulho era cada
vez maior até que, por fim, chegou ao céu.
São Pedro, que guarda as portas do céu, calculou que o inferno se tinha
revoltado e chamou as hostes​3 celestes, que lutavam contra o maligno,
porque este e os seus associados pretendiam assolar a morada dos
abençoados. Como, porém, elas não vinham, São Pedro montou no seu
cavalo, atravessou as portas do céu e foi ao inferno. Aí sossegou os
mortos, fê-los voltar de novo à sepultura e levou com ele a Lua,
pendurando-a no céu.

Jacob e Wilhelm Grimm, “A Lua”, ​in​ ​Contos de sempre,​ Porto, Porto


Editora, 2004, pp. 31-35

Vocabulário
1 ​
mecha ​– fios envolvidos em cera ou combustível para manter o lume aceso.
2​
vociferaram ​– gritaram, berraram.
3​
hostes ​– exércitos.

6. ​Indica os ​dois cuidados que eram necessários ter com a Lua para que ela não
deixasse de brilhar.
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

7. ​Relê​ o terceiro parágrafo do texto e ​completa​ a frase que se segue.

7.1.​ ​Os quatro rapazes exigiram levar, no momento da sua morte _____________
_________________________________________________________________

8. ​Refere ​um hábito de vida que foi retomado pelos mortos no inferno depois da
chegada da Lua.
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
9.​ Assinala com X​ o recurso expressivo que está presente na passagem

“Velhos e novos alegraram-se quando a ​nova lanterna começou a estender a sua


luz sobre os campos e os quartos e salas se encheram dela.” (linhas 24-25).

⬜ ​A. ​Comparação.

⬜ ​B.​ Enumeração.

⬜ ​C. ​Metáfora.

10. ​Assinala com X ​duas características que te permitam classificar este texto
como sendo um conto popular.

⬜ ​A. ​Tempo e espaço muito bem definidos.

⬜ ​B.​ Ação muito simples.

⬜ ​C. ​Número reduzido de personagens.

⬜ ​D. ​Presença de inúmeras personagens.

Bom trabalho!

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