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Poesia Trovadoresca
Questionário
Formalmente:
1 - dísticos monorrimos; refrão monóstico;
2 - rima AA / BB / A'A / B'B, emparelhada;
3 - paralelismo perfeito;
4 - leixa-prem;
5 - apóstrofe.
resposta, no seu segmento inicial (o seu amigo está vivo e de saúde) não
incide nas perguntas explícitas da donzela, mas antes na pergunta que ela não
ousa formular: teria o seu amigo morrido?
- finalmente, no segmento final da resposta (ele virá antes de passar a hora
combinada), percebemos que essa hora ainda não passou, ou seja, que a
donzela chegou muito antes e que toda a sua inquietação não passa disso
mesmo: inquietação de uma jovem apaixonada, sozinha num pinhal e insegura
(e note-se como o refrão, inalterado, para isso contribui).
Cenários de resposta:
3. A donzela sente temor pela sorte do «amigo», de quem não tem notícias, e
cria um interlocutor fictício para desabafar. A esse confidente imaginado –
símbolo do seu próprio amor – confessa a sua saudade e inquietação, e dele
ouve a seguir o que tanto deseja ouvir: que o amigo está bem e que voltará em
breve. Essa personificação benfazeja das «flores do verde pino» estabelece a
comunhão da donzela com a Natureza.
Cenário de resposta:
cujo referente será, sim, a flor do pinheiro, mas também e sobretudo a «flor del
bels pis» (da poesia provençal, occitânica), isto é, o símbolo do amor
invencível. Portanto, às flores se associa o campo lexical de beleza, delicadeza,
sensibilidade, feminilidade e aroma e a este campo lexical se liga a imagem
que existe na poesia trovadoresca da donzela. O pinheiro, pela força, apoio,
segurança, robustez, masculinidade, braços (ramos) simbolizará o amigo. A
relação entre os dois jovens, cheios de esperança, é transposta para a ideia de
verde, que significa imaturidade, juventude e esperança.
As coordenadas espácio-temporais que extraímos deste poema remetem-nos
para os primórdios da nacionalidade, época do estabelecimento das fronteiras
territoriais, quer pelo uso dos vocábulos «san’e vivo», quer pela autoria do
texto. O ambiente é rural.
A concluir, D. Dinis apanhou nesta composição de inspiração popular uma
característica tipicamente portuguesa, a saudade, podendo mesmo considerar-
se um tema eminentemente nacional, pois reflete condições em que se formou
o nosso país: a reconquista cristã.