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Deixo, Deuses, atrás a fama antiga Ouvido tinha os fados que viria
Que co a gente de Rómulo alcançaram, Hua gente fortíssima de Hespanha,
Quando com Viriato, na inimiga Pelos mar alto, a qual sujeitaria
Guerra Romana tanto se afamaram. Da Índia tudo quanto Dóris banha,
Também deixo a memória que os obriga E com novas vitórias venceria
A grande nome, quando se alevantaram A fama antiga, ou sua, ou fosse estranha.
Hum por seu capitão, que peregrino Altamente lhe dói perder a glória
Fingiu na cerva espírito divino. De que Nisa celebra inda a memória.
Prometido lhe está o fado eterno, Sustentava contra ele Vénus bela
Cuja alta lei não pode ser quebrada, Afeiçoada à gente Lusitana,
Que tenham longos tempos o governos Por quantas qualidades via nela
Do mar que vê do Sol a roxa entrada. Da antiga tão amada sua Romana:
Nas águas tem passado o duro Inverno, Nos fortes corações, na grande estrela,
A gente vem perdida e trabalhada, Que mostraram na terra Tingitana,
Já parece bem feito que lhe seja E na língua, na qual, quando imagina,
Mostrada a nova terra que deseja. Com pouca corrupção crê que é Latina.
II – Compreensão e interpretação
1. Identifica, após uma leitura atenta e cuidadosa:
1.1. O episódio retratado nestas estrofes.
1.2. A divisão material aqui subjacente.
1.3. O plano narrativo envolvente.
2. Especifica:
2.1. O emissor da mensagem.
2.2. O destinatário da mesma.
III – Assinala com F (falsa) ou V (verdadeira) as seguintes frases, corrigindo as falsas sem
utilizares a sua negativa.
1. “Os Lusíadas” pertencem ao género dramático.
2. A personagem principal é Vasco da Gama.
3. A Proposição é a parte introdutória, na qual o poeta anuncia o que vai cantar.
4. A Dedicatória consiste no oferecimento do Poema a D. Manuel I.
5. Pode considerar-se que “Os Lusíadas” se constroem através da articulação dos seguintes
planos: Intervenção do Poeta, Intervenção dos Deuses, Viagem de Vasco da Gama e
História de Portugal.
6. O poeta inicia a Narração de “Os Lusíadas” com a partida das naus de Lisboa a oito de
Julho de 1497.
7. O início da Narração e o início da acção da viagem não coincidem.
8. No Consílio dos Deuses não intervém nenhum deus.
9. Baco decide proteger os portugueses.
10. Os versos “Altamente lhe dói perder a glória / De que Nisa celebra inda a memória”
referem-se a Marte, deusa da guerra.
11. Marte e Vénus apresentam-se como adjuvantes em relação aos portugueses.
12. O Consílio dos Deuses realizou-se no Olimpo.
13. Quanto à sua estrutura interna, “Os Lusíadas” dividem-se em dez cantos.
14. Segundo a sua estrutura interna há, na obra, quatro partes: Proposição, Invocação,
Dedicatória e Narração.
15. No verso “Tomar ao Mouro forte e guarnecido” (est. 25, v. 3) está presente uma sinédoque.
16. No verso “Que co a gente de Rómulo alcançaram” (est. 26, v.2) está patente uma perífrase.
17. A língua latina é entendida, aqui. Como uma fonte de fidelidade e de garantia das línguas
nacionais românicas.
Bom Trabalho